OS AMIGOS DOS HOMENS DE COR

Onde quer que os conquistadores espanhóis ou portugueses tivessem tomado posse do Novo Mundo, os padres jesuítas lhes haviam ido nas pegadas. Que se tratasse de explorar regiões desconhecidas, então eram eles que se declaravam prontos para isso; tivessem de ser firmados tratados de paz ou alianças com os índios, então as autoridades coloniais se voltavam para os padres, pois esses somente compreendiam as línguas dos índios e desfrutavam de absoluta confiança junto aos chefes, em virtude da sua atitude sempre amigável. No México foram os jesuítas os primeiros que se atreveram a ir ter com as tribos nativas ainda não domesticadas do norte do país ; penetravam eles pelas populações montesinas do alto Hiaqui e cruzavam a região montanhosa inraticável dos tarahumaras. Quando os padres pela primeira vez apareceram nas montanhas e desfiladeiro’ s d essas tribos, os índios fugiram por toda a parte diante d eles, indo para as suas cavernas e habitações talhadas na rocha; pois em nenhuma parte a desconfiança relativa aos brancos era mais viva dó que no México, onde um século antes o “ Salvador branco” massacrara dez mil nativos. Entretanto os presentes flamantes e as palavras amigáveis dos missionários não deixaram também aí de causar o seu efeito. O padre Glandof, o qual percorreu o país com ardor especial e, por toda a parte, procurou converter a população, conseguiu dentro em breve que os índios baixassem de seus montes até a planície, periodicamente, e aí se reunissem em determinados pontos e acorressem aos exercícios de edificar” ao e às preces levadas a efeito por ele. Do México os jesuítas foram penetrando em avanço crescente para o Novo México, o Arizona, a Califórnia e o Vexas; o missionário alemão Kühn explorou os distritos situados ao norte do rio Colorado, e também as primeiras descrições exatas e esboços cartográficos da baixa Califórnia são de se agradecer à atividade dos jesuítas. Robert Louis Stevenson, depois de decorrido mais de um século, manifestou a mais viva admiração pela atividade da Ordem na Califórnia, pondo em evidencia, em compensação, a desgraça que, mais tarde, “ ambiciosos ladroes de terras e pistoleiros profanadores de Igreja” trouxeram para essas regiões.

“ Tão triste figura” , diz ele, “ faz o nosso protestantismo anglo-saxão ao lado da obra da Sociedade de Jesus!”

No Peru e na Bolívia, por sua vez, os padres conseguiram descobrir mais de cem tribos indias, desconhecidas até então, e puderam reuni-las em reduções fechadas; nesses distritos introduziram eles a agricultura, a cria da gado e as indústrias, ensinaram aos. selvagens o fabrico de utensílios de toda a espécie, ensinaram-lhes a construir cabanas e, quando de suas doenças e ferimentos, tratávamos com remédios europeus. Em Lima, Cuzco e outras cidades peruanas instalaram eles colégios índios próprios, nos quais os filhos dos caciques, d aí em diante, iriam ser educados sob a sua direção. Também reuniram, zelosamente, as tradições históricas da antiga cultura incásica soçobrada, no que se distinguiu especialmente o padre Blas Valera, descendente ele mesmo dos Incas.

Em Lima organizaram uma tipografia no recinto de seu colégio; aí foram redigidos livros pelos padres e coniladas gramáticas da língua quíchua.

No Brasil o padre Anchieta esforçou-se, infatigavelmente, na procura de aldeamentos índios esparsos, durante longas viagens, e procurou introduzir entre os nativos uma ação de cristianização sistematizada. Vivia ele, da mesma maneira que os índios, nomadicamente, ora aqui, ora ali, nas florestas, estudando atenciosamente os seus diversos idiomas e procurando enquadrá-los num sistema. Junto a isso alimentou ele a arrojada idéia de eliminar mediante um trabalho metódico as diversidades dialetais das línguas indias sul-americanas e, assim, criar uma língua geral, única, compreensível em todo o continente.

