NOTAS

* As abreviaturas usadas neste trabalho serão as seguintes:BECK = Henrich Beck = El ser como acto, Ediciones Universidad de Navarra, Pamplona 1968. PIEPER = Josef Pieper, O elemento negativo na filosofia de Tomás de Aquino - a propósito de uma sentença de Avicena, tradução de Gabriele Greggersen Bretzke e revisão técnica do Prof. Dr. Luiz Jean Lauand. Revista de Estudos Árabes, Ano III - Nº 5/6 Jan/Dez 1995. CANALS = Francesc Canals Vidal, Sobre la esencia del conocimiento, Promociones Publicaciones Universitarias, Barcelona, 1987. ANTOL = Antologia Filosòfica, aos cuidados de Miquel Batllori, Ed. Laia, Barcelona, 1984. ROL = Raimundi Lulli Opera Latina, Palma de Mallorca, 1906-1950, vols. 1 a 5; Turnholt, Brepols, vols. VI em diante, em CORPUS CHRISTIANORUM, Continuatio Mediaevalis; EL = Estudios Lulianos, nova denominação a partir do vol. XXXI, 1, No. 84: SL = Studia Lulliana. MET =Tomás de Aquino, In Metaphysicam Aritostotelis comentaria, Marietti, MCMXXXV. SENT = Tomás de Aquino, Scriptum super libros sententiarum, Ed. Mandonnet, Sumptibus P. Lethielleux, Ed. Paris, 1929. STHEOL = Tomás de Aquino, Suma Teológica, Esc. Sup. de Teol. S. Lourenço de Brindes, Univ. Caxias do Sul, Sul, 1980. CG = Tomás de Aquino, Suma contra os gentios, Esc. Sup. de Teol. S. Lourenço de Brindes, Univ. Caxias do Sul, Sul, 1990. POT = VER = Tomás de Aquino , Questiones Disputatae, In Lib. Cons. S. Pauli, Paris, 1883. ETHIC = Tomás de Aquino, In decem libros ethicorum Aristotelis ad Nicomachum, Marietti, Taurini 1934.

[1] A filosofia do ser, em gnoseologia, é intelectualista: considera a atividade intelectual intimamente vinculada ao ser, que é o objeto da inteligência. Daí surgem duas características dessa filosofia: em primeiro lugar, o realismo metafísico, ou seja, a afirmação de que o ser permanece ao alcance da inteligência; e em segundo, o caráter dependente ou heterônomo de sua moral, com uma heteronomia que se compenetra com a autodeterminação livre do homem.

[2] Por isso, os diversos graus do ser que apresentam os entes medem-se pelas diferentes distâncias até a forma perfeita de ser em que os entes se situam. Esta distância pode tem duas medidas: 1) conforme o participado se entenda de um modo universal -o que origina a diversidade numérica dento de uma espécie- e 2) corforme os diversos modos que um participante individual participe da mesma essência. A este segundo modo, fundamentado na participação transcendental do ser, diz respeito o problema moral.

[3] Por serem acidentes, as potências operativas não formam parte da essência. A essência, ao impor sua medida ao ato de ser, apenas faz com que a potência operativa seja tal potência; por isso a essência é a causa formal da potência operativa; mas a causa do ser da potência operativa -e do seu ato próprio- é o ato de ser do ente.

[4] Cf. C.G. , III, Cap. 3.

[5] Cf. BECK, p. 8 a 83.

[6] As coisas são reais por serem pensadas e queridas por Deus. Esta origem divina é o fundamento de sua inteligibilidade e de sua amabilidade pela criatura racional.

[7] O termo verdadeiro é análogo e pode referir-se a ser cognoscível pelo Entendimeno divino ou pelo humano. O primeiro sentido - o ente conforme ao Entendimento divino - corresponde à verdade transcendental do ente e tem algo de insondável para o entendimento humano. O segundo - o entendimento humano conforme ao ente - origina o entendimento verdadeiro.

[8] A existência, tal como é concebida pelos essencialistas, não põe nem tira nada no ente. É um mero factum indicador da presença do ente na realidade ou na consciência, tanto faz.

[9] O juízo verdadeiro é apenas um sinal do entendimento verdadeiro, que é causado pelo ser da coisa conhecida. Não é assim no essencialismo, em que os conceitos formadores do juízo, em si mesmos algo decomposto e inerte, unem-se graças à causalidade eficiente da razão que põe o ser copulativo.

