A MARCHA PARA CANUDOS

Por ali avançaram, parceladamente, as brigadas.

A de artilharia, decampando de Monte Santo, a 17, deparou, logo aos primeiros passos, dificuldades sérias. Enquanto os canhões mais ligeiros chegavam, transcorridos dez quilômetros, ao rio Pequeno, o obstruente 32 ficara distanciado de uma légua. Pela estrada escorregadia e cheia de tremedais, ronceavam penosamente as vinte juntas de bois que o arrastavam, guiadas por inexpertos carreiros, uns e outros pouco afeitos àquele gênero de transportes, inteiramente novo e em que toda a sorte de empecilhos surgiam a todo o instante e a cada passo, nas flexuras fortes do caminho, na travessia das estivas malfeitas, ou em repentinos desnivelamentos fazendo adernar a máquina pesadíssima.

Somente no dia 19, à tarde, gastando três dias para percorrer três léguas, chegou o canhão retardatário ao Caldeirão Grande, permitindo que se reorganizasse a brigada de artilharia que, juntamente com a 2ª, de infantaria, tendo à vanguarda o 25º Batalhão, do tenente-coronel Dantas Barreto, prosseguiria na manhã subseqüente para a Gitirana, distante oito quilômetros da estação anterior, com a mesma marcha fatigante e remorada. Naquele mesmo dia saíra de Monte Santo o comandante-geral e o grosso da coluna constituído pelas 1ª e 3ª Brigadas, com o efetivo de 1933 soldados.

Toda a expedição em caminho, forte de uns três mil combatentes, avançou até ao Aracati, quarenta e seis quilômetros além de Monte Santo, de idêntico modo: as grandes divisões progredindo isoladas, ou concentrando- se e dispersando-se logo, distanciando-se às vezes demais, contrastando sempre a investida ligeira da vanguarda com o tardo caminhar da artilharia.