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Foi então que, por ocasião do Concílio Ecumênico de Constança, de que se falou na
segunda parte desta Introdução, no início dos anos 1400, deu-se um passo seguinte e
decisivo nesta história.
A título de recordação, o Concílio de Constança, cidade situada no território do Sacro
Império Germânico, está associado ao Cisma que dividiu a Igreja no fim dos anos
1300 e início dos anos 1400.
Logo após o retorno da Cúria Pontifícia de Avinhão para Roma, em 1377, os cardeais
franceses, que naquela época eram a maioria do colégio cardinalício, elegeram um
segundo papa ao lado do Papa legítimo.
Mais tarde, em 1409, foi eleito na cidade de Pisa um terceiro papa, também ilegítimo.
Esta triste situação só foi resolvida pelo Concílio de Constança, convocado
inicialmente pelo terceiro papa em 1414. Um dos primeiros atos deste Concílio foi o
de forçar a renúncia deste terceiro para, o que foi obtido, não antes de muitas
dificuldades.
Diante da renúncia do terceiro papa, vendo a possibilidade de reconstituir a unidade
da Igreja, Gregório XII, o Papa legítimo, convocou a partir daquele momento em seu
nome o Concílio já de fato reunido em, Constança, renunciando, em seguida, ao
Pontificado.
Esperava-se com isto que o segundo papa que nesta época residia em Avinhão,
também renunciasse por amor à Igreja. Se assim ocorresse, poderia ser eleito um novo
sucessor de Pedro cuja legitimidade não fosse mais suspeita para ninguém.
Mas o papa de Avinhão não quis renunciar, e passaram-se quase três anos antes que
pudesse ser eleito Martinho V, o legítimo sucessor de Gregório XII, dando-se fim ao
Cisma.
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