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Há uma dupla ordem, a da geração e a da perfeição. Segundo a
ordem da geração, pela qual a matéria é anterior à forma, e o
imperfeito é anterior ao perfeito em uma só e mesma coisa, a fé
precede a esperança e a esperança precede a caridade segundo o ato,
pois segundo o hábito estas virtudes são infundidas simultaneamente.
Não se pode, de fato, tender em algum movimento apetitivo, seja
esperando, seja amando, senão para aquilo que é apreendido pelo
sentido ou pelo intelecto. Ora, pela fé o intelecto apreende as
coisas que espera e que ama. De onde que é necessário que, na ordem
da geração, a fé preceda a esperança e a caridade.
Semelhantemente, pelo fato de que o homem ame algo, passa a apreender
aquilo como bem seu. Pelo fato de que o homem espere de algo conseguir
um bem para si, passa a considerar aquilo em que possui esta esperança
como um certo bem seu. De onde que pelo homem esperar alguma coisa de
algo, passa a amar este algo. E assim, na ordem da geração,
segundo o ato, a esperança também precede a caridade.
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