4. Santo Hilário de Poitiers.

Devido à desorganização que Santo Hilário vinha causando ao movimento ariano na Gália, atual sul da França, no ano 356 os arianos franceses conseguiram obter o exílio de Hilário para o Oriente. Exilado na Ásia Menor, e pela primeira vez em contato com o debate teológico da Igreja Oriental, Hilário percebeu que a distância existente entre os `homoeouseanos' e os defensores do Concílio de Nicéia era extremamente pequena, e que não seria difícil estabelecer uma aproximação entre ambos.

Em um livro intitulado "De Synodis seu de Fide Orientalium" admitiu que o `homoousios', a menos que fosse salvaguardado por uma adequada distinção entre as Pessoas, levaria a uma interpretação sabeliana. Quanto ao termo `homoeousios', considerando-se que os seus defensores já enfatizavam corretamente a doutrina das três Pessoas, deveria ser interpretado no sentido de uma perfeita igualdade o que, estritamente falando, significaria a unidade da natureza.

Sua conclusão foi que, já que os Católicos, ou seja, os Nicenos, reconheciam a distinção das Pessoas, não poderiam negar o `homoeousios', enquanto que os `homoeouseanos', por outro lado, eram obrigados a reconhecer a unidade da substância se eles acreditavam seriamente na perfeita semelhança da substância.

Depois de passar três anos exilado na Ásia, a pedido dos arianos orientais, que o descreviam como "agitador do Oriente", foi-lhe permitido voltar à França. De regresso à pátria, Hilário articulou o desmoronamento definitivo do arianismo no Ocidente.