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Com o fim do século XIII, a Escolástica entra na fase da
decadência. Scot tinha aberto o caminho das sutilidades de
argumentação; os seus sucessores embrenharam-se cada vez mais por
esse caminho, onde não faltam dificuldades, mas dificuldades que se
resolvem pela argúcia, e não, como as dificuldades fundamentais da
metafísica, pela largueza da visão e a profundeza dos conceitos. No
entanto, no século XIV, há um nome que merece ser distinguido: o
do franciscano Guilherme de Occam, que deu vida nova à teoria
nominalista. Simplificando o scotismo, via só distinções lógicas
nas distinções formais de Scot; e, nos termos gerais, não via
senão substitutos mentais de coleções de indivíduos. No
occamismo, não só a imortalidade e a espiritualidade da alma, mas a
existência e a infinidade de Deus, são reduzidas a verdades de fé,
não demonstráveis pela razão.
O nominalismo de Occam teve uma voga imensa em toda a Europa; nos
séculos XIV e XV, foi adotada por quase todas as
Universidades. No entanto, é já, francamente, uma filosofia de
decadência, pela feição simplista, pela preponderância dada à
lógica, pelo vago das conclusões.
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