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O que ocorreu foi que Gregório XI morreu muito pouco tempo depois de seu regresso à
cidade de Roma. O povo romano receava que os cardeais, quase todos franceses,
elegessem como Papa outro francês. Cercaram o conclave que deveria eleger o
sucessor de Gregório XI e com gritos e ameaças exigiam que o novo Papa fosse um
romano, ou pelo menos um italiano. Chegaram em uma ocasião até mesmo a invadir o
próprio recinto do conclave.
Os cardeais, com medo e em um clima de muita tensão, elegeram como Papa um bispo
italiano que não fazia parte do Colégio dos Cardeais, um homem de cultura, bons
costumes e profunda piedade. Infelizmente, porém, como depois de percebeu, era
também dotado de um temperamento explosivo e inflexível.
Durante os quatro meses seguintes de seu pontificado, Urbano VI, -este era o nome que
o novo Papa havia escolhido-, descontentou com o seu comportamento autoritário
todos os cardeais franceses. Santa Catarina de Sena, aquela que havia obtido o retorno
dos Papas à Itália, chegou a escrever-lhe uma carta em que o convidava a
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"moderar,
em nome de Jesus crucificado,
os impulsos espontâneos
de sua natureza".
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Mas ele lamentavelmente não o fêz. Havia sido eleito em abril; em agosto os cardeais
franceses reuniram-se novamente em conclave e declararam que era inválida a eleição
anterior porque havia sido extorquida pelo tumulto da plebe, e que iriam eleger agora
o verdadeiro sucessor de Gregório XI.
Foi eleito um Papa francês, justamente aquele que era, diante do povo italiano, o mais
impopular dos cardeais franceses.
Tomou ele o nome de Clemente VII e retornou para Avinhão.
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