15. Os homens sábios, segundo Aristóteles, são amados por Deus.

Santo Tomás conclui suas considerações sobre a felicidade comentando duas conhecidas passagens de Aristóteles, na qual o filósofo afirma que os homens sábios são amados por Deus.

São estas as suas palavras:

"O homem feliz segundo a felicidade especulativa, por operar segundo o intelecto contemplando a verdade, colocando o seu cuidado nos bens do intelecto, parece estar otimamente disposto, na medida em que possui excelência naquilo que é ótimo ao homem, e é, segundo Aristóteles, amadíssimo por Deus. De fato, supondo, como é da verdade da coisa, que Deus tenha cuidado e providência acerca das coisas humanas, é razoável que se compraza com os homens acerca daquilo que é ótimo neles, e que é semelhantíssimo a Deus.

Trata-se do intelecto, como é patente de tudo o que foi dito.

Conseqüentemente, é razoável que Deus maximamente beneficie aqueles que amam o intelecto, e honram o próprio bem do intelecto preferindo-o a todos os outros, como o próprio Deus cuida daqueles que operam retamente e bem.

Conclui-se, portanto, que o homem sábio seja amadíssimo por Deus. Ora, será felicíssimo o homem que for maximamente amado por Deus, que é fonte de todos os bens. De onde se conclui que também segundo isto, já que a felicidade do homem é dita pelo fato de ser amado por Deus, o homem sábio é maximamente feliz" (73).

Referências

(73) In libros Ethicorum Expositio, L. X, l. 13, 2133-4.