12. Os neoplatônicos.

As três escolas precedentes tinham, sobretudo, feição moral. O neo-platonismo é, principalmente, místico. A sua doutrina deve-se a Plotino, egípcio helenístico do século II D. C., que ensinava em Roma. Foram seus discípulos Porfírio, que escreveu uma célebre introdução ao Organon de Arístóteles, Jâmblico, que transportou a escola para Alexandria, e Próclus, que a instalou em Atenas, na Academia.

Plotino concebe o Universo como uma série de emanações sucessivas, que vão dando origem a seres cada vez mais imperfeitos. Na origem de tudo, está o Ser necessário, o Uno, cuja existência não precisa de ser demonstrada. Segue-se-lhe a Inteligência, depois a Alma, depois a Matéria. O Uno é Deus, que só pode ser atingido pelo êxtase; a Inteligência fragmenta-se em Idéias, à maneira de Platão; a Alma é constituída pelas almas de todas as coisas, vivas ou inertes; a Matéria é o vácuo puro, o não-ser, e confunde-se com o espaço. Os quatros seres são todos igualmente eternos; todas as emanações são igualmente necessárias.

A moral neoplatônica, fundada na ascensão da alma para Deus, dá origem a uma ascese que, pelo recolhimento e pela purificação, procura atingir o êxtase como fim supremo. Diga-se que Plotino, posterior a Cristo, foi com certeza influenciado pelas idéias cristãs; o seu mestre, segundo parece, foi um apóstata do cristianismo.