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Assim como já foi explicado, as outras virtudes
morais [além da justiça] são principalmente acerca das
paixões, cuja retificação é tomada em relação ao próprio
homem de quem são [estas] paixões, na medida em que, a saber,
[este homem] se ira ou cobiça [de modo] devido segundo as
diversas circunstâncias. Portanto, o termo médio de tais
virtudes não é tomado segundo a proporção de uma coisa a
outra, mas somente por comparação ao próprio virtuoso. De
onde que nestas virtudes o termo médio é somente segundo a
razão em relação a nós.
Já a matéria da justiça é a operação exterior,
segundo a qual [a operação], ou a coisa da qual nós usamos,
possui uma devida proporção a outra pessoa. Por isso, o termo
médio da justiça consiste em uma certa [proporção] da coisa
exterior à pessoa exterior. De onde que a justiça tem o seu
termo médio na coisa. Deve-se acrescentar, porém, que este
termo médio [tomado na coisa e não em relação a nós] é também
o termo médio [determinado pela] razão. De onde que se salva,
com isto, a [natureza] da virtude moral da justiça.
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