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A causa final é a causa de todas as outras causas. Ela é,
simplesmente, a causa das causas. Sempre existe causalidade final nos
movimentos porque nada é movido da potência ao ato a não ser por um
agente externo que esteja em ato. A causalidade material e formal,
portanto, para resultarem num movimento, necessitam do agente externo
ou da causa eficiente. A causa eficiente, porém, agindo na medida
em que está em ato através de sua própria forma, tende
necessariamente para algo determinado, e esta é a causa final do
movimento. No caso dos seres inteligentes a explicação é
essencialmente a mesma, sendo que a forma que é a causa eficiente do
movimento é a própria forma apreendida pela inteligência daquele
que, através de sua vontade, causa o movimento; a diferença reside
apenas no fato de que, enquanto esta forma nos seres inanimados é
única e sempre predeterminada a um fim único, nos seres inteligentes
dotados de vontade ela não é necessariamente predeterminada.
Desta maneira, vemos que em Aristóteles temos uima concepção de
natureza essencialmente teleológica, um termo que vem da palavra grega
teles, que significa fim. A concepção das ciências experimentais
modernas a respeito da natureza, ao contrário desta, é
fundamentalmente centrada na causalidade eficiente.
Pode-se consultar ainda com proveito, sobre a teoria da causalidade,
o Apêndice ao segundo capítulo da Educação segundo a Filosofia
Perene.
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