HARMONIA ENTRE TRANQÜILIDADE E OPEROSIDADE

20. Tranqüilidade, no sentir do Aquinate, e ardente operosidade não se opõem, mas, pelo contrário, acordam-se harmônicamente naquele que se deixa possuir beleza e necessidade no substrato espiritual da sociedade e da nobreza do seu ideal. E precisamente a vós, jovens, inclinados a voltar as costas ao passado e volver ao futuro os olhos das aspirações e das esperanças, vimos dizer, movidos de vivo amor e paternal solicitude: exuberância e audácia, de si não bastam, x não são, como cumpre, postas ao serviço do bem e de uma bandeira imaculada. E' vã a agitação, a fadiga, o afã que não repousa em Deus e na sua lei eterna. Convém serdes animados da convicção de que combateis pela verdade e fazerdes-lhe doação das próprias simpatias e energias, dos próprios anelos e sacrifícios: de combater pelas eternas leis de Deus, pela dignidade da pessoa humana e pela consecução dos seus fins. Quando homens experimentados e jovens, sempre ancorados no mar da eternamente viva tranqüilidade em Deus, coordenam diversidades de temperamento e atividade com genuíno espírito cristão, se o elemento propulsor diz com o elemento moderador, a diferença natural entre as gerações nunca se tornará perigosa, mas, pelo contrário, conduzirá vigorosamente à realização das leis eternas de Deus no instável curso dos tempos e das condições de vida.