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A resolução da ECOSOC em julho de 1964 tinha sido
oficialmente dirigida não apenas às Nações Unidas como um
todo, mas encaminhada para cada uma de suas agências
especializadas. Na Organização Mundial da Saúde ela foi
oficialmente recebida na 35a. Sessão do Comitê Executivo da
OMS. O representante da Holanda, afirmando que havia
finalmente chegado a hora da OMS decidir quais seriam as suas
responsabilidades neste campo, submeteu a fêz aprovar uma
resolução pedindo um relatório da Diretoria Geral sobre as
possíveis maneiras de atuação.
Ao que parece, a esta altura dos acontecimentos a
OMS já estava realizando pesquisas na área da reprodução
humana com verbas norte americanas, possivelmente da Fundação
Ford.
O relatório do Diretor Geral, apresentado na 18a.
Assembléia Mundial da Saúde em maio de 1965, versava
principalmente sobre estas pesquisas em andamento. Havia,
entretanto, uma curta seção admitindo que a OMS deveria estar
preparada para atender a serviços de consultoria. Apesar
disso, de maneira geral o relatório dava a impressão de ser
um ato de extrema cautela. Tanto os que se colocaram em uma
posição favorável como contrária ao relatório pediram que
esta última parte, a que realmente interessava, fosse
devidamente esclarecida ou posteriormente aprofundada por
comissões de estudo.
Foi finalmente aprovada uma resolução que afirmava
que a OMS poderia fornecer serviços de consultoria nos
aspectos médicos do controle da natalidade, mas tais serviços
se limitariam ao aconselhamento técnico, e não envolveriam,
atividades operacionais. Um dos fatores de maior peso na
votação favorável foi a posição do representante dos Estados
Unidos, que já podia citar nesta data as palavras favoráveis
do presidente Johnson ao Congresso no início daquele ano.
A partir deste posicionamento de 1965, porém, a
interpretação do que tinha sido escrito ficou dividida em
duas correntes. Aqueles que eram favoráveis ao completo
envolvimento da OMS no controle da natalidade afirmavam que o
não envolvimento da organização "em atividades
operacionais" significava que a OMS somente não deveria
assumir o controle efetivo das clínicas de planejamento
familiar. Aqueles que erram completamente contra o
envolvimento da OMS neste campo afirmavam que estas palavras
significariam que a OMS não poderia passar da função de órgão
de consultoria. Esta ambigüidade, conforme veremos, seria
resolvida no ano seguinte.
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