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Não é difícil imaginar como, de uma acolhida que inicialmente deve ter sido
provavelmente fria e sarcástica, os atenienses passaram a ouvir aqueles dois filósofos
veneradamente com uma atenção tal como se estivessem ouvindo aos deuses. Sócrates
os tinha ouvido e esforçou-se, a partir dos argumentos deles, para alcançar uma
compreensão mais profunda da verdade. Mas os demais atenienses não estavam
interessados em qualquer verdade que os dois filósofos de Eléia vinham ou não
vinham trazer. Eles queriam aprender como era possível fazer aquela mágica de
apresentar provas aparentemente irrefutáveis de que as coisas mais evidentes não são
como supomos que sejam. Quando Parmênides e Zenão foram embora de Atenas,
devem ter visto as cópias de seus livros disputadas entre os atenienses que os liam e
reliam aparentando evidente desejo de aprender. Parmênides e Zenão foram,
finalmente, levados a sério, mas não era bem desta maneira que eles tinham desejado
que tivessem sido levados a sério.
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