6. A atitude da Igreja de Roma. II. Novaciano.

No ano 250 Novaciano, presbítero da Igreja de Roma, escrevia um livro intitulado De Trinitate onde encontra-se a doutrina de Tertuliano e mais o reconhecimento de que a geração do Filho e sua conseqüente distinção do Pai como Pessoa não é fruto da "economia", mas pertence à vida pré temporal da Divindade pois, já que o Pai é sempre Pai, sempre deve ter tido um Filho. Assim, pois, a geração do Filho é desvinculada da Criação.

Segundo Novaciano a única Divindade é o Pai, autor de toda a realidade; mas além dEle,

"quando Ele quis, gerou um Filho, seu Verbo".

Conforme dissemos, a geração do Filho não é vinculada à Criação, mas é pré-temporal. O Filho é Deus porque a Divindade lhe foi transmitida pelo Pai, existindo uma

"uma comunhão de substâncias"

entre Eles. Esta doutrina, diz Novaciano, não implica uma dualidade de deuses, porque o Filho, embora uma

"segunda Pessoa além do Pai",

não é não gerado ou sem origem; se o fosse, haveria dois deuses, mas como o Verbo é outro além do Pai como Filho, e deve seu ser inteiramente ao Pai, não há divisão da natureza divina.

Novaciano afirma que o Pai necessariamente "precede" o Filho, e que antes que o Filho existisse com o Pai como uma Pessoa, Ele estava imanente "no Pai"; entretanto, esta prioridade não parece ser uma prioridade real, mas de razão, porque Novaciano também insiste que o Pai sempre teve o seu Filho.

Quanto ao Espírito Santo, a doutrina de Novaciano é rudimentar. Ele considera o Espírito Santo como a potência divina que operou nos profetas, nos apóstolos e na Igreja, inspirando-os e santificando-os. Não faz, porém, menção de sua subsistência como Pessoa.

Referências:

Novaciano : De Trinitate.