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Quanto ao irmão Gerardo, durante este período esteve quase cinco
meses recluso em sua prisão. Certa manhã, no começo da Quaresma,
ouviu distintamente uma voz que lhe dizia:
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"Hoje recuperarás a liberdade".
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O dia decorreu até ao anoitecer sem que surgisse a prometida
libertação. Porém, a esta hora, ao sacudir as cadeias que lhe
sujeitavam os pés, verificou assombrado que cediam ao seu impulso. O
ferrolho da porta deslizou facilmente à sua pressão. No exterior
encontrava-se uma enorme multidão a qual, em vez de impedir-lhe a
fuga, dispersou-se aterrorizada. Nas ruas alguns dos carcereiros
dirigiram-se-lhe e falaram com ele, aparentemente esquecidos que
tratava-se de um prisioneiro, sem demonstrarem a menor surpresa em
verem um inimigo transitar livremente pelas ruas da cidade. Por fim,
após atravessar os portões da cidade sem encontrar obstáculo algum,
dirigiu-se para Chatillon.
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