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Observa-se, portanto, no mundo antigo, duas tendências educacionais básicas.
Nos filósofos encontra-se pouca ênfase nos estudos referentes à linguagem e uma
grande importância dada aos estudos que desenvolvem a inteligência abstrata. Esta
tendência vinha desde Pitágoras e mesmo desde Tales, que a história aponta como
versados em matemática e astronomia. Incorporou-se, porém, ao patrimônio da
civilização ocidental propriamente com Platão, que aconselha, na `República', aos que
iriam estudar Filosofia, que se dedicassem antes ao aprendizado de quatro disciplinas
que ele elenca como sendo a matemática, a geometria, a astronomia e a música. Tais
como foram propostas por Platão, estas quatro disciplinas tinham grande afinidade
entre si e podem ser consideradas em seu conjunto como ciências matemáticas. A
astronomia da época não era, de fato, a moderna astrofísica, mas a astronomia de
posição, em que as considerações geométricas e matemáticas eram fundamentais, e a
música de que fala Platão não é o aprendizado da virtuosidade no cantar ou no tocar
um instrumento, mas uma teoria da harmonia dos sons em que se estudava-se com
ênfase, por exemplo, os modos das vibrações das cordas
Já os oradores davam ênfase aos estudos como gramática, lógica e retórica.
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