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Em algumas passagens, Orígenes realmente representa a unidade das
Pessoas como uma união moral. Ele afirma que elas são
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"um só em unanimidade,
harmonia e identidade de vontade",
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suas vontades sendo virtualmente idênticas. Mas, consideradas
isoladamente, tais passagens não fazem justiça ao pensamento integral
de Orígenes a este respeito.
O ponto básico é que o Filho foi gerado, não criado, pelo Pai.
Como gerado do Pai, Ele é eternamente emanado do ser do Pai e
assim participa em sua Divindade. O Filho procede do Pai como a
vontade da mente, a qual não sofre divisão neste processo. De
acordo com o Livro da Sabedoria, Ele é um
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"sopro do poder de Deus,
uma pura efluência da glória
do Todo Poderoso".
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Orígenes utiliza esta passagem para mostrar que
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"ambas estas ilustrações sugerem
uma comunidade de substância
entre o Pai e o Filho,
porque uma influência parece ser `homoousios',
isto é, de uma só substância,
com aquele corpo do qual
esta é uma efluência ou vapor".
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Assim segundo Orígenes, a unidade entre o Pai e o Filho
corresponde àquela unidade que existe entre a luz e o seu brilho, ou
entre a água e o vapor que dela emana.
Se, no sentido mais estrito, somente o Pai é Deus, não é porque
o Filho não é também Deus ou não possui a Divindade, mas
porque, como Filho, Ele a possui por participação ou de maneira
derivada.
Referências:
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Orígenes : In Johan. 13,36,228; 2,2,16;
Idem : De Principiis 1,2,6; 4,4,1;
Idem : Frag. in Hebr. PG 14,1308.
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