CAPÍTULO 31

Continua Nagle:

“Uma das mais significativas formas de padrão de pensamento educacional, na década de 20, foi a de considerar a escolarização como problema vital, pois da solução dele dependeria o encaminhamento adequado dos demais problemas da nacionalidade. Isso não significa que não fossem percebidas muitas outras questões: era impossível deixar de perceber os problemas de natureza política, econômica e social que caracterizavam de maneira tão profunda o terceiro decênio deste século e colocavam o país em situação de crise. E não deixaram de ser percebidos. No entanto, perdiam a primazia para os problemas especificamente educacionais, desde que na solução destes se encontrava a chave para resolver aqueles. Julgava-se que os empecilhos à formação de uma sociedade aberta se encontravam, basicamente, na grande massa analfabeta da população brasileira, em primeiro lugar, e no pequeno grau de disseminação da instrução secundária e superior, que impede o alargamento na composição das elites que conduzem o país. À medida em que se torna a instituição mais importante do sistema social brasileiro, a escola primária se transforma no principal ponto de preocupação de educadores e homens públicos: procurou-se em especial mostrar o significado profundamente democrático da educação primária, pois é por meio dela que a massa se transforma em povo”.

Até aqui Jorge Nagle.