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Assim, quando morreu Sixto IV, com o apoio de cardeais parentes do pontífice
falecido, foi eleito Papa o Cardeal João Batista Cibo, um prelado que, em condições
normais não teria chegado ao trono pontifício.
Desde que João Batista, em sua juventude, havia sido ordenado sacerdote, na verdade
nada de repreensível foi encontrado em sua vida. Sempre foi um homem bom e afável.
Mas antes de ter sido sacerdote João havia tido dois filhos ilegítimos, reconhecidos
por ele publicamente na forma da lei.
Certamente que, fosse aquela outra época, teria sido alguma coisa de muito estranha
que fosse eleito para o Supremo Pontificado um homem nestas condições. Mas naquela
época poucos reclamaram do fato. E igualmente muito pouco se falou quando, alguns
anos mais tarde, João Batista, agora já Papa Inocêncio VIII, decidiu ele próprio
celebrar o casamento de seus filhos no Vaticano.
Por outro lado, com seu caráter pacífico, Inocêncio VIII fêz cessar as guerras que Sixto
IV havia iniciado. Fêz as pazes com a cidade estado de Florença que no pontificado
anterior havia estado em guerra com os Estados Pontifícios.
O governante de Florença, Lourenço de Medicis, ofereceu a mão de sua filha em
casamento ao filho do Papa. Ao casamento celebrado no Vaticano por Inocêncio VIII
seguiu-se um tratado de paz. Mais tarde Inocêncio VIII delegou inclusive todos os
problemas de política externa dos Estados Pontifícios aos cuidados do governo de
Florença, até pouco tempo antes inimigo do Papa.
Com intenções evidentemente conciliatórias, Inocêncio VIII elevou ao cardinalato João
de Medicis, da família dos governantes florentinos, uma criança de apenas 13 anos.
Deve-se dizer, porém, que apesar da idade precoce de João, ele foi educado
condignamente para desempenhar o cargo que iria assumir na Igreja, dentro de uma
sadia moral cristã e do que de melhor havia na Renascença em matéria de educação.
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