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60. Depois, vemos desenhar-se a nossa volta outro círculo também
imenso, contudo mais próximo de nós. Ocupam-no primeiramente os
homens que adoram o mesmo Deus único e supremo que nós adoramos,
aludimos aos filhos do povo hebraico, dignos do nosso respeito
afetuoso, fiéis à religião que nós chamamos do Antigo
Testamento. E depois os adoradores de Deus segundo o conceito da
religião monoteísta, especialmente da muçulmana, dignos de
admiração pelo que há de verdadeiro e de bom no culto que prestam a
Deus. Seguem-se os adeptos das grandes religiões afro-asiáticas.
Não podemos, é claro, compartilhar essas várias expressões
religiosas, nem podemos diante delas ficar indiferentes, como se
todas, equivalendo-se mais ou menos, dispensassem os seus fiéis de
investigar se Deus revelou a forma, infalível, perfeita e
definitiva, como quer ser conhecido, amado e servido. E, por dever
de lealdade, devemos manifestar que estamos certíssimos que uma só é
a religião verdadeira, a cristã; alimentamos a esperança de que a
venham a reconhecer como tal, todos os que procuram e adoram a Deus.
Não queremos deixar de reconhecer desde já com respeito os valores
espirituais e morais das várias confissões religiosas não cristãs;
queremos promover e defender, juntamente com elas, os ideais que nos
podem ser comuns, no campo da liberdade religiosa, da fraternidade
humana, da sã cultura, da beneficência social e da ordem civil.
Baseado nestes ideais comuns, o diálogo é possível do nosso lado;
e no deixaremos de o propor, sempre que haja de ser bem aceito, num
clima de respeito recíproco e leal.
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