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Durante o Império Romano, um dos deveres dos
censores era o de fazerem relatórios sobre o número dos
cidadãos. Infelizmente não restou nenhum dos registros feitos
sobre estes censos. Com a queda do Império, o hábito de se
contar a população cessou, mesmo porque na desagregação que
se seguiu esta tarefa teria sido impossível ainda que se a
preceituasse.
Por volta do fim do primeiro milênio da era
cristã, quando a reorganização já havia sido levada a cabo em
grau considerável, foram feitas algumas tentativas esparsas
de se contar casas e moradias com o propósito de possibilitar
melhor cobrança de impostos. Tais contagens, porém, ainda
assim eram raras e não foi senão em torno de 1600 e 1700 que
se fizeram na Europa tentativas mais sérias de se manter
registros regulares e analisar tendências populacionais em
termos de crescimento ou declínio. Por isso a situação
populacional na época do Império Romano somente pode ser
estimada, embora esta estimativa esteja fundamentada em algo
mais do que em simples opiniões. Muita discussão houve até
que se chegasse a uma conclusão qualitativamente definitiva,
conforme se verá a seguir.
A estimativa clássica, considerada
qualitativamente correta, veio de J. Beloch, num trabalho
datado de 1886 sobre o Império Romano no início da era
cristã. Atualmente esta estimativa foi refinada, mas seus
contornos gerais continuam os mesmos. Segundo ela, na época
do nascimento de Cristo a Itália teria seis milhões de
habitantes. A Sicília, antiga colônia grega, seiscentos mil.
Toda a Europa pertencente ao Império Romano contaria com 23
milhões de habitantes. O Império Romano inteiro, com as
províncias africanas e asiáticas teria 54 milhões de
habitantes.
Neste mesmo período houve na China dois censos
parciais, que permitem estimar sua população em 71 milhões de
habitantes.
A Índia era, neste período, a região mais populosa
do planeta.
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"Colocando as evidências da arqueologia, da
literatura e da história juntas, chega-se à conclusão
que antes da era cristã a Índia tinha uma população
considerável, primeiramente devido à sua avançada
tecnologia, em segundo lugar devido ao fértil meio
ambiente para a aplicação desta tecnologia".
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Estima-se
que a população da Índia no ano 300 AC estava entre 100 e 140
mulhões de habitantes.
Deste modo, somando as populações do Império
Romano (54 milhões), da China (71 milhões) e Índia
(estimativa inferior de 100 milhões), temos 225 milhões.
Considerando o resto do mundo, um total mundial de 300
milhões de habitantes parece uma cifra razoável. Este dado
concorda com uma outra estimativa que foi possível de se
fazer para o ano de 1650, a qual deu um total mundial de 545
milhões de habitantes.
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