[10] Cf. CANALS, p. 553-556 e PIEPER, p. 65

[11] É neste ponto que entra em jogo a analogia. O conhecimento é possível porque há nos princípios das coisas singulares algo uno em muitos segundo uma noção. "Scientia autem est de his, non quia sint unum numero in omnibus, sed quia est unum in multis secundum rationem" (Met., liv. III, liç. 10, n. 463, p. 155)

[12] Para um conhecimento intelectual ser intuitivo deve terminar num objeto realmente presente no entendimento. Sobre as equivocidades do termo intuição, veja-se o interessante estudo CANALS, p. 83-224.

[13] Leia-se Maritain quando estuda o primeiro ato moral de uma criança que um dia se abstém de dizer uma mentira, por ser a mentira uma ação má. O filósofo conclui por um lado que a inteligência conhece a distinção entre o bem e o mal; mas, por outro, ao intentar estabelecer, como fruto dessa primeira conclusão, a existência da lei moral, a situa na ordem ideal. Eis as suas palavras: "Mas, porque o valor que assim impregna o objeto moral e o ato moral é superior a tudo o que é dado na existência empírica e diz respeito àquilo que deve ser, fazer o bem pelo bem implica necessariamente que haja uma ordem ideal e indeclinável da justa consonância do nosso agir com a nossa essência, uma lei dos atos humanos transcendente a toda ordem de fatos". A existência dessa lei que transcende a toda ordem empírica manifesta, segundo Maritain, a existência de um Bem separado, a própria Bondade, Deus. Mas a dificuldade continua sendo compreender como se pode alcançar essa lei para se ajustarem os próprios atos a ela. De pouco adianta dizer, como mais adiante explicará Maritain, que é preciso esforçar-se por alcançar aquele Bem separado e guiar a própria vida por ele, como se o movimento pelo qual se tende ao Bem separado fosse suficiente para dirigir -consciente ou inconscientemente- o homem por entre as infinitas possibilidades de bondade ou malícia que apresenta cada um de seus atos imediatos. Trata-se de saber como é que se conhece a moralidade de um ato concreto. Não resta outro caminho ao sábio francês de definir o conhecimento dessa lei transcendente e de ordem ideal como uma noção prática, confusa e intuitivamente apreendida. (Cf. Jacques Maritain, Caminhos para Deus, Ed. Itatiaia Ltda., Belo Horizonte, 1962 p. 72.)

[14] E. Gilson, Lingüística y Filosofia, Gredos, 1974, p. 137.

[15] Chama-se virtuoso e bom o ente que se encontra bem disposto com relação à sua operação própria.

[16] Há também o fim último externo, que não é outro além de Deus, o princípio pelo qual o ente tem o ser. Unindo-se por si mesmo a Ele o ente se completa e se consolida, distanciando-se dEle, deteriora-se. ( IV SENT d.8, q.1, a.1, sol. 1 ad 1)

[17] Trata-se aqui daquela bondade propriedade transcendental do ente, uma daquelas deteminações comuns que ultrapassam os gêneros particulares do ente. É uma propriedade análoga: Deus é a Bondade, isto é, a Bondade identifica-se com o Ente divino; no ente-criatura a bondade é ente apenas num certo aspecto: tanto quanto o ser é medido pela essência. Por outro lado, lembre-se que se diz que algo é perfeito simpliciter quando tem a operação que convém à sua forma ou essência atualizada; em outras palavras, quando tem a operação que convém à sua potência ativa.

[18] Naturalmente como causa segunda.

[19] Ato causado não se opõe a ato livre, que é um ato originado na pessoa.

[20] A operação, portanto, aperfeiçoa o ente. Corresponde tanto à potência ativa, pela qual o ente atua, como à potência passiva, pela qual o ente é atuado e levado à sua perfeição ou fim.

[21] É certamente uma participação transcendental.

[22] "Nous devons donc admettre que, dans la faillaite de la pensée occidentale dénoncée par Heidegger, la position thomiste fait exception: tandis qu'on passe sans discontinuité du formalisme médiéval antithomiste au rationalisme moderne par le moyen de la perspective essentialiste commune de l'être en ses deux états de possibilité (essentia) et de réalité (existentia), dans la position thomiste la première et plus intime participation de l'être est à l'esse comme actus essendi qui est l'acte immanent à l'essence et peut donc opérer la médiation transcendantale entre le fini et l'Infini." (C. Fabro, Participation et causalité, Ed. Béatrice-Nauwlaerts, Paris 1961, p.35)

[23] PIEPER, p. 53-75

[24] "Secundum hoc enim dicitur aliquid esse perfectum secundum quod est in actu." (STHEOL I q. 4 a 1 Resp. - p. 33)

