1. Causa Formal.

A causa formal é aquela que faz cada coisa ser o que é, isto é, a forma da coisa, por oposição à matéria.

Em uma estátua, por exemplo, quando ela é esculpida pelo homem, as disposições introduzidas no mármore pelo escultor são causa da estátua por modo de forma, sendo aquilo que fazem a estátua ser a obra de arte que ela é; já o mármore é causa da estátua por modo de matéria.

Este exemplo, porém, não passa de uma analogia para uma compreensão inicial. Na verdade, antes da estátua ser esculpida, o mármore já era alguma coisa: era uma pedra de mármore. Portanto, já possuía uma causa formal que fazia com que fosse mármore; o trabalho do escultor não acrescentou à forma já existente do mármore senão uma forma acidental, por contraposição à forma substancial que já existia.

A diferença entre a forma acidental e a forma substancial é que a forma acidental sempre se acrescenta a um sujeito já existente; a forma substancial, entretanto, isto é, a forma propriamente dita, unindo-se com a matéria primeira de que todos os seres corpóreos são feitos, não se acrescenta a um sujeito, mas forma o próprio sujeito.

Na doutrina de Aristóteles, portanto, todos os seres corpóreos que se observa na natureza são compostos de matéria e forma. As transformações que se observam nos seres naturais são a passagem, na matéria primeira, da privação de uma forma substancial a esta forma substancial ou vice-versa; ou, em um sujeito já composto de matéria e forma, da privação de uma forma acidental a esta forma acidental ou vice versa.