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Conforme explicado mais acima, três vezes havia
sido proposta na Associação Médica Britânica a formação de um
comitê para estudar a questão do aborto. O comitê foi
finalmente formado em 1935 mas apenas para estudar os
aspectos médicos da questão. Fazia parte deste comitê o Dr.
Alec Bourne, que logo em seguida inscrever-se-ia na ALRA.
O relatório final da Associação Médica Britânica
somente foi divulgado em julho de 1936. Mas na primeira
reunião pública da ALRA, em maio de 1936, Janet Chance já
divulgava os detalhes do relatório da Associação.
O comitê havia chegado à conclusão que a
terminologia vaga da lei do aborto era indesejável e
afirmava-se convictamente que o aborto deveria ser legalizado
nos casos em que poderia haver danos à saúde física ou mental
da paciente. No caso de uma gravidez decorrente de um estupro
em uma idade abaixo da do consentimento, que na época era de
dezesseis anos, o comitê declarava que uma experiência tão
penosa como o parto em uma tenra idade "deveria ser
considerada como indicação para o aborto, mesmo que de
maneira geral os danos à saúde mental da gestante
viessem no futuro a não ser levados em conta como
indicação para o aborto".
O comitê também se pronunciou a respeito do aborto
por indicações não médicas. A este respeito ele declarava:
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"O comitê não tem dúvidas de que a
legalização no aborto por motivos
de indicações sociais e econômicas
faria muito para resolver o
problema da operação clandestina.
Ele coloca, entretanto, que esta é
um assunto para ser considerado
pela comunidade como um todo, e
não apenas pela profissão médica".
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