C. A questão do Aristotelismo.


8. S. Tomás em Itália.

Em 1260, o Papa Alexandre IV chamou S. Tomás para junto de si, na qualidade de teólogo da escola pontifícia. S. Tomás ficou em Itália até 1265, com esse Papa e os seus sucessores Urbano IV e Clemente IV, ora em Anagni, ora em Orvieto, ora em Viterbo, porque a agitação política em Roma mantinha então os Papas afastados da Cidade Eterna. Durante 2 anos, de 1265 a 1267, ensinou em Roma por ordem do Papa.

Por sugestão da família, foi-lhe oferecido o cargo de abade do Monte Cassino, com o privilégio, que julgo sem exemplo, de continuar a pertencer à Ordem de S. Domingos. Era o velho sonho, que o prestígio de S. Tomás tornava outra vez realizável, em condições tão pouco vulgares. S. Tomás recusou. Ofereceram-lhe ainda o arcebispado de Nápoles, diocese de que dependiam a vila de Aquino e o castelo de Rocca-Secca; S. Tomás recusou também. Note-se que, na "Suma Teológica", S. Tomás diz, em dois artigos que lhe foram provavelmente sugeridos pelo que acabo de contar [1], que ninguém deve pedir o episcopado, mas também que ninguém o deve recusar terminantemente. Se não aceitou ser Arcebispo de Nápoles como lho ofereciam, devemos supor que foi por saber que o oferecimento não correspondia aos desejos íntimos do Papa, mas era devido a pedidos de família.