DEVERES DOS CRISTÃOS

31. O caminho da Humanidade na presente confusão de idéias tem sido um caminho sem Deus, mais ainda, contra Deus; sem Cristo, mais ainda, contra Cristo. Com isto não queremos nem pretendemos ofender os que erram; são e continuam a ser Nossos irmãos.

32. Convém, contudo, que também a Humanidade considere aquela parte de responsabilidade que lhe cabe nas provações presentes; ou porventura muitos cristãos não fizeram também concessões às falsas idéias e orientações da vida, tantas vezes desaprovadas pelo magistério da Igreja?

33. Qualquer tibieza e qualquer pacto inconsiderado com o respeito humano na profissão da fé e dos seus princípios; qualquer pusilanimidade e vacilação entre o bem e o mal na prática da vida cristã, na educação dos filhos e no governo da família; qualquer pecado oculto ou público; tudo isto e o mais que se podia acrescentar foi e é deplorável contribuição para a desventura que perturba o mundo. E quem teria alguma vez direito a considerar-se isento de qualquer culpa? A reflexão sobre vós mesmos e sobre as vossas obras, e o humilde reconhecimento de tal responsabilidade moral, vos farão vislumbrar e sentir no mais intimo da alma quão devida e santa é a oração e a ação que aplaque e implore a misericórdia de Deus, e contribua para salvar os irmãos, restituindo a Deus aquela honra que, por espaço de tantos decênios, lhe foi negada, conquistando e obtendo para os homens aquela paz interior que se não pode tornar a encontrar senão acercando-nos da luz espiritual da gruta de Belém.