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54. Existe um primeiro, imenso círculo, de que não conseguimos
descortinar os limites, pois se confundem com o horizonte. Dentro,
está a humanidade toda, o mundo.
Medimos a distância entre nós e ele, mas de nenhum modo nos sentimos
desinteressados. Tudo o que é humano, nos diz respeito. Temos, de
comum com a humanidade inteira, a natureza, isto é a vida, com todos
os seus dons e problemas. Comungamos de bom grado nesta primeira
universalidade, aceitamos as exigências profundas das suas
necessidades fundamentais, aplaudimos as afirmações novas e por vezes
sublimes do seu gênio. Possuímos verdades morais, vitais, que se
hão de por em evidência e revigorar na consciência humana; são
benéficas para todos. Em qualquer esforço que o homem faça para se
compreender a si mesmo e ao mundo, pode contar com a nossa simpatia;
onde quer que as assembléias dos povos se reúnam para determinar os
direitos e os deveres do homem, sentimo-nos honrados, quando no-lo
permitem, tomando lugar nelas. Uma vez que existe no homem uma "alma
naturalmente cristã", queremos honrá-la mostrando-lhe estima e
dirigindo-lhe a palavra.
Poderemos recordar a nós próprio, e a todos, como a nossa atitude
é, por um lado, completamente desinteressada, não temos nenhuma
ambição política e temporal, e, por outro, toda empenhada em
assumir, isto é, elevar a nível sobrenatural e cristão, qualquer
valor honesto, humano e terreno; não somos a civilização, mas
promotor dela.
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