11. A Utopia Revolucionária.

A utopia revolucionária foi uma nova concepção sobre a humanidade gradualmente elaborada durante os anos 1700, especialmente pelos escritos dos filósofos políticos franceses. Um dos seus temas mais freqüentes era a quase inevitabilidade do melhoramento iminente da humanidade. O crescimento numérico da população era visto neste contexto como um claro sintoma de vitalidade nacional.

Havia nesta época uma crença bastante difundida de que o mundo na época do Império Romano tinha sido muito mais populoso do que o da Europa Moderna. Montesquieu, nome bastante conhecido até hoje pelos seus escritos filosóficos, - foi ele que formulou a teoria da independência dos poderes legislativo, executivo e judiciário que logo em seguida foi adotada pelos responsáveis pela independência americana - , sustentava que os países da Europa da época de Carlos Magno, isto é, por volta do ano 800 DC, tinham tido um número 10 vezes maior de habitantes do que em 1750. Colocada a questão desta maneira, não havia como levantar-se a questão da possibilidade de um excesso populacional. A questão que se impunha ao pensamento era antes justamente a oposta, isto é, a da crise populacional. Neste sentido, muitos dos trabalhos dos filósofos eram neste período acompanhados de propostas para se aumentar o vigor nacional e aumentar a população.

O livro de Malthus, de um modo especial, foi escrito para refutar alguns destes filósofos. O texto de Malthus citava em particular "as especulações do Sr. Godwin, do Sr. Condorcet e de outros escritores".