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Mas deve-se dizer também que o movimento é igualmente ato do
movente, e não apenas do móvel.
Para entender isto, deve-se explicar que tudo o que é movido tem que
ser movido por uma causa eficiente que lhe é externa, porque todo
movimento pressupõe uma passagem da potência ao ato e a pura potência
não pode passar sozinha ao ato. Se o contrário fosse verdade, isto
suporia na potência uma determinação já existente pela qual já não
seria pura potência, mas ato. Esta determinação, necessária para
desencadear o movimento, que pelo fato de já ser uma determinação
por isso mesmo teria natureza de ato, é necessária ao movimento e,
não podendo vir da própria potência, supõe um agente externo em ato
que cause o movimento. Assim se demonstra, portanto, que tudo o que
é movido tem que ser movido por um agente externo e o movimento,
entendido neste sentido, é tanto ato do móvel como do movente.
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