[25] "Omnium autem perfectiones pertinent ad perfectionem essendi: secundum hoc enim aliqua perfecta sunt, quod aliquo modo esse habent" (STHEOL I q. 4 a 2 Resp. - p.35)

[26] "Esse... est nobilius omnibus aliis quae consequuntur esse." (I SENT dist. 17 q 1 a 2 ad 3, p. 399); "Nihil est formalius aut simplicius quam esse." ( CG I cap. 23 n. 214 - p. 61); "Quanto aliquis actus est inmaterialior, tanto est nobilior." (STHEOL I-II q. 17 a 8 ad 1 - p. 1153)

[27] "Omne agens agit secundum quod est in actu; unde oportet quod per illum modum actio alicui agenti attribuatur quo convenit ei esse in actu." (POT q. 3 a 1- p. 58)

[28] "Alio modo secundum convenientiam unius entis ab aliud; et hoc quidem non potest esse nisi accipiatur aliquid quod natum sit convenire cum omni ente. Hoc autem est anima. In anima est vis cognitiva et appetitiva. Convenientiam ergo entis ad appetitum exprimit hoc nomen bonum, ut in principio Ethici dicitur. Bonum est quod omnia appetunt. convenientiam vero entis ad intelectum exprimit hoc nomen verum... quae quidem correspondentia, adaequatio rei et intellectus dicitur." (VER q. 1 a 1, p. 4)

[29] Cf. STHEOL I q. 63 a 4, p.555 e CG II cap. 46 n. 1230 - p. 244.

[30] Cf. BECK, p. 82

[31] Cf. STHEOL I q. 12 a 2 ad 3 - p.89

[32] Cf. POT q. 9 a 9 - p. 457

[33] Cf. POT q. 3 a 5 ad 1 - p. 78

[34] "La seule manière de concevoir la production du monde par un Dieu ainsi nécessaire et simple est donc de se le représenter comme une intelligence pure, qui se connait elle-même ainsi que tout ce qui peut résulter d'elle et qui, par amour de sa propre gloire, ne s'oppose pas à ce que tous ces biens découlent" (Avicennne, Metaph., lib. IX, cap. 4, init., fol. 104 v., citado por E. Gilson, Pourquoi Saint Thomas a critiqué Saint Augustin, Vrin. Paris, 1986, p. 36)

[35] Cf. PIEPER, p. 68 onde na nota (19) se indicam os lugares onde o próprio Tomás citou o texto de Avicena: STHEOL I q. 16 a 1; CG I cap 60 e VER q. 1 a 2.

[36] "Potentia autem, cum sit receptiva actus, oportet quod actui proportionetur. Actus vero recepti, qui procedunt a primo actu infinito, et sunt quaedam partipationes eius, sunt diversi. Unde non potest esse potentia una quae recipiat omnes actus sicut est unus actus influens omnes actus participatus." (STHEOL I q. 75 a 5, ad. 1, p.641)

[37] I SENT dist. 8.q 1 a 1 - p. 195

[38] "Quidditas potest habere esse." (I SENT dist. 25 q. 1 a 4, p. 612).

[39] "Esse autem est illud quod est magis intimum cuilibet et quod profundius omnibus inest: cum sit formale respectu omnium quae in re sunt." (STHEOL I q. 8 a 1 - p. 59)

[40] "Cf. ETHIC L.III, lec. 12, n. 513 - P. 176. "Ille qui projicit lapidem, potest non projicere: non tamen in potestate ejus est quod resumat quando projecit. Et tamen dicimus quod emitere vel projicere lapidem sit in hominis potestate, quia a principio in potestate hominis erat. Sic est de habitibus vitiorum: quia a principio in potestate hominis est quod non fiat injustus vel incontinens. Unde dicimus quod homines volentes sunt injusti et incontinentes: quamvis postquam facti sunt tales, non adhuc sit in eorum potestate, ut scilicet statim desinant esse injusti vel incontinentes: sed ad hoc requiritur magnum studium et exercitium." "Quem atira uma pedra, pode não fazê-lo; todavia, não está em seu poder não atirá-la se já a atirou. Mesmo assim, dizemos que jogar ou atirar a pedra está no poder do homem, porque no início o estava. O mesmo acontece com os hábitos dos vícios: no começo está no poder do homem não se tornar injusto ou incontinente. Daí que se diga que os homens são injustos ou incontinentes porque o querem ser; embora uma vez tornados tais, já não se encontra neles o poder de imediatamente deixarem de sê-lo; para isto requere-se grande esforço e exercício."

