CAPÍTULO 51

Nesta passagem, quando Hugo de São Vitor se refere à contemplação como a uma atividade da inteligência humana que se estende

“à compreensão de muitas ou também de todas as coisas”,

percebe-se claramente que esta é a atividade fundamental, por exemplo, que está na base das grandes sínteses filosóficas. E não apenas na base das grandes sínteses filosóficas, mas deveria estar também em outras atividades tão vividamente exigidas nos dias de hoje como a correta orientação política de uma nação e até mesmo o ordenamento plenamente consciente de um sistema educacional. Como valor individual, ademais, a capacidade de contemplação foi colocada pelos principais filósofos gregos como o mais significativo elemento de enobrecimento da mente humana, e a experiência religiosa dos primeiros Santos Padres do Cristianismo apontou esta capacidade como elemento fundamental para a compreensão profunda das grandes verdades do cristianismo apesar de, e isto é significativo, em nenhuma parte das Sagradas Escrituras esta capacidade ter sido descrita nos termos empregados por Hugo de São Vítor.