VII. OUTROS REFORÇOS.

Era urgente uma intervenção mais enérgica do governo. Impunham-na, do mesmo passo, as apreensões crescentes, as últimas peripécias da luta e a própria insciência sobre o curso real das operações. As opiniões como sempre disparatavam, discordes. Para a maioria os rebeldes contavam com elementos sérios. Era evidente. Não se compreendia que batidos em todas as ordens do dia — heroicamente escritas — eles, tendo ainda franca a fuga para os sertões de São Francisco, onde não havia descobri-los, esperassem, pertinazes, no arraial, que se lhes fechassem, pelo complemento do assédio, as derradeiras saídas. Deduziam-se, lógicos, corolários graves. À parte a hipótese do sobre-humano devotamento, fazendo-os sucumbir em massa sob os escombros dos templos consagrados, imaginavam-se-lhes traças guerreiras formidáveis embaralhando de todo a estratégia regular. O número, que se dizia diminuto, dos que permaneciam em Canudos arrostando tudo, era, certo, um engodo armado a arrastar para ali exclusivamente o exército e iludi-lo em combates estéreis, até que se congregassem, noutros lugares, fortes contingentes para o assalto final, por toda a banda, sobre os sitiantes, pondo-os entre dous fogos. Contravinham, porém, juízos mais animadores. O coronel Carlos Teles, em carta dirigida à imprensa, afirmou de maneira clara o número reduzido de jagunços — duzentos homens válidos, talvez sem recursos nenhuns — abastecidos e aparelhados apenas do que haviam tomado às anteriores expedições. O otimismo, de fato exageradíssimo, do valente, porém, afogou-se na incredulidade geral. Aniilavam-no todos os fatos e sobretudo aquelas irrupções diárias de feridos, abalando num crescendo a comoção nacional.