3. Anotações diversas.

Na vida corrente das pessoas os atributos fundamentais da inteligência costumam ser tomados de outro modo bastante diverso. As pessoas costumam supor que a inteligência é, por exemplo:

A capacidade de repetir em uma prova o que se disse em sala de aula ou se leu em um livro. Este é, admita-se explicitamente ou não, a suposição por trás do sistema de avaliação da maioria das escolas. Mas esta capacidade não define inteligência no que ela tem de essencial.

A capacidade de fazer cálculos ou projetos complexos rapidamente e com precisão. Se isto fosse inteligência, um computador teria ou poderia vir a ter num futuro muito próximo uma inteligência extraordinária, quando na realidade a inteligência de tais dispositivos é exatamente nula.

A capacidade de desembaraçar-se em situações difíceis, de organizar e dirigir uma empresa, de falar em público com erudição e eloqüência, o possuir uma memória prodigiosa capaz de evocar fatos e dados rapidamente em respostas prontas e bem colocadas, o saber tirar proveito de qualquer situação em benefício próprio.

Inteligência, porém, é a faculdade ou a capacidade de perceber clara e limpidamente a verdade com evidência, aquela evidência que, quando experimentada, os homens espontaneamente tendem a compará-la com a luz.