CAPÍTULO 35

Ruy Nunes recolhe ainda o testemunho de Ricardo de Bury, chanceler da Inglaterra no início dos anos 1300 DC, sobre a situação escolar de seu tempo.

Segundo o testemunho de Ricardo, ele compara

"os antigos e os modernos quanto à devoção pelo estudo".

Os antigos na época de Ricardo de Bury eram, por exemplo, Santo Tomás de Aquino; os modernos eram os que estavam vivendo às vésperas da Peste Negra, a qual, porém, ainda não se havia abatido.

Os antigos, diz Ricardo de Bury, dedicavam a vida inteira à filosofia, enquanto que os modernos,

"os contemporâneos de nosso século, só lhe consagram alguns poucos anos da juventude, justamente na época das paixões e dos vícios, quando poderiam tirar mais proveito de tal estudo em uma idade mais avançada, mais serena e propícia à reflexão".

O motivo deste abandono dos estudos filosóficos é apresentado com as seguintes expressões:

"Todos seguem os estudos que levam ao ganho, mas poucos aprendem para saber".