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O interesse norte americano no crescimento dos
países asiáticos começou a aflorar durante os anos da década
de 20 por causa do desafio japonês à hegemonia americana no
Pacífico. Vários escritores causaram impacto ao afirmarem que
uma das causas fundamentais deste fato seria a pressão
populacional. A derrota japonesa durante a guerra,
entretanto, terminou com esta fonte de ansiedade. Ela foi,
porém, substituída pelo medo de que os países pobres e
densamente povoados da Àsia fornecessem um campo fértil para
a propagação do comunismo. Escritores malthusianos
protestavam que a superpopulação produzia descontentes
facilmente seduzíveis pela propaganda comunista. A introdução
das técnicas modernas da medicina teria contribuído para
piorar a situação, acelerando ainda mais as taxas de
crescimento. O controle da mortalidade deveria ser
contrabalanceado pelo controle da natalidade; porém, conforme
era notado, por muita ajuda externa que fosse dada, nenhuma
era dada para estas finalidades. Embora nas universidades
americanas esta posição fosse compartilhada pelos estudiosos
da demografia, o mesmo não se podia dizer dos economistas
envolvidos nos programas de ajuda externa norte americanos;
para estes o problema era considerado apenas do ponto de
vista de assegurar que o crescimento econômico fosse mantido
num nível mais alto do que o crescimento populacional.
Quanto ao próprio governo norte americano, este
evitava diplomaticamente assumir qualquer posição,
principalmente devido ao caráter controverso que assumiam
estas questões. Entretanto, após uma grande polêmica nacional
a respeito, um comitê presidencial sobre programas de ajuda
externa divulgava um relatório no qual se afirmava
abertamente a relevância do assunto. O presidente Eisenhower
então passou o relatório "sem comentários" para a Comissão
de Relações Exteriores do Senado, numa tentativa de encerrar
a discussão. A Comissão do Senado, porém, pediu parecer ao
Stanford Research Institute, o qual acabou chegando às
mesmas conclusões do relatório. Diante disto o presidente
Eisenhower apressou-se a declarar publicamente:
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"Enquanto eu estiver aqui, este
governo não terá nenhuma doutrina
política sobre controle de
natalidade".
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Mas o governo americano não conseguiria sustentar esta
posição durante muito tempo. Na virada da década, conforme
veremos, o problema do controle da natalidade já se teria
tornado uma questão eleitoral.
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