4. A firmeza.

A composição de todas as coisas é, pois, apta e conveniente, mas de que modo ela é também firme? Quem não o vê? Quem não o admira?

Eis os céus em sua solidez: em seu âmbito incluem todas as coisas, como se tivessem sido fundidos em bronze para serem derramados e fixados em torno de todas as coisas. A terra, no centro pelo seu peso, sempre persevera imóvel. As demais coisas, em movimento na região intermediária, são reunidas e obrigadas a formarem um só todo de um lado pela solidez dos céus, de outro pela estabilidade da Terra, só podendo romper a concórdia que se difunde por toda a parte dentro de legítimos limites.

Eis a água que corre espalhada pelo interior da terra, e em seu exterior sobre os mais diversos leitos. Internamente aglutina as terras fundidas para que não se desagreguem; externamente rega as terras secas para que não se fendam.

Eis como na construção do corpo humano os vínculos nervosos ligam as junturas dos ossos; como os canais da medula interna à porosidade dos ossos conduzem por todo o corpo o sangue vital das veias; como o segmento da pele envolve a carne desprotegida. O rigor dos ossos sustenta o corpo internamente, a proteção da pele o defende externamente.

Quem poderá enumerar a dureza das pedras, a solidez dos metais, a força das junturas, a tenacidade das aglutinações e outros tantos inumeráveis que existem na natureza?

De tudo isto fica claro quão firmes são os vínculos das coisas, como cada uma delas com tanto empenho defende sua natureza e seu ser, não sendo possível que todos simultâneamente dissolvam por completo a concórdia de sua sociedade.