A OBRA DA PAZ

22. Nesta hora em que celebramos o nascimento d'Aquele que veio reconciliar os homens com Deus e entre si mesmos, Nós não podemos deixar de dizer uma palavra sobre a obra da paz que se dispõem a edificar as classes dirigentes no Estado, na política e na economia.

23. Com uma riqueza, até agora quiçá nunca possuída, cie experiência, de boa vontade, de prudência política e de poder organizador se hão iniciado os preparativos para a elaboração da paz mundial. Jamais, talvez, desde que o mundo ë mundo, os estadistas se encontraram em face cie uma empresa tão vasta e complexa pelo número, grandeza e dificuldade das questões que se hão de resolver, nem tão grave pelos seus efeitos em amplitude e profundidade, para bem ou para mal, como a de instaurar atualmente no gênero humano, após três decênios de guerras mundiais, de catástrofes econômicas e de empobrecimento desmedido, ordem e prosperidade. Ingente e formidável é a responsabilidade .dos que se aprestam a realizar obra tão gigantesca.

24. Não é Nossa intenção entrar no exame das soluções práticas que poderão dar a tão árduos problemas; cremos, porém, que é próprio da Nossa missão, em continuação das Nossas precedentes mensagens do Natal durante a guerra, indicar os pressupostos morais e fundamentais de uma paz verdadeira e perdurável. Reduzi-los-emos todos a três breves considerações.