[41] Cf. STHEOL I-II, q. 9 art. 2 Resp., p. 1102: "Quod autem aliquid videatur bonum et conveniens, ex duobus contingit: scilicet: ex conditione eius quod proponitur, et eius qui cui proponitur: conveniens enim secundum relationem dicitur, unde ex utroque extremorum dependet. Et inde est quod gustus diversimode dispositus non eodem modo accipit aliquid ut conveniens, et ut non conveniens. Unde Philosophus dicit in III Ethic. (lect. XIII): Qualis unusquisque est, talis finis videtur ei." "Uma coisa pode parecer boa e conveniente segundo duas maneiras: conforme se atenda ao que é ou a quem é proposta; pois a conveniência supõe relação e portanto depende de um ou outro extremo. E daí provém que o gosto, diversamente disposto, não aceita de igual modo algo como conveniente ou inconveniente. Dai o dito do filósofo: Conforme cada um é, assim julga do fim."

[42] Os estudiosos da arte do teatro sabem que o ator deve esforçar-se por transmitir ao público sobretudo emoções, mais do que conceitos ou idéias. Diz Eugênio Kusnet: "É raro que o espectador, atraído pela ação forte do espetáculo, consiga raciocinar sobre o que vê e ouve. Basta que ele sinta a ação. As emoções adquiridas, mais tarde, em casa, pouco a pouco serão transfomadas em pensamentos e conclusões." Ator e Método, Serviço Nacional de Teatro, MEC, Rio de Janeiro, 1975 Introdução.

[43] Sendo julgada a pessoa pela moralidade subjetiva de suas ações, tenha-se em conta que, embora o juízo prático que possa realizar sobre uma determinada ação em si mesmo má, possa apresentá-la como boa, a pessoa poderá ser igualmente culpada na medida em que os hábitos e afetos maus que determinaram esse juízo prático errôneo forem voluntários. Ct. também nota 40.

[44] Antonio Millán Puelles faz notar, citando a G. Abbà, que em nenhum lugar do texto da Ética a Nicómaco se encontra mencionado o legislador divino. Cf. A. M. Puelles, La libre afirmación de nuestro ser, Rialp, Madrid, 1994, p. 544. Observe-se também que a lei natural está inscrita no ser racional do homem e o inclina ao ato e ao fim que lhe convém. Quando, porém, pelos hábitos de uma sensibilidade desordenada, essa lei natural se volatiliza na consciência, a pessoa perde essa inclinação e fica sem guia para seus atos. É então que ganha mais importância a obediência à lei revelada e a todas as outras leis justas, causa extrínseca dos atos humanos.

[45] C. Fabro, Participation et causalité, Ed. Béatrice-Nauwlaerts, Paris 1961, p. 16-20

[46] "Llibre d'home" (Maiorca, 1310), "Llibre d'ànima racional" (Roma, 1296), "Libri de intellectu, de voluntate, de memoria" (Montpeller, 1303), "L'Art memorativa" (Montpeller, 1289/90) e o "Liber ad memoriam confirmandam"(Pisa, 1308). Cf. ANTOL, p. 45

[47] ANTOL, p. 169-170

[48] Llibre de Meravelles, Cap. XLIV. Cf. ANTOL, p.176-177.

[49] Llibre de Meravelles, Cap. XLIV, Cf. ANTOL, p.178.

[50] "Encara -dix l'ermità-, sàpies que ànima racional és una cosa mateixa amb sa vida, car ço que és ànima racional és vida, ço és saber, que memòria, enteniment e volentat són de natura de vida espiritual, e llur viure és l'ésser, que és l'ànima." (Llibre de Meravelles, Cap. XLVII, Cf. ANTOL, p.184).

[51] As obras artificiais retemetem ao tema da estética. Raimundo Lúlio classifica a obra artística como não natural ou artificial. Em muitas passagens da obra luliana encontram-se reflexões filosóficas de alto valor literário sobre a criação artística, que sinalizam os caminhos do que se poderia chamar uma estética luliana. No que diz respeito à apresentação artística e criativa de sua filosofia, Lúlio ultrapassa qualquer outro filósofo da idade média. Cf. ANTOL, p.55.

[52] "Llibre d'home", IV, Cap. 1e 2. Cf. ANTOL, p.200-202.

[53] Cf. Esteve Jaulent, A demonstração por equiparação de Raimundo Lúlio (Ramon Llull), In Lógica e linguagem na Idade Média, Edipucrs, 1995, p. 149.

