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Mas, entre os gregos, quem foi que inventou a escola?
Ao que tudo indica, quem inventou a escola entre os gregos foi o filósofo Pitágoras.
Antes de Pitágoras ensinava-se na Grécia, muito rudimentarmente, mas só com
Pitágoras é que surgiu a primeira escola propriamente dita.
A história diz que os primeiros filósofos gregos de que se tem notícia foram Tales e
Anaximandro de Mileto, uma cidade grega situada na costa oeste da atual Turquia, por
volta do ano 600 AC.
Pitágoras foi discípulo de Tales; pertenceu, portanto, à segunda geração de filósofos
gregos. Tales, provável primeiro mestre de Pitágoras, havia passado muito tempo
estudando entre os sábios do Egito, depois do que retornou à pátria e instalou-se na
cidade colônia grega de Mileto, onde permaneceu até a morte. Pitágoras havia nascido
em uma ilha muito próxima, situada quase em frente a esta cidade; provavelmente
ainda em sua juventude atravessou o pequeno estreito de mar que separava a ilha do
continente e foi estudar com Tales e Anaximandro de Mileto.
Depois de ter estado com Tales e Anaximandro, Pitágoras teria passado ao Egito onde
teria estudado uma ou duas décadas entre os sábios egípcios e, segundo alguns
historiadores antigos, teria passado depois algum tempo estudando na Mesopotâmia.
Muitos anos depois de ter deixado Mileto, retornou à sua pátria e fundou uma escola
em uma outra cidade colônia grega no sul da Itália. Nossas escolas são uma herança
distante desta primeira escola de Pitágoras.
Qual era a finalidade desta escola?
Não era, de modo algum, oferecer um ensino profissionalizante. Na escola de
Pitágoras não se entrava para aprender alguma coisa com que depois se pudesse ir
ganhar a vida.
Quem entrava na escola de Pitágoras, de início, entrava para ficar nela até o fim da
vida, e o que se ensinava era a própria busca da sabedoria.
Foi o próprio Pitágoras quem criou o nome "filósofo", que em grego significa "amor
à sabedoria". Quem entrava nesta escola entrava, portanto, para buscar o mais
possível tornar-se um homem sábio, e não para ganhar dinheiro depois que o fosse. Ele
fazia isto por amor à sabedoria e com nenhum outro objetivo ulterior senão o de
prosseguir nesta busca para sempre.
Pitágoras deve ter sido bem sucedido neste seu ideal, pois a história registra que suas
escolas se multiplicaram no sul da Itália e que era muito comum que os que dela
participavam fossem chamados para assessorarem os governantes das cidades gregas,
quer por iniciativa dos governantes, quer por exigência dos próprios cidadãos, ao que
os pitagóricos costumavam anuir de boa vontade sem se desvincularem das escolas.
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