Ele redigiu gramáticas e dicionários, os quais vieram a constituir as bases para todos os missionários que vieram mais tarde, nos seus estudos lingüísticos, e a Ordem toda, d aí por diante, trabalhou na codificação dos idiomas índios em uma figura única, planejada por Anchieta. Alexandre de Humboldt escreve acerca d esses esforços dos jesuítas, dizendo que eles lhe pareceram “ muito compreensíveis” ; “ com isso se fez apenas aquilo que os Incas ou reis sacerdotes do Peru haviam levado à execução, com o fito de manter sob o seu domínio as populações barbaras do alto Amazonas, e humanizá-las.”

Também na qualidade de mediadores entre os brancos e os índios os missionários prestaram muitos serviços na América do Sul ; assim é que, de uma feita, o padre Anchieta se dirigiu ao acampamento de uma tribo índia sublevada e ofereceu-se, ele próprio, como garantia das intenções pacíficas dos brancos. “ Aquilo que não se pudera conseguir em muitos anos, com grandes exércitos e enorme emprego de dinheiro,” escreve o arcebispo de La Plata no ano de 1690 ao rei espanhol, “ realizaram-no os jesuítas em pouco tempo, sem qualquer outro recurso a não ser o seu ardor. De inimigos fazem eles amigos, dos povos mais selvagens e insubmissos, súditos obedientes de Vossa Majestade.”

Dessa maneira os missionários da Sociedade de Jesus, com o correr do tempo, haviam aberto territórios imensos aos colonos brancos; eles tinham, como escreve um viajante francês do século XIX conquistado mais terra para as suas nações do que as grandes generais, e sabendo domar até mesmo as tribos mais selvagens, mediante brandura, criaram eles muitas vezes, primeiro que todos, as bases do desenvolvimento da região colonial americana.

Assim é que, a princípio, as autoridades nunca deixaram de por em evidencia em seus relatórios com palavras de agradecido reconhecimento os serviços dos padres ; mas, apesar d isso, não se podia dissimular por muito tempo que esses padres, no seu zelo religioso, iam um pouco além e sempre mais freqüentemente, da sua própria esfera de ação. Por certo os colonos estavam convencidos de que a propagação da doutrina cristã entre os pagãos representava uma condição prévia importantíssima para todo e qualquer lucro valioso ; pois, somente quando os desconfiados e temerosos índios estavam conquistados para a Igreja, tornavam-se eles, assim também, escravos úteis e fiéis dos europeus.

Mas, com isso, segundo a opinião dos colonos, a missão dos jesuítas já estava também cumprida. Os padres, porém, com as suas conversões, começaram a desenvolver uma atividade sumamente indesejável. A sua maneira peculiar de continuarem convivendo com os selvagens batizados, de se preocuparem com as suas particularidades e se colocarem no mesmo pé de igualdade que eles, deveria. assim pensavam os colonos, despertar nesses bárbaros ideais completamente falsas acerca do sentido de sua conversão; pois parecia, absolutamente, que os jesuítas pretendessem reconhecer nos seus catecúmenos coisa assim parecida a direitos humanos!

O clero espanhol e português, até esse data, só excepcionalmente tinha feito objeções à escravidão; pois não constava em S. Paulo (I. Cor. 7, 21) : “ Se estás destinado a ser um escravo, que isso não te preocupe” , e Tomás de Aquino e Santo Antônio de Florença também haviam admitido a escravidão. Mas os jesuítas puderam apelar para Santo Agostinho que escrevera. “ O homem não deverá dominar sobre o homem, mas o homem sobre as bestas.”

