CAPÍTULO 4

A importância destas observações reside no fato de que, ao ser colhida nas contingências da época pelo trabalho pedagógico, a Companhia de Jesus não contava para tanto com uma filosofia da educação especialmente elaborada para o desempenho desta missão. A Companhia vinha ao mundo com diversas idéias novas, especialmente no campo da ascese cristã e na sua própria organização como sociedade de clérigos, mas não tinha nada a dizer de especial quanto à filosofia da educação, no sentido em que entendemos hoje este termo, excluída a educação especial daqueles que deveriam ser sacerdotes. Por causa disso ela limitou-se na prática, em termos da educação mais geral, a codificar através da experiência de seus docentes uma filosofia de educação em que, de certo modo, cristianizava-se o modelo educacional renascentista, baseado, no equivalente ao ensino secundário, no estudo dos clássicos e no cultivo da língua latina. De tal modo este ensino se expandiu que com o tempo este modelo pedagógico começou a ser visto como se esta fosse a própria filosofia cristã da educação, a assim chamada educação humanista, quando na verdade, se nos ativermos ao legado dos grandes pensadores cristãos desde a antigüidade até antes da Renascença, bem outro é o modo neles encontrado de serem abordados os problemas pedagógicos.