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Assim todos diferentes, os Anjos constituem uma imensa hierarquia,
que é o coroamento do Universo criado. São tanto mais perfeitos
quanto mais simples e universal é o seu modo de conhecimento. Os de
categoria mais alta conhecem as coisas na sua origem, num conhecimento
profundo, embora finito, da bondade divina. Outros, menos
perfeitos, conhecem o Universo a partir das leis gerais que o regem.
Os últimos só têm conhecimento, intuitivo puramente intelectual,
mas já parcelar, de princípios particulares, ou da essência deste
ou daquele ser.
O conhecimento angélico resulta assim como que duma projeção das
Idéias divinas, paralela à que as materializou nas coisas, de forma
que na inteligência dos Anjos existe, na ordem intelectual, a
contrapartida do que o Universo é, na ordem real. Nisso difere
profundamente da ciência de Deus, que é causa, Causa total, do
Universo. Os Anjos não criam, como Deus. Por isso, o
conhecimento de qualquer Anjo não é, como o de Deus, mais íntimo
às coisas do que as coisas a si mesmas; é conhecimento exterior. A
partir dos princípios que conhece, o anjo pode concluir as suas
conseqüências necessárias. Mas não pode, como Deus, conhecer
com certeza os futuros contingentes.
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