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19. Nunca porém qualquer materialismo se mostrou meio apto para
implantar a paz, sendo esta, antes de mais, atitude de espirito e,
só secundariamente, equilíbrio harmônico de forças externas.
E', portanto, erro de principio confiar a paz ao materialismo
moderno, corruptor do homem nas suas raízes e sufocador da sua vida
pessoal e espiritual. A mesma desconfiança leva, aliás, a
experiência, pois demonstra, mesmo em nossos dias, que o dispendioso
potencial de forças técnicas e econômicas, quando distribuído mais
ou menos em igualdade entre as duas partes, vem a impor receio de ambos
os lados. Portanto, obter-se-ia assim uma paz do medo somente;
não a paz que é segurança do futuro. Isto é preciso repeti-lo sem
descanso, e persuadi-lo ao povo e a todos aqueles que se deixam
facilmente alucinar pela miragem de a paz consistir na abundância dos
bens. Não, a paz segura e estável é sobretudo problema de unidade
espiritual e de disposições morais. Exige, sob pena de nova
catástrofe para a humanidade, que se renuncie à falaz autonomia das
forças materiais, as quais, nos nossos tempos, mal se distinguem das
armas propriamente bélicas. A presente condição de coisas não
melhorará, se todos os povos não reconhecerem os comuns fins
espirituais e morais da humanidade, se não se ajudarem uns aos outros
a atingi-los, e, por conseguinte, se não se entenderem entre si
para opor-se à dissolvente discrepância que domina entre eles quanto
ao nível de vida e à produtividade do trabalho.
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