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No mesmo ano em que a Liga Mundial para a
Reforma Sexual organizava a sua primeira conferência em
Berlim, a Liga Americana para o Controle da Natalidade
que havia sido fundada por Margareth Sanger patrocinava no
Hotel Plaza em Nova York a Primeira Conferência para o
Controle da Natalidade.
Nesta época a Liga fazia drásticas distinções
entre contracepção e aborto. Isto ficou bem claro quando o
primeiro dos conferencistas apresentou um trabalho intitulado
"Controle da Natalidade sim, Aborto não". Neste trabalho
se declarava que "qualquer meio utilizado para impedir os
elementos masculinos e femininos de se unirem é um
preventivo ou contraceptivo. Mas uma vez que a
fertilização teve lugar todas as possibilidades de uma
nova alma, de um novo indivíduo, estão abertas, e
iniciou-se uma vida individual que deveria ser amparada
pelas mesmas leis protetivas que amparam todos os seres
humanos. As mesmas leis que protegem os adultos protegem
as crianças. Não é menos crime matar um bebê do que
matar um adulto. Por que deveria ser menos crime, por
que deveria ser mais moral ou legal destruir uma vida em
seus estágios intra uterinos do que o é depois que estes
estágios foram ultrapassados e o bebê nasceu? Nós
afirmamos que desde o momento em que o óvulo foi
fertilizado até o momento em que a criança abandona o
útero qualquer interferência destrutiva para com o mesmo
deve ser considerado um aborto, e que o aborto nunca
deveria ser necessário, nunca pode ser moral, raramente
deve ser legal".
Margareth Sanger, a organizadora da Conferência,
já havia sido aprisionada pelo menos uma ou duas vezes
naquela época. Havia ganhado com isso, na expressão de suas
colaboradoras mais próximas, ampla "publicidade de mártir".
Esta publicidade ampliou-se mais ainda quando o seu congresso
não conseguiu chegar ao fim. A polícia de Nova York invadiu o
Hotel Plaza durante uma das sessões e encerrou o evento.
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