Capítulo 4

No Evangelho há mais de uma passagem onde Jesus compara sua obra a um banquete em que todos são convidados, embora poucos atendam a este chamado.

Ao Jesus dizer isto, estava cumprindo uma profecia escrita seiscentos anos antes pelo profeta Isaías, em que este profetizava a respeito do monte Sião, o monte sobre o qual estava construída Jerusalém, ou, literalmente, a cidade da paz:

"Sobre este monte,
o Senhor preparará
para todos os povos
um banquete de seletos manjares,
um festim de vinhos generosos.
Neste monte tirará o véu
que encobria os povos todos,
e a coberta que se estende
sobre todas as gentes.
Aniquilará para sempre a morte,
e o Senhor Deus enxugará
as lágrimas de todas as faces".

Is. 25,6-8

No Evangelho, na plenitude de sua essência, encontramos este banquete, preparado para todos os povos, de seletos manjares. O mais belo de todos os convites que Deus já dirigiu à humanidade consiste exatamente em convidá-los para este banquete, em que as faculdades espirituais do homem são elevadas até que ele possa compreender e participar desta plenitude.

Dizemos compreender, porque na última ceia o próprio Jesus o disse, dirigindo-se aos seus discípulos:

"Já não vos chamo de servos,
porque o servo não sabe
o que faz o seu senhor;
chamo-vos de amigos,
porque vos dei a conhecer
tudo aquilo que ouvi de meu Pai".

Jo 15, 15

Dissemos também participar, porque o Evangelho também assim o disse:

"A quantos o receberam,
deu-lhes o poder de se tornarem
filhos de Deus,
aos que crêem no seu nome,
e que não pelo sangue,
nem pela vontade humana,
mas de Deus nasceram.
De sua plenitude todos nós recebemos,
graça sobre graça".

Jo. 1, 12

Através dos textos encontrados nesta biblioteca desejamos responder a estas perguntas:

O que vem a ser o Cristianismo?
O que ele quer?
Quais são os serviços que ele
presta à humanidade?

São as mesmas perguntas que se fêz Michael Schmaus. Porém o Evangelho é algo tão imenso e tão profundo que será impossível responder a estas perguntas, assim formuladas, nos textos desta biblioteca que empreendemos iniciar. Por causa disso o que iremos fazer será acender uma fagulha, um pequeno luzeiro, mas de maneira que, embora seja uma parte bem pequena da resposta, o seja de tal maneira que permita ter um vislumbre bem mais distante, que permita ter uma idéia mais sólida da ordem de coisas a que se refere o Evangelho e que possa servir como ponto de referência para cada um de nós no futuro.