|
O grande esforço que representa o comentário de quase toda a obra de
Aristóteles, feito em período tão curto, não impediu S. Tomás
de escrever outros trabalhos notabilíssimos durante a sua estada em
Itália. O principal é a "Suma contra os Gentios". Essa obra,
escrita a pedido de S. Raimundo de Pegnafort, é uma exposição
completa da doutrina cristã, destinada especialmente aos árabes e aos
judeus. Por isso tem nela especial relevo a filosofia, que justifica
a fé; o que lhe tem feito dar às vezes, impropriamente, o nome de
"Suma filosófica".
Escreveu também, no mesmo espírito, o seu opúsculo "Contra os
erros dos Gregos"; continuou as "Questões disputadas"; comentou
o livro dos "Nomes Divinos" atribuído a S. Dionísio
Areopagita, e vários livros da Bíblia; e começou, em 1265,
a "Suma Teológica".
Também durante a sua estada em Itália, compôs o ofício para a
festa do Corpo de Deus ainda hoje adotado pela Liturgia. Esse
ofício foi escrito em 1264, a pedido do Papa Urbano IV, que
instituiu a festa. Nos hinos, S. Tomás revela-se verdadeiro
poeta, e mostra, no verso como na prosa, as qualidades que o
caracterizam: clareza, simplicidade, concisão, riqueza de
pensamento. Conta-se que o Papa tinha também pedido a S.
Boaventura, antigo condiscípulo e amigo sincero de S. Tomás, que
escrevesse um projeto de ofício para a nova festa: mas que S.
Boaventura não chegou a apresentá-lo; ao ouvir ler o ofício
composto por S. Tomás, comoveu-se até às lágrimas, e rasgou o
que levava escrito.
|
|