|
19. Mais, é grande em nós o desejo de que a Igreja de Deus seja
qual Jesus a quer: una, santa, toda encaminhada à perfeição a que
Ele a chamou e de que a tornou capaz. Perfeita no seu conceito
ideal, no desígnio de Deus, a Igreja deve-se ir aperfeiçoando
sempre na expressão real, na sua existência terrestre. É este o
grande problema moral que domina a sua vida, a caracteriza, a
estimula, a acusa, a sustenta e a enche de gemidos e de orações, de
arrependimentos e de esperanças, de esforço e de confiança, de
responsabilidades e de méritos. É problema inerente às realidades
teológicas de que depende a vida humana. Não podemos ajuizar sobre o
homem, a sua natureza e a sua perfeição original, sobre as
conseqüências ruinosas do pecado original, capacidades do homem para
o bem e auxílio de que precisa para o desejar e realizar, sobre o
sentido da vida presente e das suas finalidades, os valores que o homem
deseja ou de que pode dispor, sobre o critério de perfeição e de
santidade, e sobre os meios e modos para dar à vida o seu grau mais
alto de beleza e plenitude, não podemos fazer nada disto sem nos
referirmos ao ensino doutrinal de Cristo e do magistério eclesiástico
dele derivado. A ambição de conhecer os caminhos do Senhor é e
deve ser constante na Igreja, e a discussão que se vai mantendo, de
século em século no seio da Igreja, sobre as questões, de
perfeição, sendo tão fecunda e variada, bem queríamos que tornasse
a despertar o interesse máximo a que tem direito. E isto no tanto
para elaborar novas teorias, quanto para gerar energias novas, que
levem àquela santidade que Jesus Cristo nos ensinou e nos possibilita
conhecer, desejar e conseguir. Para isso nos dá o seu exemplo, a
sua palavra, a sua graça, a sua escola baseada na tradição
eclesiástica, fortificada pela ação comunitária, ilustrada pelas
figuras singulares dos Santos.
|
|