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Uma causa é dita final na medida em que algo é um fim para um
determinado movimento. Quando vamos a algum lugar para tratar de algum
assunto, dizemos que este assunto se torna a causa final do movimento,
porque todo o movimento é realizado tendo em vista a este fim. Este
exemplo é tirado da psicologia humana, e é exato, porque o assunto a
ser tratado foi verdadeiramente o fim em função do qual se deu o
movimento e pelo qual este movimento se explica como em uma de suas
causas. No entanto, o exemplo tem uma extensão muito mais geral,
porque não são apenas os atos humanos que se realizam tendo em vista a
algum fim, mas também todos os movimentos da natureza tendem a um
fim, ainda que as causas eficientes neles envolvidos não sejam
inteligentes, e, por isto mesmo, conscientes do fim ao qual se
dirigem como ocorre no caso dos homens. No caso dos movimentos
inconscientes da natureza a causalidade final também existe porque a
ação do agente externo que age como causa eficiente provém de uma
determinada forma que ele possui e, por este motivo, ela está
determinada, por algo que já reconhecemos anteriormente como sendo um
dos princípios da natureza, para um determinado fim. Neste sentido,
a ação da forma de que é dotado o fogo é orientada por sua própria
natureza para o aquecimento, que é a causa final do movimento de que
ele é causa eficiente.
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