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Um dos argumentos de Zenão de Eléia contra a multiplicidade dos seres é o seguinte.
Se existem muitos seres, o seu número terá que ser finito ou infinito, porque nada pode
ser ao mesmo tempo finito e infinito.
Ora, a quantidade de seres existentes terá que ser finita em seu número, porque os
seres que existem não podem ser nem mais nem menos do que o número que são.
Porém, ao mesmo tempo, o número de coisas existentes tem que ser infinito, porque a
existência de cada coisa a que denominamos uma unidade e que contamos como sendo
um ser individual é, na realidade, não um, mas um número infinito de seres, porque
cada uma das coisas existentes pode ser dividida em duas, e cada uma destas duas em
outras duas e assim por diante, até o infinito.
Daqui se conclui que, se não admitimos que existe um único ser indivisível, mas
admitimos a existência de uma pluralidade de seres como nossa vista quer que seja,
seremos obrigados a afirmar que o número de entes que existem no universo é ao
mesmo tempo finito e infinito. O que é impossível. Portanto, a multiplicidade dos seres
não existe.
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