Já a conduta desses missionários em face dos escravos negros, estava apropriada para provocar muitos aborrecimentos entre os fazendeiros brancos. Na verdade as padres também, da mesma maneira que os outros colonos. possuíam os seus escravos negros e, de acordo com a geral usança, inrimiam neles também uma marca de ferro em brasa, como sinal do seu pertencimento. Mas eles falavam dos negros não como se os mesmos Lhes pertencessem, não como de “ escravos” , mas sim os chamavam de “ criados” ou mui simplesmente “ negros” , e concediam-lhes liberdade e direitos sem exemplos: os escravos dos sacerdotes recebiam de seus amos terrenos próprios e tinham que trabalhar apenas um certo número de horas, ao passo que, no tempo restante, tinham ocasião de mandriar sob o pretexto de tomarem lições de religião. Tudo isso só poderia trazer resultados desvantajosos sobre a disciplina dos demais escravos.

Mas os jesuítas praticavam ainda outras inconveniências: com a sua conhecida astucia conseguiram eles das autoridades uma ordem, em virtude da qual os colonos também deveriam conceder aos seus escravos, de quando em vez, algumas horas livres para o aprendizado da doutrina cristã, coisa que naturalmente representava para os senhores uma perda de trabalho escravo e, com isso, de dinheiro também. Um padre jesuíta de nome Padre Claver tornou-se muito mal visto em Cartagena, a praça principal do comércio escravagista sul- americano. Ali entravam constantemente os grandes transportes marítimos, que traziam negros africanos recém aprisionados; no porto já eram eles esperados pelos traficantes os quais, então, os recambiavam em seguida para as minas e as plantações, Também, até essa data, já os escravos sempre eram batizados, por ocasião de seu desembarque em Cartagena, pois os traficantes de carne humana sabiam o quanto eles deviam à religião cristã; mas esses batismos eram sempre realizados com a máxima celeridade e, d essa maneira, não provocavam nenhuma perturbação de monta ao negócio.

Mas Pedro Claver, valendo-se de discursos manhosos de toda a espécie, soube induzir as autoridades da cidade à publicação de uma ordem, no sentido de que nenhum negro chegado de novo poderia ser vendido, antes que tivesse sido “ suficientemente instruído na religião cristã” . Entretanto Claver organizou essa instrução de tal maneira, que ele durava muitos dias, pois que se tratava de milhares de escravos. Essa nova medida trouxe para os mercadores um contrateno bastante incomodo e uma considerável perda de juros do seu capital invertido em negros. Apenas se assinalava em Cartagena a chegada de um d esses navios negreiros, e eis que Claver se apressava a ir também até a embarcação e presenteava os ocupantes prisioneiros com bolos, frutas e doces. Ele esquecia a sua posição a tal ponto que baixava até mesmo aos porões, onde os escravos, encurralados em massa, jaziam . deitados sobre o seu próprio excremento, ao lado dos cadáveres de outros escravos. Ali ocupava-se com eles, pensava-lhes as feridas, animava-os e consolava-os. Depois do desembarque levava-os a cabanas mais ou menos linas e ali, sob o pretexto de que a explicação da doutrina cristã reclamava mais tempo para esses selvagens, ele os retinha ali, até que os negros se tivessem restabelecido e as suas feridas tivessem cicatrizado. Finalmente a maneira pela qual Claver celebrava o batismo dos escravos, tocava as raias do sacrilégio. Pois ele mandara para isso colocar uma capela destinada a essa cerimonia, um quadro de altar, que representava uma multidão de negros batizados como bem- aventurados filhos de Deus. Dentro d essas circunstancias, forçoso era que os negros ficassem com a impressão de que eram mais do que animais imundos, de que o Deus dos cristãos todo poderoso estava, realmente, interessado na conversão d eles.

Com a sua caridade importuna, Claver não se dava por satisfeito também com o batismo, pelo contrário, mais tarde começou a se preocupar ainda de maneira delicadíssima com o destino dos escravos. Quando não estava sendo esperado nenhum navio, viajava ele em todas as direções pelo país afora, afim de visitar todos os seus antigos catecúmenos, e por meio de tais atenções, incutir neles opiniões insensatas sobre o seu destino terreno.

