CAPÍTULO 26

Nada disso, porém, aconteceu.

Com a República instalou-se a corrupção e a fraude eleitoral generalizada em proporções hoje inteiramente inimagináveis, mesmo para quem nasceu em território brasileiro, se não forem consultados os anais da história. O problema da educação, que começava a aflorar no fim do Império, caiu no esquecimento quase total. Foi criado um Ministério da Educação, é verdade, mas que durou apenas dois anos, pois na realidade havia sido criado mais para impedir que Benjamin Constant se tornasse o Ministro da Guerra do que por outro motivo. Benjamin Constant havia sido professor da Academia Militar; havia sido ele que na manhã do dia 15 de novembro quem tinha pressionado o Marechal Deodoro da Fonseca, ainda indeciso, a proclamar a República; era um famoso propagador da Filosofia Positivista e um candidato natural para ocupar a pasta de Ministro da Guerra; mas, se fosse criado um Mistério da Educação, não haveria ninguém mais indicado do que ele para ocupar o novo ministério. Criou-se-o, então, para que se deixasse livre o Ministério da Guerra. A falta de visão com que o novo Ministério foi criado notava-se já pelo seu nome: possuía o título de Ministério da Educação, Correios e Telégrafos, sendo que o orçamento da parte referente aos Correios e aos Telégrafos era superior à parte que estava destinada à Educação. Dois anos depois, esta Ministério era extinto, e a Educação passou a fazer parte dos atributos do Ministro da Justiça.