CAPÍTULO 148

Foi com a eleição de Calixto III que Rodrigo Borgia, o futuro Alexandre VI, entrou a serviço da Igreja.

Ele era, conforme vimos, sobrinho de Calixto III. Havia estudado Direito na Universidade de Bolonha e, depois de cerca de um ano de pontificado, seu tio nomeou- o cardeal.

Ao ser nomeado cardeal Rodrigo Borgia ainda não era sacerdote, mas naquela época não era incomum um cardeal da Igreja não ser sacerdote, já que o cardinalato considerado em si mesmo não é uma ordem sacra, os cardeais sendo pessoas nomeadas, enquanto tais, apenas para auxiliar o Papa no governo da Igreja. Embora atualmente a prática eclesiástica seja nomear cardeais apenas a pessoas constituídas em ordens sacras, ainda recentemente, logo após o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI chegou a convidar um leigo, o filósofo católico Jacques Maritain, a aceitar o cardinalato.

Bem pouco antes de sua morte Calixto III nomeou o cardeal Borgia vice chanceler da Igreja, na época o posto mais importante na administração eclesiástica depois do próprio Papa. O cardeal Rodrigo Borgia continuaria no posto de Vice Chanceler durante os pontificados de Pio II, Paulo II, Sixto IV e Inocêncio VIII, desempenhando o cargo com rara competência. Durante o pontificado de Paulo II Rodrigo Borgia recebeu também o sacramento da Ordem.