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Clemente V não pretendia ficar na França para sempre, porém as condições anárquicas
em que vivia a Itália naquele momento e os problemas que Felipe o Belo criavam para
a Igreja fizeram com que ele se conservasse até o fim de seu pontificado em Avinhão.
Mais sério, porém, do que isso foi o fato de que 23 dos 24 novos cardeais que ele
designou fossem franceses. Era com isto bastante provável que o próximo Papa fosse
francês, como de fato o foi não apenas o seguinte como os demais durante um período
de setenta anos. Os novos Papas franceses nomeavam cardeais que em sua maioria
eram franceses, os quais elegiam novos Papas franceses, os quais, por sua vez, por
diversos motivos, não voltavam para a Itália. Começou a parecer uma coisa anormal
para o mundo que houvesse um Papa que não fosse francês e, ao mesmo tempo, em
parte por causa da impressão que os Papas seguissem muito docilmente os interesses
dos soberanos franceses, a Santa Sé foi perdendo a autoridade que havia
crescentemente obtido durante os séculos anteriores.
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