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Embora o verdadeiro Papa fosse o primeiro, o que ficou em Roma, os fato foram
contados na época de tal maneira que poucas pessoas sabiam de fato dizer qual era o
legítimo Pontífice, se era o que estava em Roma ou o que estava em Avinhão.
No clero havia quem obedecesse a um, quem obedecesse a outro e quem não sabia a
quem obedecer. Em certas dioceses havia dois bispos, um nomeado pela Papa de
Roma e outro nomeado pelo Papa de Avinhão, e freqüentemente ambos estes bispos
obedeciam de boa fé àquele que julgavam ser o verdadeiro Papa.
A causa desta confusão foi sem dúvida o fato de terem sido praticamente os mesmos
cardeais a elegerem tanto o primeiro como o segundo destes pontífices, e terem
declarado eles próprios que a eleição anterior havia sido inválida.
Santa Catarina de Sena tentou na época fazer o possível para desfazer o engano.
Escreveu pessoalmente cartas duríssimas a todos os cardeais e aos principais
soberanos da Europa, principalmente ao rei da França.
Aos cardeais chamou-lhes duramente a atenção para que aquilo que eles haviam feito
era uma conseqüência da vida desordenada que levavam e de se terem separado da
verdade, pois certamente tinham mentido antes, apresentando Urbano VI como Papa
quando na verdade não o era, ou estavam mentindo agora, dizendo que Urbano VI
nunca havia sido verdadeiro Papa. Mas, continua ela,
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"a solenidade da coroação,
o respeito testemunhado,
os favores que solicitastes
provam a regularidade da eleição".
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Chama-os de mentirosos e culpados de covardia.
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"Se temessem a Deus
e à desonra",
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continua ela,
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"tudo suportariam
por parte do eleito,
de preferência a dividir
o mundo inteiro".
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Quanto às cartas que ela escreveu ao rei da França, estas não chegaram ao seu destino.
Foram todas interceptadas pelos interessados em que o rei não fosse corretamente
informado sobre o que realmente havia acontecido.
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