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Platão, enquanto foi discípulo de Sócrates, e provavelmente mesmo antes, tinha pensado
seriamente em dedicar-se à carreira política. Mas, tendo visto por um lado o que era a
virtude por ter convivido com um modelo da mesma e, por outro, o que era a realidade
política, percebeu claramente a inutilidade dos seus esforços diante da situação em que
se encontravam as coisas.
Ele próprio declarou o seguinte em sua Carta Sétima:
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"Com os hábitos que o modo de vida
que os gregos vem levando
têm produzido,
hábitos estes que se formam
já nos primeiros anos de vida,
nenhum homem debaixo do céu
poderá alcançar a sabedoria.
A natureza humana não é capaz
de uma combinação
assim tão extraordinária.
O resultado é que as constituições das cidades
ficarão sempre em estado de perpétua mudança,
passando da tirania para a oligarquia,
da oligarquia para a democracia
e assim se sucedendo umas às outras
enquanto que aqueles que ditam o poder
não conseguirão sustentar
nenhuma forma de governo
que faça permanecer a justiça.
Não será possível existir a felicidade
nem para uma comunidade,
nem para um homem individualmente considerado,
a menos que ele passe a sua vida
sob a regra da virtude
sendo nesta guiado pela sabedoria,
ou porque este homem possua
ele próprio em si mesmo estas virtudes,
ou porque viva debaixo do governo de outros homens
que receberam para tanto
um treino e uma educação
no que diz respeito à vida moral".
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A esta mesma conclusão já havia chegado, quatro gerações antes, o filósofo Pitágoras.
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