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Na segunda metade do século segundo temos outro escritor digno de
atenção por ter sido discípulo de São Policarpo, o mesmo de que
já falamos nesta capítulo, discípulo por sua vez de São João
Evangelista. Chamava-se Irineu, tornado bispo de Lião no ano de
178. Sua vinculação a São Policarpo e a São João
Evangelista tornam seu testemunho merecedor de especial
consideração. No seu principal livro, denominado "Contra as
Heresias", Santo Irineu testemunha a posição geral da Igreja de
que a Eucaristia é sacrifício instituído por Deus e profetizado por
Malaquias:
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"Dando aos seus discípulos
o conselho de oferecer a Deus
as primícias de suas criaturas,
tomou o pão e deu graças dizendo:
`Este é o meu corpo'.
Da mesma maneira,
afirmou que o cálice era o seu sangue,
e ensinou a nova oblação do Novo Testamento,
a qual, recebendo-a dos Apóstolos,
a Igreja oferece a Deus em todo o mundo,
a respeito do que Malaquias profetizou assim:
`Meu afeto não está convosco,
diz o Senhor Onipotente,
e não aceitarei de vossas mãos sacrifícios,
porque desde o Nascente ao Poente
meu nome é glorificado entre as nações
e em todo lugar se oferece ao meu nome
um sacrifício puro,
pois grande é o meu nome entre as nações,
diz o Senhor Onipotente',
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significando manifestissimamente com isto
que o povo anterior cessará de oferecer a Deus;
em todo o lugar, porém,
lhe será oferecido um sacrifício,
e este será puro;
e o seu nome é glorificado entre as nações".
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Cont. Her.: L.4, c.17
PG 7, 1023
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