CAPÍTULO 87

Fala Mário de Souza Lima:

“É fora de dúvida o terem falhado quase de todo as inúmeras e sucessivas reformas do ensino secundário. Todas as experiências se ensaiaram, todos os processos de exame, todos os programas de ensino, todos os regimes escolares e, ao cabo de tudo isso os mesmos clamores sempre se levantaram, apregoando a anarquia do ensino.

Ressalta à primeira vista a falta de continuidade entre as leis que se sucedem. Fica-se verdadeiramente atordoado no meio daquele montão de projetos e de leis que se opõem e contradizem, sucedendo-se com intervalos de poucos meses, sem tempo para um estudo demorado da legislação em vigor e de suas conseqüências práticas. Acrescenta-se a isto que, antes mesmo da entrada em vigor, começa o desvirtuamento da lei graças à multidão de ofícios e avisos em contradição com a sua letra e espírito, como sucedeu com o Código de 1901 e a reforma Maximiliano.

Diante destes fatos, cuja exatidão ninguém ousará contestar, seria deveras para se admirar que tivéssemos no ensino o verdadeiro aparelho de educação pelo qual aspiramos”.