CAPÍTULO 11

Durante algum tempo tudo correu bem. Embora a vida fosse árdua, estava liberta dos espinhos das preocupações mundanas e, além disso, adoçada com o mel das consolações divinas. No entanto, surgiu uma ocasião em que os mantimentos escassearam e os monges se viram ameaçados de morrer de fome, quando a Providência lhes proporcionou alguns amigos generosos que lhes forneceram não só o auxílio imediato para as suas necessidades como também os libertou de terem de ganhar o sustento com o trabalho de suas mãos.

Sendo o que é a fraqueza humana, o resultado era fácil de prever. A virtude que florescera no inverno da adversidade, murchou e feneceu perante o brilho da prosperidade, e com a fortuna material veio o desamparo espiritual. O abade proferia recriminações, súplicas, ameaças, tudo debalde. Por fim, Roberto decidiu abandonar para sempre os seus filhos degenerados. Na sua resolução foi acompanhado por Alberico, o prior, Estêvão, agora subprior e cerca de dezenove dos membros mais fervorosos da comunidade.