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Existe um motivo muito sério para se fazer esta pergunta. Como pode o mundo da
inteligência ter uma natureza anterior, mais elementar e fundamental do que o mundo
real, de tal maneira que parece impor suas características básicas ao mundo real, se a
inteligência humana é o que existe de mais posterior no tempo dentro do mundo real?
Pois, de fato, o homem, que é o lugar onde existe o mundo da inteligência, foi
justamente o último dos seres a ter surgido dentro da natureza.
Não é preciso ser um biólogo moderno para se poder chegar à conclusão de que o
homem é o último dos seres a ter surgido na natureza. Os filósofos gregos facilmente
chegariam a esta mesma conclusão raciocinando, por exemplo, com os seguintes
argumentos, argumentos bem no estilo da filosofia grega, argumentos que mostram que
o ser humano é o último dos seres da natureza a ter surgido.
Um primeiro argumento para perceber isto é muito simples. A natureza é vista sempre
e em todo o lugar proceder do imperfeito ao perfeito. Ora, o homem é o mais perfeito
dos seres da natureza. Portanto, deve ser posterior no tempo a todos os demais seres
da natureza.
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