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Tanto Hipólito como Tertuliano tinham a concepção de Deus
existindo em total solidão desde toda a eternidade, tendo, porém,
de modo imanente e em unidade indivisível consigo mesmo, sua razão ou
Verbo.
A. Hipólito.
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Hipólito afirma que o Verbo de Deus e sua Sabedoria são
distintos, sendo de fato o Filho e o Espírito Santo enquanto
imanentes. Sempre houve uma pluralidade em Deus, pois,
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"embora sozinho,
Ele era múltiplo,
pois Ele não estava
sem o seu Verbo
e sua Sabedoria".
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B. Tertuliano.
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Tertuliano é mais explícito:
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"Antes de todas as coisas,
Deus estava sozinho,
sendo Ele seu próprio universo.
Ele estava sozinho, entretanto,
no sentido em que não havia
nada de externo e Ele,
pois mesmo então Ele não estava
realmente sozinho,
já que Ele tinha consigo
aquela Razão
que Ele possuía em Si mesmo,
isto é, Sua própria Razão".
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Em outra passagem ele tenta explicar, mais claramente que os seus
antecessores, o ser-outro ou a individualidade desta razão imanente
ou Verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do
qual o homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um
"outro" e um "segundo" no homem, e assim é com o Verbo divino,
com o qual Deus raciocina desde toda a eternidade e que constitui "um
segundo para consigo".
Referências:
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Hipólito : Refut. 10,33,1;
Idem : Contra Noetus 10;
Tertuliano : Adv. Prax. 5.
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