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A existência de Deus apareceu-nos necessária como primeiro termo de
todas as séries de dependências que encontramos no Mundo. Isso
exige que, ao passo que tudo depende dele, Deus não dependa de coisa
nenhuma. Tem de ter em si mesmo a razão de tudo quanto é. Não tem
causa; não precisa dela; só precisa de causa quem não tem em si
razão suficiente de existir. É de per si, a se. Destas palavras
latinas se fez o nome de asseidade dado a este atributo.
A mesma coisa resulta da simplicidade divina. Dizer que não há em
Deus composição de essência e existência é dizer que Deus existe
em virtude da sua essência; que é a sua essência a sua razão de
ser. A asseidade é portanto idêntica à simplicidade. Da mesma
maneira tem de ser idêntica à essência de Deus, e a todos os outros
atributos, visto que os atributos, em Deus, não se distinguem
realmente da essência, já vimos que a simplicidade assim o exige.
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