6. O aristotelismo.

Aristóteles era uma inteligência mais fria, mas também mais equilibrada e mais observadora, do que Platão, de quem se separou por não concordar com a teoria das Idéias. A sua obra filosófica foi imensa. Nas suas lições, tinha por norma reproduzir e estudar cuidadosamente as opiniões dos seus predecessores antes de expor as suas próprias maneiras de ver, o que fez dele o primeiro historiador da filosofia. Pela primeira vez, formulou corretamente o problema da mudança, do devir, com a sua teoria do ato e da potência: o ato, perfeição realmente possuída; a potência, possibilidade real de adquirir uma perfeição. Da aplicação desta teoria, sob diversos aspectos, nasce toda a sua filosofia. A partir do movimento, demonstra a existência dum Primeiro Motor imóvel, Deus, a quem chamou Ato Puro, isto é, plena perfeição, e Pensamento do Pensamento, ou seja a inteligência que se pensa a si mesma.

Aparte algumas incorreções que S. Tomás corrigiu, o conjunto do seu sistema não difere essencialrnente do tomismo. Não mostra, no entanto, a unidade ampla e vigorosa que S. Tomás lhe soube imprimir, prosseguindo até aos últimos limites a aplicação rigorosa dos princípios, em todos os campos.