CAPÍTULO 34

O que ocorreu foi que Gregório XI morreu muito pouco tempo depois de seu regresso à cidade de Roma. O povo romano receava que os cardeais, quase todos franceses, elegessem como Papa outro francês. Cercaram o conclave que deveria eleger o sucessor de Gregório XI e com gritos e ameaças exigiam que o novo Papa fosse um romano, ou pelo menos um italiano. Chegaram em uma ocasião até mesmo a invadir o próprio recinto do conclave.

Os cardeais, com medo e em um clima de muita tensão, elegeram como Papa um bispo italiano que não fazia parte do Colégio dos Cardeais, um homem de cultura, bons costumes e profunda piedade. Infelizmente, porém, como depois de percebeu, era também dotado de um temperamento explosivo e inflexível.

Durante os quatro meses seguintes de seu pontificado, Urbano VI, -este era o nome que o novo Papa havia escolhido-, descontentou com o seu comportamento autoritário todos os cardeais franceses. Santa Catarina de Sena, aquela que havia obtido o retorno dos Papas à Itália, chegou a escrever-lhe uma carta em que o convidava a

"moderar, em nome de Jesus crucificado, os impulsos espontâneos de sua natureza".

Mas ele lamentavelmente não o fêz. Havia sido eleito em abril; em agosto os cardeais franceses reuniram-se novamente em conclave e declararam que era inválida a eleição anterior porque havia sido extorquida pelo tumulto da plebe, e que iriam eleger agora o verdadeiro sucessor de Gregório XI.

Foi eleito um Papa francês, justamente aquele que era, diante do povo italiano, o mais impopular dos cardeais franceses.

Tomou ele o nome de Clemente VII e retornou para Avinhão.