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28. Diletos filhos sacerdotes, que por vocação sois os
conselheiros e guias espirituais das pessoas e das famílias,
dirigimo-nos agora a vós, com confiança. A vossa primeira tarefa
- especialmente para os que ensinam a teologia moral - é expor, sem
ambigüidades, os ensinamentos da Igreja acerca do matrimônio.
Sede, pois, os primeiros a dar exemplo, no exercício do vosso
ministério, de leal acatamento, interno e externo, do Magistério
da Igreja. Tal atitude obsequiosa, bem o sabeis, é obrigatória
não só em virtude das razões aduzidas, mas sobretudo por motivo da
luz do Espírito Santo, da qual estão particularmente dotados os
Pastores da Igreja, para ilustrarem a verdade.[39] Sabeis
também que é da máxima importância, para a paz das consciências e
para a unidade do povo cristão, que, tanto no campo da moral como no
do dogma, todos se atenham ao Magistério da Igreja e falem a mesma
linguagem. Por isso, com toda a nossa alma, vos repetimos o apelo do
grande Apóstolo São Paulo: "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos o mesmo e que entre
vós não haja divisões, mas que estejais todos unidos, no mesmo
espírito e no mesmo parecer".[40]
29. Não minimizar em nada a doutrina salutar de Cristo é forma de
caridade eminente para com as almas. Mas, isso deve andar sempre
acompanhado também de paciência e de bondade, de que o mesmo Senhor
deu o exemplo, ao tratar com os homens. Tendo vindo para salvar e
não para julgar,[41] Ele foi intransigente com o mal, mas
misericordioso para com os homens.
No meio das suas dificuldades, que os cônjuges encontrem sempre na
palavra e no coração do sacerdote o eco fiel da voz e do amor do
Redentor.
Falai, pois, com confiança, diletos Filhos, bem convencidos de
que o Espírito de Deus, ao mesmo tempo que assiste o Magistério no
propor a doutrina, ilumina também internamente os corações dos
fiéis, convidando-os a prestar-lhe o seu assentimento. Ensinai aos
esposos o necessário caminho da oração, preparai-os para recorrerem
com freqüência e com fé aos sacramentos da Eucaristia e da
Penitência, sem se deixarem jamais desencorajar pela sua fraqueza.
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