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Como pode o Apóstolo dizer que
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"Deus há de dar a cada um
segundo as suas obras",
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se as obras de um homem são boas enquanto sua intenção é má, e as
obras de outro são más enquanto sua intenção é boa, e é pelo
afeto que se impõe o nome à obra? Não é condenado pelas boas obras
aquele cuja intenção é má, enquanto que se salva pelas más obras
aquele cuja intenção é boa?
SOLUÇÃO.
Não é suficiente a intenção para que as obras sejam ditas boas,
mas sempre é exigida que sejam boas para aquele que as faz. Se, de
fato, as obras são boas em si, mas a intenção é má, o homem é
punido pela má intenção, não pelas boas obras, nem será
remunerado por elas, porque se lhe tornaram inúteis pela má
intenção. Para que, porém, as obras lhe sejam más, não se
exige a má intenção. A intenção pode ser boa ou má e existir em
obras más; qualquer que for a intenção de uma obra má, causará
esta dano ao que a fizer. O julgamento deve referir-se à intenção
nas coisas que são indiferentes, isto é, nem boas nem más em si
mesmas.
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