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No prólogo dos Princípios Matemáticos da Filosofia Natural de
Isaac Newton encontramos afirmações como as seguintes:
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"Resta-nos definir,
como conhecidísssimos de todos,
o tempo, o espaço, o lugar e o movimento.
Temos que dizer, porém,
que o vulgo não concebe estas quantidades
senão pelas relações com as coisas sensíveis.
É daí que nascem certos prejuízos,
para cuja remoção convém distinguir
as mesmas entre absolutas e relativas.
O tempo absoluto,
verdadeiro e matemático,
flui sempre igual por si mesmo
e por sua natureza,
sem relação com qualquer coisa externa.
O espaço absoluto,
por sua natureza,
sem nenhuma relação com algo externo,
permanece sempre semelhante e imóvel.
O lugar é uma parte do espaço
que um corpo ocupa.
O movimento absoluto
é a translação de um corpo
de um lugar absoluto
a outro lugar absoluto.
Assim como a ordem das partes do tempo
é imutável,
assim também é a ordem
das partes do espaço.
Pertence à essência deles serem lugar,
e é absurdo que os lugares se movam,
embora estas partes do espaço
não possam ser vistas pelos sentidos
e distinguidas umas das outras
por nossos sentidos.
Na Filosofia Natural, porém,
devemos fazer abstração dos nossos sentidos.
Os lugares imóveis são aqueles que,
por toda a infinidade,
conservam as posições mútuas,
pelo que sempre permanecem imóveis,
constituindo o espaço que chamo imóvel.
É dificílimo, porém,
conhecer os verdadeiros movimentos
de cada um dos corpos,
dado que as partes do espaço imóvel
em que os corpos se movem de verdade
não caem sob os sentidos".
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