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18. Primeiro que tudo, oxalá este Ano Santo marque a hora do
regresso a Deus para as almas que, por causas várias e múltiplas,
perderam de vista e extinguiram no coração a imagem e a lembrança do
seu Criador, do qual têm a vida, como todos os seres a existência,
e em quem está, para eles, o sumo bem.
19. Quer estejam longe por inerte e agnóstica atitude ante o
máximo problema da vida; quer se tenham por satisfeitos com uma
fictícia visão do universo que nega o necessário e devido posto ao
primeiro Princípio espiritual de quanto é ou pode ser, já seja
que, não tolerando a Sua indestrutível presença, por estulta
emulação do Seu supremo domínio, Lhe movam guerra loucamente,
tentando sufocar o testemunho que d'Ele lhes dão todas as criaturas e
o próprio coração, - esses tais sofrem o espasmo dum exílio, o
isolamento do universo, o vazio do deserto, a que por si mesmos se
condenaram, aceitando o ateísmo. Para eles só há um remédio, o
regresso, o retorno: retorno à reflexão e ao bom-senso humano,
retorno à investigação serena e profunda da razão das coisas,
subindo degrau a degrau a escada da criação, do efeito à causa,
até repousar plenamente apaziguada a mente investigadora; retorno,
finalmente, à humildade e à docilidade da criatura.
Aparecer-lhes-a ante os olhos, e poderão quase tocá-lo no
irrefragável testemunho das Suas obras, o Deus dos viventes, o
Nosso Pai, o amor que atormenta enquanto não é possuído .
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