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Garantia-se: um dos chefes do reduto era um engenheiro italiano
habilíssimo, adestrado talvez nos polígonos bravios da Abissínia.
Expunham-se detalhes extraordinários: havia no arraial tanta gente
que tendo desertado cerca de setecentos só lhes deram pela falta muitos
dias depois. E sucessivas, impiedosas, novas notícias
acumulavam-se sobre o fardo extenuador de apreensões, premindo as
almas comovidas. Assim estavam já expugnadas pelos jagunços Monte
Santo, Cumbe, Maçacará e, talvez, Jeremoabo. As hordas
invasoras depois de saquearem aquelas vilas, marchavam convergentes
para o sul, reorganizando-se no Tucano, de onde, acrescidas de
novos contingentes, demandavam o litoral, avançando sobre a capital
da Bahia...
As gentes alucinadas ouviam um surdo tropear de bárbaros...
Os batalhões de Moreira César eram as legiões de Varus...
Encalçavam-nos, na fuga, catervas formidandas. Não eram somente
os jagunços. Em Juazeiro, no Ceará, um heresiarca sinistro, o
Padre Cícero, conglobava multidões de novos cismáticos em prol do
Conselheiro. Em Pernambuco, um maníaco, José Guedes,
surpreendia as autoridades, que o interrogavam, com a altaneira
estóica de um profeta. Em Minas, um quadrilheiro desempenado,
João Brandão, destroçava escoltas e embrenhava-se no alto sertão
do S. Francisco, tangendo cargueiros ajoujados de espingardas.
A aura da loucura soprava também pelas bandas do Sul: o Monge do
Paraná, por sua vez, aparecia nessa concorrência extravagante para
a história e para os hospícios.
E tudo isto, punha-se de manifesto, eram feituras de uma
conjuração que desde muito vinha solapando as instituições. A
reação monárquica tomava afinal a atitude batalhadora precipitando
nas primeiras escaramuças, coroadas do melhor êxito, aquela
vanguarda de retardatários e de maníacos.
O governo devia agir prontamente.
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