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Foi no ano seguinte que foi convocado o Primeiro Concílio de Latrão, com dois
principais objetivos: confirmar a Concordata de Worms com a autoridade de um
Concílio Ecumênico e examinar outras questões de ordem disciplinar relativas aos
abusos que tinham se introduzidos dentro da Igreja. No Primeiro Concílio de Latrão
codificaram-se as idéias e as iniciativas básicas de Gregório VII.
A partir daí todos os demais Concílios, desde o nono ao décimo nono, tiveram como
objetivo a reforma da Igreja. Para alguns, este foi o motivo principal de sua
convocação. Já outros puderam ser convocados por causa de um problema
circunstancial, mas em todos eles, aproveitando-se o motivo circunstancial, foi sempre
incluído o problema da reforma da Igreja como um problema de capital importância.
As expressões com que se significa a reforma da Igreja na lista de motivos de
convocação constantes nos decretos convocatórios ou nos demais documentos
relacionados com eles varia ao longo destes onze Concílios, mas percebe-se que estão
sempre ligados à mesma problemática. Dentre elas temos as seguintes:
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- Exame de questões de ordem
disciplinar;
- Reforma da Igreja;
- Extirpar abusos e desordens;
- Reforma dos costumes do clero e
do laicato;
- Desenraizar abusos;
- Culpas do alto e baixo clero;
- Ignorância e avidez do clero;
- Melhor escolha dos bispos;
- Melhor formação dos candidatos
ao sacerdócio;
- Defesa das liberdades
eclesiásticas da ingerência leiga;
- Perseguição do Imperador contra
a Igreja;
- Descuido na escolha, instrução e
formação dos candidatos ao
sacerdócio;
- Relaxamento da disciplina
monástica;
- Reforma geral da Igreja;
- Liberdade acerca da eleição de
bispos e abades;
- Injustas pressões e ingerência de
príncipes nos problemas da
Igreja,
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além de vários outros do gênero.
Trata-se, como se pode perceber, de uma problemática bem diferente daquela
enfrentada pelos oito primeiros Concílios, em que o problema de primeiro plano era
manifestamente de caráter doutrinal.
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