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A memória custodia, recolhendo-as, as coisas que o engenho
investiga e encontra.
Importa que as coisas que dividimos ao aprender as recolhamos
confiando-as à memória: recolher é reduzir a uma certa breve e
suscinta suma as coisas das quais mais extensamente se escreveu ou se
disputou, o que foi chamado pelos antigos de epílogo, isto é, uma
breve recapitulação do que foi dito.
A memória do homem se regozija na brevidade, e se se divide em muitas
coisas, torna-se menor em cada uma delas.
Devemos, portanto, em todo estudo ou doutrina recolher algo certo e
breve, que guardemos na arca da memória, de onde posteriormente,
sendo necessário, as possamos retirar. Será também necessário
revolvê-las frequentemente chamando-as, para que não envelheçam
pela longa interrupção, do ventre da memória ao paladar.
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