6. A questão das Ordens mendicantes.

O despeito causado pelo sucesso das lições de S. Tomás, principalmente entre aqueles que viam diminuir a frequência das suas aulas, deu origem a uma oposição fortíssima contra os professores pertencentes a Ordens religiosas. Como as únicas que ensinavam nas Universidades eram a dominicana e a franciscana, foi contra as Ordens mendicantes que essa oposição se voltou.

A luta começou logo em 1253, no ano seguinte à chegada a Paris de S. Tomás de Aquino, e tornou-se tão violenta que S. Tomás, e o seu condiscipulo S. Boaventura, não puderam receber a licenciatura na época própria. Os adversários de S. Tomás disfarçaram-na em disputa teológica, e Guilherme de S. Amour abriu oficialmente o combate em 1255, com a publicação dum libelo chamado "Dos Perigos dos Últimos Tempos", em que afirmava que os religiosos não se deviam entregar ao ensino, mas ao trabalho manual, sob pena de faltarem às obrigações que os seus votos lhes impunham. Um ano depois, os professores seculares declararam-se em greve, e Guilherme de S. Amour partiu para Anagni, onde então residia o Papa, para fazer vingar as suas opiniões.