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Diz o Apóstolo:
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"Abraão, contra a esperança,
creu na esperança de que seria
pai de muitas gentes,
segundo o que lhe foi dito:
`Assim será a tua descendência'.
Sem vacilar na fé, não considerou
o seu corpo amortecido,
nem o seio de Sara, já sem vida.
Não hesitou com desconfiança,
conhecendo plenissimamente
que Deus é poderoso para cumprir
o que prometeu;
por isso lhe foi reputado
para a justiça".
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Pergunta-se sobre a fé de Abraão, que o Apóstolo louva nesta
passagem, que lhe foi reputada para a justiça: que fé é esta, ou
de que coisa ela foi? De fato, se considerarmos diligentemente as
palavras do Apóstolo e do Gênesis, parece que a fé que foi
reputada a Abraão para a justiça foi a fé pela qual ele creu em
Deus ter-lhe prometido uma prole. Ora, se isto é assim, há
alguma fé além da fé em Cristo que é fé justificante. Pode-se
responder que Abraão então já possuía a fé em Cristo; neste caso
porém cabe perguntar-se se ambas estas fés justificam, ou por qual
motivo a justiça é dita proceder mais daquela do que desta.
SOLUÇÃO.
O Apóstolo louva a fé de Abraão, pela qual ele acreditou em todas
as coisas que deveriam ser acreditadas, fé pela qual entre outras
coisas ele acreditou ser Deus verdadeiro na promessa da prole.
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