AS REZAS

Ao cair da tarde, a voz do sino apelidava os fiéis para a oração. Cessavam os trabalhos. O povo adensava-se sob a latada coberta de folhagens. Derramava-se pela praça. Ajoelhava.

Difundia-se nos ares o coro do primeira reza.

A noite sobrevinha, prestes, mal prenunciada pelo crepúsculo sertanejo, fugitivo e breve como o dos desertos. Fulguravam as fogueiras, que era costume acenderem-se acompanhando o perímetro do largo. E os seus clarões vacilantes emolduravam a cena meio afogada nas sombras.

Consoante antiga praxe, ou, melhor, capricho de Antônio Conselheiro, a multidão repartia-se, separados os sexos, em dous agrupamentos destacados. E em cada um deles um baralhamento enorme de contrastes...