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Com a caridade são infundidas todas as virtudes morais. A razão
consiste em que Deus não opera menos perfeitamente nas obras da graça
do que nas obras da natureza. Vemos porém nas obras da natureza que
não se encontra o princípio de algumas obras em alguma coisa sem que
se encontrem também as coisas que são necessárias para realizar
perfeitamente estas obras, assim como nos animais encontram-se
órgãos pelos quais podem realizar-se perfeitamente as obras às quais
a alma tem poder de realizar. Ora, é manifesto que a caridade, na
medida em que ordena o homem ao fim último, é o princípio de todas
as boas obras que podem ordenar-se ao fim último. De onde que é
necessário que com a caridade sejam infundidas simultaneamente todas as
virtudes morais, pelas quais o homem realiza perfeitamente cada um dos
gêneros de boas obras.
Deste modo é evidente que as virtudes morais infusas não somente se
interligam pela prudência, mas também por causa da caridade. E que
quem perde a caridade pelo pecado mortal, perde também todas as
virtudes morais infusas.
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