CRÍTICA

Mas este movimento geral da tropa, como era de prever, foi mal feito. Sobre ser uma manobra sob o olhar do adversário, impropriava-a o terreno. Faltava-lhe a base física essencial à tática. A linha ideada, feita por um rápido desdobramento de brigadas numa longura de dous quilômetros, ia partir-se em planos verticais, segundo as cotas máximas dos cerros e o fundo das baixadas; e desde que não podia traçar-se com celeridade tal que tornasse o mais possível passageira uma situação de desequilíbrio e fraqueza, forçadamente assumida por todas as unidades combatentes, no se desarticularem e darem o flanco ao inimigo até nova posição de combate — era impraticável. Impraticável e perigosíssima. Diziam-no todas as condições palpáveis, concretas, em torno, da áspera topografia do solo ao extraordinário vigor de pronto patenteado pelo adversário, que tomara, desde os primeiros minutos, toda a frente à investida, numa fuzilaria impenetrável. E revelariam-no os resultados imediatos da ação. Os soldados — feixes de baionetas arremessando-se contra os morros — embatiam-lhes as ilhargas; tornejavam- nas, vingavam-nas a custo, no vertiginoso desatar-se das linhas de atiradores. Mas tudo isto sem a firmeza e a velocidade que implicava a tática concebida. Além de não conseguirem executá-la deste modo, o que era essencial, alteraram-na logo em pormenores, insignificantes talvez, mas delatadores de um princípio de confusão nas fileiras. Em contraposição à ordem primitiva, a 3ª Brigada começou a lutar pelo flanco direito do 30º, que era da primeira. O 9º Batalhão, na extrema esquerda, caíra no valo do Vaza-Barris por onde começou a avançar ferido de descargas irradiantes das duas bordas; enquanto o 25º, o 5º e a ala direita do 7º mal centralizavam o conflito.