22. Occam.

Com o fim do século XIII, a Escolástica entra na fase da decadência. Scot tinha aberto o caminho das sutilidades de argumentação; os seus sucessores embrenharam-se cada vez mais por esse caminho, onde não faltam dificuldades, mas dificuldades que se resolvem pela argúcia, e não, como as dificuldades fundamentais da metafísica, pela largueza da visão e a profundeza dos conceitos. No entanto, no século XIV, há um nome que merece ser distinguido: o do franciscano Guilherme de Occam, que deu vida nova à teoria nominalista. Simplificando o scotismo, via só distinções lógicas nas distinções formais de Scot; e, nos termos gerais, não via senão substitutos mentais de coleções de indivíduos. No occamismo, não só a imortalidade e a espiritualidade da alma, mas a existência e a infinidade de Deus, são reduzidas a verdades de fé, não demonstráveis pela razão.

O nominalismo de Occam teve uma voga imensa em toda a Europa; nos séculos XIV e XV, foi adotada por quase todas as Universidades. No entanto, é já, francamente, uma filosofia de decadência, pela feição simplista, pela preponderância dada à lógica, pelo vago das conclusões.