4. Que a verdade não se dá de modo semelhante nas coisas simples e compostas.

A verdade e a falsidade acerca das [coisas] simples e incompostas, [que são] as substâncias imateriais, não se dá pela divisão ou composição que são feitas nas coisas [compostas], mas pelo fato que se conheça e que elas sejam ou não. De fato, nas coisas simples não há composição, para que possa dizer-se que quando a coisa se compõe, então o intelecto componente é verdadeiro, ou que quando a coisa é dividida e o intelecto compõe, então o intelecto não é verdadeiro. Não há nas coisas simples composição, de tal maneira que dizendo-se afirmativamente dela o que seja, isto signifique sua composição, ou dizendo-se negativamente dela o que não seja, isto signifique sua divisão.

Assim fica patente que o verdadeiro e o falso nas [coisas] simples não é semelhante ao das [coisas] compostas.

O que não é para se admirar, porque também o ser não é semelhante em ambos. O ser dos compostos surge dos componentes, não porém o ser dos simples. Ora, o vero segue o ente, porque, conforme foi explicado no livro II, a mesma é a disposição da coisa no ser e na verdade. De onde que se segue que os que não são semelhantes no ser, não serão semelhantes na verdade.