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Foi assim que Nicolau V conseguiu reunir recursos para, em questão de pouquíssimos
anos, não apenas empreender a reforma da cidade de Roma, um empreendimento que
se estenderia pelos pontificados seguintes, como também para levantar uma biblioteca,
a futura Biblioteca Vaticana, contendo três mil livros, número hoje em dia muitíssimo
pequeno, mas que na época superava todas as maiores bibliotecas do mundo.
Na verdade, o catálogo oficial da Biblioteca declarava que havia naquela época
aproximadamente mil e duzentos livros. Mas um testemunho do Papa Pio II, o segundo
sucessor de Nicolau V, um homem que tinha um interesse por livros semelhante ao de
Nicolau V e que provavelmente deve ter freqüentado a Biblioteca Vaticana já naquela
época, garante que havia em torno de três mil livros.
Mesmo, porém, com 1200 livros, a Biblioteca Vaticana já com isso era a maior do
mundo. Em 1450 só havia duas bibliotecas na Itália que possuíam quase mil livros.
Uma delas pertencia a um particular na cidade de Florença, e continha 800 volumes. A
outra estava instalada em um castelo nas proximidades de Milão pertencente à família
Visconti, os governantes do ducado de Milão, a qual continha 988 volumes.
Todas as demais bibliotecas da Itália da época continham menos de trezentos volumes.
Na biblioteca da família dos Médici, os governantes de Florença, homens ricos e
patrocinadores da cultura, havia, em 1450, apenas 158 livros.
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