4. Surgem os resultados dos censos de 1960.

Os censos que foram realizados na maioria dos países do mundo em 1960 confirmaram, de maneira geral, que a população estava crescendo numa taxa sem precedentes, particularmente nos países pobres. Praticamente todas as previsões que haviam sido realizadas durante a década precedente, incluindo as mais exageradas, estimaram um crescimento que se revelava abaixo do realmente ocorrido.

Em muitos países subdesenvolvidos, os censos de 1950 e 1951 tinham sido os primeiros da história. Já que muitos destes países não possuíam sistemas adequados de registros de nascimentos e mortes, somente quando se conheceram os resultados dos censos de 1960 e 1961 se tornou possível calcular as taxas de crescimento com relativa segurança. No que dizia respeito às taxas de crescimento, estas se mostravam ainda maiores do que as previstas por estimativas nacionais ou da ONU. Na Índia, por exemplo, a taxa média de crescimento populacional era estimada pelo seu governo em torno de 1,4% e em torno de 1,7% pela ONU. Depois do censo a taxa média entre 1950 e 1960 teve que ser elevada para 2,0% e a taxa naquele ano para 2,3%. O impacto foi ainda maior na América Latina; desde 1920 sua população crescia mais rapidamente do que todas as outras regiões do mundo. Em diversos países da América Latina reconheceu-se que a taxa de crescimento excedia os 3% ao ano.

Começou-se então a lançar-se o conceito da diferença entre crescimento populacional e tamanho populacional. Alguns programas der desenvolvimento estudados nos anos seguintes apontavam que mesmo que alguns países conseguissem um crescimento econômico de 5% ao ano, isto teria um efeito mínimo se a sua população estivesse crescendo a 2,5 ou 3% ao ano. O problema não era apenas que haveria mais pessoas para dividir os mesmos benefícios. Uma alta taxa de natalidade complicava o desenvolvimento econômico pela alteração que causava sobre a distribuição das faixas etárias e sobre a percentagem da população classificada como dependente.

Os pontos de vista que acabamos de mencionar chamaram a atenção de alguns países subdesenvolvidos da Àsia. Diversos governos, incluindo os da Turquia, Tunísia, Tailândia, Quênia, Colômbia e Taiwan iniciaram discussões de alto nível sobre política populacional com assessoramento do Conselho Populacional. Em outros, como Ceilão, Malásia e Singapore os próprios governos se encorajaram a financiar as atividades das associadas locais da IPPF e expandí-las em escala nacional.