11. A Primeira Conferência Americana sobre Controle de Natalidade.

No mesmo ano em que a Liga Mundial para a Reforma Sexual organizava a sua primeira conferência em Berlim, a Liga Americana para o Controle da Natalidade que havia sido fundada por Margareth Sanger patrocinava no Hotel Plaza em Nova York a Primeira Conferência para o Controle da Natalidade.

Nesta época a Liga fazia drásticas distinções entre contracepção e aborto. Isto ficou bem claro quando o primeiro dos conferencistas apresentou um trabalho intitulado "Controle da Natalidade sim, Aborto não". Neste trabalho se declarava que "qualquer meio utilizado para impedir os elementos masculinos e femininos de se unirem é um preventivo ou contraceptivo. Mas uma vez que a fertilização teve lugar todas as possibilidades de uma nova alma, de um novo indivíduo, estão abertas, e iniciou-se uma vida individual que deveria ser amparada pelas mesmas leis protetivas que amparam todos os seres humanos. As mesmas leis que protegem os adultos protegem as crianças. Não é menos crime matar um bebê do que matar um adulto. Por que deveria ser menos crime, por que deveria ser mais moral ou legal destruir uma vida em seus estágios intra uterinos do que o é depois que estes estágios foram ultrapassados e o bebê nasceu? Nós afirmamos que desde o momento em que o óvulo foi fertilizado até o momento em que a criança abandona o útero qualquer interferência destrutiva para com o mesmo deve ser considerado um aborto, e que o aborto nunca deveria ser necessário, nunca pode ser moral, raramente deve ser legal".

Margareth Sanger, a organizadora da Conferência, já havia sido aprisionada pelo menos uma ou duas vezes naquela época. Havia ganhado com isso, na expressão de suas colaboradoras mais próximas, ampla "publicidade de mártir". Esta publicidade ampliou-se mais ainda quando o seu congresso não conseguiu chegar ao fim. A polícia de Nova York invadiu o Hotel Plaza durante uma das sessões e encerrou o evento.