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Os homens compreenderam, em primeiro lugar, terem caído sob o jugo
do pecado ao ter-lhes sido dada a Lei, tendo daí começado a temer a
Deus como juiz por conhecerem suas iniqüidades. Temê-lo já era
conhecê-lo, porque de maneira alguma poderiam temê-Lo se dEle
nada conhecessem. Este conhecimento já era alguma luz; já era dia,
mas não era dia claro, escurecido que estava pelas trevas do pecado.
Veio então o dia da verdade, o dia da salvação, que destruiria o
pecado, iluminaria a claridade do dia anterior, e não tiraria o
temor, mas o mudaria para melhor.
Mas esta claridade não seria ainda plena até que a caridade não se
acrescentasse à verdade. De fato, foi a própria Verdade que
disse:
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"Muito tenho ainda para vos dizer,
mas não o poderíeis suportar.
Quando vier o Espírito da verdade,
vos ensinará toda a verdade".
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Toda a verdade, pois, para que removesse o mal e restaurasse o bem.
Eis o que são os três dias: o dia do temor, que manifesta o mal; o
dia da verdade, que remove o mal; o dia da caridade, que restitui o
bem.
O dia da verdade clarifica o dia do temor; o dia da caridade clarifica
o dia do temor e o dia da verdade; até que a caridade se torne
perfeita e toda verdade seja perfeitamente manifestada e o temor da pena
se transforme no temor da reverência.
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