25. A importância da oração.

De todos os santos, ensinam as Sagradas Escrituras, nenhum houve que tivesse conseguido salvar-se sem a graça do Espírito Santo:

"Os pensamentos dos mortais são tímidos",

diz, de fato, o Livro da Sabedoria,

"e incertas as nossas providências.

Com dificuldade compreendemos o que há na terra, e com trabalho descobrimos o que temos diante dos olhos.

Quem pode, pois, investigar as coisas do céu?

E quem poderá conhecer os teus desígnios, Senhor, se tu não lhe deres a sabedoria, e do mais alto dos céus não enviares o teu santo Espírito, a fim de que sejam corrigidos os caminhos daqueles que estão na terra, e aprendam os homens as coisas que te agradam?

Porque pela sabedoria é que foram salvos todos os que te agradaram, Senhor, desde o princípio".

Sab. 9, 14-19

O Espírito Santo, porém, não vem senão pela fé, e esta não se alcança senão pela oração. Disto se conclui que, salvo alguma exceção extraordinária, nenhum dos santos alcançou a salvação sem antes ter percebido a importância da oração. Os que não se deram conta disto, simplesmente se perderam, incapazes de cumprir as leis divinas. Por isto não há nenhum dos escritos deixados pelos santos em que não surja, de modo bastante claro, a convicção profunda que eles tinham a respeito da importância da oração. Se isto é comum a todos os santos, dois deles, entretanto, tiveram uma habilidade especial para explicar este assunto aos que deles se aproximavam; são eles Santa Teresa de Ávila e Santo Afonso de Liguori. Embora Santo Afonso seja mais conhecido pelos seus importantíssimos trabalhos sobre Teologia Moral, deixou-nos alguns livros sobre a oração, visivelmente inspirados nos escritos e no exemplo de Santa Teresa, em que ele nos quer despertar para a tão grande necessidade que temos da oração. Sua linguagem é tão clara a este respeito que o melhor que há para se fazer será o passar-lhe a palavra.