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Mas ainda será necessário considerar que encontramos coisas que
embora possuam verdadeira unidade, todavia esta unidade não é neles
ainda a suma unidade. É o caso das almas: possuem a unidade por
essência, mas não a possuem de modo invariável. Entretanto, o que
é verdadeira e sumamente uno deverá sê-lo por essência e
invariavelmente. Resta, pois, se cremos Deus possuir verdadeira
unidade, investigar se poderá também ser-lhe atribuída a suma
unidade.
Podemos mostrar Deus possuir a suma unidade se pudermos comprovar ser
ele inteiramente invariável; não podemos, porém, saber como Deus
seja invariável, se primeiro não conhecermos de quantos modos uma
coisa qualquer possa estar sujeita à variação. É necessário,
pois, que descrevamos primeiro todos os modos de mutabilidade; e
depois, percorrendo-as uma a uma, mostrar a impossibilidade de Deus
estar submetido a cada uma delas.
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