CAPÍTULO 76

A esta descrição de Pastor junta-se a avaliação de Will Durant, encontrada em seu livro sobre a Renascença:

"A homossexualidade tornou-se quase que uma parte obrigatória do Renascimento pelo interesse dos clássicos antigos. Os humanistas escreveram sobre esta prática com afeto estudantil, e Ariosto inclusive deixou escrito que todos eles estavam nela envolvidos. Arretino descreveu a aberração como sendo bastante popular na cidade de Roma, e ele próprio, entre uma mulher e outra, pediu ao Duque de Mântua que lhe enviasse um belo rapaz. Em 1455 o Conselho dos Dez de Veneza redigiu uma nota oficial sobre como

`o abominável vício da sodomia está se multiplicando nesta cidade',

e, para evitar `o castigo de Deus', designou dois homens em cada bairro de Veneza encarregados de extirpar a prática. O Conselho ademais notou que já havia homens em Veneza que se trajavam como mulheres e vice versa. Podemos ter certeza que a homossexualidade estava mais do que normalmente presente na Itália Renascentista. A mesma coisa pode-se dizer da prostituição. De acordo com Infessura, em Roma, cuja população era de noventa mil almas, havia pelo menos seis mil e oitocentos prostitutas. Em Veneza o censo de 1508 reportava quase doze mil prostitutas em uma população de trezentas mil pessoas. Logo nos primeiros tempos da imprensa, um editor veneziano publicou um catálogo de nomes, endereços e preços das principais cortesãs de Veneza".