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Porém, quando levantamos os olhos e contemplamos o mundo ao nosso redor vemos um
quadro muito diverso do que é descrito por Parmênides. Não existe apenas um único
ser, mas uma multiplicidade de seres os mais diversos. Além disso, nenhum deles é
imutável mas, ao contrário, o que vemos incessantemente é que tudo muda. A água
evapora e retorna à terra pela chuva, os alimentos apodrecem, os seres vivos morrem e
nascem, os animais se locomovem, o dia sucede à noite e depois do inverno vem a
primavera. Será que Parmênides não enxergou tudo isso? Justamente um dos pré
socráticos, aqueles sábios que tanto se esforçavam por contemplar a natureza? Mas se
ele enxergou, então ele nos deve uma explicação. O que ele tem a nos dizer diante
deste espetáculo da natureza, tão diverso do que ele nos deduz em suas teorias? É
muito simples, explicaria Parmênides. Tudo isto, diria Parmênides, tudo isto que
estamos vendo, toda esta multiplicidade e todas estas mudanças e alterações, não
passam de uma ilusão.
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