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Todas estas coisas, conforme dissemos, estão escondidas e seladas
nas histórias da Sagrada Escritura, porque
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"o reino do céu é semelhante
a um tesouro escondido no campo,
o qual, quando um homem o acha, esconde-o e,
pela alegria que sente de o achar,
vai, vende tudo o que tem,
e compra aquele campo".
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Deve-se considerar mais diligentemente, nesta passagem, se nela não
se indica que somente a própria superfície, por assim dizer, da
Escritura, isto é, aquilo que se lê conforme a letra, é um campo
repleto e florescente de todo gênero de plantas, mas também aquele
entendimento espiritual mais elevado e profundo que são os tesouros de
sabedoria e ciência escondidos aos quais o Espírito Santo, por meio
de Isaías, chama de tesouros obscuros, invisíveis e escondidos
(Is. 45, 3). Para que estes tesouros possam ser encontrados é
necessário o auxílio divino, o único que poderá quebrar as portas
de bronze (Is. 45, 2) em que foram fechados e escondidos que
poderá arrombar as travas de ferro (Is. 45, 2) com as quais se
fecha o caminho pelo qual se chega às coisas que no Gênese foram
escritas e seladas sobre os diversos gêneros de almas, às
descendências e gerações que pela proximidade pertencem a Israel ou
que são separadas mais longe de sua estirpe, ao que é aquela descida
ao Egito das setenta almas (Gn. 46, 27) que foram no Egito
como astros do céu em meio à multidão. Não são todos os que
descenderam destes, porém, que foram luz deste mundo:
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"Nem todos, de fato,
os que descendem de Israel,
são israelitas".
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Os descendentes destas setenta almas, de fato, se tornaram como a
areia inumerável que está à beira do mar.
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