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É por este motivo que, muito ao contrário do Velho
e do Novo Testamento, os escritos dos cristãos dos primeiros
séculos estão repletos de passagens que condenam o aborto.
A primeira clara condenação do aborto na
literatura cristã se encontra em um livro do primeiro século
chamado Didaché, também conhecido como O Ensinamento dos
Doze Apóstolos. O texto diz claramente:
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"Não matarás a criança por aborto.
Não matarás aquilo que foi
gerado".
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A Didaché não faz parte do cânon das Sagradas Escrituras.
Entretanto, é um escrito cristão do primeiro século, e que
foi tida em tanta consideração nos tempos primitivos da
Igreja que muitos a julgaram de importância comparável aos
livros do Novo Testamento.
Outros cristãos dos primeiros tempos que
explicitamente condenaram o aborto em seus escritos foram
Clemente de Alexandria, Atenágoras e Tertuliano, no
século II, São Basílio, São João Crisóstomo, Santo
Ambrósio, São Jerônimo e Santo Agostinho no século IV,
entre outros. Através destes textos ficamos sabendo que os
abortos eram feitos, naquela época, principalmente por meio
de drogas.
A Epístola 22 de São Jerônimo assim se expressa:
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"Algumas mulheres quando percebem
que conceberam ilicitamente tomam
venenos para aborto.
Freqüentemente morrem inclusive
elas próprias e assim são
conduzidas para o inferno pela
culpa de três crimes: por matarem
a si próprias, pela infidelidade
para com Cristo e por parricídio
de seus próprios filhos não
nascidos".
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No Pedagogo, Clemente de Alexandria diz:
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"Aquelas mulheres que ocultam a
libertinagem sexual tomando drogas
estimulantes para provocarem
aborto perdem completamente a
própria humanidade juntamente com
o feto".
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Athenágoras, no Legatio pro Christianis, deixou escrito:
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"As mulheres que tomam drogas para
provocarem aborto são culpadas de
homicídio, e elas terão de
responder perante Deus por causa
deste aborto".
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Aos cristãos que provocassem aborto e se arrependessem se
reservava uma penitência, que variava conforme o critério do
bispo do local. Em alguns casos a duração desta penitência
chegou a ser de quinze anos.
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