8. Que o estudo não seja uma aflição.

Saiba também que não chegará ao seu propósito se, movido por um vão desejo da ciência, dedicar-se às escrituras obscuras e de profunda inteligência, nas quais a alma mais se preocupa do que se edifica; e nem também se dedicar de tal maneira apenas ao estudo que se veja obrigado a abandonar as boas obras.

Para o filósofo cristão o estudo deve ser uma exortação, e não uma preocupação, e deve alimentar os bons desejos, não secá-los.

Como gostaria de mostrar àqueles que se puseram ao estudo por amor à virtude, e não às letras, o quanto é importante para eles que o estudo não lhes seja ocasião de aflição, mas de deleite! Quem, de fato, estuda as Escrituras como preocupação e, por assim dizer, as estuda para aflição do espírito, não é filósofo, mas negociante, e dificilmente uma intenção tão veemente e indiscreta poderá estar isenta de soberba.

Que direi então da lição do simples Paulo, que antes quisera cumprir a lei do que estudá-la? Este poderá ser para nós um exemplo, para que não sejamos ouvintes nem estudiosos da Lei, mas principalmente justos cumpridores diante de Deus.