|
No Ocidente cristão, o renascimento começou com Carlos Magno,
que fundou, no seu próprio palácio, uma escola em que se
notabilizaram Alcuíno no século VIII, Rábano Mauro no fim do
VIII e princípio do IX, e, neste último século, João Scot
Erígena, que traduziu para latim as obras do pseudo-Dionísio, e
seguia, no essencial, o sistema neoplatônico.
Os primeiros séculos da Escolástica, ou filosofia da Escola
(subentenda-se, do conjunto das escolas monásticas e episcopais, e
mais tarde das Universidades), foram dominados pela célebre questão
dos universais. Esta questão, realmente fundamental, nasceu duma
frase da Introdução de Porfírio à Lógica de Aristóteles:
"Não discuto se os géneros e as espécies existem na realidade ou na
inteligência, se a sua existência é corpórea ou incorpórea, se é
separada das coisas sensíveis ou realizada nelas". Toda a luta se
travou acerca da resposta a dar a esta pergunta.
Os realistas, Guilherme de Champeaux, Gilberto de la Porrée,
David de Dinant, todos dos séculos XI e XII, atribuem aos
universais (isto é, aos gêneros e às espécies), existência real
separada da das coisas concretas. Tendem para o panteísmo, que não
distingue Deus do mundo, e as obras de muitos foram condenadas pela
Igreja.
Os nominalistas julgam os universais simples nomes coletivos, que
nós damos a grupos de objetos entre os quais, na realidade, não há
nada de comum. O mais notável foi Roscelin, do fim do século XI
e princípio do XII. A sua teoria levou-o a ver, na SS.
Trindade, três Deuses distintos, o que a Igreja, evidentemente,
condenou.
|
|