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Em seguida Aristóteles passa à consideração dos princípios da
natureza, entendidos estes em sua abordagem mais fundamental
possível. Sejam quais forem os primeiros princípios da natureza, os
quais terão que ser também os primeiros princípios do movimento,
terão que possuir as seguintes características:
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Que não sejam a partir de outros;
que não sejam a partir um do outro;
que todas as coisas sejam a partir deles.
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Ora, qualquer coisa que se torna a partir de outra coisa o faz a
partir da negação desta coisa. Neste sentido, dizemos que o branco
se torna branco a partir do não branco. Todas as coisas da natureza,
portanto, ou são contrários ou se tornam a partir de contrários.
Temos assim dois princípios necessários em qualquer mutação: o
término para o qual tende o movimento e o oposto deste término a
partir do qual se iniciou o movimento. A natureza, pois, supondo o
movimento, pressupõe também, como princípios, a existência de
dois contrários entre os quais se realiza o movimento.
Não basta, porém, a existência de dois contrários para explicar o
movimento. É necessário também tomar como um terceiro princípio o
sujeito destes contrários, pois não é o próprio branco que se torna
negro, mas alguma coisa branca que deixa de ser branca e se torna
negra. Os contrários transformam um terceiro, que é o sujeito de
ambos, e este sujeito é, assim, o terceiro princípio que deve ser
postulado para explicar o movimento.
Desta maneira, todas as gerações das coisas naturais podem ser
explicadas colocando-se a existência de um princípio material e de
dois princípios formais. Estes princípios podem ser chamados de
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o término
o oposto do término.
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Ou, ainda melhor,
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a forma
a privação da forma
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