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No inverno de 1931 o juiz McCardie, julgando uma
série de casos de aborto, fêz declarações como estas:
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"Expresso aqui o meu ponto de
vista claramente: em minha opinião
a lei do aborto tal como existe
hoje deveria ser substancialmente
modificada. Ela está defasada em
relação às condições que
prevalecem no mundo ao nosso
redor".
"A lei, tal como ela reza no
presente provoca mais dano do que
bem. Em meu ponto de vista, chegou
o tempo em que a nação deveria ser
advertida. Eu a estou advertindo
hoje".
"Eu não acho correto que uma
mulher deveria ser forçada a ter
uma criança contra a sua vontade".
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Estas declarações de McCardie levantaram a controvérsia do
aborto em solo inglês, em particular entre os médicos.
No verão de 1932 verificou-se o encontro
centenário da Associação Médica Britânica. As declarações
do juiz McCardie marcaram ali a sua presença. Foi feita uma
proposta no sentido de se formar um comitê para se proceder a
uma revisão das lei do aborto. Um dos proponentes justificou
a proposta afirmando que era sabido que a incidência do
aborto clandestino estava aumentando rapidamente, a lei
estava expressa em termos ambíguos e não estava claro se ela
permitia o aborto terapêutico. A proposta foi recusada por 46
votos contra 39. No ano seguinte o estabelecimento de uma
comissão para estudar o mesmo assunto foi proposto e recusado
pela segunda vez. Mas em 1934, proposta pela terceira vez a
formação da comissão, a petição foi aceita. Em julho de 1935
foi formado finalmente o comitê da Associação Britânica sobre
o aborto; destinava-se, porém, a fazer um relatório "sobre
os aspectos médicos do aborto".
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