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Um deles era Antônio, o ‘Beatinho’, acólito e auxiliar do
Conselheiro. Mulato claro e alto, excessivamente pálido e magro;
erecto o busto adelgaçado. Levantava, com altivez de resignado, a
fronte. A barba rala e curta emoldurava-lhe o rosto pequeno animado
de olhos inteligentes e límpidos. Vestia camisa de azulão e, a
exemplo do chefe da grei, arrimava-se a um bordão a que se esteava,
andando. — Veio com outro companheiro, entre algumas praças,
seguido de um séquito de curiosos.
Ao chegar à presença do general, tirou tranqüilamente o gorro
azul, de listras e borlas brancas, de linho; e quedou, correto,
esperando a primeira palavra do triunfador.
Não foi perdida uma sílaba única do diálogo prontamente travado.
— Quem é você?
— Saiba o seu doutor general que sou Antônio Beato e eu mesmo vim
por meu pé me entregar porque a gente não tem mais opinião e não
agüenta mais.
E rodava lentamente o gorro nas mãos lançando sobre os circunstantes
um olhar sereno.
— Bem. E o Conselheiro?...
— O nosso bom conselheiro está no céu...
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