CONCLUSÃO.

24. Desta sorte, diletos filhos e filhas, a obra da paz prometida aos homens no esplendor da noite de Belém, será enfim levada a termo com a boa vontade de cada um; mas principia na plenitude da Verdade que afugenta as trevas dos espíritos. Como na criação "ao princípio era o Verbo" e não eram as coisas nem as suas leis, nem a sua potência e abundância; assim na execução da misteriosa empresa confiada pelo Criador à humanidade, deve pôr-se ao princípio o mesmo Verbo, a sua verdade, a sua caridade e a sua graça; somente depois a ciência e a técnica. Quisemos apresentar-vos esta ordem e pedimo-vos que a façais vingar eficazmente. Temos por nós a história, que bem sabeis ser boa mestra. Parece, entretanto, que aqueles que não a entendem, e se inclinam por isso mesmo a tentar novas aventuras, são mais numerosos que os outros e os vêm a sacrificar às suas loucuras. Nós falamos em nome destas vítimas, que choram ainda, perto ou longe, sobre as sepulturas e já receiam que se abram outras; das que habitam ainda entre rumas e já vêem aproximar-se novas destruições; vítimas que esperam anda, como prisioneiros ou dispersos, mas já temem de novo pela própria liberdade. O perigo é tão grande que, junto do berço do Príncipe eterno da paz, Nós tivemos de proferir palavras graves, embora com risco de provocar temores ainda mais vivos. Pode-se, porém, sempre confiar que, com a graça de Deus, será um temor salutar e eficiente, que leve à união dos povos, reforçando assim a paz.

25. Ouça estes Nossos anseios e votos a Mãe de Deus e Mãe dos homens, a Imaculada Virgem Maria - diante de cujo altar se prostram este ano, de modo especial, os povos da terra - a fim de que interponha entre esta e o Trono de Deus a sua materna intercessão.

26. Com estes votos nos lábios e no coração - a vós todos, diletos filhos e filhas, às vossas famílias e especialmente aos humildes, aos pobres, aos oprimidos, aos perseguidos pela sua fidelidade a Cristo e à Igreja - damos com efusão de coração a Nossa paterna Bênção Apostólica.