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Três séculos antes, o Segundo Concílio de Lião foi o que mais próximo esteve, antes do
de Trento, de obter a reforma da Igreja. Foi o penúltimo antes da Peste Negra, e teria
sido mesmo o último antes dela, não tivesse a convocação do de Viena sido obtida
pela imposição intempestiva do Rei de França. Para o Segundo Concílio de Lião havia
sido convocado Santo Tomás de Aquino, provavelmente o maior entre os sábios que
houve no Cristianismo, mas que, infelizmente, faleceu a caminho do Concílio. De sua
participação naquele Concílio muito se esperava para o bem da Igreja e talvez ele teria
vindo a ser uma das pessoas que com mais razão deveria ter ali estado presente.
Quis, porém, a Providência que de uma outra e insuspeitada forma ele estivesse
presente não no Concílio de Lião, mas trezentos anos mais tarde no Concílio de Trento,
que haveria de ser o definitivo da série e que iria obter aquilo que o Segundo de Lião
realmente almejava.
A este respeito escreveu no início deste século o Papa Leão XIII na encíclica Aeterni
Patris:
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"Os Concílios Ecumênicos,
em que brilha a flor da sabedoria
escolhida em toda a terra,
se têm ocupado sempre em prestar
a Tomás de Aquino
especial homenagem.
A maior honra prestada a Santo Tomás,
só a ele reservada
e que nenhum outro dos doutores católicos
pode partilhar,
provém porém
dos Padres do Concílio de Trento,
quando fizeram que,
no meio da santa assembléia,
com os livros das Escrituras
e com os Decretos dos Papas,
fosse colocada aberta sobre o mesmo altar
a Summa Theologiae de Tomás de Aquino
para dela extrais conselhos,
razões e decisões".
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