[54] Platzeck dizia que segundo Lúlio, "não há ente real sem operar, e não ha operação verdadeira sem ente real" Cf. PLATZECK, E. W. , Miscelanea Luliana, In: Verdad y vida, Tomo XXXI, 1973, p. 447

[55] "Llibre d'home", IV, Cap. 3. Cf. ANTOL, p.203.

[56] "Assim como o espelho representa a nossa figura ou as figuras que estão na sua presença, assim também as coisas sensíveis são escada e demonstração pela qual temos conhecimento das intelectuais." (Llibre de Contemplació, cap. CLXIX, n. 1. Ed. Selecta, Barcelona, p. 483). Os próximos parágrafos serão um resumo das páginas 141 a 150 de "Virtudes e Contemplação", Esteve Jaulent, em Livro do Amigo e do Amado, Leopoldianum/Loyola, São Paulo, 1989.

[57] Cf. ANTOL, p.49.

[58] Cf. Llibre de Contemplació, cap. CLXVI, n. 2 e 3. Ed. Selecta, vol II, Barcelona, p. 475.

[59] Cf. Llibre de Meravelles, cap. LXI. Ed. Selecta, vol. I, Barcelona, p. 411.

[60] Cf. Llibre de Contemplació, cap. CXCIV, n. 3. Ed. Selecta, Barcelona, p. 570.

[61] Cf. Charles Lohr, Ramon Llull: Christianus arabicus, In: RANDA,Curial, Barcelona, n. 19 (1986) p. 7-31 e Charles Lohr, "Les fondemanents de la logique nouvelle de Raymond Lulle." In Cahiers de Fanjeaux, 22(1957) 233-259.

[62] Cf. Walter W. Artus, Esse and the autor of L. Contemplationis, EL, XXI(1977) p. 145-171.

[63] id p. 156

[64] Cf. Liber de divina existentia et agentia, I, in ROL, VIII, p. 112-113.

[65] Cf. Liber de divina existentia et agentia, I, in ROL, VIII, p. 113. Lúlio nega a existência de causas intermédias entre os princípios em grau superlativo no Esse e os princípios en grau ínfimo nos entes finitos. Basta a causalidade eficiente intrínseca e a ordenação das potências:"Bonitates, magnitudines extrinsecae etc. dependent a causis intrinsecis in superlativo gradu permanentibus, quoniam inter causas supremas et infimas nos est invenire medium absolutum, sub quo dependeant causae supremae; quia si sic, esset implicare contradictionem, et ire usque ad infinitu; quod est falsum et impossibile."

[66] "Dum Deus cognoscit se bonum in producendo bonificatum, considerat, quod bonum quid est producere bonum creatum, ut intelligatur, ametur et recolatur, et laudetur per ipsum sua bonificatio intrinseca; et ut Deus bonificet illas potentias, quando ab ipsis bene obiectatur. Et propter hoc creavit potentiam intellectivam, volitivam et recolitivam in angelo et in anima rationali; et per consequens omnes suas conditiones pertinentes eis, ut perfecte Deo possent frui et bonum meritum acquirere." Cr. Ars generalis ultima, cap. IX, n. I.I.5, I, In: ROL, XIV p. 196.

[67] Cr. Ars generalis ultima, cap. X, n. 8, In: ROL, XIV p. 320.

[68] "Anima Martini, in quantum est idea, est Deus... et in quantum illa idea est differens ab anima Martini, anima non est de essentiae ideae, sed est de suis propriis principiis."Cf. Liber de anima rationalis, part. 3, In. W. Artus, La creación, señal de la filosofia luliana, EL 17(1973)132-163, p. 149, 156-7.

[69] Cf. Liber de ente quod simpliciter est per se et propter se existens et agens, cap. IV dist. 9 n. 1 in ROL, VIII, p. 227: "Cum divina bonitas sit causa omnium bonitatum, et divinus intellectus sit idem cum divina bonitate, necessarium est, quod divinus intellectus intelligat omnes bonitates mundi tanquam universales et singulares. Aliter intellectus ignoraret effectus ipsius bonitatis et sui ipsius; quod est impossibile. Ex quo sequitur, quod divinus intellectus intelligit omnia singularia, quae sine bonitate singulari esse non possunt."

[70] No ente concreto essa essência equivale pois à natura in singularibus da escolástica.

[71]Cf. Liber de universalibus, dist. 5, 5 e 6, in ROL XII, op 125. p. 158.

[72] Cr. Ars generalis ultima, cap. X, n. 8, In: ROL, XIV p. 320.

[73] Cf. Esteve Jaulent, "Virtudes e Contemplação", op. cit. p. 137-8.

[74] Cf. nota n. 41.