13. A oposição entre duas indefinidas não é contrariedade.

Diz o Filósofo que quando se afirma ou nega algo de sujeitos universais, mas não universalmente, não se dão enunciações contrárias.

Deve-se considerar, [comenta Santo Tomás de Aquino], que o Filósofo não diz

"quando se afirma ou nega algo de sujeitos universais de modo particular",

mas sim, "de modo não universal". De fato, quando ele diz isto não está se referindo a enunciações particulares, mas apenas a enunciações indefinidas. Isto é evidente pelos exemplos que ele mesmo coloca, dizendo que [a oposição de] enunciações não universais de sujeitos universais [a que ele se refere é a que se dá entre enunciações tais como]

"o homem é branco"

e

"o homem não é branco".

[O sujeito destas enunciações], homem, de fato, é universal, mas o predicado não lhes é atribuído de modo universal, porque falta a expressão "todo" [antes do sujeito homem]. [Esta expressão `todo'] não significa o próprio universal, mas o modo da universalidade, isto é, que o predicado é atribuído universalmente a um sujeito. Tal expressão, efetivamente, acrescentada a um sujeito universal, sempre significa que dele algo se predica universalmente.