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Acabou-se de afirmar que o ato de ser criado atualiza a potencialidade
da essência, com o qual se enfatizou que a essência é mera potencia
de ser[38]. Vê-se, assim, que a atualização tomista da essência
é concebida em termos de ato-potência e, portanto, completamente
distinta da concepção essencialista.
O esse -que em si mesmo ultrapassa todas as capacidades receptivas da
essência- emerge no ente atualizando tudo quanto nele se encontra. É
o princípio de todas as suas perfeições[39] e ato de todos os atos do
ente. Por isso, é também causa eficiente e final de tudo quanto de
real houver no ente.
E também da operação. O atuar de um ente provém de seu ato de
ser, o expressa e o desenvolve. Portanto, o ato de ser é, em certo
modo, a causa eficiente, a causa exemplar e a causa final que
aperfeiçoam a operação. Assim sendo, compreende-se que o atuar
humano expresse da maneira mais perfeita o próprio ser do homem.
Isto posto, está aberto o caminho para examinar o aperfeiçoamento do
ser humano, estritamente sob a ótica do ser, na metafísica tomista.
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