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75. Os responsáveis e os agentes da pastoral
missionária devem-se sentir unidos na comunhão que
caracteriza o Corpo místico. Por isto rezou Cristo,
na Última Ceia: «Como tu, Pai, estás em Mim e
Eu em Ti, que também eles sejam em nós um só, para
que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17,
21). Nesta comunhão, está o fundamento da
fecundidade da missão.
Mas a Igreja constitui também uma comunhão visível e
orgânica, e por isso a missão exige uma união externa e
ordenada das diversas responsabilidades e funções, para
que todos os membros «façam convergir, em plena
unanimidade, as suas forças para a edificação da
Igreja».[158]
Compete ao Dicastério missionário «dirigir e
coordenar, em todo o mundo, a obra de evangelização dos
povos e a cooperação missionária, salva sempre a
competência da Congregação para as Igrejas Orientais»
.[159] Assim «é seu dever suscitar e distribuir,
segundo as carências mais urgentes das regiões, os
missionários (...) elaborar um programa orgânico de
acção, emanar directrizes e princípios adequados à
evangelização, dar o impulso inicial».[160] Só
posso corroborar estas sábias orientações: para
relançar a missão ad gentes é necessário um centro de
propulsão, direcção e coordenação, que é a
Congregação para a Evangelização. Convido as
Conferências episcopais e seus organismos, os
Superiores maiores das Ordens, Congregações e
Institutos, os organismos laicais empenhados na
actividade missionária, a colaborar fielmente com a
referida Congregação, que tem a autoridade necessária
para programar e dirigir a activídade e a cooperação
missionária a nível universal.
Esta Congregação, tendo atrás de si uma longa e
gloriosa experiência, é chamada a desempenhar um papel
de primária grandeza, no plano da reflexão e dos
programas operativos, de que a Igreja precisa para se
orientar mais decididamente para a missão, nas suas
várias formas. Com este objectivo, a Congregação
deve manter estreitas relações com os outros
Dicastérios da Santa Sé, com as Igrejas
particulares, e com as diversas forças missionárias.
Numa eclesiologia de comunhão, onde toda a Igreja é
missionária, mas simultaneamente se confirmam como cada
vez mais indispensáveis as vocações e instituições
específicas para o trabalho ad gentes, continua a ser
muito importante o papel de guia e coordenação do
Dicastério missionário, para conjuntamente enfrentar as
grandes questões de interesse comum, salvas as
competências de cada autoridade e estrutura.
76. Para a direcção e coordenação da activídade
missionária a nível nacional e regional, revestem-se de
grande importância as Conferências episcopais e os seus
diversos órgãos. O Concílio pede-lhes que «tratem
de pleno acordo as questões mais graves e os problemas
mais urgentes, sem transcurarem, porém, as diferenças
locais»[161] nem o problema da inculturação. De
facto, existe uma acção ampla e regular neste campo, e
os frutos são visíveis. Essa acção, porém, deve
ser intensificada e melhor interligada com a de outros
organismos das mesmas Conferências, para que a
solicitude missionária não seja deixada apenas ao cuidado
de um certo sector ou organismo, mas seja partilhada por
todos.
Os organismos, que se empenham na actividade
missionária, unam esforços e iniciativas sempre que isso
seja útil. As Conferências dos Superiores Maiores
dirijam esse empenhamento no seu âmbito, em contacto com
as Conferências episcopais, segundo as indicações e as
normas estabelecidas,[162] recorrendo mesmo a comissões
mistas.[163] Enfim são de desejar encontros e formas de
colaboração entre as várias instituições
missionárias, no referente tanto à formação e ao
estudo,[164] como à acção apostólica.
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