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E a tropa adormeceu cedo, em paz... para despertar toda, às 10
horas da noite, num abalo único. Detonara, no flanco esquerdo, um
tiro. Uma sentinela do cordão de segurança, que se estendera em
torno dos abarracamentos, lobrigara ou julgara lobrigar vulto suspeito
deslizando na sombra; e disparara a espingarda. Era, certo, o
inimigo anelado. Vinha como viera sobre outros expedicionários, de
improviso, num arranco atrevido, e subitâneo, e célere.
Então sobre os que ansiavam tanto a medir-se com ele passou,
alucinadoramente, a visão misteriosa da campanha. Avaliaram-na de
perto. Dominou para logo os batalhões a hipnose de um espanto
indescritível; estridularam cornetas, gritos de alarmas, brados de
comandos, inquirições ansiosas; despencaram das redes, caindo sobre
o lastro do rio, oficiais surpresos, pulando-lhe, às tontas, as
bordas; esbarrando-se; caindo; precipitando-se — espadas
desembainhadas, revólveres erguidos — entre as fileiras que se
alinhavam num longo crepitar de estalidos de baionetas armando-se. E
desencadeou-se o tumulto. Pelotões e companhias formando-se ao
acaso; quadrados precipitadamente feitos como esperando cargas de
cavalaria; seções de armas cruzadas prontas a carregarem contra o
vácuo; e entre as seções, e os pelotões, e as companhias, parte
dos combatentes pervagando, correndo, em busca da formatura
embaralhada...
Transcorridos minutos, os lutadores, presos de uma emoção que
jamais imaginaram sentir, aguardavam o assalto. A brigada aparecia
como uma longa esteira, revolta e coruscante, na onda luminosa do luar
tranqüilo e grande, que abrangia a natureza adormecida e quieta.
E fora um rebate falso...
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