|
Deus não pode existir sem seu Verbo mais do que a luz pode deixar de
brilhar. A geração do Verbo é um processo eterno; assim como
|
"O Pai é sempre bom por natureza,
assim é por natureza sempre generativo".
|
|
Não podemos, porém, concluir que o Filho é uma porção da
substância divina separada do Pai; isto é impossível, porque a
natureza divina é imaterial e sem partes.
A geração do Filho também não é, conforme afirmaram os arianos,
o resultado de um ato definido da vontade do Pai, o que reduziria a
condição do Filho à de uma criatura. Esta geração certamente
acontece de acordo com a vontade do Pai, mas é um engano falar de um
ato específico da vontade referindo-se a algo que é um processo
eterno inerente à própria natureza de Deus.
Entretanto, enquanto gerado do Pai, o Filho é realmente distinto
do Pai; e já que a geração é eterna, a distinção também é
eterna, e não pertence simplesmente à `economia'.
Daqui para a unidade ou identidade da substância é apenas um passo,
e Santo Atanásio não hesitou em dá-lo. Assim, ele declara que
|
"a divindade do Filho
é a divindade do Pai".
"O Filho é certamente distinto do Pai enquanto gerado,
mas enquanto Deus Ele é um e o mesmo;
Ele e o Pai são um
na união íntima de sua natureza
e na identidade de sua divindade".
"Assim Eles são um,
e a divindade do Filho
é predicado do Pai".
|
|
Os seres humanos podem, certamente, ser descritos como
`consubstanciais' (`homoousios'), mas, neste caso, enquanto que
a natureza humana que eles compartilham é necessariamente repartida
entre indivíduos, de tal modo que eles não podem possuir uma única e
mesma substância, a natureza divina é indivisível.
Referências:
|
Santo Atanásio : Contra Arianos 2,32; 3,66;
3,59-66; 3,4; 1,61; 3,41; 1,26; 1,28;
Idem : De Decret. 11,24;
Idem : Ad Serap. 2,3.
|
|
|
|