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Foi então, porém, que se deu um novo e inesperado fato.
Veneza, tal como suspeitava Maquiavel, invadiu efetivamente os territórios pontifícios,
tomando algumas cidades da Romanha. O relatório apresentado diante do Papa Júlio II
sobre o ocorrido chocou-o profundamente e ele, bem de acordo com o seu
temperamento, tomou uma súbita decisão: César deveria passar as fortalezas chave da
Romanha para o comando imediato do Papa que assumiria pessoalmente o controle das
operações militares.
Mas César estava naquele dia no porto de Óstia. Dois cardeais foram enviados a toda
pressa à cidade de Óstia com as ordens pontifícias. César, que estava ali esperando um
vento favorável para que um navio pudesse conduzí-lo à Toscana, não avaliou
corretamente o alcance da situação. Ingenuamente, recusou obedecer às ordens de Júlio
II.
No dia seguinte, quando Júlio II soube da recusa de César, foi simplesmente tomado
por um acesso de fúria. Diante daquela recusa considerava-se desobrigado de manter a
sua palavra, Mandou aprisionar César em um castelo do qual ele não sairia enquanto
não assinasse um documento renunciando aos seus cargos e ao poder político sobre a
Romanha. Depois de um bom tempo de prisão César decidiu-se a assinar, para fugir
em seguida para o Reino de Nápoles, onde foi preso e deportado para a Espanha,
vindo a morrer ali alguns meses mais tarde em uma batalha na fronteira com a França.
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