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Vamos descrever a seguir o surgimento, a educação e os interesses de uma nova classe
intelectual que se formou durante a Renascença. Seus membros costumam ser referidos
pela História com o nome de humanistas.
O primeiro dos humanistas foi o italiano Francesco Petrarca, que viveu durante a
primeira metade dos anos 1300.
Petrarca era um homem nitidamente imbuído de ideais cristãos, não obstante nele já se
encontrarem uma série de características que se chocam com esta postura. Diz dele
Pastor no volume primeiro da "História dos Papas".
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"Nem sequer Petrarca ficou imune
do fermento de seu século.
Encontramos neste poeta
traços que contrastam
com suas idéias fundamentais
de fiel cristão.
Tais são,
por exemplo,
seu desprezo altivo pela escolástica
assim como pela Idade Média,
da qual foi um dos primeiros,
por assim dizer,
a acreditar na fábula das trevas
da Idade Média,
e a sua doentia sede de glória".
"É um triste espetáculo ver um homem
tão elevado intelectualmente
como Petrarca
sonhar com coroas de louros,
favores de príncipes,
ovações populares
e correr atrás do fantasma da glória
junto a cortes de príncipes
moralmente muito degradados".
"Característica dos humanistas
que vieram depois dele
foi um amor próprio desmedido;
extremamente vaidosos
e necessitados de fama,
não se julgavam jamais
suficientemente reconhecidos.
Suas bocas e suas penas
estavam cheios de belas frases,
mas ao mesmo tempo
eles eram sumamente ávidos
de dinheiro e de vida faustosa,
de honras e de admiração,
mendigos dos favores
dos grandes e dos ricos,
e insuportáveis uns aos outros,
prontos para qualquer intriga,
para qualquer calúnia,
para qualquer maldade
desde que fosse para arruinar
um odiado concorrente.
Iniciou-se uma evolução sem limites
do individualismo,
da qual despontou
uma multifacetada ânsia de glória
que chegou a extremos satânicos".
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