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"No princípio criou Deus
o céu e a terra".
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Assim se iniciam as Sagradas Escrituras. O verbo que elas aqui
utilizam é o hebraico BARÁH (criou), que é empregado de modo
próprio para designar a criação dos entes a partir do nada por parte
de Deus. Mas a própria Sagrada Escritura volta a utilizar este
termo no Salmo 50 quando Davi, após ter cometido adultério e
homicídio, pede perdão a Deus dizendo:
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"Cria em mim, ó Deus,
um coração puro,
e renova em mim
um espírito reto".
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A criação dos entes a partir do nada e a regeneração do homem pela
graça são designadas pelo mesmo verbo como duas realidades análogas e
que pertencem exclusivamente a Deus, sugerindo a existência de um
paralelo entre a criação e a santificação.
A narrativa de Genesis 1 sobre a criação do mundo revela, deste
modo, o desenrolar do processo de santificação do homem. Ambas
estas realidades se iniciam quando, no primeiro dia, em meio ao caos,
Deus diz:
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"Faça-se a luz,
e a luz se fêz".
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Este é, de fato, o primeiro efeito do Espírito Santo sobre a alma
humana quando Deus pretende regenerá-la pela graça. A luz do
primeiro dia de que fala Gênesis 1 não é a luz do Sol, da Lua ou
das estrelas, os luminares que só são ditos terem sido criados no
quarto dia. O processo de criação, ademais, só termina no sexto
dia, quando o homem é criado à imagem e semelhança de Deus. Assim
também, na restauração do homem pela graça, só quando os homens
se tornam santos como São Francisco de Assis, Santo Tomás de
Aquino, São João Bosco e outros exemplos conhecidos, é que
podem ser ditos em seu sentido mais perfeito imagem e semelhança de
Deus.
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