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Com o título de "Além do Planejamento Familiar",
foi publicado em fevereiro de 1969 uma réplica aos trabalhos
recentemente surgidos que impugnavam a eficiência do
planejamento familiar para a resolução dos problemas
populacionais. Logo em seguida um resumo deste trabalho
apareceria também da revista Science.
"Este trabalho", diz o presidente do Conselho
Populacional, "repousa sobre as seguintes hipóteses:
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A. Entre os grandes problemas da
agenda mundial se situa o problema
populacional.
B. O problema é mais urgente nos
países subdesenvolvidos, onde o
rápido crescimento populacional
retarda o desenvolvimento social e
econômico.
C. Existe uma penalidade sobre o
tempo em relação ao problema no
sentido em que, os demais fatores
sendo iguais, qualquer coisa não
feita mais cedo poderá se tornar mais
difícil de ser feita mais tarde,
devido ao acréscimo dos números.
D. Tudo o que possa aprimoradamente
ser feito para abaixar as taxas de
crescimento populacional deveria ser
feito, agora.
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A questão é: o que deve ser feito? Existe uma certa
concordância quanto ao objetivo geral, mas existe
discordância quanto aos meios.
Por que o planejamento familiar é o primeiro passo
na estrada que conduz ao controle populacional? Provavelmente
porque, de um ponto de vista político amplo, é o mais
aceitável de todos. Como está estreitamente relacionado com o
amparo à infância e à maternidade, ele pode ser visto sem
controvérsia como uma medida da área da saúde; como é
voluntário, pode ser justificado como uma contribuição à
liberdade efetiva de cada casal. Dos dois pontos de vista, a
prática se liga a valores aceitos e assim alcança viabilidade
política. Mais ainda, trata-se de um esforço gradual e
relativamente barato, características que contribuem para a
sua aceitabilidade política.
Quão eficazes tem sido os programas de
planejamento familiar como meios de controle populacional?
Existe atualmente alguma controvérsia sobre a sua eficácia
por parte dos observadores qualificados", entre os quais é
citado em primeiro lugar o "Política Populacional: os
programas atuais terão sucesso?" de K. Davis. "Mas existe
suficiente acordo sobre a magnitude e as conseqüências do
problema para que esforços adicionais sejam necessários para
se alcançar uma solução. Para o propósito deste trabalho,
então, vamos assumir que os programas de planejamento
familiar nacionais da atualidade, principalmente realizados
através da contracepção voluntária, não sejam suficientes. O
que deverá ser feito, então, além dos presentes programas de
planejamento familiar voluntário? Esta questão será a seguir
abordada de duas maneiras; primeiro, serão elencados os
programas ou políticas mais ou menos responsavelmente
sugeridos para este fim nos anos recentes; segundo, revisando
os problemas levantados pelas abordagens sugeridas".
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