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É bastante provável que tenha sido a exposição de
Annie Porritt durante a Quinta Conferência um dos principais
fatores que inspiraram a campanha publicitária desenvolvida
no ano seguinte pela da clínica de aconselhamento sobre
controle de natalidade estabelecida em Londres por Marie
Stopes em nome da Liga Malthusiana inglesa.
Incapaz de atrair a atenção pública e não tendo
conseguido fazer-se prender pelas autoridades inglesas pelo
crime de promover o controla da natalidade entre as classes
trabalhadoras da zona sul de Londres, a Dra. Marie Stopes
resolveu processar por calúnia o Dr. Halliday Sutherland, um
médico católico que havia criticado o seu trabalho em algumas
passagens de um livro desfavorável ao controle da natalidade.
O julgamento começou em 21 de fevereiro de 1923 e foi
arrastado por meio de duas apelações. O veredicto final
absolveu o Dr. Sutherland com base na conclusão do júri do
tribunal de primeira instância que havia achado os seus
comentários "verdadeiros na substância e no fato". Mas,
enquanto isso, o objetivo publicitário da Liga havia sido
alcançado.
Dez anos depois deste julgamento, Marie Stopes
publicou um livro, denominado "Roman Catholics Methods of
Birth Control", onde ela classificava a oposição do Dr.
Sutherland como uma "interferência da Igreja Católica
Romana em um país protestante". Como o livro não
conseguisse ser vendido, a Dra. Stopes, acompanhada pela
imprensa, dirigiu-se à catedral católica de Londres onde
acorrentou um exemplar da obra à pia batismal.
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