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Segundo o que se colhe em preciosas páginas de Pedro Taques,
foram numerosas as famílias de S. Paulo que, em contínuas
migrações, procuraram aqueles rincões longínquos e acredita-se,
aceitando o conceito de um historiógrafo perspicaz, que o “vale de
S. Francisco já aliás muito povoado de paulistas e de seus
descendentes desde o século XVII, tornou-se uma como colônia
quase exclusiva deles”. É natural por isto que Bartolomeu Bueno,
ao descobrir Goiás, visse, surpreendido, sinais evidentes de
predecessores, anônimos pioneiros que ali tinham chegado, certo,
pelo levante, transmontando a Serra do Paranã; e que ao se reabrir
em 1697 o ciclo mais notável das pesquisas do ouro, nas agitadas e
ruidosas vagas de imigrantes, que rolavam dos flancos orientais da
Serra do Espinhaço ao talvegue do Rio das Velhas, passassem mais
fortes talvez, talvez precedendo as demais do descobrimento das minas
de Caeté, e sulcando-as de meio a meio, e avançando em direção
contrária como um refluxo promanado do Norte, as turmas dos
“baianos”, termo que como o de “paulista” se tornara genérico no
abranger os povoadores setentrionais.
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