|
Na presente tradução encontramos, primeiramente, o opúsculo Sobre
o Modo de Aprender e de Meditar. Nele encontramos expostos a
sequência das fases do aprendizado do pensamento, intimamente
relacionado com a leitura, à meditação e desta à contemplação.
Nele encontramos também vários conselhos relativamente à leitura.
Em outras obras de Hugo encontramos uma explicação mais
pormenorizada sobre cada uma destas fases.
A teoria da meditação é encontrada num opúsculo intitulado Sobre a
Arte de Meditar, cuja tradução vem em seguida à do modo de
aprender e de meditar.
A contemplação é exposta no livro sétimo do Didascalicon, cuja
tradução vem em seguida à da arte de meditar.
Os seis primeiros livros do Didascalicon, não traduzidos neste
trabalho senão em parte, se ocupam mais extensamente com o problema da
leitura. Os três primeiros tratam da leitura e do estudo dos temas
que hoje chamaríamos de profanos; os três últimos tratam da leitura
e do estudo das Sagradas Escrituras.
Em ambas estas partes aborda-se o problema da leitura tanto do ponto
de vista sobre o que ler, como sobre de que modo ler.
Nos três primeiros livros, em relação a o que ler, Hugo expõe o
conteúdo das artes liberais, isto é, as dos ciclos de estudos
denominados na idade média de trivium e quadrivium. O trivium,
introdução ao quadrivium, constituía-se de gramática, retórica e
lógica. O quadrivium, introdução aos estudos superiores,
constituía-se de matemática, geometria, astronomia e música.
Hugo também expõe o conteúdo de outras artes além destas. Quanto
ao problema de como ler, o conteúdo dos três primeiros livros do
Didascalicon parece-se muito com o Opúsculo sobre o Modo de
Aprender. Os três livros restantes do Didascalicon ocupam-se com a
leitura e o estudo das Sagradas Escrituras.
Neste trabalho traduzimos integralmente o livro sétimo do
Didascalicon que versa sobre a contemplação. Precedemos a
tradução deste sétimo livro de passagens tiradas dos livros primeiro
e segundo, sobre o caráter da filosofia, e do livro quinto e sexto,
passagens todas que pudessem servir para introduzir o assunto contido no
sétimo, reproduzindo-lhe algo do contexto relevante dos livros
anteriores.
A omissão quanto ao conteúdo de cada arte e das Escrituras
Sagradas, consideravelmente extensa, foi proposital. Já existem
traduções em línguas modernas dos seis primeiros livros do
Didascalicon, tal como a em língua inglesa de 1961 devida a
Jeromy Taylor e publicada pela Columbia University Press; quanto
aos três textos aqui traduzidos, entretanto, não nos consta existir
tradução alguma.
Por outro lado, estes três textos formam uma sequência muito bem
concatenada: interrompê-la, traduzindo os seis primeiros livros do
Didascalicon na íntegra e introduzindo assim uma enorme massa de
material sobre um aspecto bastante diverso, embora da mesma questão
que temos em pauta, seria dificultar ainda mais o acesso a uma
concepção de pedagogia que é, já sem isto, bastante difícil para
a compreensão do homem moderno.
Precedendo os três trabalhos de Hugo, intitulados, pois, Sobre o
modo de Aprender e de Meditar, Sobre a Arte de Meditar, e o
último, que neste trabalho pode ser encontrado sob o nome de Tratado
dos Três Dias, temos ainda uma tradução condensada da introdução
de Monsenhor Hugonin sobre a Fundação da Escola de São Vítor
que precede as obras de Hugo no volume 175 da Patrologia Latina de
Migne.
|
|