AURORA DE ESPERANÇA

5. Bendito seja o Senhor! Dos lúgubres gemidos da dor, do seio mesmo da angústia dilacerante dos indivíduos e países oprimidos, surge uma aurora de esperança. Numa plêiade sempre crescente de espíritos nobres, surge um pensamento, uma vontade cada vez mais clara e firme: fazer desta guerra mundial, deste cataclisma universal, o ponto de partida de uma era nova, para a renovação profunda e reconstrução total do mundo. De tal forma, enquanto os exércitos continuam a afanar-se em lutas mortíferas, com meios de combate cada vez mais cruéis, os homens do governo, representantes responsáveis das nações, se reúnem em colóquios e conferências, como fito de determinar os direitos e deveres fundamentais sobre que se deverá reconstruir uma comunidade dos Estados, e de traçar o caminho para um futuro melhor, mais seguro e mais digno da humanidade.

6. Estranha antítese esta coincidência de uma guerra cuja aspereza tende a chegar ao paroxismo e do notável progresso das aspirações e dos propósitos de um entendimento em beneficio de uma paz sólida e duradoura! Pode-se indubitavelmente discutir o valor, a aplicabilidade, a eficácia desta ou daquela proposta; pode-se deixar em suspenso o juízo sobre elas: mas é sempre verdade que o movimento se delineia.