|
Considera-se a figura pelo seu diminuto tamanho quando uma coisa
qualquer não consegue alcançar a quantidade de seu gênero, tal como
o piolho nos cabelos, a traça na indumentária, os vermes e os demais
pequenos parasitas, que vive entre os outros animais, mas entre estes
se destacam pela exiguidade de seus corpos.
Vê o que mais deves admirar, os dentes do javali ou os da traça?
As asas de uma águia ou as de um minúsculo mosquitinho? A cabeça
de um cavalo ou a de um gafanhoto? As pernas de um elefante ou a dos
mais pequenos insetos? Uma águia ou uma formiga? Um leão ou uma
pulga? Um tigre ou uma tartaruga? Ali admirarás a magnitude, aqui
a parvidade: um pequeno corpo feito por uma grande sabedoria. Uma
grande sabedoria em que não se oculta negligência alguma. Deu-lhes
olhos que dificilmente os olhos poderão enxergar; em em corpos tão
pequenos distribuiu plenissimamente todas as características adequadas
às suas naturezas, de certo que não verás faltar nos menores deles
nada de tudo quanto a natureza formou nos maiores.
|
|