CAPÍTULO 157

Deus, que não permite que ocorra o mal senão com a esperança de daí tirar um bem maior, e que

"castiga àqueles a quem ama",

Apoc. 3, 19

ofereceu a Alexandre VI, tal como o faz a muitos de nós, em vários momentos de nossa vida, uma segunda e excelente oportunidade de emendar a sua vida.

Alexandre VI não era um homem ruim. Ele entendeu perfeitamente a mensagem e a oportunidade que a Providência estava lhe proporcionando. Ele foi sincero e desejou emendar-se, tal como o havia sido também em 1460, quando da advertência de Pio II. Mas infelizmente, tal como ocorre tantas vezes conosco, Alexandre VI falhou novamente.

A boa semente, como diz o Evangelho, caíu entre espinhos. Ele

"escutou a palavra, mas as aflições deste mundo e as alucinações das riquezas a sufocaram, e ela não pôde dar o seu fruto".

Mt. 13, 22

Trata-se de uma triste realidade que continua ocorrendo com os homens em geral até os dias de hoje, algo cuja imunidade não está incluída entre as promessas que Cristo fêz à Igreja, entre as quais Ele não deixou nenhuma prometendo santidade e salvação a nenhum Pontífice, mas apenas que, junto a eles, tudo o que pertence à essência do que Cristo confiou à Igreja para benefício dos homens até o fim dos tempos jamais poderia ser destruído. E, se estas coisas podem, portanto, acontecer com um Papa, com mais razão podem acontecer e de fato ocorrem todos os dias com todos nós.