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43. O desenvolvimento integral do homem não pode realizar-se sem o
desenvolvimento solidário da humanidade. Dizíamos em Bombaim: "O
homem deve encontrar o homem, as nações devem encontrar-se como
irmãos e irmãs, como alhos de Deus. Nesta compreensão e amizade
mútuas, nesta comunhão sagrada, devemos começar também a trabalhar
juntos para construir o futuro comum da humanidade".[47] Por
isso, sugeríamos a busca de meios de organização e de cooperação,
concretos e práticos, para pôr em comum os recursos disponíveis e
realizar, assim, uma verdadeira comunhão entre todas as nações.
44. Este dever diz respeito, em primeiro lugar, aos mais
favorecidos. As suas obrigações enraízam-se na fraternidade humana
e sobrenatural, apresentando-se sob um tríplice aspecto: o do dever
de solidariedade, ou seja, o auxílio que as nações ricas devem
prestar aos países em via de desenvolvimento; o do dever de justiça
social, isto é, a retificação das relações comerciais
defeituosas, entre povos fortes e povos fracos; o do dever de caridade
universal, quer dizer, a promoção, para todos, de um mundo mais
humano e onde todos tenham qualquer coisa a dar e a receber, sem que o
progresso de uns seja obstáculo ao desenvolvimento dos outros. O
futuro da civilização mundial está dependente da solução deste
grave problema.
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