CAPÍTULO 15

A Macedônia era a região montanhosa situada ao norte da Grécia. Nos 150 anos antes do nascimento de Alexandre o Grande a Grécia tinha conhecido um desenvolvimento político, artístico, cultural e filosófico sem precedentes em toda a história da humanidade.

A democracia desenvolveu-se na cidade de Atenas, a principal da Grécia, a partir do ano 600 AC, aproximadamente. Simultaneamente com a democracia, entre os anos 500 e 400 AC, esta cidade tornou-se o centro de um império marítimo comercial no Mediterrâneo que lhe trouxe uma riqueza com que ela jamais havia sonhado.

Paralelamente a esta riqueza, houve um desenvolvimento cultural em Atenas que não teve paralelo no mundo antigo em nenhum local onde havia surgido prosperidade econômica semelhante.

Desenvolveram-se as artes em geral, e o teatro em particular, para o qual foram escritas muitas obras primas, freqüentissimamente relacionadas com os problemas que os cidadãos atenienses enfrentavam na vida real. A freqüência a estes teatros era muito grande, e eles tomaram um papel semelhante, na época, à televisão dos tempos modernos.

Desenvolveu-se a literatura e, em particular, obras históricas que combinavam a beleza literária com a precisão e a abrangência do relato. Desenvolveram-se também os esportes, com a abertura de um sem número de ginásios por todo o canto e a instituição dos Jogos Olímpicos de quatro em quatro anos, o ensino da oratória. Quanto ao movimento filosófico, que havia se iniciado um século antes nas cidades da orla marítima ocidental da atual Turquia e no sul da Itália, chamado pela prosperidade ateniense, acabou também se transferindo para lá. Nesta época o filósofo Anaxágoras, que passou para a história como um profundíssimo conhecedor da natureza, vindo do Oriente, visitou Atenas durante 30 anos. Pouco depois Parmênides e Zenão de Eléia, filósofos italianos, também passaram por esta cidade.

Logo em seguida a estas visitas, floresceu o primeiro grande filósofo ateniense, Sócrates, que teve como discípulo Platão, o qual fundou uma escola de Filosofia na cidade de Atenas, chamada a Academia, na qual estudou, sob a orientação do próprio Platão, o filósofo Aristóteles. Após a morte de Platão, Aristóteles fundou outra escola de Filosofia em Atenas. Ambas estas escolas sobreviveram séculos à morte dos fundadores. Foi nesta época, na primeira metade dos anos 300 AC, que Aristóteles foi chamado durante algum tempo a abandonar a cidade de Atenas para dirigir-se às montanhas no norte, mais precisamente na Macedônia, para ser o preceptor particular do príncipe Alexandre da Macedônia.

O príncipe Alexandre sucedeu no trono ao seu pai, o rei Filipe da Macedônia, quando da morte dele. Nesta época terminou o preceptorado de Aristóteles sobre Alexandre, voltando o filósofo para Atenas.

Quanto a Alexandre, deu este livre curso ao seu gênio militar e conquistou toda a Grécia que ficava ao sul da Macedônia e depois todo o mundo oriental, desde o Egito até à Pérsia, chegando aos confins da Índia.

Então, ainda jovem, Alexandre morreu devido a uma febre repentina e seu Império dividiu-se entre seus principais generais.

Todo o mundo oriental ficou submetido, pois, à autoridade de reis greco macedônios até que, quase às vésperas do nascimento de Cristo, o Império Romano por sua vez os conquistasse e anexasse.