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Foi nesta época que surgiu a Companhia de Jesus. Embora tenha
tentado cristianizar o tipo de ensino que tomou conta da época baseado
na literatura e no estudo dos clássicos, a partir daí conhecido como
ensino humanista, a Companhia, ao estabelecer a Ratio Studiorum
como regulamento de seus estabelecimentos de ensino secundário, não
atinou ou não lhe foi possível atinar para com o legado pedagógico
que os cristãos anteriores à época da Peste Negra haviam deixado.
Ela na verdade acabou adotando como própria a metodologia fundamental
do Renascimento para os estudos secundários. Foi esta metodologia
que entrou no Brasil com a colonização portuguesa e continuou
inalterada até à Primeira República, mesmo com as profundas
transformações por que iria passar na Europa. Em termos
educacionais, até à primeira guerra mundial, mesmo com a expulsão
dos jesuítas das terras brasileiras pelo Marquês de Pombal em
1759, o Brasil continuou na linha da pedagogia renascentista.
Pombal havia expulsado os padres, mas os que ficaram simplesmente
continuaram, embora de uma maneira muito ineficiente, os mesmos
métodos e as mesmas concepções, como se no resto do mundo nada
estivesse acontecendo.
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