F. Os séculos XVII e XVIII.


25. A crise da física aristotélica.

Com o século XVII, começa a crise da física de Aristóteles. Por um lado, entra em conflito com a física experimental, criada, pode dizer-se, por Leonardo de Vinci, Galileu e Francisco Bacon, aos quais Rogério Bacon tinha servido de precursor. Por outro lado, a astronomia, que já dispunha da luneta, inventada havia pouco, não confirmava as teorias de Aristóteles; o sistema de Copérnico, defendido por Galileu, opunha-se à hipótese das esferas, que Aristóteles apresentava. Por outro lado ainda, Harvey, descobrindo a circulação do sangue, desmentia a fisiologia aristotélica. Era a ruína, não da ciência antiga, porque o que sabia de positivo se mantinha, mas das hipóteses aceitas durante tanto tempo.

Por desgraça, os escolásticos do século XVII, alguns homens de valor, como Goudin, por exemplo, quiseram, com malfadado zelo, tornar solidárias a metafísica e a física de Aristóteles; e conseguiram que a primeira fosse arrastada no descrédito da segunda.