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67. Colaboradores do Bispo, os presbíteros, por
força do sacramento da Ordem, sáo chamados a partilhar
a solicitude pela missão: «o dom espiritual que os
presbíteros receberam na Ordenanão prepara-os, não
para uma missão limitada e restrita, mas para uma
vastíssima e universal missão de salvação "até aos
confins da terra", uma vez que todo o ministério
sacerdotal participa da mesma amplitude universal da
missão confiada aos Apóstolos por Cristo».[133]
Por isso, a própria formação dos candidatos ao
sacerdócio deve procurar dar-lhes «aquele espírito
verdadeiramente católico que os habitue a olhar para além
dos confins da própria diocese, nação ou rito, indo ao
encontro das necessidades da missão universal, prontos a
pregar o Evangelho por todo o lado».[134] Todos os
sacerdotes devem ter um coração e uma mentalidade
missionária, estarem abertos às necessidades da Igreja
e do mundo, atentos aos mais distantes e, sobretudo, aos
grupos não cristãos do próprio meio. Na oração e,
em particular no sacrifício eucarístico, sintam a
solicitude de toda a Igreja pela humanidade.
Especialmente os sacerdotes, que se encontram em áreas
de minoria cristã, devem-se sentir movidos por un
singular zelo e empenho missionário: o Senhor
confia-lhes não só o cuidado pastoral da comunidade
cristã, mas também e sobretudo a evangelização dos
seus compatriotas que não fazem parte do Seu rebanho.
«Não deixarão de estar concretamente disponíveis ao
Espírito Santo e ao Bispo, para serem enviados a
pregar o Evangelho para além das fronteiras do seu
país. Isto exigir- lhes-á não apenas maturidade na
vocação, mas também uma capacidade, fora do comun,
para se afastarem da própria pátria, etnia e família,
bem como uma particular idoneidade para se inserirem, com
inteligência e respeito, nas outras culturas».[135]
68. Na encíclica Fidei Donum, Pio XII, com
intuição profética, encorajou os Bispos a oferecerem
alguns sacerdotes para um serviço temporário nas Igrejas
de África, aprovando as ini ciativas, nessa linha, já
existentes. Nos 25 anos desse Documento, eu quis
sublinhar a sua grande novidade «que fez superar a
dimensão territorial do serviço presbiteral, para o
destinar a toda a Igreja».[136] Hoje está confirmada
a validade e a fecundidade dessa experiência: na
verdade, os presbíteros, denominados Fidei Donum,
evidenciam o vínculo de comunhão en tre as Igrejas,
dão um precioso contributo para o crescimento de
comunidades carenciadas, enquanto recebem delas frescura e
vitalidade de fé. Entretanto é necessário que o
serviço mis sionário do sacerdote diocesano obedeça a
alguns critérios e condições. Sejam enviados
sacerdotes escolhidos de entre os melhores, idóneos e
devidamente preparados para o trabalho peculiar que os
espera.[137] Eles devem-se inserir com espírito aberto
e fraterno no novo ambiente da Igreja que os acolhe, e
constituirão um único presbitério com os sacerdotes
locais, sob a autoridade do Bispo;[138] ( . . . )
. Faço votos de que este espírito de serviço aumente
no seio do presbitério das igrejas antigas, e seja
promovido no das Igrejas mais recentes.
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