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Nós que atualmente vivemos no século XX e estamos acostumados com a idéia de um
curso primário e secundário seguidos de um curso universitário em que se aprende uma
profissão adquirimos também o hábito de pensar que este sistema de educação é um
sistema de um valor absoluto. Isto é, imaginamos que não seja possível que exista uma
outra maneira de se educar dignamente um ser humano que não seja esta, um curso
primário e secundário mais ou menos comum para todos, graduado em séries, que
desemboca em um curso superior que se divide em muitas áreas específicas em que
cada um aprende uma profissão de sua escolha, tudo isto ministrado em salas de aula
em que se ensinam matérias que nós conhecemos por meio de um professor falando
junto a um quadro negro transmitindo conhecimento para alunos que estejam anotando
o que ele diz em um caderno. A impressão que todos tem, ademais, é que sempre foi
assim em toda a história, com a única diferença é que na antiguidade, embora se
fizesse essencialmente isto, deveria com certeza ser feito de alguma maneira mais
primitiva.
É natural para o homem de hoje que se imagina que esta forma de educação esgote
todas as possibilidades de formação do homem, porque este sistema existe atualmente
em todo o mundo conhecido. Se formos aos Estados Unidos, à Itália, à França, à
Inglaterra, à Arábia, à Índia ou à China, o ensino poderá ser mais ou menos perfeito,
mas trata-se do mesmo método e da mesma concepção.
Esta difusão tão homogênea das idéias educacionais no mundo inteiro é que nos faz
supor que esta seja a única forma possível de formação do homem, e que desde a
época do Império Romano ou mesmo antes sempre assim tenha sido, com a vantagem
para os dias modernos de que o método esteja mais aperfeiçoado. Tal suposição,
porém, é um engano.
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