CAPÍTULO 44

Só faltava obter a renúncia do Papa francês para que se procedesse à eleição do próximo Papa sobre o qual não pudesse pairar dúvida alguma em quem quer que fosse quanto à sua legitimidade.

O Imperador do Sacro Império Romano Germânico dirigiu-se em pessoa, juntamente com uma delegação do Concílio, ao Papa de Avinhão, para expor a situação e pedir a sua renúncia.

O Papa de Avinhão, porém, insensível, no dizer do historiador Agostino Favale, à chance que se lhe oferecia de recompor a Igreja dividida com apenas um ato de sua vontade, não queria renunciar.

As discussões se prolongaram durante dois anos, durante os quais se abriu um longo processo e o pseudo Papa foi perdendo gradualmente a obediência de todos os que o cercavam até ter como súditos apenas um pequeníssimo punhado de pessoas refugiadas juntamente com ele em um castelo na Espanha próximo a Valença.

Dois anos e meio depois da renúncia de Gregório XII, finalmente, o Concílio de Constança elegeu Papa a Martinho V, recompondo com ele a unidade da Igreja.