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Foi então que, cerca de uma década após o encerramento do Quinto Concílio de Latrão,
iniciou-se na Alemanha com Martinho Lutero o movimento da Reforma Protestante. A
rapidez com que se alastrou pelo Sacro Império Romano Germânico, passando depois
à Inglaterra, fêz com que fosse convocado o maior de todos os Concílios Ecumênicos
já havidos até a época, o Concílio de Trento.
O Concílio de Trento não foi apenas o maior na duração, mas também e principalmente
o maior pela extensão e pela sistematicidade dos seus decretos, elaborados com uma
profundidade incomum nas discussões que os precederam pois agora, além da reforma
da Igreja, tinha-se que responder às teorias protestantes que questionavam uma grande
extensão da doutrina cristã.
As resoluções do Concílio de Trento se parecem com uma Tratado de Teologia e de
Direito Canônico. Antes de cada conjunto de cânones ou decisões, vem uma
fundamentação teórica que justifica as decisões tomadas. No início do Concílio foram
declarados, além disso, os pressupostos teóricos que fundamentariam todas as demais
decisões que iriam ser tomadas posteriormente durante todo o Concílio; foram
declaradas quais são as fontes da Revelação, quais são os livros inspirados que
compõem as Sagradas Escrituras, quais são as suas versões confiáveis e quais são os
modos pelos quais devem ser interpretados. Durante o Concílio, entre inúmeras outras
coisas, foi também traçado como deveria ser a formação dos candidatos ao
sacerdócio, modo este que foi tornado obrigatório para toda a Igreja, tendo sido para
tanto prescrita a fundação se seminários em todas as dioceses.
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