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"Se dormis entre os apriscos,
as penas da pomba brilham como prata,
e o seu dorso no fulgor do ouro".
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A pomba é qualquer alma fiel e simples. Suas penas brilham como prata quando suas
virtudes são manifestas pela fama da boa opinião.
Reúne tantos grãos de sementes para a sua refeição quantos são os exemplos
dos justos que toma para si para bem operar.
Possui dois olhos, o direito e o esquerdo, que são a MEMÓRIA e a
inteligência. Neste prevê o futuro, naquele chora sobre o passado. Nossos pais fecharam
estes olhos no Egito quando não entenderam as obras de Deus, nem guardaram na
MEMÓRIA a multidão de suas misericórdias.
A pomba possui duas asas, o amor do próximo e o amor de Deus. A
primeira, pela compaixão se estende ao próximo, a segunda pela contemplação se ergue até
Deus. Destas asas procedem as penas, isto é, as virtudes da alma, penas que resplandecem
com o brilho da prata quando, pela fama da boa opinião oferecem aos ouvintes, ao modo da
prata, um doce tilintar.
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