CAPÍTULO 141

Quanto à Cúria Romana, logo no início de seu pontificado Sixto IV deu ordem para que fosse elaborada uma bula contendo disposições para uma reforma completa.

Neste documento, diz o historiador L. Pastor,

"sem nenhuma condescendência estavam colocados em clara luz todos os abusos introduzidos especialmente entre os cardeais e são dadas disposições que se tivessem sido executadas teriam provocado a mudança de aspecto tanto do colégio cardinalício como de toda a Cúria Romana".

Entretanto, Pastor cita uma carta de Pedro Barroci datada de 1481 em que se lê expressamente que

"Sixto IV queria opor-se a estes males, e nomeou uma comissão para a reforma, mas a maioria dos cardeais se declarou contrária à propostas dos que melhor pensavam".

Para este resultado, acrescenta Pastor, muito contribuíu o fato de que os cardeais que melhor teriam apoiado as idéias de Sixto IV eram justamente os que haviam falecido durante o pontificado de Paulo II.

A bula sequer chegou a ser publicada, diz Pastor. Quem quisesse saber os motivos,

"mais do que no Papa, deveria procurá-los naqueles que o circundavam".

Não se deve negar, continua Pastor, que Sixto IV teria podido fazer muito mais pela reforma da Igreja, tal como havia feito entre os franciscanos, se a corrupção não fosse tão grande, especialmente em certas partes da Itália.

Sixto IV então percebeu que estava circundado de

"prelados espertos em todos os sentidos, muito influentes e hábeis, os quais esperavam dele na verdade um instrumento para seus objetivos egoístas".

Para poder levar adiante seus objetivos, portanto, Sixto IV percebeu que necessitava do apoio de executores em quem pudesse confiar.