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Orígenes nasceu por volta do ano 185 em Alexandria, filho de pais
cristãos os quais, desde criança, antes mesmo que chegasse a
freqüentar a escola, lhe transmitiram o gosto pelo estudo das
Sagradas Escrituras, ao qual o menino passou a dedicar-se pelo resto
de sua vida. Quando tinha dezessete anos, seu pai foi preso, vindo a
morrer posteriormente como mártir na perseguição desencadeada por
Sétimo Severo. Inflamado também pelo desejo do martírio,
Orígenes só não se juntou ao pai por causa de sua mãe ter escondido
suas roupas, obrigando o filho a permanecer em casa.
Pouco tempo após a morte do pai, com 18 anos, foi convidado pelo
bispo de Alexandria a suceder Clemente na escola catequética da
cidade, de quem tinha sido discípulo. Verificando que o procuravam
pagãos e herejes cultos, começou a estudar filosofia para poder
dialogar com os mesmos e converteu para o cristianismo diversos
filósofos pagãos, vários dos quais vindo posteriormente a morrer
mártires. Após doze anos de ensino, Orígenes empreendeu uma
viagem a Roma para, conforme suas palavras,
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"ver a antiqüíssima Igreja dos romanos".
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Lá, refere mais tarde São Jerônimo, pôde ouvir um sermão sobre
o "louvor de Nosso Senhor e Salvador", pregado por Hipólito,
então presbítero da Igreja Romana. O modo exemplar como vivia as
virtudes cristãs atraíu multidões à escola catequética, onde
Orígenes era procurado desde manhã até à noite. Morreu mártir
aos 70 anos.
Quanto à doutrina, Orígenes tinha a intenção de ser cristão
ortodoxo e o queria ser, o que se pode deduzir do simples fato de ter
ele uma grande estima pelo magistério da Igreja e considerar um erro
de doutrina mais pernicioso do que um desvio de moral. Entretanto,
sob a influência da filosofia platônica, Orígenes incidiu em erros
dogmáticos, tendo surgido, imediatamente após a sua morte, disputas
acerca de sua ortodoxia, e algumas de suas interpretações da Sagrada
Escritura tendo sido posteriormente condenadas pela Igreja.
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