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Guilherme de Champeaux, assim chamado por causa do nome do local de
seu nascimento, foi arquidiáceno e estudante da Igreja de Notre
Dame de Paris. Estudou teologia sob a orientação de Anselmo de
Laon, que havia sido discípulo de S. Anselmo. As lições de um
mestre tão bom foram como uma semente ditosa depositada em um campo
fértil. O discípulo de Anselmo foi um dos sábios professores que
viriam a ilustrar a escola de Paris. Ele soube dar-lhe, sobre as
suas rivais, uma superioridade que ela não havia tido antes e que
soube posteriormente conservar para sempre.
Jovens provenientes das províncias as mais afastadas, e mesmo de
países estrangeiros, para aí vinham ávidos de escutar o célebre
professor cujo nome despertava em todo lugar sentimentos de respeito e
admiração. O próprio Abelardo, depois de ter percorrido as
escolas mais renomadas, fixou-se em Paris por não ter encontrado em
lugar algum mestre mais sábio e mais hábil.
Nos claustros de Notre Dame Guilherme ensinava retórica,
dialética e teologia, circundado pela estima de seu bispo Galon, do
amor e do respeito de seus discípulos, e da consideração do clero.
Em 1107 foi honrado com uma prova de estima ao ser chamado para o
Concílio de Troyes convocado e presidido pelo Papa Pascal II.
Porém, se ele se deixou seduzir pelo brilho de tanta glória, como
parece dar a entender a carta de Hildeberto de Mans, a sedução não
durou muito. Em 1108 Guilherme abandona a sua cátedra e seu
arquidiaconato para se retirar em São Vítor onde toma o hábito de
cônego regular de Santo Agostinho. Guilduíno, Godofredo,
Roberto, Goutier, Tomás e vários outros de seus alunos o seguiram
em seu retiro.
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