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Santo Agostinho também procurou explicar o que é a processão do
Espírito Santo, ou em que ela difere da geração do Filho.
Ele considerou como certo que o Espírito Santo é o amor mútuo do
Pai e do Filho:
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"A caridade comum pela qual
o Pai e o Filho se amam mutuamente".
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Assim, Agostinho coloca que
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"O Espírito Santo não é
Espírito de um dEles,
mas de ambos".
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Desta maneira, em relação ao Espírito Santo o Pai e o Filho
formam um único princípio, o que é inevitável, pois a relação de
ambos para com o Espírito Santo é idêntica e onde não há
diferença de relação sua operação é inseparável. Santo
Agostinho, pois, mais inequivocamente do que qualquer dos Padres
Ocidentais antes dele, ensinou a doutrina da dupla processão do
Espírito Santo do Pai e do Filho, doutrina que, alguns séculos
mais tarde, por questões circunstanciais, passaria a ser conhecida
como o "Filioque", palavra latina que significa `e do Filho'.
Segundo Agostinho,
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"O Pai é autor da processão do Espírito Santo
porque Ele gerou um tal Filho,
e ao gerá-lo tornou-o também
fonte a partir do qual o Espírito procede".
"Já que tudo o que o Filho tem,
o tem do Pai,
do Pai tem também
que dEle proceda o Espírito Santo".
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Daqui porém não se deve conclui, ele nos adverte, que o Espírito
Santo tenha duas fontes ou princípios. Ao contrário, a ação do
Pai e do Filho na processão do Espírito é comum, assim como é a
ação de todas as três Pessoas na Criação.
Além disso, não obstante a dupla processão, o Pai permanece a
fonte primordial, na medida em que é dEle que deriva a capacidade do
Espírito Santo de proceder do Filho. Ainda segundo Agostinho,
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"Do Pai de modo principal, ... ,
o Espírito Santo procede
de ambos em comum".
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Referências:
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Santo Agostinho : De Trinitate 9,17; 15,45; 15,27;
5,12; 1,7; 5,15; 15,29; 15,45; 15,47;
Idem : Iohan. Tract. 99,6; 99,9;
Idem : Epistola 170,4;
Idem : Contra Maxim. 2,14,1; 2,14,7-9.
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