Mais aborrecida, porém, era a conduta dos jesuítas com relação aos índios; aí tinha-se a, impressão justa de que eles, no seu’ zelo, não dedicassem a menor atenção aos justos interesses dos colonos brancos. Nos primeiros tempos ainda se havia tentado, tendo em mira os grandes serviços dos padres, deixar passar em silencio um ou outro dos seus abusos, mas, com o correr do tempo, isso já não era mais possível. Agora, dado que as florestas virgens já estavam desbravadas e as tribos indias selvagens haviam sido submetidas, dever-se-ia, finalmente, cuidar de por um paradeiro a esses exageros dos padres nos assuntos que diziam respeito ao amor do próximo.

Onde primeiro explodiu o conflito foi no Canadá. Os missionários haviam tido ali oportunidades freqüentes de morrer no martírio pela existência e honra da Nova França cristã, de se deixar escalpelar, tostar e ferver pelos Peles Vermelhas. Mas os membros d essa Ordem pareciam ser insaciáveis em sua ambição e não se contentavam, de modo algum, com a coroa do martírio, a qual as autoridades seculares lhes houveram augurado de bom grado. Pelo contrário, eles reclamavam para se o direito de se imiscuírem também nos assuntos de governo, os quais não eram absolutamente de sua conta. A venda de aguardente aos índios formara, até então, um dos negócios mais rendosos para os comerciantes franceses de Quebec.

Eis que agora chegavam esses padres e, em nome da misericórdia cristã, exigiam que o governo proibisse a venda de álcool aos índios. Km abono d essa estranha opinião alegavam eles que a aguardente causava estragos imensos entre os Peles Vermelhas e induzia os selvagens, normalmente de bom animo, à prática dos mais pavorosos crimes.

As autoridades, a princípio, procuraram satisfazer as exigências dos padres e do bispo a eles ligado, mas, de maneira a que isso não viesse prejudicar sem necessidade o comércio de aguardente. O conselho supremo de Quebec, à vista d isso, promulgou uma lei, em conseqüência da qual ficava severamente estabelecida para os índios a proibição de se embriagarem. Os jesuítas, porém, exigiram que se deveria interdizer a venda de aguardente aos índios pelos brancos, mediante castigo, opinião essa que era absolutamente inaceitável para o governo. Repelidos pelos brancos os missionários se voltaram, então, para os índios e procuraram convence-los de que “ a água de fogo” acabaria dando com eles no inferno, e que os brancos davam-na de beber a eles, afim de vende-los ao diabo. Graças a esses discursos os Peles Vermelhas se insurgiram contra os comerciantes de aguardente, e assim se inimizaram de morte não só com esses, mas também com o governador de Frontenac, o qual também era interessado no negócio da aguardente. Uma tal atitude pareceu, aos olhos do governador, tocar as raias da alta traição, e, por isso, resolveu ele encaminhar uma queixa às autoridades parisienses. Entretanto o resultado por ele esperado falhou, pois, justamente nessa época, o padre La Chaise era o confessor do rei e não deixou escapar a oportunidade para influir o animo do monarca em sentido favorável aos jesuítas ; assim é que o processo do tribunal real terminou com a reabilitação completa dos missionários canadenses. Na verdade houve homens perspicazes do governo parisiense que nunca desconheceram os perigos da proibição alcóolica exigida pelos jesuítas. Indubitavelmente, disse nessa ocasião, Hugues de Lyone, ministro da marinha, constituía isso um princípio muito bom e muito cristão, mas era prejudicial ao comércio, “ pois os índios que eram muito dados à bebida, no futuro não nos iriam mais entregar os seus castores e sim aos holandeses em Albany, dos quais receberiam em troca aguardente.” Formas mais violentas iriam assumir ainda as disputas entre os colonos e os padres, em conseqüência do tratamento dispensado aos índios nas colônias espanholas e portuguesas da América do Sul. Ali o comércio com escravos índios era considerado nesses dias o melhor e o mais rendoso dos negócios, e os cidadãos das diferentes cidades coloniais organizavam caçadas humanas em regra; a presa era trazida, depois, para o grande mercado escravagista do Rio de Janeiro. Um meio garantido de’ conseguir escravos índios, consistia também em açular as diversas tribos umas contra as outras para que entrassem a se guerrear. Depois os brancos conravam aos vencedores, em troca de agulhas, facas de bolso e fumo, os prisioneiros” passando-os depois adiante com lucros consideráveis. Mas sucedeu cada vez com mais freqüência que os jesuítas se manifestassem abertamente contra o costume já enraizado das caçadas aos índios e dos mercados de escravos, tomando, justamente, o partido dos selvagens contra os brancos. Assim é que o padre Anchieta uma vez, depois da celebração de uma paz, conseguida por ele com a tribo dos tamoyos, pregou nas praças do Rio que os tamoyos estavam em seu pleno direito abrindo luta contra os portugueses. “ Vós os atacastes, apesar dos tratados” , bradou ele para os portugueses perplexos, “ e transformaste-os em escravos, violando o direito natural!” .

