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Poucos meses após a Sexta Conferência
Internacional de Nova Delhi, a ECAFE decidiu realizar uma
Conferência Regional sobre População para procurar
soluções práticas para o problema demográfico. A Conferência
realizou-se em Nova Delhi em dezembro de 1963. Durou 10 dias
consecutivos e contou com a participação de duzentos
representantes de 14 países asiáticos e outros cinco não
asiáticos. Houve tentativas por partes de outras Comissões da
ONU no sentido de impedir a realização de uma Conferência
voltada para soluções práticas; desta vez elas não surtiram
efeito.
A tônica da Conferência foi a concordância geral
de que o rápido crescimento populacional se constituía num
sério obstáculo para o crescimento econômico. Uma resolução
final foi aprovada por votação unânime, à qual se acrescentou
uma série de recomendações. A primeira parte da resolução
convidava os governos da região a "tomarem consciência da
urgência em adotar-se uma política populacional positiva
relacionada com as necessidades individuais de cada país
e com as necessidades gerais da região". Ao Secretário
Executivo da ECAFE foi pedido que expandisse atividades
populacionais regionais, particularmente as referentes a
treinamento e pesquisa, e a promover a troca de experiências
e informações sobre política populacional entre os estados
membros da região. Quanto às Nações Unidas e suas agências
especializadas, era-lhes pedido que "expandissem seus
objetivos de assistência técnica e que elas estivessem
preparadas para oferecer, mediante o pedido dos
governos, assistência no que diz respeito a
estatísticas, pesquisa, experiências e programas de ação
relacionados com população".
Em março de 1964, três meses depois de encerrada a
Conferência sobre População, a própria ECAFE que a havia
patrocinado discutiu as resoluções tomadas pela mesma e as
endossou por unanimidade. Foi aprovada uma nova resolução que
praticamente repetiu as conclusões da Conferência. Já que a
ECAFE era uma das Comissões Regionais especializadas da
ECOSOC (VI,5), esta resolução foi para lá encaminhada.
A resolução da ECAFE foi examinada pela ECOSOC em
julho de 1964. O Japão, a Índia e o Iran, com o apoio do
México e da Iugoslávia introduziram um projeto de resolução
pedindo à Assembléia Geral da ONU, às Comissões Econômicas
Regionais e à Comissão Populacional examinar o assunto e
"fazer recomendações com vista a intensificar o trabalho
da ONU na assistência aos governos em relação aos
problemas populacionais com que estes se defrontam". O
parágrafo quatro desta resolução pedia que a ECOSOC
endossasse a resolução da ECAFE. O representante dos Estados
Unidos afirmou que se o seu governo se "opunha a que a ONU
iniciasse qualquer atividade envolvendo o fornecimento
de instrumentos específicos para o controle da
natalidade, já que tais instrumentos são repugnantes
para muitos povos", mas por outro lado ele aprovava a
assistência "relacionada com o estudo do problema e a
disseminação do conhecimento sobre o controle da
natalidade". Alguns países se opuseram ao endosso da
resolução da ECAFE, mas com medo de que esta oposição não
surtisse efeito, propuseram em vez disso que apenas "se
chamasse a atenção da Assembléia Geral" para a mesma. A
proposta acabou sendo aceita sem objeções. A resolução da
ECAFE, assim, passaria agora a ser examinada por parte da
Assembléia Geral da ONU, não, porém, sem antes muita coisa
ter acontecido.
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