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S. Tomás deixou-nos, principalmente, a lição do seu exemplo.
49 anos de vida, dedicada a Deus desde os 5 anos, sem um desvio,
sem uma hesitação. Entrou no Mosteiro do Monte Cassino por
vontade dos pais; mas S. Tomás concordava com o ato deles. Lá
está um artigo da Suma a dizê-lo: "Podem admitir-se crianças
numa Ordem religiosa?" [4]; a conclusão é que, embora não
possam fazer votos por causa da idade, devem receber-se para serem
educadas na vida religiosa. Com o que ele não concordava era com os
motivos que tinham guiado os pais; não procurava glória para si, nem
riqueza ou influência para a família. Queria entrar em religião
pelo único motivo aceitável: a intenção sincera de servir a Deus.
Por isso lutou contra a família até vencer.
Depois, empregou todas as suas forças em bem cumprir os deveres que
lhe traçava a obediência a que voluntariamente se tinha submetido.
Obedeceu aos seus superiores dentro da Ordem dominicana; obedeceu ao
Papa; com boa vontade, de todo o coração. E não recusava nenhum
trabalho, mesmo pedido por quem não tinha autoridade para lhe mandar;
é a Suma contra os Gentios escrita a pedido de S. Raimundo de
Pegnafort; o Compêndio de Teologia a pedido de Reinaldo de
Piperno; o "de Regno" feito a pedido do Rei de Chipre; e outras
obras mais. Aceitava os trabalhos, mas recusava as honras. Chega a
ser impressionante: Se quisermos dizer o que ele foi, e virmos as
coisas pelo lado das grandezas deste mundo, temos de dizer que não foi
nada.
Mas se as virmos como deve ser, teremos de confessar que foi um grande
Santo; um frade exemplar; um Sábio na melhor acepção da palavra,
sincero, de espírito aberto, apaixonadamente trabalhador; e um tipo
perfeito da humanidade, pelo equilíbrio, pela saúde moral e
física, pela largueza da inteligência e a força da vontade.
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