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Certa vez Protágoras e Sócrates se encontraram. O encontro foi narrado por Platão,
discípulo de Sócrates. Sócrates começou a interrogar Protágoras, e este dava respostas
extensas, compridas, cheias de floreios e artifícios de retórica. Sócrates então pediu
uma pausa e disse:
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"Protágoras, me desculpe,
mas eu quero lhe dizer
que a natureza me dotou
de uma memória reduzida,
e quando me fazem longos discursos,
esqueço do assunto que estamos discutindo.
Se eu fosse surdo,
você reconheceria ser necessário,
para falar comigo, falar mais alto;
mostre pois a mesma complacência,
e já que você encontrou em mim
um homem de memória curta,
resuma as suas respostas
e faça-as mais curtas,
se quiser que eu o acompanhe".
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A este pedido Protágoras teria respondido o seguinte:
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"Na minha vida, Sócrates,
tenho travado lutas de palavras
com muitas pessoas;
e se eu tivesse feito o que me pedes,
e tivesse regulado a minha maneira de discutir
pelas exigências dos meus contraditores,
nunca teria eclipsado ninguém,
e o nome de Protágoras
não seria famoso entre os gregos".
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