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Foi o que fez o comando-em-chefe, contravindo ao propósito de
aguardar a rendição sem dispêndio inútil de vidas, pelo
enfraquecimento contínuo dos rebeldes.
Reunidos a 30 de setembro os principais chefes militares,
concertaram nos dispositivos do recontro para o dia imediato. E, de
acordo com os lineamentos do plano adotado, naquele mesmo dia à noite
mobilizaram-se as unidades do combate, ocupando, assim, de
véspera, as posições para a investida.
O assalto seria iniciado por duas brigadas, a 3a e 6a, dos
coronéis Dantas Barreto e João César Sampaio, a primeira
endurada por três meses de contínuos recontros e a última,
recém-vinda, de combatentes que ansiavam a medir-se com os
jagunços. Aquela deixou, então, a sua antiga posição na linha
negra, sendo substituída por três batalhões, 9o, 22o e 34o,
e contramarchando para a direita, seguiu rumo à Fazenda Velha, de
onde juntamente com a outra, formada dos 29o, 39o e 4o
Batalhões, se moveu até estacionar à retaguarda e flancos da igreja
nova, objetivo central do acometimento.
Completariam este movimento primordial, outros, secundários e
supletivos: no momento da carga, o 26o de linha, o 5o da Bahia e
ala direita do batalhão de S. Paulo tomariam rapidamente posições
junto à barranca esquerda do Vaza-Barris, à ourela da praça,
onde se conservariam até nova ordem. À sua retaguarda se estenderiam
em apoio os dous corpos do Pará, prontos a substituírem-nos ou a
reforçarem-nos, segundo as eventualidades do combate. De sorte que
este, iniciado à retaguarda e aos flancos da igreja, iria, a pouco e
pouco, deslocando-se para a linha de baionetas que se cosia à
barranca lateral do rio, na face sul da praça.
Era, como se vê, um arrochar vigoroso — em que colaborariam os
demais corpos guarnecendo as posições recém-conquistadas e o
acampamento. Interviriam na ação à medida das circunstâncias, ou
quando tombassem diante das trincheiras e das barrancas as chusmas de
inimigos repulsados.
Sobre tudo isto — preliminar preparatória e indispensável — um
bombardeio firme, em que entrariam todos os canhões do sítio,
batendo por espaço de uma hora a estreita área a expugnar-se.
Somente depois que eles emudecessem, arremeteriam as brigadas
assaltantes, de baionetas caladas, sem fazerem fogo, salvo se o
exigissem as circunstâncias. Em tal caso, porém, devia ser feito
na direção única da meridiana, a fim de não serem atingidos os
batalhões jazentes nas posições próximas ao conflito. A 3a
Brigada ao toque geral, partido do comando-em- chefe, de
“infantaria avançar!”, seguiria a marche-marche, procurando o
flanco esquerdo da igreja, junto ao qual se estenderia distante cento e
cinqüenta metros; enquanto dous batalhões da 6a, o 29o e o 39o
investissem para a retaguarda daquela, e o 4o, transpondo também o
Vaza-Barris, a acometesse pelo flanco direito. Os demais
combatentes seriam, a não ser que o imprevisto determinasse ulteriores
combinações, simples espectadores da ação.
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