4. A beleza das figuras pequenas.

Considera-se a figura pelo seu diminuto tamanho quando uma coisa qualquer não consegue alcançar a quantidade de seu gênero, tal como o piolho nos cabelos, a traça na indumentária, os vermes e os demais pequenos parasitas, que vive entre os outros animais, mas entre estes se destacam pela exiguidade de seus corpos.

Vê o que mais deves admirar, os dentes do javali ou os da traça? As asas de uma águia ou as de um minúsculo mosquitinho? A cabeça de um cavalo ou a de um gafanhoto? As pernas de um elefante ou a dos mais pequenos insetos? Uma águia ou uma formiga? Um leão ou uma pulga? Um tigre ou uma tartaruga? Ali admirarás a magnitude, aqui a parvidade: um pequeno corpo feito por uma grande sabedoria. Uma grande sabedoria em que não se oculta negligência alguma. Deu-lhes olhos que dificilmente os olhos poderão enxergar; em em corpos tão pequenos distribuiu plenissimamente todas as características adequadas às suas naturezas, de certo que não verás faltar nos menores deles nada de tudo quanto a natureza formou nos maiores.