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Os ingênuos contos sertanejos desde muito lhes haviam revelado as
estradas fascinadoramente traiçoeiras que levam ao Inferno.
Canudos, imunda ante-sala do Paraíso, pobre peristilo dos céus,
devia ser assim mesmo repugnante, aterrador, horrendo...
Entretanto, lá tinham ido, muitos, alimentado esperanças
singulares. “Os aliciadores da seita se ocupam em persuadir o povo de
que todo aquele que se quiser salvar precisa vir para Canudos, porque
nos outros lugares tudo está contaminado e perdido pela República.
Ali, porém, nem é preciso trabalhar, é a terra da promissão,
onde corre um rio de leite e são de cuscuz de milho as barrancas.”
Chegavam.
Deparavam o Vaza-Barris seco, ou empanzinado, volvendo apenas
águas barrentas das enchentes, entre os flancos entorroados das
colinas...
Tinham esvaecida a miragem feliz; mas não se despeavam do misticismo
lamentável...
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