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41. Eis, Veneráveis Irmãos, a origem transcendente do
diálogo. Está no plano de Deus. A religião é, de sua
natureza, enlace entre Deus e o homem, e a oração exprime em
diálogo este enlace. A revelação, quer dizer a relação
sobrenatural que Deus tomou a iniciativa de renovar com a humanidade,
podemo-la imaginar como diálogo, em que o Verbo de Deus se exprime
a si mesmo na Encarnação e depois no Evangelho. Esse colóquio
paternal e santo, interrompido entre Deus e o homem pelo pecado
original, é maravilhosamente reatado no decurso dos tempos. A
história da salvação narra este diálogo longo e variado, a partir
de Deus e a travar conversação com o homem, variada e admirável.
É nesta conversação de Cristo entre os homens (cf. Br 3,38)
que Deus dá a entender alguma coisa mais de si, o mistério da sua
vida, admiravelmente una na essência e trina nas pessoas, e diz, em
resumo, como quer ser conhecido: Ele é Amor, e como quer ser
honrado e servido por nós: amor é o mandamento supremo que nos
impõe. O diálogo torna-se pleno e confiado; é convite para a
criança, o místico se exaure plenamente nele.
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