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A importância destas observações reside no fato de que, ao ser
colhida nas contingências da época pelo trabalho pedagógico, a
Companhia de Jesus não contava para tanto com uma filosofia da
educação especialmente elaborada para o desempenho desta missão. A
Companhia vinha ao mundo com diversas idéias novas, especialmente no
campo da ascese cristã e na sua própria organização como sociedade
de clérigos, mas não tinha nada a dizer de especial quanto à
filosofia da educação, no sentido em que entendemos hoje este termo,
excluída a educação especial daqueles que deveriam ser sacerdotes.
Por causa disso ela limitou-se na prática, em termos da educação
mais geral, a codificar através da experiência de seus docentes uma
filosofia de educação em que, de certo modo, cristianizava-se o
modelo educacional renascentista, baseado, no equivalente ao ensino
secundário, no estudo dos clássicos e no cultivo da língua latina.
De tal modo este ensino se expandiu que com o tempo este modelo
pedagógico começou a ser visto como se esta fosse a própria filosofia
cristã da educação, a assim chamada educação humanista, quando na
verdade, se nos ativermos ao legado dos grandes pensadores cristãos
desde a antigüidade até antes da Renascença, bem outro é o modo
neles encontrado de serem abordados os problemas pedagógicos.
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