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47. Apesar de tudo - com a maior injustiça! - em círculos bem
conhecidos é-Nos lançada a acusação de querermos a guerra e de
colaborarmos para ela com Potências "imperialistas" que, segundo se
afirma, esperam mais na força de engenhos bélicos homicidas do que na
aplicação do direito.
48. Que havemos de responder a tão cruel ultraje? Perscrutai os
doze anos agitados do Nosso Pontificado, examinai cada palavra
articulada pelos Nossos lábios e cada período saído da Nossa pena:
não entrareis senão incitamentos à paz.
49. Recordai em particular o fatal mês de Agosto 1939,
quando, ao tornarem-se mais violentos os tem dum sangrento conflito
mundial, elevávamos a N voz das margens do Lago de Albano,
conjurando, nome de Deus, governantes e povos a resolverem as suas
dissensões por meio de comuns e leais acordos. Nada se perde com a
paz, tudo se pode perder com a guerra! exclamamos então.
50. Disponde-vos a considerar tudo isto com ânimo sereno e reto,
e tereis de reconhecer que se há ainda neste mundo, oprimido por
interesses encontrados, algum porto seguro em que a pomba da paz possa
vir pousar tranqüilamente - é sem dúvida aqui, neste território
consagrado pelo sangue do Apóstolo e dos mártires, onde o Vigário
de Cristo não conhece dever mais santo nem missão mais agradável do
que ser infatigável propugnador da paz.
51. Assim temos procedido no passado. Assim procederemos no
futuro, enquanto aprouver ao divino Fundador da Igreja conservar
sobre os Nossos débeis ombros a dignidade e o peso de Pastor
supremo.
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