Anchieta foi também quem conôs, uma vez, um grande drama em versos, no qual fustigava sem conaixão os vícios dos colonos brancos e investia contra o comércio de escravos; ele fez com que os nativos representassem essa peça e, além d isso, convidou a todos os índios da vizinhança para que a viessem assistir. Graças a essas maldades literárias, forçosamente o respeito dos selvagens para com os seus senhores brancos tinha que ficar solapado, e o aborrecimento dos portugueses era, por isso, absolutamente compreensível. Infelizmente pouca coisa se podia conseguir contra os vexames com que os jesuítas combatiam a caça escravagista aos índios, pois tratava-se aí, de fato, de um uso que, embora tolerado geralmente em silencio, não estava autorizado por lei. Os missionários se imiscuíram, no entretanto, até mesmo nos antiquíssimos usos das “ encomiendas” e procuraram semear a balbúrdia também aí. Já desde havia muito tempo o governo concedera a todos os espanhóis abastados, que tivessem prestado qualquer serviço às colônias, um certo número de índios como “ encomendados” ; os proprietários d essas “ encomiendas” estavam na obrigação de mandar instruir os seus “ protegidos” na religião cristã, em troca do que esses deveriam prestar-lhes certos trabalhos agrícolas. Esse sistema funcionara até essa época, para a máxima satisfação dos colonos, mas formava também a base de toda a escravidão índia. Assim foi que esperaram, iriam os missionários jesuítas, mediante a sua catequese, conseguir novos “ encomniendados” e, desta arte, multiplicar ainda o número de escravos disponíveis, elevando-o consideravelmente; mas, nisso foram eles rudemente enganados pelos padres. Um governador sentimental deixou se convencer pelos jesuítas e, publicou uma ordem segundo a qual, a partir d aí os, índios não deveriam mais ser tratados como escravos e, graças às suas constantes e instantes intervenções junto à corte de Madri, os padres obtiveram mais tarde uma ordem real, que determinava fossem os índios, d aí em diante, retidos no trabalho “ exclusivamente com o sabre da palavra divina.” Dentro d essas circunstâncias era muito de se temer a ruína completa do império colonial sul americano. Dentro em breve os jesuítas foram até mesmo acusados de estar fazendo causa comum com os índios, contra os brancos, de que eles com a descrição feita aos selvagens dos vícios europeus, estavam procurando abalar até mesmo a obediência devida às autoridades reais, os jesuítas, assim o afirmavam agora seus adversários, trabalhavam em coisa não menos importante do que na organização de um império índio independente, sob o seu próprio governo.