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Aspiração do Pouo de Deus pelo reino celeste
33. O reino de Deus, que "não é deste mundo" (Jo
18,36), está nele presente, aqui na terra, em mistério e
atingirá a sua perfeição com a vinda gloriosa do Senhor
Jesus.[16] A Igreja constitui, aqui na terra, o germe e o
início deste reino; e, ao passo que vai crescendo lenta mas
seguramente, aspira pelo reino perfeito e ambiciona, com todas as
forças, unir-se com o seu Rei na glória.[17]
O Povo de Deus peregrino encontra-se, na história, a caminho da
sua verdadeira pátria (cf. Fl 3,20), onde se manifestará em
plenitude a filiação divina dos remidos (cf.1Jo 3,2) e onde
brilhará definitivamente a beleza transfigurada da Esposa do Cordeiro
divino.[18]
Celibato como sinal dos bens celestes
34. O nosso Senhor e Mestre disse que "na ressurreição, nem
eles se casam, e nem elas se dão em casamento, mas são todos como
anjos no céu" (Mt 22,30). No mundo do homem, tão absorvido
nos cuidados terrenos e dominado muitas vezes pelos desejos da carne
(cf.1Jo 2,16), o precioso dom divino da continência
perfeita, por amor do reino dos céus, constitui exatamente "um sinal
particular dos bens celestes", [19] anuncia a presença na terra
dos últimos tempos da salvação (cf.l 1Cor 7,29-31) com o
advento dum mundo nova, e antecipa, de alguma maneira, a consumação
do reino, armando os valores supremos do mesmo, que um dia hão de
brilhar em todos os filhos de Deus. É, por isso, testemunho da
tensão necessária do Povo de Deus orientada para a meta última da
peregrinação terrestre e é incitamento para todos erguerem o olhar
às coisas do alto, onde o Senhor está sentado à direita do Pai e
onde a nossa vida está escondida com Cristo em Deus, até se
manifestar na glória (cf. Cl 3,1-4).
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