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Dos argumentos de Zenão de Eléia contra a existência do movimento, o seguinte é um
dos melhores.
Supondo que o movimento que nós vemos existisse realmente, devemos analisá-lo
mais de perto.
Consideremos o movimento de uma flecha lançada contra um alvo. A cada instante do
movimento a flecha só pode estar em um único lugar do espaço, porque nada pode
estar, no mesmo instante, em dois lugares ao mesmo tempo. Portanto, isto significa que
a cada instante do movimento a flecha tem que estar parada em um único lugar.
Ora, se em cada instante do movimento a flecha está parada, ela estará parada em
todos os instantes do movimento e, portanto, não pode existir este movimento.
Se os ouvintes quiserem admitir que o movimento existe, terão que admitir que em pelo
menos algum instante do movimento a flecha estará se movendo.
Porém, se é assim, neste instante, então, a flecha terá que estar em dois lugares ao
mesmo tempo.
E daí o que é que se conclui? Ou admitimos que o movimento é uma ilusão ou então
teremos que admitir que uma flecha pode estar em dois lugares diferentes ao mesmo
tempo.
Ora, a segunda destas alternativas é, obviamente, impossível. Portanto, o movimento
não existe.
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