|
A verdade transcendental é idêntica ao ser. Não podemos por isso
deixar de a atribuir, por analogia, a Deus, que diremos ser a
Suprema Verdade.
Como há em Deus identidade entre a inteligência e o seu objeto,
podemos dizer indiferentemente que a verdade de Deus consiste em
conhecer-se tal como é, ou em ser tal como se conhece. Não há em
Deus distinção entre a verdade lógica e a verdade ontológica.
E, como Deus conhece as coisas na sua vontade, e elas são como
Deus as quer, o seu conhecimento das coisas é também eminentemente
verdadeiro. Em Deus, o conhecimento não depende das coisas, como o
nosso; são as coisas que dependem do conhecimento divino, idêntico
à vontade de Deus. Por isso podemos definir a verdade das coisas,
não, como tínhamos feito, a partir da possibilidade de serem
conhecidas tais como são, mas a partir da sua conformidade com o
conhecimento divino. A verdade ontológica ou transcendental dum ser
será então esse ser encarado como conforme com o conhecimento que
Deus dele tem.
|
|