NOTAS SOBRE O EFEITO ABORTIVO
DA CONTRACEPÇÃO HORMONAL


INTEGRIDADE NA TRANSMISSÃO DA VIDA (1).

O método anticoncepcional mais usado tem sido, e ainda é, a pílula. Há muitos agentes de pastoral que opinam que a pílula pode ser utilizada em casos extremos. Os jornais por todo o mundo notaram uma esperança de que o Papa, depois do Sínodo em Roma em 1980, mudaria o ensinamento da Igreja sobre a pílula. Os que esperam uma mudança na doutrina da Igreja referente à pílula o fazem por não entender a função da pílula e suas conseqüências físicas e morais.

A pílula anticoncepcional funciona de três maneira. Primeiramente, sua função principal foi considerada como a de impedir a produção (maturação) dos óvulos. Em tal caso a pílula, pelo seu mecanismo de enganar a pituitária com hormônios artificiais, dando-lhe a impressão de que a mulher estava grávida, produzia uma esterilização temporária. Nesse mês ou ciclo, a mulher não ovulava. Hoje em, dia, porém, devido à dose mínima, os hormônios artificias na pílula não logram sempre produzir os efeitos de uma gravidez fictícia.

A dose na pílula tem sido diminuída de tal modo, para evitar os seus efeitos secundários desagradáveis, que a mulher pode tanto ovular como não ovular em qualquer ciclo.

O segundo mecanismo da pílula é o de afetar a mucosidade no colo uterino, fazendo-a tão viscosa que os espermatozóides não a penetram. Efetivamente, uma barreira é posta entre os espermatozóides na vagina e o óvulo na trompa de Falópio. Este mecanismo é anticoncepcional.

Devido, porém, à baixa dosagem das pílulas atualmente utilizadas, não somente a mulher tem boa possibilidade de ovular, como também a mucosidade não está suficientemente alterada ao grau de impedir completamente a passagem dos espermatozóides, que assim podem chegar até o óvulo para fecundá-lo.

O terceiro mecanismo de ação da pílula é o de alterar o endométrio, o que impossibilitaria a implantação do óvulo já fecundado. A companhia Schering, uma das maiores fabricantes de pílulas anticoncepcionais do mundo, diz que hoje em dia este é o primeiro mecanismo de ação da pílula. Para nós, impedir a implantação do óvulo já fecundado é impedir que a criança se desenvolva no útero. E se a criança não pode implantar-se, tem que cair. Para nós, isto equivale a um aborto provocado.

Assim é que a mulher que toma a pílula tem possibilidade de engravidar em qualquer ciclo. Contudo, a possibilidade desta gravidez desenvolver-se é mínima, porque a pílula pode ser abortiva em qualquer ciclo. Neste sentido, dar licença para tomar a pílula seria como dar permissão a um pai de família de jogar roleta russa com a vida de seu filho uma vez ao mês. Mais do que as enfermidades que traz a pílula às mulheres de boa saúde, há que se agregar os problemas psicológicos e morais. Existe o quinto mandamento que proíbe matar.



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