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Quando Rodrigo Borgia foi eleito Papa, ninguém pareceu ter-se incomodado com a
vida que ele havia conduzido como cardeal, e é difícil saber exatamente ao que isso se
deve.
Provavelmente a época da Renascença na Itália foi tão corrompida que tais desmandos
pouca impressão faziam, pois na sociedade em geral havia-os muito piores. Ademais,
parece que neste caso Rodrigo Borgia soube também manter uma relativa discrição de
sua vida particular enquanto cardeal.
Na verdade, bem ao contrário do que poderia parecer pela narrativa que fizemos,
quando foi eleito, diz Will Durant, verificou-se que raramente uma eleição papal havia
sido acolhida pelo povo com tanto entusiasmo. Os governantes da Europa aplaudiram a
escolha, enviaram mensagens de esperança pelo futuro da Igreja e até mesmo de uma
breve e bem sucedida reforma. Era, na verdade, a fama do cardeal como habilidoso
administrador que havia se espalhado pelas cortes da Europa, de preferência à de sua
vida particular.
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