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No período de decadência, que vai do século XIII ao século
XVI, há, além dos já citados, outros nomes dignos de menção.
Rogério Bacon, ainda no século XIII, foi notável como precursor da
física experimental, mais do que como filósofo; era augustinista,
como quase todos os doutores franciscanos do seu tempo. Raimundo
Lulio, pouco posterior, inventou uma espécie de álgebra da lógica,
a que chamou a "grande arte", e com a qual contava poder converter os
muçulmanos.
No século XIV, Buridan estudou em especial o problema do livre
arbítrio, e tornou-se célebre pelo exemplo (que aliás só
conhecemos de tradição, porque não aparece nos seus escrito), do
burro que morre de fome entre dois fardos de palha, por não saber
escolher qual dos dois há-de comer primeiro. Do século XV, pode
citar-se Pico de Mirândola, que morreu aos 31 anos depois de ter
apresentado 900 teses intituladas "de omni re scibili", ao que os
maliciosos do tempo acrescentaram "et quibusdam aliis": de tudo que
há para saber, e outras coisas mais. No mesmo século, Nicolau de
Cusa faz reviver o neoplatonismo; no seu "de docta ignorantia",
conclui que a verdadeira ciência consiste em confessar a sua
ignorância. Finalmente, do século XVI, devem mencionar-se
Montaigne, que renovou o ceticismo; Giordano Bruno, continuador
de Lulio e adversário da física aristotélica; e Francisco Bacon,
que fez dar à lógica o primeiro passo importante desde o tempo de
Aristóteles, formulando as regras da indução científica. Mas
estes últimos filósofos já não pertencem à Escolástica. São
precursores do período moderno, que se inicia com Descartes.
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