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A beleza das criaturas que dissemos ser o simulacro da sabedoria divina
abrange a posição, o movimento, a espécie e a qualidade. Destas
quatro é fora de dúvida que o lugar mais excelente cabe ao movimento,
porque o que é animado pelo movimento está mais próximo à vida do
que as coisas que não podem ser movidas.
Dissemos também do movimento que existe o que é local, o natural, o
animal e o racional. O movimento natural supera o local porque não
somente expressa a imagem da vida, mas a própria vida, de certo
modo, nele tem o seu início. O movimento animal sobrepuja, por sua
vez, ao movimento natural tanto quanto o sentido sobrepuja o
sensível. Finalmente, o racional sobrepõe-se a todos os demais,
porque nele não somente é movido o sentido para a animação, mas
também a razão para o entendimento. Não é possível encontrar nas
criaturas um simulacro mais evidente do que este, pois naquilo que ele
é demonstra a sabedoria invisível mais manifestamente do que todos os
demais.
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