3. Segundo aspecto: duas tendências na abordagem da posição do Verbo na Divindade.

Na Igreja Ocidental o problema era colocado numa ótica onde se percebia a influência do monarquianismo. Os teólogos do ocidente procuravam enfatizar a unidade divina sentindo mais profundamente o caráter misterioso das distinções dentro da Divindade.

Na Igreja Oriental, a influência dominante era a proveniente de Orígenes. Os orientais não tinham tantas dificuldades em descrever a distinção das pessoas dentro da Trindade; ao mesmo tempo, porém, havia uma divisão entre eles quanto ao modo de explicarem como esta distinção de pessoas não contradizia a unidade divina. De modo geral, antes do aparecimento do Arianismo, havia na Igreja Oriental duas posições derivadas de Orígenes: uma, mas moderada, insistia claramente na unidade existente entre as pessoas divinas e colocava que o Filho não era uma criatura; outra, mais radical, acentuou demasiadamente a tendência subordinacionista de Orígenes. Veremos a seguir as posições de alguns representantes destas tendências.

O Arianismo representou, mais tarde, uma posição muito mais radical que a dos origenistas mais extremos, praticamente impossível de vir a tornar-se aceita no Oriente, muito menos no Ocidente. A grande propaganda que teve esta heresia, entretanto, acabou por obrigar a Igreja universal a tomar uma posição oficial em Nicéia.