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Santo Antão nasceu em uma pequena aldeia no interior do Egito, no
ano 250 da era cristã. Aos vinte anos de idade, após a morte
repentina de seus pais, vendeu a fazenda de que era herdeiro,
distribuíu o dinheiro aos pobres e retirou-se durante algum tempo
junto à cabana de um ancião que o ensinou como conduzir uma vida
dedicada à oração. Mais tarde internou-se no deserto egípcio
onde, em uma solidão praticamente ininterrompida, durante cerca de
35 anos seguidos viveu somente para orar. Depois disto, por volta
dos seus 55 anos de idade, embora habitasse no deserto e em locais de
difícil acesso, Antão começou a ser procurado por pessoas que a ele
se dirigiam vindos de todas as partes do Império Romano; muitos que
o procuravam depois que o encontravam não mais queriam retornar aos
seus lugares de origem, e passaram a formar pequenas comunidades no
deserto dedicadas à oração, as quais deram origem, na Igreja, à
vida monástica. Não obstante a vida rigorosa que levava, S.
Antão morreu no deserto do Egito em idade avançada aos 105 anos.
Embora não tenha sido alguém que tenha se dedicado sistematicamente
ao estudo, à escrita ou ao ensino, e não seja geralmente
considerado, por isto mesmo, como um teólogo no sentido estrito do
termo, deixou entretanto uma coleção de cartas que, aparentemente
simples quando de uma primeira leitura, estão na realidade entre os
escritos da tradição cristã em que mais profundamente transparece o
conhecimento das coisas divinas.
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