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Destes exemplos, que poderiam ser multiplicados indefinidamente,
depreende-se quão importante é o estudo das Sagradas Escrituras
para se alcançar a virtude da fé, fonte da graça e de todo o bem.
Será, pois, uma obrigação para aqueles que desejam se aproximar de
Deus o estudo constante e metódico das Escrituras.
Resta-nos apenas concluir esta exortação com as palavras de Hugo de
São Vítor do prólogo das "Alegorias de ambos os Testamentos":
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"Quem quer que se dedique
ao estudo da ciência e da sabedoria divina",
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diz Hugo de S. Vitor,
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"poderá conhecer o fruto
das lições das Sagradas Escrituras
mais pela sua própria experiência
do que pelo testemunho dos outros.
A alma que se dedica
ao estudo das Sagradas Escrituras
encontrará nela uma ocupação honesta,
assim como a sagacidade da meditação,
a força da oração
e a luz da contemplação celeste.
Formar-se-á segundo o exemplo dos santos,
será instruída no exercício das virtudes
e se firmará no exercício das boas obras.
Neste estudo manifestam-se os enganos das ilusões,
rejeita-se a malícia da iniqüidade,
e somos conduzidos ao verdadeiro
e perfeito conhecimento da verdade
e ao amor da bondade.
Reanimam-se as forças
para não sucumbir na adversidade
e fundamentam-se
para que não se dissolvam na prosperidade.
Aprendemos a recordar o passado
e a ter cautela do futuro.
Quem quer que, portanto,
renunciasse a apascentar-se do alimento das Escrituras,
já teria começado a perder com isto
a vida da própria alma,
e dele poderia-se dizer com o salmista:
`A sua alma aborrecia toda a comida,
e chegou às portas da morte'.
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