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Passamos agora a narrativa para o historiador Philip Hughes.
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"Sixto IV é considerado por causa disto",
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diz Philip Hughes,
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"uma das figuras sobre as quais
pesa grande parte da responsabilidade
pelos escândalos dos seguintes
sessenta anos na Igreja".
"Ele diminuíu a importância,
até então dada ao Colégio dos Cardeais,
com as nomeações que fêz,
e também ao ceder altas posições
na administração
a parentes indignos".
"Pela primeira vez eram admitidos
homens maus ao Sacro Colégio,
e quantos!"
"E o seu criador,
ex-Geral dos Franciscanos,
um homem instruído,
simples e diligente,
é, no entanto,
um homem de conduta irrepreensível!"
"De seus trinta e quatro cardeais,
nada menos do que seis
eram pessoas de sua família,
sobrinhos e primos.
Outros da família que permaneceram leigos
foram nomeados pelo Papa
para as funções civis e militares.
Não as quis confiar à nobreza romana
por julgá-la desleal.
A própria família do Papa
instalou-se nos principais lugares
da Igreja e do Estado,
reinando como seus vassalos
nos feudos do Papa
e aliando-se, pelo casamento,
aos príncipes vizinhos".
"Esta política assegurou realmente
uma certa ordem em seu domínio,
porém o sistema acabou prejudicando-se
a si mesmo".
"O sucessor de qualquer Papa
que tivesse cedido tantos cargos a parentes
teria que se enfrentar
com uma nova oposição permanente
e da pior espécie.
Surgiu depois com isto um novo elemento
em todos os conclaves:
a luta dos que se achavam em seus cargos,
para impedir a eleição de um Papa
que viesse desalojá-los.
Já no pontificado de Sixto IV
a má conduta de seus sobrinhos
envolveu a Santa Sé
em uma série de episódios
escandalosos e deprimentes".
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