3. O aborto provocado no mundo pagão.

Entretanto, quando os primeiros cristãos penetraram no mundo pagão encontraram uma cultura que aceitava não apenas o aborto mas até mesmo o infanticídio. Sob a lei romana isto se devia à autoridade absoluta que era dada aos pais sobre os seus filhos. As crianças pertenciam aos pais quase como se fossem objetos de sua propriedade. Entre os gregos o indivíduo estava fortemente subordinado ao bem estar da comunidade de tal maneira que o aborto e o infanticídio podiam ser aceitos como meios de se controlar a qualidade da população.

A posição dos pagãos em relação ao aborto era muito variável. Nem a lei romana nem a comunidade grega reconheciam os homens como pessoas portadoras de incomensurável e inalienável dignidade apenas por terem natureza humana. Alguns pagãos colocaram objeções ao aborto, especialmente quando era praticado por meras razões de conveniência ou de vaidade feminina. Embora no juramento hipocrático, que delineava o ideal da prática médica, estivesse incluída uma rejeição absoluta ao aborto, não obstante isto, entretanto, a aborto e o infanticídio estavam largamente disseminados.