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A USAID foi tomou posição diante das questões
levantadas de uma forma mais breve. Utilizou-se para isto
apenas de uma página inteira da Science de 10 de janeiro de
1969. Um dos pontos importantes a serem salientados neste
texto é que, provavelmente pela primeira vez, a USAID
declarava de modo simultaneamente claro e ambíguo, seu
interesse pela legalização do aborto no mundo.
Sob o título "A Estratégia sobre Planejamento
Familiar da USAID", R. T Ravenholt, diretor do Serviço
Populacional, a seção da USAID encarregada do problema
demográfico, afirmava que "em vista da controvérsia contínua
relacionada com a contribuição do planejamento familiar na
solução da crise da população mundial e o corrente papel da
USAID como o `patrocinador individual do avanço das
nações em deter o crescimento populacional no mundo
subdesenvolvido', muitos podem estar interessados na
filosofia e na estratégia sobre as quais o programa
populacional e de planejamento familiar da USAID está
baseado".
"Tem sido afirmado que a ampliação da liberdade
humana através da extensão dos programas de planejamento
familiar fracassaria em deter adequadamente o aumento
populacional e, portanto, outras e até coercitivas medidas
sociais de controle populacional seriam necessárias. Este
argumento está largamente baseado em um conceito estreito do
que constitui um programa de planejamento familiar. Alguns o
encaram simplesmente como o estabelecimento de serviços
clínicos e contraceptivos. Outros consideram as diversas e
relevantes atitudes que contribuem ao maior uso dos serviços
disponíveis e ao melhoramento da prática do planejamento
familiar como uma parte integral de um planejamento familiar
eficaz. Visto a partir desta última perspectiva, ações como o
oferecimento de informações e educação, a elevação da idade
do casamento, a revogação das leis e dos incentivos pró
natalistas, e o repúdio ou a liberalização das leis contra o
aborto são consideradas parte integrante de um programa de
planejamento familiar compreensivo. Por outro lado, os
programas de controle populacional são diferentes do
programas de planejamento familiar pelo fato de que os
primeiros planejam ou controlam a dinâmica populacional por
meios outro do que o controle da fertilidade, isto é, pela
manipulação da mortalidade e da migração ou de ambos".
"Dentro da USAID, para evitar confusões,
usualmente falamos de programas de planejamento familiar e de
programas de planejamento populacional".
"Um julgamento fundamental freqüentemente ouvido é
que a plena implementação dos programas de planejamento
familiar e o pleno exercício da fertilidade pelas mulheres e
casais se situarão bem afastados do ideal de zero de
crescimento populacional. O atual excesso de nascimentos
sobre mortes tem causado algum pessimismo em muitos países
subdesenvolvidos. Mas, por outro lado, parece existir uma
sólida base para otimismo. Onde, no mundo, existe um país
onde seu povo tem a liberdade e a capacidade de controlar sua
fertilidade e onde se verifica um contínuo uso em grande
excesso de suas potencialidades reprodutivas? O quadro parece
claro de que, nos países onde as mulheres não necessitam
reproduzir exceto se e quando elas escolherem, significando
isto que elas tenham acesso a métodos de controle de
natalidade posteriores, como o aborto provocado, assim como a
anteriores, como os contraceptivos, a situação é
encorajadora. No Japão e em diversos países da Europa
Oriental a taxa de reprodução líquida caíu abaixo de 1 e a
preocupação social se deslocou do problema de uma taxa de
reprodução excessivamente grande para o problema da taxa de
reprodução possivelmente excessivamente baixa".
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