NOVA FASE DA LUTA


I. QUEIMADAS

Queimadas, povoado desde o começo deste século, mas em plena decadência, fez-me um acampamento ruidoso. O casario pobre, desajeitadamente arrumado aos lados da praça irregular, fundamente arada pelos enxurros — um claro no matagal bravio que o rodeia — e, principalmente, a monotonia das chapadas que se desatam em volta, entre os morros desnudos, dão-lhe um ar tristonho completando-lhe o aspecto de vilarejo morto, em franco descambar para tapera em ruínas.

Prendiam-se-lhe, ademais, recordações penosas. Ali tinham parado todas as forças anteriormente envolvidas na luta, no mesmo prolongamento do largo aberto para a caatinga cujos tons pardos e brancacentos, de folhas requeimadas, sugeriram a denominação da vila. Acervos repugnantes de farrapos e molambos; trapos multicores e imundos, de fardamentos velhos; botinas e coturnos acalcanhados; quepes e bonés; cantis estrondados; todos rebotalhos de caserna, esparsos em área extensa, em que branqueavam restos de fogueiras delatavam a passagem dos lutadores, que lá armaram as tendas, a partir da expedição Febrônio. Naquele chão batido dos rastros de dez mil homens, haviam turbilhonado na vozeria dos bivaques — paixões, ansiedades, esperanças, desalentos indescritíveis.