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O Apóstolo afirma que
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"A justiça de Deus é pela fé em Jesus Cristo
sobre todos os que crêem.
Não há distinção,
porque todos pecaram e necessitam
da glória de Deus,
justificados gratuitamente
pela sua graça por meio da redenção
que está em Jesus Cristo,
para manifestação de sua justiça
por causa da remissão
dos delitos passados".
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Pergunta-se a respeito dos antigos justos, que eram retidos no
inferno, se os seus pecados lhes haviam sido remidos pela fé e pelo
arrependimento. Se seus pecados haviam sido remidos, por qual motivo
eram retidos no inferno? Se não haviam sido remidos, por outro
lado, então não eram justos, pois não há justiça sem remissão
dos pecados.
SOLUÇÃO.
Todos os pecados haviam-lhes sido remidos, pela fé e pelo amor, mas
não haviam alcançado ainda todos os efeitos da remissão. Dois são
os efeitos da remissão, carecer da pena e fruir da glória. Destes
somente possuíam o primeiro antes da morte de Cristo, pois não
sofriam a pena atual ao mesmo tempo em que não haviam recebido a
glória, pois não viam a Deus.
Pode-se, porém, objetar que, se eram justos, eram também dignos
da glória. Por que não se lhes dava, portanto, aquilo de que eram
dignos? Solução: sua justiça não era tanta que fosse suficiente
para obter a vida sem a morte de Cristo, nem tampouco seus pecados
haviam-lhes sido remidos absolutamente, mas sim sob uma certa
expectativa e promessa do Cristo futuro que satisfaria por eles. De
onde que o Apóstolo diz que Cristo morreu não somente pela remissão
dos delitos presentes, mas também dos passados. Pois
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"Ele próprio é o Cordeiro
que foi sacrificado
desde a origem do mundo".
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