10 DE JUNHO DE 1969. ALOCUÇÃO NO CONSELHO ECUMÊNICO DAS IGREJAS EM GENEBRA.

A fidelidade a Cristo e à sua palavra, a humildade perante a ação de seu Espírito em nós, o serviço de todos e cada um, eis efetivamente as virtudes que poderão conferir à nossa reflexão e ao nosso trabalho sua qualidade cristã. Então somente a colaboração de todos os cristãos exprimirá ao vivo a união entre eles e porá numa evidência mais luminosa, a verdadeira face do Cristo servidor.

Em virtude desta crescente colaboração em todos os domínios de interesse comum, põe-se por vezes o problema: a Igreja católica deve tornar-se membro do Conselho Ecumênico? Que poderíamos nós neste momento responder a esta pergunta? Com toda a franqueza fraterna, não consideramos o problema da participação da Igreja católica no Conselho Ecumênico já suficientemente amadurecido, a ponto de se poder ou dever dar uma resposta positiva. A questão permanece ainda no domínio das hipóteses. Comporta graves implicações teológicas e pastorais. Exige estudos aprofundados e engaja para um caminho que a honestidade nos obriga a reconhecer que poderá ser muito longo e difícil. Isto, porém, não nos impede de vos assegurar que estamos voltados para vós, com grande respeito e com profundo afeto. A vontade que nos anima e o princípio que nos dirige serão sempre a persecução, cheia de esperança e de realismo pastoral, da unidade querida por Cristo.