CAPÍTULO 166

O Cardeal della Rovere foi, conforme se esperava, eleito Papa, tomando para si o nome de Júlio II. Para o rumo que os fatos estavam tomando, foi uma escolha providencial. O novo Papa possuía um temperamento tão forte que nem sequer César Borgia com as suas tropas poderia intimidá-lo. Sarah Bradford, reunindo vários testemunhos da época, descreveu Júlio II como

"um homem que tinha a alma de um Imperador, cuja aparência era tão imperial como imperioso era o seu temperamento.

Era um homem de temperamento vulcânico, que nunca brincava e que parecia continuamente absorvido em profundos pensamentos. Quando ele agia sempre o fazia com uma grande energia. Era dado a freqüentes explosões de cólera e não tinha paciência de ouvir calmamente qualquer coisa que lhe dissessem nem de aceitar os homens tais como ele os encontrava. Ninguém conseguia ter qualquer tipo de influência sobre ele, nem se dava ao trabalho de consultar quem quer que fosse. Tudo o que ele pensava à noite tinha que ser executado imediatamente na manhã seguinte e ele insistia em fazer tudo pessoalmente. É praticamente impossível descrever a força, a violência e a dificuldade que eram necessárias para lidar com este homem. Tanto no corpo como na alma tinha a estatura de um gigante".