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Assim, portanto, como já foi dito, encontram-se quatro leis, a
primeira sendo a lei da natureza, que Deus infundiu no homem na
criação, a segunda a lei da concupiscência, a terceira a lei da
Escritura, a quarta a lei da caridade e da graça que é a lei de
Cristo.
Como, porém, é evidente que nem todos podem ser versados na
ciência, foi-nos dada por Cristo uma lei breve, para que por todos
pudesse ser sabida, e ninguém por ignorância pudesse escusar-se de
sua observância, e esta é a lei do amor divino. Como diz o
Apóstolo:
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"Fará o Senhor
uma palavra abreviada
sobre a terra".
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Deve-se saber, ademais, que esta lei deve ser a regra de todos os
atos humanos. Com efeito, assim como vemos nas coisas feitas pela
arte humana, em que cada obra é dita boa e correta quando segue a
regra da arte, assim também qualquer obra humana é reta e virtuosa
quando concorda com a regra do amor divino. Quando, porém, discorda
desta regra, não é boa, nem reta, ou perfeita. Portanto, para
que os atos humanos se tornem bons, é necessário que concordem com a
regra do amor divino.
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