DOLOROSOS NAUFRÁGIOS

14. Se, contudo, a constância e a firmeza de tantos irmãos na fé é para Nós fonte de alegria e de santo orgulho, não Nos podemos subtrair à obrigação de mencionar também aqueles cujos pensamentos e sentimentos trazem as marcas do espirito e das dificuldades da época. Quantos sofreram detrimento ou mesmo naufragaram na fé e na própria crença em Deus! Quantos, intoxicados por uma aura de laicismo ou de hostilidade contra a Igreja, perderam o frescor e a serenidade de uma fé que fora até então o sustentáculo e a luz .de suas vidas! Outros, bruscamente erradicados e arrebatados do solo nativo, erram ao acaso, expostos, especialmente os jovens, a uma decadência espiritual e moral, da qual não se pode avaliar suficientemente o perigo.

15. As vistas maternais da Igreja seguem com vigilante amor e com redobrada solicitude essas almas momentaneamente perdidas ou em perigo. Ela não se irrita. Ela ora. Ela espera: espera o retorno desses filhos, preocupada com encontrar meios aptos para acelerar essa hora. Por isso não recua diante de nenhum sacrifício; nenhuma pena é para ela excessivamente grave para alcançar esse fim. Está pronta para tudo. Para tudo, exceto somente uma coisa: que se lhe exija, para obter o retorno dos filhos dela separados - seja nos tempos passados, seja recentemente - que o faça a preço de qualquer diminuição ou ofuscamento do depósito da fé cristã a ela confiado.