|
É bom que lembremos o grande princípio, reafirmado pelo Concílio e
já enunciado - não nos esquecemos - por nosso grande predecessor
Pio XI, de venerável memória: "Por natureza, a vocação
cristã é igualmente vocação ao apostolado". No corpo do Cristo,
que é a Igreja - diz o Concílio - "todo o corpo trabalha pelo seu
crescimento, conforme a tarefa de cada membro" (Ef 4,16).
Importante princípio, cuja aplicação deve provocar a renovação e
expansão da Igreja. Verdade belíssima, mas arriscada, em
particular para vós, os leigos, que vos vedes honrados, ao sentir
assim reafirmado este critério constitucional da Igreja.
Ninguém é inútil, ninguém poderá ficar absolutamente passivo,
ninguém poderá permanecer inativo e insensível à vida da Igreja.
Todos e cada um devem fazer algo por ela, em função da dupla
finalidade pela qual foi instituída: a salvação das almas (sendo a
glória de Deus sua primeira meta) e o bem, mesmo temporal da
sociedade, sempre em harmonia com os princípios cristãos.
Trata-se ao mesmo tempo de um dever e de um direito: todo leigo
católico, todo filho fiel da Igreja pode e deve ser ativo no seio
dela. Refleti bem nisso. Este princípio do apostolado dos leigos,
de todos os leigos fiéis à Igreja, pode ter importantes
conseqüências em cada alma, nas comunidades paroquais, na
sociedade, no mundo. Entre muitas pessoas, até entre os que "vão
à Igreja", está enraizada a idéia de que não têm nenhuma
responsabilidade para com a Igreja. "Isto não é meu trabalho",
dizem muitos. "Não quero cuidados nem obrigações. Procuro manter
minhas idéias e ficar livre em meus atos". Não é verdade.
|
|