CAPÍTULO 122

Tomás era filho de um médico bom e competente mas que, apesar disto, viveu na pobreza e, ademais, morreu cedo deixando o jovem Tomás órfão.

Mais tarde Tomás iniciou seus estudos na Universidade de Bolonha, mas por falta de recursos foi obrigado a interrompê-los. Conseguiu um emprego de preceptor junto a uma família nobre em Florença e, dois anos depois, já havia juntado dinheiro suficiente para continuar seus estudos interrompidos em Bolonha e formar-se em Teologia.

O futuro Nicolau V, naqueles dois anos que passou em Florença como preceptor, pôde tomar contato com os expoentes do movimento renascentista e ele próprio tornou-se um humanista, embora conservando a fé e a pureza de vida de um cristão.

Três anos depois de formar-se em Teologia foi ordenado sacerdote e o arcebispo de Bolonha, Nicolau Albergati, o convidou para ser seu secretário particular.

Dom Albergati, o arcebispo de Bolonha, era uma alma santa, que havia pertencido à rígida ordem de vida contemplativa dos Cartuxos. Tomás foi seu fiel amigo e secretário durante mais de vinte anos. Neste período o arcebispo de Bolonha tornou-se Cardeal e o Papa Eugênio IV teve que refugiar-se durante nove anos na cidade próxima de Florença. A presença do Cardeal Albergati de Bolonha era constante em Florença e, por conseguinte, também a do seu secretário Tomás. Toda noite, após o serviço, Tomás se reunia com a nata dos humanistas em Florença ou era visto junto aos livreiros florentinos, para onde ia todo o dinheiro que ele possuía de próprio.

Após a morte de Dom Nicolau Albergati o Papa Eugênio IV escolheu ao próprio Tomás como a pessoa mais digna para sucedê-lo.

Depois disto os acontecimento se seguiram rapidamente. Em menos de três anos Tomás se tornou primeiro arcebispo de Bolonha, depois Cardeal e, quando todos e ele próprio menos esperavam, foi elevado ao trono pontifício. Como Papa, escolheu o nome de Nicolau V pela admiração que ele tinha pelo santo arcebispo de quem havia sido secretário durante tantos anos.