24. O relatório da Associação Médica Britânica e a primeira reunião pública da ALRA.

Conforme explicado mais acima, três vezes havia sido proposta na Associação Médica Britânica a formação de um comitê para estudar a questão do aborto. O comitê foi finalmente formado em 1935 mas apenas para estudar os aspectos médicos da questão. Fazia parte deste comitê o Dr. Alec Bourne, que logo em seguida inscrever-se-ia na ALRA.

O relatório final da Associação Médica Britânica somente foi divulgado em julho de 1936. Mas na primeira reunião pública da ALRA, em maio de 1936, Janet Chance já divulgava os detalhes do relatório da Associação.

O comitê havia chegado à conclusão que a terminologia vaga da lei do aborto era indesejável e afirmava-se convictamente que o aborto deveria ser legalizado nos casos em que poderia haver danos à saúde física ou mental da paciente. No caso de uma gravidez decorrente de um estupro em uma idade abaixo da do consentimento, que na época era de dezesseis anos, o comitê declarava que uma experiência tão penosa como o parto em uma tenra idade "deveria ser considerada como indicação para o aborto, mesmo que de maneira geral os danos à saúde mental da gestante viessem no futuro a não ser levados em conta como indicação para o aborto".

O comitê também se pronunciou a respeito do aborto por indicações não médicas. A este respeito ele declarava:

"O comitê não tem dúvidas de que a legalização no aborto por motivos de indicações sociais e econômicas faria muito para resolver o problema da operação clandestina. Ele coloca, entretanto, que esta é um assunto para ser considerado pela comunidade como um todo, e não apenas pela profissão médica".