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Desde a época de Orígenes a preocupação com o Espírito Santo
ficou praticamente restrita à prática devocional.
O bispo Alexandre de Alexandria apenas repetiu a antiga afirmação
de que o Espírito Santo havia inspirado os profetas e os apóstolos.
Ário considerou-o uma hipóstase, mas colocou sua essência como
completamente diferente da essência do Filho, assim como a do Filho
seria completamente diferente da do Pai.
Eusébio de Cesaréia, que vimos ser de tendência origenista
radical, afirma que o Espírito Santo está no terceiro grau, é
ou
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"um terceiro
a partir da Causa Suprema",
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e se utiliza da interpretação de Orígenes do terceiro verso do
prólogo do Evangelho de São João para afirmar que o Espírito
Santo é
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"uma das coisas
que vieram à existência
através do Filho".
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De fato, em Jo. 1,3 lemos que
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"No princípio era o Verbo...
Todas as coisas foram feitas por Ele
e sem Ele nada se fêz
de tudo o que foi feito".
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Se, porém, lhe perguntam por que, ao contrário dos outros seres
criados racionais e espirituais, Ele é "incluído na Sagrada e
três vezes bendita Tríade", sua resposta embaraçada é que o
Espírito Santo transcende às demais criaturas em honra e glória.
Por outro lado, por volta do ano 348, São Cirilo de
Jerusalém, enquanto por um lado desencoraja a que se investigue a
Pessoa e a origem do Espírito Santo, afirmou, nas suas
Catequeses, que o Espírito Santo pertence à Trindade e que
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"nós não dividimos a Sagrada Tríade
como fazem alguns,
nem a confundimos,
como Sabélio faz".
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É em união com o Espírito Santo que o Filho participa da divindade
do Pai.
Mas coube a Santo Atanásio, após o Concílio, tornar a questão
do Espírito Santo um assunto a ser resolvido com urgência.
Referências:
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Ário : Epistola ad Alex., no livro de Santo Atanásio `De
Syn.' 16;
Eusébio de Cesaréia : Preparatio Evangelica 11,20;
Idem : De Eccles. Theol. 3,6,3; 3,5,17;
S. Cirilo de Jerusalém : Catequeses 16,4; 6,6.
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