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São também de Fernando de Azevedo as seguintes palavras:
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“Por menos que pareça,
nessa concepção educacional,
cujo embrião já se disse ter se gerado
no seio das usinas
e de que se impregnam a carne e o sangue
de tudo que seja objeto da ação educativa,
não se rompeu nem está a pique de romper-se
o equilíbrio entre os valores mutáveis
e os valores permanentes da vida humana.
É certo que é preciso fazer homens,
antes de fazer instrumentos de produção.
Mas o trabalho,
que sempre foi a maior escola
de formação da personalidade moral,
é o único método suscetível de fazer
homens cultivados e ideais
sob todos os aspectos.
A civilização contemporânea
apresenta-se ao observador menos atento
como uma civilização materialista,
em que as conquistas de ordem moral
não correram paralelas
com os progressos científicos
na submissão das forças naturais.
Mas as conquistas materiais,
no domínio das ciências aplicadas,
trazem freqüentemente
o germe de conquistas morais.
A máquina libertou o homem,
e se acompanharmos
a formação histórica das idéias morais,
veremos que a civilização atual,
aparentemente materialista,
apresenta uma série de conquistas morais
do maior alcance.
Não é somente a indústria que se desenvolveu,
é a humanidade que evoluiu
ampliando para círculos cada vez mais vastos
os benefícios e as utilidades que acumulou”.
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