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A mesma coisa que Isaías descreve no capítulo 50 como havendo de
realizar-se no Messias que haveria de vir, cinco capítulos mais
adiante o profeta convida todos os homens a que o experimentem por si
mesmos. Ele compara o efeito da palavra de Deus sobre os homens com a
água da chuva: ela não volta para o céu, diz Isaías, sem ter
feito germinar a terra para a qual foi mandada. Mas deve-se entender
que a palavra de Deus somente produz este efeito quando não é apenas
ouvida ou lida, nem sequer quando é ouvida com atenção, mas quando
o Espírito Santo, juntamente com a palavra enunciada, lhe confere a
luz de uma certa evidência de que fala o primeiro capítulo de
Gênesis. Então ela age de modo a não voltar ao céu enquanto não
produzir o seu efeito. E é da palavra de Deus assim entendida, que
vem juntamente com os dons do Espírito Santo de entendimento e
sabedoria, que Jesus, tal como na profecia de Isaías 50, dizia
que "não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede
da boca de Deus" (Mat. 4, 4):
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"Todos vós os que tendes sede",
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diz o Senhor por meio de Isaías,
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"vinde às águas;
e os que não tendes dinheiro,
apressai-vos,
comprai e comei;
vinde,
comprai sem dinheiro
e sem nenhuma troca,
vinho e leite.
Por que motivo empregais o dinheiro
em coisas que não são alimento,
e o vosso trabalho no que
não pode saciar-vos?
Ouvi-me com atenção,
e comei do bom alimento,
e a vossa alma se deleitará
com manjares substanciosos.
Inclinai o vosso ouvido e vinde a mim;
ouvi, e a vosssa alma viverá,
e farei convosco um pacto eterno,
concedendo-vos as misericórdias
que prometi a Davi.
Porque assim como desce do céu
a chuva e a neve,
e não voltam mais para lá,
mas embebem a terra,
e fecundam-na e fazem-na germinar,
a fim de que dê semente ao que semeia
e pão ao que come,
assim será a minha palavra
que sair da minha boca,
diz o Senhor;
não tornará para mim vazia,
mas fará tudo o que eu quero,
e produzirá os efeitos para os quais a enviei".
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continua...
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