3. Evolução teórica do Neo Malthusianismo.

O Neo Malthusianismo na Inglaterra começou por esta época a atrair algumas das melhores cabeças pensantes do século dezenove. Citam-se de modo especial, a este respeito, Jeremy Bentham e John Stuart Mill. A figura mais importante, porém, sob este aspecto, foi George Drysdale, autor de "The Elements of Social Science", publicado em 1854. "The Elements" tinha seiscentas páginas finamente impressas; embora fosse considerado bastante fraco em sua parte médica, através de uma extensa e agradável exposição da teoria econômica clássica, o livro estabelecia uma ligação muito mais estreita entre a teoria econômica e a doutrina neo malthusiana do que até então se tinha feito. Durante o meio século que se seguiu "The Elements" teve trinta e cinco edições inglesas e foi traduzido, ao que se saiba, pelo menos para outras dez línguas.

A partir daí vários fatos tentaram transformar as idéias do neo malthusianismo em uma polêmica generalizada na opinião pública. Um deles foi a campanha eleitoral de Lord Amberley, em 1868, exigindo o controle da natalidade e provocando grande escândalo. Entretanto, até o ano de 1877 tais tentativas não conseguiram o seu intento e o movimento para o controle da natalidade permaneceu na obscuridade. Até este ano, porém, quando o problema chegou aos tribunais ingleses, o Neo Malthusianismo foi se enriquecendo e evoluindo. A idéia central era a de que a multiplicação dos homens não era um bem querido por Deus. Os neo malthusianos afirmavam também que o homem deveria tomar em suas mãos o seu próprio destino; o homem, segundo eles, possuía o direito de procurar o seu próprio bem estar e a contracepção era o meio para se lutar contra a miséria e suas conseqüências.