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S. Tomás, para demonstrar que os religiosos podiam ser professores
competentes, aumentou o número de disputas públicas até duas por
semana; e, não contente com isso, criou as disputas "de
quodlibet", para as quais convidava todos os professores, e em que,
pela Páscoa e pelo Natal, discutia qualquer assunto que lhe fosse
proposto pela assistência, sem aviso prévio. Dumas e doutras
nasceram os primeiros livros das "Questões disputadas", "de
Veritate", e os primeiros "Quodlibeta". São das obras mais
notáveis de S. Tomás; nelas se expõem as doutrinas que S.
Tomás defendeu em 253 sessões, durante três anos, e se rebatem
as objeções, 10 e 20 para cada artigo, que opuseram a S.
Tomás, ou que ele mesmo formulou para as combater.
Não contente em bater assim os seus adversários no campo do
prestígio, onde, ele bem o via, se travava verdadeiramente a luta,
S. Tomás respondeu em 1257 as razões doutrinárias apresentadas
por Guilherme de S. Amour, no opúsculo "contra impugnantes Dei
cultum". A resposta era concludente, e a vitória de S. Tomás
foi completa. Nesse mesmo ano, o Papa Alexandre IV condenou o
livro de Guilherme de S. Amour, e proibiu a publicação de novos
panfletos contra os religiosos; decretou também que os religiosos
podiam legitimamente ensinar nas Universidades e receber os graus
universitários. Guilherme de S. Amour e os seus partidários foram
expulsos da Universidade e exilados de Paris. S. Tomás pôde
então receber a licenciatura e o grau de Doutor, e, de 1257 a
1259, regeu tranquilamente cadeira em Paris.
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