|
S. TOMÁS deixou uma obra imensa. Basta nomear a "Suma
Teológica", um "Compêndio de Teologia" que ficou incompleto, e
os comentários das "Sentenças", dos "Nomes Divinos", do
pseudo-Dionísio do "de Trinitate" de Boécio; a "Suma contra
os Gentios", e o opúsculo "Contra os erros dos Gregos"; os
comentários de tantos livros da Bíblia, Job, os Salmos, o
Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, os Evangelhos, as
Epístolas de S. Paulo; as "Questões disputadas", que resumem
as disputas em que, durante mais de vinte anos, teve de tomar parte,
tratam "da Verdade", "do Poder divino", "das Criaturas
Espirituais", "da Alma", "do Verbo Incarnados", "do
Mal", "das Virtudes"; os XII "Quodlibeta"; os opúsculos
de polêmica, em resposta aos adversários das Ordens mendicantes,
aos augustinistas, aos averroístas; os comentários de Aristóteles
e diversos opúsculos de filosofia; dois opúsculos de política, o
"de Regno" ou "de Regimine Principum", sobre as formas de
governo e o "de Regimine Judaeorum", sobre as normas da justiça a
adotar para com os judeus; finalmente, o ofício do Corpus
Christi, várias orações, e diversos escritos sobre o Padre
Nosso, o Credo, a Ave Maria.
Tantas obras revelam uma fecundidade extraordinária, principalmente
se nos lembrarmos de que S. Tomás era professor, e que o serviço
docente lhe ocupava portanto boa parte do dia; que era frade, obrigado
a participar, no Coro, do Ofício Divino, sabendo-se, de mais a
mais, que raras vezes se utilizava das dispensas a que as suas
ocupações lhe davam direito; finalmente, que teve de se deslocar
muitas vezes, para França, para a Alemanha, para a Itália, num
tempo em que as viagens eram extremamente morosas.
|
|