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Se esta discussão é correta, podemos concluir que
os programas atuais não permitirão que os governos controlem
o tamanho da população. Esta conclusão está confirmada pelos
fatos demográficos. Conforme observado acima, o uso muito
difundido do planejamento familiar nos países
industrializados não deu aos seus governos o controle da taxa
de natalidade. Os principais "êxitos" citados na bem
difundida literatura de política demográfica são casos em que
é, na verdade, difícil demonstrar que as atuais políticas
demográficas hajam sequer acelerado uma queda da taxa de
natalidade, que é o mínimo que se poderia esperar.
Agora examinemos brevemente os fatos em relação
aos níveis e tendências da população em países
subdesenvolvidos em geral, a fim de entender a magnitude da
tarefa do controle genuíno. Em estudo realizado em nossos
escritórios de pesquisa na Universidade da Califórnia, em que
se empregaram métodos de computação derivados da teoria das
populações quase-estáveis, encontrou-se que a tendência
recente ia para um aumento das taxas de natalidade em 27
países subdesenvolvidos, para o declínio em seis e para a
ausência de modificação em um. O aumento generalizado da
fecundidade nas regiões atrasadas se deve, ironicamente, às
mesmas circunstâncias que provocaram a crise demográfica
inicialmente: o melhoramento da saúde e a redução da
mortalidade. Sua saúde melhorada aumenta a probabilidade de
que a mulher conceba e retenha o feto até chegar ao término
da gravidez. O declínio da mortalidade aumenta a
probabilidade de seres que sobrevivam até a idade da
reprodução e reduz a probabilidade de viuvez durante este
período. O aumento geral da fecundidade está dando aos que
tentam planejar a população uma tarefa mais difícil do que
muitos já se deram conta. Uma parte da pressão que empurra as
taxas da natalidade para cima é independente daquilo que
fazem os casais em relação ao planejamento familiar, porque
surge o fato de que, com o declínio da mortalidade,
simplesmente existem mais casais.
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