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Os jesuítas, de modo geral, não se interessaram pelo ensino primário. Ministraram,
em seus colégios, apenas o equivalente ao ensino secundário e superior. No ensino
superior tinham faculdades de Filosofia e Teologia; o ensino secundário era baseado
visivelmente nas concepções de Quintiliano, citado centenas de vezes nos escritos
deixados pelos padres que participaram da elaboração da Ratio Studiorum.
Este ensino secundário era ministrado, na sua forma mais extensa e comum, em sete
anos. Dois anos de gramática inferior, dois anos de gramática média, um ano de
gramática superior, um ano de humanidades e um ano de retórica.
Em um estudo introdutório à Ratio Studiorum das escolas da Companhia, o Pe. Leonel
Franca explica da seguinte maneira esta seqüência:
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"O grau de gramática inferior é o conhecimento
perfeito dos rudimentos de gramática
e as primeiras noções de sintaxe;
o grau da gramática média é o conhecimento
de toda a gramática,
ainda que não exaustiva e perfeita;
o grau da gramática superior é o conhecimento
perfeito da gramática;
o grau da classe de humanidades, que prepara
imediatamente à retórica,
é o conhecimento da linguagem,
alguma erudição,
e as primeiras noções dos
preceitos da retórica;
o grau da retórica é a expressão perfeita,
em prosa e em verso,
e abrange os conhecimentos
teóricos e práticos dos preceitos
da arte de bem dizer
e uma erudição mais rica da história,
arqueologia, etc."
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"Como se vê", continua o Pe. Leonel Franca,
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"o objetivo do curso humanista
é a arte acabada da composição,
oral e escrita.
O aluno deve desenvolver
todas as suas faculdades,
postas em exercício pelo homem
que se exprime
e adquirir a arte de vasar
esta manifestação de si mesmo
nos moldes de uma expressão perfeita.
O Latim e o Grego são
as disciplinas dominantes.
Na seleção dos autores,
as obras de Cícero
têm uma posição dominante".
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