CAPÍTULO 138

Mas como Papa, Sixto IV encontrou o trono de São Pedro imerso em uma realidade profundamente diversa tanto da Ordem Franciscana da qual ele provinha como da situação em que o próprio Nicolau V o havia encontrado quando de sua eleição.

Nicolau V havia sido eleito para o Pontificado com a Santa Sé e os Estados Pontifícios em uma situação de escombros. Sixto V encontrou-os já em avançada fase de organização, mas ao mesmo tempo já infiltrados pela corrupção. Havia, ademais, um clima de desconfiança e mesmo de ódio em relação ao Papa, uma vez que Paulo II, o antecessor de Sixto IV, havia entrado em sérios litígios com os humanistas de Roma e expulso dezenas deles do serviço da Santa Sé.

A maior parte dos territórios pontifícios fora de Roma ainda estavam nas mãos de aproveitadores que, embora nominalmente se declarassem legados papais, comportavam-se na realidade como déspotas feudais. Os territórios situados nas fronteiras dos Estados Pontifícios estavam também nas miras das ambições políticas dos demais estados italianos. Isto, porém, não era novidade. A novidade agora era o medo dos políticos italianos quanto ao que faria este novo Papa que, assumindo o governo de um Estado em fase de intensa reconstrução, vinha precedido da fama de um reformador intransigente.