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A caridade não significa apenas o amor de Deus, mas também uma
certa amizade para com Ele. Esta amizade acrescenta sobre o amor um
re-amor com uma certa mútua comunicação, como está escrito no
VIII Livro da Ética. Que isto pertença à caridade é evidente
pelo que está escrito na Primeira de João, onde se lê:
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"Quem permanece na caridade,
permanece em Deus,
e Deus permanece nele".
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E na Primeira aos Coríntios está escrito:
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"Fiel é Deus,
por quem fostes chamados
à sociedade com o seu Filho".
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Esta sociedade do homem para com Deus, que é uma certa convivência
familiar com Ele, principia no presente pela graça e se aperfeiçoa
no futuro pela glória, as quais são possuídas pela fé e pela
esperança. Assim como alguém não poderia ter amizade com outra
pessoa se desacreditasse ou desesperasse de poder ter alguma sociedade
ou convivência familiar com ele, assim também ninguém pode ter
amizade com Deus, e isto é a caridade, se não tiver fé, pela qual
pela qual creia em tal sociedade e convivência do homem com Deus, e
espere pertencer a esta sociedade. Deste modo, a caridade não pode
ser possuída de nenhum modo sem fé e esperança.
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