EM BUSCA DE MEIA RAÇÃO DE GLÓRIA

Ao amanhecer extinguiam-se os temores. Volviam à impaciência heróica. Prosseguiam rápidos. Rompiam, intrêmulos, por dentro do valo sinuoso do Rio Sargento, que desbordava numa enchente repentina de fardas. Galgavam logo adiante o morro desnudo cujas vertentes opostas abruptamente caíam para o vale de Umburanas. E tinham, de surpresa, na frente e embaixo, distante dous quilômetros — Canudos...

Era um desafogo. Lá estavam as duas igrejas derruídas fronteando-se na praça lendária: — a nova sem torres, alteando as paredes mestras arrombadas, fendidas de alto a baixo, num muradal cheio de entulhos; a velha em ruínas e denegrida, sem fachada, erguendo um pedaço do campanário derruído, onde o fantástico sineiro tantas vezes apelidara os fiéis para a oração e para o combate. Em volta a casaria unida. Tinham chegado a tempo. Já agora não lhes faltaria a meia ração de glória disputada. Entravam ovantes pelo acampamento, num belo aprumo de candidatos à História, procurando o pleito sanguinolento e fácil.