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Tomás era filho de um médico bom e competente mas que, apesar disto, viveu na
pobreza e, ademais, morreu cedo deixando o jovem Tomás órfão.
Mais tarde Tomás iniciou seus estudos na Universidade de Bolonha, mas por falta de
recursos foi obrigado a interrompê-los. Conseguiu um emprego de preceptor junto a
uma família nobre em Florença e, dois anos depois, já havia juntado dinheiro
suficiente para continuar seus estudos interrompidos em Bolonha e formar-se em
Teologia.
O futuro Nicolau V, naqueles dois anos que passou em Florença como preceptor, pôde
tomar contato com os expoentes do movimento renascentista e ele próprio tornou-se um
humanista, embora conservando a fé e a pureza de vida de um cristão.
Três anos depois de formar-se em Teologia foi ordenado sacerdote e o arcebispo de
Bolonha, Nicolau Albergati, o convidou para ser seu secretário particular.
Dom Albergati, o arcebispo de Bolonha, era uma alma santa, que havia pertencido à
rígida ordem de vida contemplativa dos Cartuxos. Tomás foi seu fiel amigo e
secretário durante mais de vinte anos. Neste período o arcebispo de Bolonha tornou-se
Cardeal e o Papa Eugênio IV teve que refugiar-se durante nove anos na cidade próxima
de Florença. A presença do Cardeal Albergati de Bolonha era constante em Florença
e, por conseguinte, também a do seu secretário Tomás. Toda noite, após o serviço,
Tomás se reunia com a nata dos humanistas em Florença ou era visto junto aos
livreiros florentinos, para onde ia todo o dinheiro que ele possuía de próprio.
Após a morte de Dom Nicolau Albergati o Papa Eugênio IV escolheu ao próprio
Tomás como a pessoa mais digna para sucedê-lo.
Depois disto os acontecimento se seguiram rapidamente. Em menos de três anos Tomás
se tornou primeiro arcebispo de Bolonha, depois Cardeal e, quando todos e ele
próprio menos esperavam, foi elevado ao trono pontifício. Como Papa, escolheu o
nome de Nicolau V pela admiração que ele tinha pelo santo arcebispo de quem havia
sido secretário durante tantos anos.
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