3. A pluralidade das Pessoas divinas na tradição apostólica e na fé primitiva.

A pluralidade das Pessoas divinas é claramente visível nas páginas do Novo Testamento. É mais marcada ainda na primitiva liturgia da Igreja e na prática catequética do dia a dia.

Embora no período primitivo não houvesse ainda credos com fórmulas estabelecidas, é evidente que nos tempos apostólicos o principal tema da propaganda da Igreja e do culto era que Deus havia enviado o seu Filho, o Messias Jesus, que havia morrido, ressuscitado no terceiro dia, subido ao céu, o qual haveria de retornar em glória. Freqüentemente incluía-se uma referência ao Espírito Santo, inspirador dos profetas do Velho testamento e dom concedido nestes últimos tempos aos fiéis.

Algumas vezes estas expressões se encaixam num molde binário referindo-se apenas ao Pai e ao Senhor Jesus Cristo, mas o molde ternário, afirmando a crença no Pai que criou o Universo, no seu Filho Jesus Cristo, e no Espírito Santo, gradualmente se torna normal à medida em que avança o segundo século.

O rito batismal é a liturgia da qual possuímos maior conhecimento neste período, e a evidência que daí pode-se tirar é a mesma. As idéias implícitas nestas fórmulas catequéticas e litúrgicas primitivas representam uma fase pré-reflexiva e pré-teológica da fé cristã.