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4. «A tarefa fundamental da Igreja de todos os tempos
e, particularmente, do nosso — como lembrei, na minha
primeira Encíclica programática — é a de dirigir o
olhar do homem e orientar a consciência e experiência da
humanidade inteira, para o mistério de Cristo».[4]
A missão universal da Igreja nasce da fé em Jesus
Cristo, como se declara no Credo: «Creio em um só
Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos (...) E
por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos
céus. E encarnou pelo Espírito Santo no seio da
Virgem Maria, e Se fez homem».[5] No acontecimento
da Redenção está a salvação de todos, «porque
todos e cada um foram compreendidos no mistério da
Redenção, e a todos e cada um se uniu Cristo para
sempre, através deste mistério»:[6] somente na fé,
se fundamenta e compreende a missão.
No entanto, devido às mudanças dos tempos modernos e à
difusão de novas ideias teológicas, alguns
interrogam-se: ainda é actual a missão entre os não
cristãos? Não estará por acaso substituida pelo
diálogo interreligioso? Não se deverá restringir ao
empenho pela promoção humana? O respeito pela
consciência e pela liberdade não exclui qualquer proposta
de conversão? Não é possível salvar-se em qualquer
religião? Para quê, pois, a missão?
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