7. A beleza das figuras monstruosas e ridículas.

Já outras coisas são admiradas porque são monstruosas ou ridículas; suas descrições, quanto mais se tornam alheias à razão humana, tanto mais facilmente podem compelir a alma humana à admiração.

Por que o crocodilo, ao comer, não move a mandíbula inferior? Como a salamandra consegue permanecer ilesa no fogo? Quem ensinou ao ouriço a esconder-se entre as frutas esparramadas pelo vento, e lhe deu espinhos que fazem o caminhante ferido gritar como as rodas de uma velha carroça? E à formiga, que apregoa o inverno que se aproxima estocando grãos nos seus armazéns? E à aranha, que de suas vísceras tece os laços pelos quais apanha a presa? São estes testemunhos da sabedoria de Deus.