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Transposta acessível ondulação, via-se, recortando o cerrado dos
arbustos, um sulco largo de roçada, retilíneo e longo, que um alvo
extremava — a linha de tiro, onde se exercitara a divisão Artur
Oscar. Perto, ao lado, a capela exígua e baixa, como um barracão
murado. E nas ruas paredes, cabriolando doudamente, a caligrafia
manca e literatura bronca do soldado. Todos os batalhões haviam
colaborado nas mesmas páginas, escarificando-as a ponta de sabre ou
tisnando-as a carvão, no gravarem as impressões do momento. Eram
páginas demoníacas aqueles muros sacrossantos: períodos curtos,
incisivos, arrepiadores; blasfêmias fulminantes; imprecações e
brados, e vivas calorosos, rajavam-nas em todo o sentido,
profanando-as, mascarando-as, em caracteres negros espetados em
pontos de admiração, compridos como lanças.
Dali para baixo, no descair de insensível descida, uma vereda
estreita e mal afamada — a estrada de Monte Santo, por onde tinham
abalado, esperançosas, três expedições sucessivas, e de onde
chegavam, agora, sucessivamente, bandos miserandos de foragidos.
Vadeado o Jacurici, volvendo águas rasas e mansas, ela enfiava,
inflexa, pelas chapadas fora, ladeada, em começo, por uma outra que
demarcavam os postes da linha telegráfica recentemente estabelecida.
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