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A Peste Negra foi uma epidemia de peste bubônica, trazida por ratos e transmitida aos
homens por meio de pulgas, altamente contagiosa e que matava de modo fulminante em
poucos dias ou, em certas fases da epidemia, até mesmo em algumas horas.
A doença não escolhia, em princípio, entre homens, mulheres, crianças, idade ou
condição social. Qualquer um podia contagiar-se a qualquer momento. Ela se iniciava
de modo súbito, com a presença de bubões e dores intensas nas virilhas. Quando isso
ocorria, o doente tinha diante de si a perspectiva certa de, no máximo, dois ou três dias
de vida.
Ninguém, porém, na época, suspeitou que a causa do flagelo fossem os ratos e as
pulgas. As cidades, de ruas muito estreitas e casas apinhadas umas às outras, pela
necessidade que tinham de serem cercadas por muros para a defesa militar, sem
esgotos nem água encanada, formaram um ambiente perfeito para a propagação da
epidemia. O resultado que ficou descrito na história tem algo de dantesco. Nas
principais cidades passavam diariamente carrinhos entre as casas para recolherem os
novos mortos de um modo cuja descrição nos faz lembrar as atuais coletas de lixo das
grandes cidades, só que eram pessoas que estavam sendo coletadas e ninguém sabia
quem seria o contemplado na coleta do dia seguinte. Em dois anos, a peste negra matou
entre um terço e a metade da população da Europa, sem que ninguém fizesse a menor
idéia de como evitar contrair a doença, a não ser fugindo para o campo, coisa que
também não era uma medida completamente eficiente.
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