A UNIÃO DOS POVOS DA EUROPA.

20. Tudo isto pode ser feito, e é até urgente que se taça, na Europa, produzindo a união continental entre os povos, diferentes embora entre si, mas geográfica e historicamente ligados uns aos outros. Poderoso incentivo para tal união é a manifesta falência da política contrária e o fato de os próprios povos, ainda nas camadas mais humildes, esperarem a realização de tal união, julgando-a necessária e praticamente possível. Parece, portanto, ter chegado o tempo de a idéia se tornar realidade. E' por isso que Nós exortamos a que trabalhem nesse sentido, primeiro que tudo os políticos cristãos, a quem bastará recordar que foi sempre empenho do Cristianismo toda a espécie de união pacífica de povos. Por que se há de hesitar ainda? O fim é claro; as necessidades dos povos estão à vista de todos. A quem pedisse antecipadamente garantia absoluta de feliz resultado, haveria que responder que se trata sem dúvida dum risco mas necessário; dum risco, mas adaptado às possibilidades presentes; dum risco razoável. E' preciso sem dúvida proceder cuidadosamente; avançar com bem calculados passos; mas por que desconfiar, precisamente agora, do alto grau conseguido pela ciência e experiência política, as quais sabem prever suficientemente os obstáculos e ter prontos os remédios? Deve sobretudo decidir-nos o grave momento em que a Europa se debate; pata ela não há segurança sem risco. Quem exige absoluta certeza, não mostra boa vontade para com a Europa.