A IGREJA DO SILÊNCIO.

49. Nós bem sabemos, e deploramo-lo com coração profundamente aflito, que o nosso convite de paz só chega amortecido a vastas regiões do globo, onde encontra apenas uma "Igreja do silêncio". Milhões de homens estão impedidos de professar abertamente diante de Deus as suas responsabilidades em favor da paz. Dos seus próprios lares e das igrejas, até a tão íntima e familiar tradição do presépio foi banida pelo despótico arbítrio de poderosos. São milhões os homens que se encontram impossibilitados de exercer influxo cristão em prol da liberdade moral e da paz, porque liberdade e paz são hoje monopólio de perturbadores de profissão e de adoradores da força.

50. Ainda assim, mesmo com os braços presos e os lábios cerrados, a "Igreja do silêncio" responde magnificamente ao nosso apelo. Indica com o olhar sepulturas ainda frescas de seus mártires e cadeias de confessores, na esperança de o seu mudo holocausto e de os seus sofrimentos serem a mais forte ajuda para a causa da paz, por constituírem a mais alta invocação e o mais poderoso título para obter, do Príncipe divino da paz, graça e misericórdia para que se cumpra sua missão. Da pacem, Domine, in diebus nostris!