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A ampla difusão mundial dos DIUs atualmente é uma
conseqüência imediata do trabalho do Conselho Populacional.
Os primeiros dispositivos intra uterinos foram
inventados nos anos 1920 por Grafenberg na Alemanha e Haire
na Inglaterra, e consistiam de serpentinas de prata de 18
milímetros de diâmetro. Inseridos através da cérvix dilatada
sem anestesia, os anéis de Grafenberg freqüentemente levavam
a infecções com inflamações pélvicas, endometrite, septicemia
e peritonite. Na metade da década de 1930 estas complicações
levaram ao abandono completo do anel de Grafemberg na Europa.
Após a segunda guerra mundial, o Japão, que havia
embarcado em um intensíssimo esforço de controle de
natalidade, conforme será dito mais adiante, além de
legalizar o aborto de forma bastante ampla e facilitada,
estimulou pesquisas sobre contraceptivos e DIUs feitos de
nylon e polietileno. Estas pesquisas atraíram as atenções dos
norte americanos em geral e do Conselho Populacional em
particular.
As pesquisas iniciais do Conselho Populacional com
o DIU foram realizadas nos Estados Unidos para evitar "a
alegação de que os americanos estariam utilizando outros
povos como cobaias". Subseqüentemente os DIUs foram
entregues a comissões locais de diversos países para que
fossem ali examinados e a decisão de utilizá-los partisse das
próprias autoridades do lugar, para que o DIU "fosse aceito
como seu próprio método, e não apenas como um método
importado dos Estados Unidos".
Com a cooperação de Lippes e Margules, os
inventores do DIU, e a Ortho Pharmaceutical Company, que
detinha os direitos das patentes, o Conselho Populacional
obteve o direito de conceder licenças para o estabelecimento
de fábricas internacionais de DIUs para a utilização de
programas de planejamento familiar de grande escala em países
subdesenvolvidos. Foram instaladas fábricas na Coréia, China
Nacionalista, Hong Kong, Paquistão, Índia, Turquia e Egito. O
Conselho começou então, em colaboração com o National Comitee
on Maternal Health, que aos poucos foi sendo absorvido pelo
Conselho até passar a ser uma simples seção de sua divisão
para médica, um estudo estatístico sobre o DIU baseado nos
dados provenientes de todos os lugares onde ele estava sendo
utilizado.
O Conselho Populacional estima que os seus
esforços apressaram o desenvolvimento e a utilização do DIU
em aproximadamente uma década.
O Conselho Populacional abriu também em 1954 um
laboratório próprio de pesquisas em métodos contraceptivos no
Instituto Rockfeller, atual Universidade Rockfeller, que a
partir de 1966 passou a receber verbas adicionais da
Fundação Ford, onde se pesquisam métodos para controle de
natalidade que ainda não estão em uso.
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