38. O intuicionismo.

Bergson, como todos os precedentes, aceita a doutrina kantiana da esterilidade metafísica da inteligência especulativa. Mas julga que podemos atingir a verdade pela intuição. O ensino da filosofia, os livros dos filósofos, não podem ter outro fim senão criar circunstâncias favoráveis à intuição, sugerir, pela beleza do estilo, pelo apropriado das imagens, pela fluência da prosa. O bergsonismo toma uma feição mística muito pronunciada; mas, por ser um intuicionismo, é difícil compreender-lhe o verdadeiro sentido. Em vida, Bergson foi por uns considerado panteísta, por outros quase católico. A sua morte, convertida ao catolicismo, veio dar razão aos últimos.