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No que diz respeito ao crescimento líquido, não à
taxa de natalidade, até aproximadamente o ano de 1920 a
preocupação dos países europeus dizia respeito às pequenas
dimensões deste crescimento. Em torno do ano de 1930 o
problema agravou-se até tornar-se um evidente decréscimo
populacional. Dos países da Europa Ocidental, apenas a
Holanda estava crescendo. Todos os demais países tinham uma
taxa de reprodução líquida abaixo de 1: Bélgica 0,67 (1941);
Àustria 0,64 (1935); França 0,98 (1940); Inglaterra 0,81
(1938); etc..
O que havia de crescimento populacional na Europa
no início do século não se devia a uma capacidade reprodutora
elevada, mas a uma favorável distribuição de faixas etárias.
A distribuição de faixas etárias pode contribuir para as
tendências de crescimento porque uma sociedade onde a maioria
das pessoas são jovens e há, portanto, mais mulheres em idade
fértil, deve ter uma taxa de natalidade maior do que uma
sociedade onde as faixas etárias estão distribuídas por
igual.
A situação demográfica européia pode ser melhor
compreendida através da análise da taxa de natalidade
francesa durante este período. A primeira guerra mundial
alterou a distribuição das faixas etárias da população já que
as baixas da guerra estavam concentradas principalmente em
homens de idade entre 20 e 34 anos, o que resultou em um
decréscimo da taxa de natalidade. Com o fim da primeira
guerra mundial houve um aumento repentino da taxa de
natalidade, passando esta logo em seguida a diminuir
gradualmente até a segunda guerra. Esta diminuição se deveu
não apenas à distribuição de faixas etárias perturbadas pela
guerra, mas também à recessão econômica que se seguiu à
guerra e teve seu ponto culminante em 1930. O nascimento
destas crianças, contrariamente ao que se poderia esperar
numa primeira consideração, não foi cancelado, e sim adiado.
Elas, portanto, iriam nascer no fim da década de trinta e
início da de quarenta, quando teria havido um moderado
aumento na taxa de natalidade, se não tivesse se deflagrado a
segunda guerra mundial.
A segunda guerra mundial teve conseqüências
demográficas mais profundas que a primeira. A primeira guerra
havia causado baixas principalmente dentro das forças
armadas; a segunda guerra atingiu um espectro bem mais amplo.
Conforme pode ser visto nas três figuras anexas, a segunda
grande guerra causou novamente uma perturbação na
distribuição de faixas etárias. Nestas três figuras é nítida
a redução do número de pessoas nas faixas etárias entre 25 e
40 anos. Esta é a causa da continuação do declínio da taxa de
natalidade no período imediatamente posterior à segunda
guerra mundial. Estes fatos podem ser complementarmente
visualisados na figura maior onde se encontram superpostas
três distribuições de faixas etárias da Àustria
correspondentes aos anos 1910, 1934 e 1951.
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