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35. As resoluções das Comissões Internacionais, até agora
trazidas a público, autorizam-nos a concluir que um ponto essencial
de qualquer futuro reajustamento mundial seria a criação de um órgão
para a manutenção da paz; órgão investido, por consenso de todos,
de autoridade suprema, e cujo oficio deveria ser também o de sufocar
no nascedouro qualquer ameaça de agressão isolada ou coletiva.
Ninguém poderia saudar esta evolução com maior alegria do que quem
há já muito tempo tem defendido o principio de que a teoria da guerra
como meio apto e proporcionado a resolver os conflitos internacionais
já é passada. A esta colaboração comum a realizar-se com uma
seriedade de intenções antes desconhecida, ninguém poderia augurar
pleno e feliz êxito com maior ardor do que quem se dedicou
conscienciosamente por conduzir a mentalidade cristã e religiosa a
reprovar a guerra moderna com seus monstruosos meios de luta.
36. Monstruosos meios de luta! Sem dúvida o progresso das
invenções humanas, que devia assinalar a verificação de um maior
bem-estar para toda a humanidade, foi pelo contrário dirigido à
destruição de tudo o que os séculos haviam edificado. Mas
precisamente por isto se tornou sempre mais evidente a imoralidade da
guerra cie agressão. E se agora, ao reconhecimento desta
imoralidade, se acrescentar a ameaça de uma intervenção jurídica
das Nações e de um castigo infligido ao agressor pela sociedade dos
Estados, de modo que a guerra se sinta sempre proscrita, sempre
vigiada por uma ação preventiva - então a humanidade, saindo da
noite escura em que esteve por tanto tempo submersa, poderá saudar a
aurora de uma nova e melhor história.
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