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Mas como Papa, Sixto IV encontrou o trono de São Pedro imerso em uma realidade
profundamente diversa tanto da Ordem Franciscana da qual ele provinha como da
situação em que o próprio Nicolau V o havia encontrado quando de sua eleição.
Nicolau V havia sido eleito para o Pontificado com a Santa Sé e os Estados Pontifícios
em uma situação de escombros. Sixto V encontrou-os já em avançada fase de
organização, mas ao mesmo tempo já infiltrados pela corrupção. Havia, ademais, um
clima de desconfiança e mesmo de ódio em relação ao Papa, uma vez que Paulo II, o
antecessor de Sixto IV, havia entrado em sérios litígios com os humanistas de Roma e
expulso dezenas deles do serviço da Santa Sé.
A maior parte dos territórios pontifícios fora de Roma ainda estavam nas mãos de
aproveitadores que, embora nominalmente se declarassem legados papais,
comportavam-se na realidade como déspotas feudais. Os territórios situados nas
fronteiras dos Estados Pontifícios estavam também nas miras das ambições políticas
dos demais estados italianos. Isto, porém, não era novidade. A novidade agora era o
medo dos políticos italianos quanto ao que faria este novo Papa que, assumindo o
governo de um Estado em fase de intensa reconstrução, vinha precedido da fama de um
reformador intransigente.
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