|
Com o século XVII, começa a crise da física de Aristóteles.
Por um lado, entra em conflito com a física experimental, criada,
pode dizer-se, por Leonardo de Vinci, Galileu e Francisco
Bacon, aos quais Rogério Bacon tinha servido de precursor. Por
outro lado, a astronomia, que já dispunha da luneta, inventada havia
pouco, não confirmava as teorias de Aristóteles; o sistema de
Copérnico, defendido por Galileu, opunha-se à hipótese das
esferas, que Aristóteles apresentava. Por outro lado ainda,
Harvey, descobrindo a circulação do sangue, desmentia a fisiologia
aristotélica. Era a ruína, não da ciência antiga, porque o que
sabia de positivo se mantinha, mas das hipóteses aceitas durante tanto
tempo.
Por desgraça, os escolásticos do século XVII, alguns homens de
valor, como Goudin, por exemplo, quiseram, com malfadado zelo,
tornar solidárias a metafísica e a física de
Aristóteles; e conseguiram que a primeira fosse arrastada no
descrédito da segunda.
|
|