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Recolhemos aqui alguns dos principais resultados deste trabalho. No
filosofar de Pieper:
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* Uma Filosofia da Universidade liga-se necessariamente ao tema do
filosofar e à Antropologia Filosófica. Da análise do filosofar,
chega-se a importantes conclusões antropológicas e acadêmicas.
* A primeira característica do filosofar, transcender o mundo do
trabalho em busca do ser, corresponde, no plano antropológico, às
exigências de contemplação da natureza humana e, no acadêmico, a uma
Pedagogia das Artes Liberais.
* A Pedagogia das Artes Liberais apóia-se no caráter livre do
conhecimento filosófico, uma liberdade que pode ser participada pelas
ciências particulares. E é precisamente neste modo livre, filosófico-
teorético, de ensino de qualquer disciplina que se realiza o
verdadeiro espírito acadêmico.
* É também o caráter livre do conhecimento - para mais além das
estruturas políticas - o fundamento último da liberdade acadêmica.
* O filosofar é essencialmente abertura para o todo do real e, por
isso, distingue-se das ciências particulares. Tal abertura para a
totalidade faz parte da essência do homem, enquanto ser espiritual e
constitui a vocacão da Universidade.
* O caráter criado do real é o fundamento do verum, de sua
cognoscibilidade, e, ao mesmo tempo, do fato de que o homem nunca o
possa conhecer totalmente (Filosofia negativa). Daí decorre que o
filosofar (e o homem e o ensinar) baseie-se na admiração e na
reverência e se dê em "estrutura de esperança". Daí também que o
espírito de quaestio disputata seja o próprio espírito da
Universidade.
* O espírito científico (e, com maior razão, o cientificista) é
insuficiente para a Universidade; a Universidade deve ser filosófica.
* Os universitários, professores e alunos, realizam o genuíno
espírito acadêmico quando - na feliz formulação de Ruy Nunes[382] -
são animados pelo "eros filosófico".
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