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Na Europa Ocidental, nos Estados Unidos, na
Austrália e na Nova Zelândia no fim do século dezenove e
início do século vinte as taxas de natalidade começaram a
cair assustadoramente. O perigo da superpopulação
desapareceu, tendo sido substituído pelo perigo do
despovoamento. O país onde este fenômeno ocorreu em primeiro
lugar e da forma mais acentuada foi a França. A taxa de
natalidade francesa estava em declínio desde 1800, mas a
partir de 1900 começou a diminuir a uma velocidade alarmante.
Por outro lado, o que será bastante significativo para o tema
que é assunto deste trabalho, o país onde este fenômeno
ocorreu de maneira menos acentuada foi a Inglaterra.
As tendências aqui descritas são ilustradas em uma
figura anexa. Nela podem ser notados o declínio vertiginoso
das taxas de natalidade e pode-se notar bem claramente como a
maior taxa de natalidade é a inglesa e a menor taxa de
natalidade, conjuntamente com a maior taxa de mortalidade é a
francesa.
Durante este período, em termos gerais, as taxas
de natalidade diminuíram por causa da diminuição das taxas de
mortalidade. Como uma parte considerável das crianças
concebidas nasciam, e das que nasciam outra parte
considerável vivia até a idade adulta, aqueles que desejavam
um número menor de filhos passaram a adotar algum método para
o controle da natalidade. Por outro lado, a redução das taxas
de mortalidade, juntamente com a vida urbana e a
diversificação do trabalho, fazia com que a maioria dos pais
pudessem chegar ao fim de suas carreiras junto com uma
razoável consciência da probabilidade desta expectativa. Com
isto muita da ênfase que era dada à criação dos filhos passou
a ser colocada na carreira pessoal. A maneira prática dos
casais controlarem sua fertilidade era predominantemente
baseada, apesar de já existirem campanhas a favor de outros
métodos de controle de natalidade, no coito interrompido e no
aborto provocado. Estima-se que os abortos na França
representavam 40% das concepções no final do século dezenove
e em 1937 eram mais frequentes do que os nascimentos. Em 1918
os abortos na Alemanha foram estimados entre oitocentos mil e
um milhão por ano.
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