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A condição do Sumo Pontífice nesta época era bem menos pior do que a da Igreja em
geral.
Bem antes do início do feudalismo os Papas haviam recebido do pai de Carlos Magno
uma doação de terras, denominada Patrimônio de São Pedro, que mais tarde veio a se
transformar nos Estados Pontifícios, na Itália Central, em volta da cidade de Roma.
Na época do feudalismo estes territórios passaram a ser considerados como parte do
Sacro Império Romano Germânico e, portanto, embora fossem governados pelo Papa,
o Papa era neles um vassalo do Imperador. O processo geral descrito acima de
submissão do poder espiritual ao poder temporal dos senhores feudais não se estendeu
em todas as suas fases ao caso dos Sumos Pontífices. Embora o Papa fosse
considerado vassalo do Imperador, nunca foi investido no cargo pelo Imperador, nem
teve o Papa que prestar-lhe juramento de fidelidade. Porém, devido à interferência
arbitrária e desastrosa dos senhores feudais italianos na eleição dos Sumos Pontífices,
por volta da segunda metade dos anos 900 os Imperadores do Sacro Império se
acharam no direito de nomearem eles mesmos quem deveria ser eleito para o Supremo
Pontificado.
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