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No Comentário ao IIIº da Política encontramos uma passagem em
que o comentador define a Monarquia apontada como a mais excelente
forma de governo:
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"É o estado no qual a multidão se submete,
por uma inclinação natural,
a alguém sobre excelente a todos os demais
na virtude" (61).
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Uma sociedade assim organizada, afirma o Comentário,
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"dura muito tempo,
porque o governante reina
sobre homens bons
e de acordo com a virtude,
pelo próprio desejo dos súditos" (62).
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O Comentário deixa a entender claramente que um sistema de governo
como este não é uma utopia idealizada por algum pensador em busca de
originalidade; não é também uma invenção humana que precise ser
imposta artificialmente; ao contrário, é algo ao qual se ordena a
natureza humana e que começa a manifestar-se à medida em que aos
homens ou a uma boa parte dos mesmos se lhes possibilita o acesso à
virtude e à vida da inteligência, que são também o seu fim
último, sua aspiração mais profunda, e a sua felicidade.
Referências
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(61) In libros Politicorum Expositio, L. III, l. 16, 524.
(62) Idem, L. V, l. 10, 882.
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