XIV. O Arianismo.


1. Introdução.

Até a época em que surgiu o Arianismo, as heresias não eram coisa nova na Igreja. Quando apareciam, anteriormente, os bispos, como guardiães do depósito da fé, as condenavam e preveniam os fiéis; e os inovadores, ao serem expulsos da Igreja, não conseguiam, após sua condenação, manter sua posição na Igreja ou suas posições heréticas.

Com o Arianismo, porém, deu-se uma transformação a este respeito. No ano 318 Ário, presbítero da Igreja de Alexandria, começou a propagar suas idéias a respeito da natureza do Verbo. Segundo elas, o Verbo não seria Deus mas apenas uma criatura. O bispo de Alexandria, Alexandre, chamou-o à ordem e chegou a reunir um concílio local com cerca de cem bispos do Egito e da Líbia que condenaram os erros de Ário e o excomungaram junto com um grupo de cinco presbíteros, seis diáconos e dois bispos, seus partidários.

Ário, porém, não aceitou a condenação e procurou apoio exterior, na Palestina, e com o apoio conseguido iniciou uma verdadeira guerra de acaloradas controvérsias. O Oriente cristão acabou por transformar-se em toda a parte num cenário de conflitos e disputas.