2. Deus antes da Economia (Revelação, Criação e Redenção).

Tanto Hipólito como Tertuliano tinham a concepção de Deus existindo em total solidão desde toda a eternidade, tendo, porém, de modo imanente e em unidade indivisível consigo mesmo, sua razão ou Verbo.

A. Hipólito.

Hipólito afirma que o Verbo de Deus e sua Sabedoria são distintos, sendo de fato o Filho e o Espírito Santo enquanto imanentes. Sempre houve uma pluralidade em Deus, pois,

"embora sozinho, Ele era múltiplo, pois Ele não estava sem o seu Verbo e sua Sabedoria".

B. Tertuliano.

Tertuliano é mais explícito:

"Antes de todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo e Ele, pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, Sua própria Razão".

Em outra passagem ele tenta explicar, mais claramente que os seus antecessores, o ser-outro ou a individualidade desta razão imanente ou Verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do qual o homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um "outro" e um "segundo" no homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina desde toda a eternidade e que constitui "um segundo para consigo".

Referências:

Hipólito : Refut. 10,33,1;
Idem : Contra Noetus 10;
Tertuliano : Adv. Prax. 5.