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30. As dificuldades econômicas não são todavia as únicas que
sofre o homem na sociedade atual. Muitas vezes surgem, em conexão
com elas, dificuldades de consciência, sobretudo para o cristão
preocupado de viver segundo os ditames da lei natural e divina. A
consciência, a que se deveria confiar em grande parte o remédio e a
salvação, vê-se assim condenada a intimas torturas pelos
propugnadores da concepção impessoal da sociedade. E' talvez este o
ponto extremo a que chega o homem, no seu esforço de remediar os
males, quando se afasta do divino modelo.
31. Realmente, a sociedade moderna, que pretende prever e
organizar tudo, entra em confuto, em razão da sua mentalidade
mecânica, com a vida, refratária a cálculos quantitativos; mais
exatamente, entra em luta com aqueles direitos que o homem exercita
segundo a natureza, sob a sua única responsabilidade pessoal, isto
é, como autor de novas vidas de que permanece sempre principal tutor.
Estes conflitos internos entre sistema e consciência velam-se com os
nomes de "questão da natalidade e problema da emigração".
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