13. A causa eficiente.

Quanto ao agente de que falamos acima, é a causa eficiente, ou simplesmente a causa, do efeito considerado. É a seu respeito que se formula o principio de causalidade todo o ser que não existe por essência tem uma causa eficiente. Este princípio é um caso particular do de razão de ser; é o princípio de razão de ser aplicado às coisas que, por essência, podem não existir. A causa eficiente é uma causa extrínseca, isto é, que permanece distinta do objeto que origina. Que é necessária vê-se facilmente: a matéria, elemento potencial, não pode imprimir a si mesma uma forma, visto que ninguém age senão na medida em que é ato. Tem portanto um ser em ato de extrair essa forma da potencialidade da matéria; esse ser é a causa eficiente [42].

A causa eficiente é um ser, ou vários, não um príncipio ou elemento de ser. Não se deve esquecer isto; porque, na linguagem corrente, faz-se grande confusão a este respeito. Diz-se, por exemplo, que os astros descrevem órbitas elípticas por causa da lei da gravitação universal. Essa lei não é a causa eficiente; é a causa formal. É o elemento formal do fenômeno que se considera; só nesse sentido se pode entender a expressão. A causa eficiente são os outros astros, cuja ação encurva a trajetória do primeiro.

A causa eficiente cuja forma é idêntica à que imprime no ser a que dá origem diz-se unívoca; aquela em que essa forma existe virtualmente, como que absorvida numa forma de ordem mais elevada, chama-se análoga. Podemos dizer, por exemplo, que o Sol, pela energia que irradia, é causa eficiente análoga de grande parte dos fenômenos que se dão na Terra.