CAPÍTULO 34

Ruy Nunes, professor brasileiro de História da Educação, coletou em sua obra "História da Educação na Idade Média" alguns dados que testemunham este processo de decadência do ensino a partir dos anos 1300 DC.

"Tem razão Le Goff",

diz Ruy Nunes em seu livro,

"ao chamar a atenção para a distância sempre maior entre o trabalhador intelectual das escolas medievais dos anos 1100 e 1200 e o catedrático ou o professor mercenário dos anos 1400. A sociedade desenvolveu-se, apareceram novos empregos, o dinheiro ganhou mais importância que nas épocas anteriores, enquanto a vida intelectual amortecia e só chispeava, ainda, nos raros sábios que sustentavam a honra da estirpe dos primeiros pobres e devotos estudiosos".

"Neste ambiente o intelectual da Idade Média aos poucos foi desaparecendo para ser substituído pelo humanista, que apreciava o ócio e o lazer da aristocracia antiga, abandonando uma das principais tarefas do intelectual, ao perderem o contato com o povo e ao desfazerem o liame entre a ciência e o ensino".