ARREPENDIMENTO E EXPIAÇÃO

45. E quem é que não tem necessidade do perdão de Deus? Todavia o Senhor, se está pronto a perdoar, não dispensa o pecador do arrependimento sincero e da justa expiação.

46. Seja, pois, o Ano Santo, principalmente, ano de arrependimento e de perdão. O arrependimento e a expiação interiores e voluntários são condição indispensável de qualquer renovação humana, significam paragem no resvaladouro, exprimem o reconhecimento dos próprios pecados, manifestam a seriedade do bom querer.

47. E a expiação voluntária adquire maior valor quando for coletiva e prestada em união com o primeiro Expiador das culpas humanas, Jesus Cristo nosso Redentor.

48. Expiai, queridos filhos, neste Ano Santo que recorda a grande expiação do Calvário, as vossas culpas e as dos outros. Sepultai todo o passado culpável num sincero arrependimento, persuadidos de que se a presente geração foi tão duramente atingida pelos castigos que ela fabricou por suas próprias mãos, é porque pecou mais conscientemente e mais perversamente.

49. Passam-Nos diante dos olhos, em lúgubre desfile, os vultos doloridos dos órfãos, das viúvas, das mães em expectativa de um regresso que, talvez, não se dará, dos perseguidos pela justiça e pela religião, dos prisioneiros, dos prófugos, dos exilados à força, dos encarcerados, dos desempregados, dos oprimidos, dos que sofrem no espírito e na carne, das vítimas de toda a injustiça. Tantas e tantas lágrimas que regam a face da terra, tanto e tanto sangue que a tinge, embora sejam já de si expiação, e em muitos casos não por culpas próprias, exigem, por sua vez, outra expiação, para ser destruído o pecado e sorrir de novo a alegria.

50. Quem quererá alheiar-se deste mundo de expiação que tem por cabeça o próprio Divino Crucificado e abraça toda a Igreja militante?