UM ARSENAL AO AR LIVRE

A terceira expedição anulada, dispersa, desaparecera. E como na maioria os fugitivos evitassem a estrada, desgarraram, sem rumo, errando à toa no deserto, onde muitos, e entre estes os feridos, se perderam para sempre, agonizando e morrendo no absoluto abandono. Alguns, desviando-se da rota, foram bater no Cumbe ou em pontos mais remotos. O resto chegou no outro dia a Monte Santo. O coronel Souza Meneses, comandante da praça, não os esperou. Ao saber do desastre largou à espora feita para Queimadas, até onde se prolongara aquela disparada. Enquanto isto sucedia, os sertanejos recolhiam os despojos. Pela estrada e pelos lugares próximos jaziam esparsas armas e munições, de envolta com as próprias peças do fardamento, dólmãs e calças de listra carmesim, cujos vivos denunciadores demais no pardo da caatinga os tornavam incompatíveis com a fuga. De sorte que a maior parte da tropa não se desarmara apenas diante do adversário. Despira-se...

Assim na distância que medeia do Rosário a Canudos, havia um arsenal desarrumado, ao ar livre, e os jagunços tinham com que se abastecerem a fartar. A expedição Moreira César parecia ter tido um objetivo único: entregar- lhes tudo aquilo, dar-lhes de graça todo aquele armamento moderno e municiá-lo largamente.