19. 5. Conclusão.

Destes exemplos, que poderiam ser multiplicados indefinidamente, depreende-se quão importante é o estudo das Sagradas Escrituras para se alcançar a virtude da fé, fonte da graça e de todo o bem. Será, pois, uma obrigação para aqueles que desejam se aproximar de Deus o estudo constante e metódico das Escrituras.

Resta-nos apenas concluir esta exortação com as palavras de Hugo de São Vítor do prólogo das "Alegorias de ambos os Testamentos":

"Quem quer que se dedique ao estudo da ciência e da sabedoria divina",

diz Hugo de S. Vitor,

"poderá conhecer o fruto das lições das Sagradas Escrituras mais pela sua própria experiência do que pelo testemunho dos outros.

A alma que se dedica ao estudo das Sagradas Escrituras encontrará nela uma ocupação honesta, assim como a sagacidade da meditação, a força da oração e a luz da contemplação celeste.

Formar-se-á segundo o exemplo dos santos, será instruída no exercício das virtudes e se firmará no exercício das boas obras.

Neste estudo manifestam-se os enganos das ilusões, rejeita-se a malícia da iniqüidade, e somos conduzidos ao verdadeiro e perfeito conhecimento da verdade e ao amor da bondade. Reanimam-se as forças para não sucumbir na adversidade e fundamentam-se para que não se dissolvam na prosperidade. Aprendemos a recordar o passado e a ter cautela do futuro.

Quem quer que, portanto, renunciasse a apascentar-se do alimento das Escrituras, já teria começado a perder com isto a vida da própria alma, e dele poderia-se dizer com o salmista:

`A sua alma aborrecia toda a comida, e chegou às portas da morte'.

Salmo 106, 18"