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Continua Nagle:
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“Uma das mais significativas formas
de padrão de pensamento educacional,
na década de 20,
foi a de considerar a escolarização como problema vital,
pois da solução dele dependeria o encaminhamento adequado
dos demais problemas da nacionalidade.
Isso não significa
que não fossem percebidas muitas outras questões:
era impossível deixar de perceber os problemas
de natureza política, econômica e social
que caracterizavam de maneira tão profunda
o terceiro decênio deste século
e colocavam o país em situação de crise.
E não deixaram de ser percebidos.
No entanto, perdiam a primazia
para os problemas especificamente educacionais,
desde que na solução destes se encontrava a chave
para resolver aqueles.
Julgava-se que os empecilhos
à formação de uma sociedade aberta
se encontravam, basicamente,
na grande massa analfabeta da população brasileira,
em primeiro lugar,
e no pequeno grau de disseminação
da instrução secundária e superior,
que impede o alargamento na composição das elites
que conduzem o país.
À medida em que se torna a instituição mais importante
do sistema social brasileiro,
a escola primária se transforma
no principal ponto de preocupação
de educadores e homens públicos:
procurou-se em especial mostrar o significado
profundamente democrático da educação primária,
pois é por meio dela que a massa
se transforma em povo”.
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Até aqui Jorge Nagle.
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