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De repente, surge-lhe revés violento. O plano inclinado daquela
vida em declive termina, de golpe, em queda formidável. Foge-lhe a
mulher, em Ipu, raptada por um policial. Foi o desfecho.
Fulminado de vergonha, o infeliz procura o recesso dos sertões,
paragens desconhecidas, onde lhe não saibam o nome; o abrigo da
absoluta obscuridade.
Desce para o sul do Ceará.
Ao passar em Paus Brancos, na estrada do Crato, fere com ímpeto
de alucinado, à noite, um parente, que o hospedara. Fazem-se
breves inquirições policiais, tolhidas logo pela própria vítima
reconhecendo a não culpabilidade do agressor. Salva-se da prisão.
Prossegue depois para o sul, à toa, na direção do Crato. E
desaparece...
Passaram-se dez anos. O moço infeliz de Quixeramobim ficou de todo
esquecido. Apenas uma ou outra vez lhe recordavam o nome e o termo
escandaloso da existência, em que era magna pars um Lovelace de
coturno reiúno, um sargento de polícia.
Graças a este incidente, algo ridículo, ficara nas paragens natais
breve resquício de sua lembrança. Morrera por assim dizer.
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