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Pergunta-se, ademais, se devemos amar-nos mutuamente por causa da
vida eterna. Se o concedemos, porém, parece que o fazemos por causa
de nossa comodidade e, deste modo, somos mercenários. Diz, de
fato, Santo Ambrósio, que aquele que serve pela esperança e pelo
desejo da pátria celeste é mercenário.
SOLUÇÃO.
O próximo deve ser amado por causa da vida eterna e não é por isso
que antepomos algo a Deus, porque Deus mesmo é a própria vida
eterna, e nEle não há algo fora dEle além dEle mesmo. Por este
motivo, não convém ampliar o sentido das mencionadas palavras de
Santo Ambrósio fora de seu contexto, pois passam a soar de modo
diverso do uso da Igreja. Santo Ambrósio, ao contrário, parece
sugerir que se alguém julgasse que a vida eterna fosse algo distinto e
além do próprio Deus e fizesse o bem visando apenas a sua própria
comodidade, não porque Deus assim desejasse que seja feito, este
alguém deveria ser chamado de mercenário.
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