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Até a época em que surgiu o Arianismo, as heresias não eram coisa
nova na Igreja. Quando apareciam, anteriormente, os bispos, como
guardiães do depósito da fé, as condenavam e preveniam os fiéis; e
os inovadores, ao serem expulsos da Igreja, não conseguiam, após
sua condenação, manter sua posição na Igreja ou suas posições
heréticas.
Com o Arianismo, porém, deu-se uma transformação a este
respeito. No ano 318 Ário, presbítero da Igreja de
Alexandria, começou a propagar suas idéias a respeito da natureza do
Verbo. Segundo elas, o Verbo não seria Deus mas apenas uma
criatura. O bispo de Alexandria, Alexandre, chamou-o à ordem e
chegou a reunir um concílio local com cerca de cem bispos do Egito e
da Líbia que condenaram os erros de Ário e o excomungaram junto com
um grupo de cinco presbíteros, seis diáconos e dois bispos, seus
partidários.
Ário, porém, não aceitou a condenação e procurou apoio exterior,
na Palestina, e com o apoio conseguido iniciou uma verdadeira guerra
de acaloradas controvérsias. O Oriente cristão acabou por
transformar-se em toda a parte num cenário de conflitos e disputas.
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