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Todas as coisas anunciadas por Isaías se cumprem em botão sempre que
alguém, renunciando ao pecado, pela fé em Cristo e pelo amor,
recebe a graça do Espírito Santo e se incorpora à sua Igreja.
Elas passam a se cumprir de uma maneira mais manifesta diante dos
homens quando, pelo auxílio da graça que nos chega através de
Cristo, pela perfeita renúncia a si mesmo, por uma profunda e
contínua prática das virtudes, pelo estudo, pela reflexão e pela
oração, é concedida ao homem a graça da contemplação, que nada
mais é do que o exercício intenso e simultâneo na alma humana das
virtudes teologais da fé, esperança e caridade. Quando ocorre
isto, verifica-se então no homem a sétima bem aventurança de que
nos fala Jesus no Evangelho de Mateus:
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"Bem aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus".
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O texto, efetivamente, não diz `porque serão filhos de Deus',
mas porque `serão chamados filhos de Deus', isto é, porque a
condição de sua filiação divina se manifestará de modo tão
evidente diante dos homens que eles próprios espontaneamente passarão
a chamá-los de filhos de Deus. Era a estes que Jesus se dirigia,
quando pediu:
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"Assim brilhe a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras,
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus".
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Que se pode concluir destes ensinamentos?
dizia Santo Antão em suas cartas,
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"em sua bondade,
quiz reconduzir-nos a nosso estado original,
que jamais deveria ter desaparecido.
Ele não se poupou,
mas visitou suas criaturas para salvá-las todas.
Verdadeiramente nada nos faltou
em tudo o que Ele empreendeu por nossa miséria.
A seus profetas ordenou que nos instruíssem,
a seus apóstolos prescreveu
que nos evangelizassem.
Mais ainda, pediu a seu Filho único que tomasse,
por nossa causa, a condição de escravo.
Ele se entregou por todos nós;
já Criador dos homens,
vem ainda curá-los.
É preciso, pois,
que o homem dotado de razão
se examine e se interrogue
sobre o que poderia retribuir a Deus
por todos estes bens dEle recebidos".
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Cabe agora a nós, graças à vinda de Cristo, fazer com que a
profecia de Isaías se manifeste de maneira evidente sobre a terra.
São Paulo, 19 de setembro de 1995
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