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O problema, porém, relacionado com esta situação política da Europa e que motivou a
série dos Concílios desde o nono ao décimo nono, isto é, desde o Primeiro de Latrão
até o de Trento, surgiu quando, após a morte de Carlos Magno e a divisão do Império
Carolíngeo, uma nova leva de bárbaros, muito mais selvagem do que os bárbaros
anteriores, começou a assolar a Europa de modo quase que permanente.
Diante da ferocidade destes bárbaros, os soberanos destes reinos europeus, politica e
militarmente muito mais fracos do que o antigo Imperador Carlos Magno, não foram
capazes de oferecer nem de organizar resistência.
Os grandes proprietários de terras tiveram que se defender por conta própria.
Os camponeses e os pequenos proprietários de terra, vendo que não podiam depender
dos reis para a manutenção de sua segurança constantemente ameaçada, acabaram por
se associarem aos grandes proprietários, jurando-lhes fidelidade e tornando-se seus
súditos. As pessoas comuns, portanto, acabaram dependendo em tudo dos senhores de
terras que se tornaram os verdadeiros reis em seus próprios domínios. Embora
nominalmente os grandes proprietários estivessem sujeitos ao rei, de fato não os
obedeciam. Quanto às pessoas comuns, embora estas também estivessem nominalmente
sujeitas ao rei, de fato obedeciam aos senhores das terras, terras que na época eram
chamados de feudos. Daí o nome dado a esta época e a esta organização civil de
feudalismo.
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