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43. E onde podereis depor este voto a favor da renovação da
sociedade com mais tranqüila segurança e confiança e com fé mais
eficaz senão aos pés do "Desejado de todas as nações", reclinado
diante de nós no presépio, com todo o encanto da sua doce humanidade
de Menino, mas também com o enternecedor atrativo da sua incipiente
missão redentora?
Esta nobre a santa cruzada a favor da purificação e renovação da
sociedade, em que lugar pode ter consagração mais expressiva a
estimulo mais eficaz do que em Belém, onde, no adorável mistério
da Encarnação, apareceu o novo Adão, em cujas fontes de verdade a
de graça tem que buscar a humanidade a água salutar, se não quiser
perecer no deserto desta vida? "De plenitudine eius omnes nos
accepimus" "Todos recebemos de sua plenitude" (Jo 1, 16).
44. Também hoje, como ha vinte séculos, a sua plenitude de
verdade a de graça se derrama sobre o mundo com força não
diminuída; a sua luz k mais poderosa que as trevas; o raio do seu
amor, mais vigoroso que o egoísmo gelado que impede a tantos homens o
crescer a sobressair no seu ser melhor. Vós, cruzados voluntários
de uma nova a nobre sociedade, erguei o novo lábaro da redenção
moral a cristã declarai luta as trevas da apostasia de Deus, à
frialdade da discórdia fraterna; lutai em nome duma humanidade
gravemente enferma a que é preciso curar em nome da consciência
levantada pelo Cristianismo.
45. A Nossa benção e o Nosso paterno augúrio e encorajamento
acompanhe a vossa generosa empresa e permaneça com todos os que não
fogem dos sacrifícios duros, arenas mais potentes que o ferro para
combater o mal de que sofre a sociedade. Sobre a vossa cruzada em prol
dum ideal social, humano e cristão, luza consoladora a incitadora a
estrela que brilha sobre a gruta de Belém, astro augural e perene da
era cristã. Da sua vista tirou, tira a tirará forças todo
coração fiel: "Si consistant adversum me castra... in hoc ego
sperabo". "Ainda que acampem exércitos contra mim, não perderei a
esperança" (SI 26, 3). Onde esta estrela resplandece, está
Cristo: "Ipso ducente, non errabimus; per ipsum ad ipsum eamus,
ut cum nato hodie puero in perpetuum gaudeamus". "Sendo ele nosso
guia, não nos desviaremos; vamos por Ele a Ele, para gozar por
toda a eternidade com o Menino que hoje nasceu" (S. Agostinho,
Sermo 189, c. 4. - Migne, PL, t. 38, col.
1007).
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