PRISIONEIROS, DISPERSOS, FUGITIVOS

14. Mas entre tantos infortúnios nascidos do ingente conflito um especialmente pesou logo e pesa ainda sobre Nosso coração: o dos prisioneiros de guerra, sendo para Nós tanto mais doloroso quanto menos é a possibilidade dada à Nossa paternal solicitude de correr em auxílio lá onde é maior o número e mais digna de compaixão a miséria que clama socorro eficaz e conforto. Lembrados de quanto nós mesmos, no augusto nome do Sumo Pontifica Bento XV de feliz memória, pudemos fazer durante a precedente guerra para aliviar as penas materiais e morais de numerosos. prisioneiros, esperávamos que também desta vez permanecesse aberta a porta às iniciativas religiosas e caritativas da Igreja.

15. Todavia, se nalguns países se frustrou o Nosso intento, não tem sido inteiramente vão o Nosso esforço, já que não poucas provas materiais e espirituais da Nossa dedicação pudemos fazer chegar a uma parte ao menos dos prisioneiros polacos: alguma coisa, e mais freqüente, a prisioneiros e internados italianos especialmente no Egito, na Austrália, no Canadá.

16. Nem quisemos que o santo dia do Natal amanhecesse no mundo sem fazer chegar, mediante a obra dos Nossos Representantes, aos prisioneiros ingleses e franceses na Itália, alemães na Inglaterra, gregos na Albânia, e italianos espalhados pelas diversas regiões do Império britânico, principalmente no Egito, Palestina, índia, alguma coisa em que se revelasse a Nossa lembrança de bênção e conforto.

Desejosos pois de fazer Nossa a Ânsia das inquietas famílias sobre a sorte dos seus longínquos e infelizes parentes, outra obra, de não pequena grandeza, iniciamos e andamos ativamente desenvolvendo e alargando para pedir e transmitir notícias, apenas no que seja possível e lícito fazê-lo, não só de muitos prisioneiros, mas também de fugitivos e de quantos as presentes calamidades afastaram tristemente da sua pátria e do seu lar.

17. Temos deste modo podido sentir palpitar junto do Nosso milhares de corações com o impressionante tumulto dos seus mais íntimos afetos ou com a ansiosa tensão e pesadelo grave da incerteza, com a alegria exultante da recuperada segurança, com a profunda pena e reconfortante indicação sobre a sorte dos seus entes queridos.

18. Nem de menos conforto é para Nós o estar em condições de poder consolar, com a assistência moral e espiritual de Nossos representantes ou com 0 óbolo dos Nossos subsídios, ingente número de fugitivos, refugiados, emigrantes, também entre os "não arianos": aos polacos pôde ser particularmente grande o Nosso auxílio, como àqueles a quem o contributo da caridade dos Nossos filhos nos Estados Unidos da América nos tornava mais fácil a Nossa dedicação.