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E o que deveremos dizer sobre o que, antes dEle, os profetas
predisseram sobre Ele? Estava escrito que não cessariam os
príncipes de Judá, nem os soberanos de seu meio, até que chegasse
aquele a quem teria sido confiado o reino, e até que viesse a
expectação dos povos (Gen. 49, 10). Pelo que hoje pode
observar-se, tudo isto é mais do que manifesto pela própria
história. Desde os tempos de Cristo não há mais reis entre os
judeus. Todas aquelas ambições judaicas nas quais tantos se jactavam
e se exaltavam, seja do decoro do Templo, seja dos famosos altares,
de todos aqueles aparatos sacerdotais e vestimentas pontifícias, tudo
isto foi destruído. Consumou-se assim a profecia que dizia:
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"Os filhos de Israel ficarão
durante muitos dias
sem reis e sem príncipes,
sem sacrifício e sem altar,
sem sacerdócio e sem respostas".
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Utilizamos estes testemunhos para aqueles que, no que diz respeito às
coisas que foram ditas no Gênesis por Jacó ao falar de Judá
(Gen. 49, 10), parecem afirmar que ainda haveria um príncipe
da descendência de Judá, que seria aquele que é o príncipe de seu
povo e ao qual chamam de Patriarca, os quais afirmam também que não
poderá faltar alguém que permaneça de sua descendência até o
advento do Cristo, conforme o descrevem para si mesmos. Mas se é
verdadeiro o que diz o Profeta, segundo quem
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"por muitos dias os filhos de Israel
permanecerão sem rei e sem príncipe,
nem haverá sacrifício,
nem altar, nem sacerdócio",
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e se, de fato, desde que foi destruído o Templo, não se oferecem
mais sacrifícios, nem se encontram altares, e se consta também não
haver sacerdócio, é mais do que certo que
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"faltam os príncipes de Judá",
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assim como estava escrito,
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"nem há soberanos em seu meio,
até que venha aquele
a quem foi confiado o reino".
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Consta, porém, que já veio Aquele a quem foi confiado, Aquele em
que reside a expectação das nações, e que tudo isto parece
manifestamente consumado pela multidão daqueles que, de diversas
nações, por meio de Cristo, creram em Deus.
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