A IGREJA NÃO JULGA POR CRITÉRIOS EXCLUSIVAMENTE POLÍTICOS.

12. Outros, ao invés, querem impor-lhe neutralidade para bem da paz. Mas os que assim pensam carecem também de idéia exata sobre o posto que a Igreja ocupa no curso dos grandes acontecimentos mundiais.

13. Ela não pode descer da alta esfera sobrenatural, que não conhece neutralidade política - no sentido que toma o conceito quando aplicado às Potências terrenas: - o que não destrói, porém, mas pelo contrário reforça, a parte por ela tomada nas angústias e nos trabalhos dos seus membros divididos por um e outro campo, nem lhe destrói a inquietação que sente pela luta de opiniões e anseios dentro das suas próprias fileiras. A Igreja não pode prestar-se a julgar por critérios exclusivamente políticos; nem ligar os interesses da religião a tendências comandadas por fins puramente terrestres; nem dar ocasião a que se duvide com fundamento sobre o seu caráter religioso; nem ainda esquecer, um momento sequer, que a sua qualidade de representante de Deus na terra não lhe permite ficar indiferente, um instante que seja, entre o "bem" e o "mal" nas coisas humanas. Se isto lhe fosse pedido, ela teria de negar-se, e os fiéis duma parte e da outra deveriam, levados pela fé e esperança sobrenaturais, compreender e respeitar esta sua atitude.