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O ensinamento de nossa encíclica Humanae Vitae teve numerosos ecos,
e a nosso conhecimento, nunca tantos como nesta ocasião chegaram ao
papa, provenientes de todas as partes do mundo, e de todos os meios,
tantas mensagens de agradecimento e de aprovação pela publicação de
semelhante documento. Se afirmamos, isto é para agradecer
cordialmente a todos aqueles que acolheram nossa encíclica e nos
testemunharam sua adesão. Que o Senhor os abençoe!
Sabemos também que numerosos são aqueles que não apreciaram nosso
ensinamento, muitos mesmo lhe são hostis. Em certo sentido podemos
compreender esta incompreensão e hostilidade. Nosso ensinamento não
é fácil e vai de encontro a um costume que se difunde, hoje, como
cômodo e aparentemente favorável ao amor e equilíbrio na família.
Queremos ainda lembrar que a lei que reafirmamos não é nossa, mas é
aquela das estruturas da vida, do amor e da dignidade humana. Isto
significa que ela deriva da lei de Deus. Não é uma lei que ignora
as condições sociológicas e demográficas de nosso tempo. Não é
em si, como alguns parecem supor, contrária a uma limitação
razoável da natalidade. Nem às pesquisas científicas e aos
tratamentos terapêuticos e ainda menos à paternidade realmente
responsável, muito menos à paz e harmonias familiares. É apenas uma
lei moral exigente e severa, sempre válida hoje, que proíbe o uso de
meios cujo fim é impedir a procriação, degradando assim a pureza do
amor e missão da vida conjugal.
Falamos em virtude de nosso cargo e por caridade pastoral. Dirigimos
uma saudação paternal a todos os esposos e a todas as famílias que
procuram e encontram na ordem querida por Deus sua força moral e sua
verdadeira felicidade. De todo o coração lhes damos nossa bênção
e a vós todos, ao mesmo tempo, como uma sociedade fundada sobre
costumes cristãos.
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