36. Os positivistas.

Os positivistas fazem princípio fundamental da impossibilidade da metafísica, proclamada por Kant, e concebem a filosofia, simplesmente, como o conjunto das ciências positivas, dispostas hierarquicamente em seis degraus: matemática, astronomia, física, química, fisiologia, sociologia. A existência de Deus, a imortalidade da alma, e outros mais, são problemas que, em sua opinião, a filosofia não pode sequer abordar. O fundador da escola foi Augusto Comte, que quis coroar o positivismo por uma religião em que a humanidade substituísse Deus; religião com os seus ritos, o seu culto, em honra dos sábios mortos, e até com sacerdotes, os sociólogos.

Os discípulos de Comte, com raras exceções, rejeitaram a religião positivista. O mais notável foi Littré. Foram positivistas também, embora menos diretamente influenciados por Comte: o evolucionista Herbert Spencer, que quis tornar universal a lei da evolução de Darwin; Stuart Mill, utilitarista; que, por outro lado, completou os estudos de Francisco Bacon sobre a indução; o francês Taine, grande historiador, que retomou a teoria nominalista, e não via nas sensações senão alucinações verdadeiras.

Já nos nossos dias, o chamado círculo de Viena fez reviver o positivismo; para os distinguir dos anteriores, designam-se os que o compõem por neo-positivistas.

Os sociologistas são positivistas que querem fazer da sociologia base dum sistema capaz de substituir a moral. Esta formula as regras do que se deve fazer; o sociologismo, física dos costumes, limita-se a estudar o que se faz, na realidade. Os principais sociologistas são Durkheim e Lévy-Bruhl.