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"E recebi o livro da mão do anjo,
e o devorei,
e era na minha boca doce como o mel.
Mas, tendo devorado o livro,
meu ventre tornou-se amargo".
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Desta passagem diz São Gregório Magno:
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"Devoramos este livro
quando nos alimentamos com avidez
das palavras da vida".
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Na ordem do anjo para devorar o livro o que mais se repreende senão o torpor de nossa
preguiça, pois não buscamos palavras do Senhor e seus mistérios por nós mesmos e, quando
no-las são ditas por outros, as ouvimos contra a vontade. Devoramos, portanto, e comemos o
livro quando lemos as palavras de Deus. Muitos, porém, as estudam e permanecem em jejum
mesmo com este estudo. Muitos ouvem a voz da pregação, mas depois de ouví-la retornam
vazios e em jejum porque, ainda que pela mente tenham apreendido a inteligência do
Sagrado Discurso, esquecendo e não conservando o que ouviram, não refazem as vísceras do
coração.
Os que estudam e não permanecem em jejum são aqueles que entendem e
conservam aquilo em que trabalharam. Estes devoram o livro santo, o comem e não
permanecem em jejum porque a MEMÓRIA não perde os preceitos da vida cujo sentido
puderam apreender. E às vezes ocorre também que, pelo dom da graça celeste, estes
apreendem também a palavra da doutrina e a verdade nela contida, que com doçura ruminam
interiormente e com a qual apascentam suavemente seus próximos.
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