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S. Tomás, pela sua formação, era aristotélico. Tinha sido
educado por S. Alberto Magno, que, como já disse, dentro do que
a Igreja permitia, ensinava o aristotelismo sem utilizar os livros de
Aristóteles, e corrigindo-o onde lhe parecia necessário. Mas o
seu procedimento, nesta ocasião, é um modelo de imparcialidade.
Antes de se manifestar, estudou a autenticidade dos livros atribuídos
a Aristóteles; e conseguiu mostrar que o livro das "Causas", por
exemplo, era apócrifo, e extraído da obra dum filósofo
neoplatônico. Por não confiar suficientemente no seu conhecimento do
grego, procurou obter traduções diretas de Aristóteles, tão
fieis quanto possível. Encontrando, na corte pontifícia, o
helenista Guilherme de Moerbeke, dominicano como ele, pediu-lhe que
se encarregasse desse trabalho; e este, metendo mãos à obra com
atividade inexcedível, fez em pouco tempo, dos principais livros de
Aristóteles, traduções que ainda hoje se podem considerar
clássicas, senão pela elegância do estilo, ao menos pela fidelidade
ao original.
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