|
4. A estes homens em trevas desejamos indicar a "grande luz" que
irradia do presépio, convidando-os, antes de mais nada, a
reconhecerem a causa que hoje os cega e torna insensíveis ao que é
divino. Não é senão a exagerada e, algumas vezes, exclusiva
estima do chamado "progresso técnico". Este, primeiramente sonhado
como mito onipotente e manancial de felicidade, e depois levado com
toda a sorte de recursos até às mais audazes conquistas, impôs-se
às consciências como fim último do homem e da vida, substituindo-se
portanto a qualquer espécie de ideais religiosos e espirituais. Hoje
vê-se com clareza cada vez maior que a sua indevida exaltação cegou
os olhos dos homens modernos, tornou surdos os seus ouvidos, a ponto
de se verificar neles o que o Livro da Sabedoria flagelava nos
idólatras do seu tempo (Sab 13, 1): são incapazes de
reconhecer através do mundo visível Aquele que é, de descobrir pela
obra o artista. Muito mais hoje - para aqueles que caminham nas
trevas - permanecem envolvidos em absoluta obscuridade o mundo do
sobrenatural e á obra da Redenção, que transcende toda a natureza e
foi levada a termo por Jesus Cristo.
|
|