3. As colocações da época acerca do Espírito Santo.

Em um sermão datado do ano 380, São Gregório de Nazianzo comenta os diversos pontos de vista que eram sustentados na época acerca do Espírito Santo. Alguns consideram o Espírito Santo como uma força, outros uma criatura, outros Deus; outros ainda desculpam-se alegando que a Sagrada Escritura não é clara a respeito e não tomam posição. Dentre aqueles que reconhecem a divindade do Espírito Santo, alguns têm esta afirmação apenas como uma opinião pessoal, outros a proclamam abertamente, enquanto que outros, finalmente, afirmam que as três Pessoas possuem a divindade em graus diferentes.

Dos que negavam a divindade do Espírito Santo, sabemos de outras fontes que alguns afirmavam que

"não chamariam o Espírito Santo de Deus, mas também não presumiriam chamá-lo de criatura";

outros afirmavam que o Espírito Santo ocupa

"uma posição intermediária, nem sendo Deus, nem sendo uma das outras criaturas".

Citavam uma multidão de textos da Escritura sugerindo a inferioridade do Espírito Santo e apontavam o silêncio da Bíblia a respeito de sua divindade.

Aqueles que negavam a divindade do Espírito Santo também diziam que somente é concebível em Deus uma relação como a existente entre Pai e Filho. Portanto, se o Espírito Santo fosse Deus, teria que ser ou um princípio não gerado paralelo ao Pai ou o irmão do Filho, e nenhuma destas alternativas seria aceitável.

Referências:

S. Gregório Nazianzo : Oratio 31,8; 31,23-28; 31,7;
Sócrates : Historia Ecclesiastica 2,45;
Didymus :De Trinitate 2,8; 2,5; 3,30-40; 2,10; (PG 39,617);
Pseudo Athanasius : Dial. contra Maced. 1,1.