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O ato do intelecto, isto é, o inteligir, é uma
certa vida, [e é vida perfeitíssima]. Porque o ato, segundo
o que foi mostrado, é mais perfeito do que a potência. De
onde que o intelecto em ato mais perfeitamente vive do que
o intelecto em potência, assim como o vigilante [mais
perfeitamente vive] do que o que dorme. Mas o primeiro
[inteligível], isto é, Deus, é o próprio ato. O seu
intelecto é o seu próprio inteligir, de outra sorte se
compararia a si mesmo como a potência ao ato. Ora, foi
mostrado acima que a substância [do primeiro inteligível] é
ato. De onde se conclui que a própria substância de Deus é
vida, e o seu ato é a sua vida ótima e eterna, que é
subsistente per se. Assim fica manifesto que existe em Deus
vida contínua e eterna, porque Deus é a sua própria vida
eterna, e não de maneira que uma coisa seja Deus, e outra a
sua vida.
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