CAPÍTULO 32

Mas o que se deve perceber aqui como fato de fundamental importância é que a Universidade de Paris, embora estivesse voltada para o estudo da Teologia, não era uma instituição como os atuais seminários.

Em um seminário podem ser aprendidas as mesmas coisas, mas quem entra em um seminário geralmente tem um objetivo bem claro que é o de se tornar um sacerdote.

Os que, porém, ingressavam na Universidade de Paris não o faziam, em princípio, com o objetivo de se tornarem sacerdotes, nem era este o objetivo da Universidade. Os que para lá se dirigiam desejavam em princípio apenas aprender. O que os fazia afluírem a Paris era algo que, dentro de uma perspectiva cristã, possuía notável afinidade com o amor à sabedoria que animava os antigos filósofos. Se, depois, muitos se tornavam sacerdotes, isto constituía algo que estava além das intenções da Universidade. O conhecimento que trazia os estudantes para Paris era, por si só, algo já muito valioso e importante para os que procuravam, independentemente de qualquer outra circunstância, mesmo que fosse a ordenação sacerdotal. Havia muitos outros caminhos mais fáceis e diretos para o sacerdócio para quem o desejasse que não o estudar em Paris, onde a seqüência completa de estudos ia dos quinze aos trinta a cinco anos, aproximadamente.