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Nada disso, porém, aconteceu.
Com a República instalou-se a corrupção e a fraude eleitoral
generalizada em proporções hoje inteiramente inimagináveis, mesmo
para quem nasceu em território brasileiro, se não forem consultados
os anais da história. O problema da educação, que começava a
aflorar no fim do Império, caiu no esquecimento quase total. Foi
criado um Ministério da Educação, é verdade, mas que durou
apenas dois anos, pois na realidade havia sido criado mais para impedir
que Benjamin Constant se tornasse o Ministro da Guerra do que por
outro motivo. Benjamin Constant havia sido professor da Academia
Militar; havia sido ele que na manhã do dia 15 de novembro quem
tinha pressionado o Marechal Deodoro da Fonseca, ainda indeciso, a
proclamar a República; era um famoso propagador da Filosofia
Positivista e um candidato natural para ocupar a pasta de Ministro da
Guerra; mas, se fosse criado um Mistério da Educação, não
haveria ninguém mais indicado do que ele para ocupar o novo
ministério. Criou-se-o, então, para que se deixasse livre o
Ministério da Guerra. A falta de visão com que o novo Ministério
foi criado notava-se já pelo seu nome: possuía o título de
Ministério da Educação, Correios e Telégrafos, sendo que o
orçamento da parte referente aos Correios e aos Telégrafos era
superior à parte que estava destinada à Educação. Dois anos
depois, esta Ministério era extinto, e a Educação passou a fazer
parte dos atributos do Ministro da Justiça.
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