|
[A segunda semelhança consiste em que], assim como
[já foi explicado], o sentido apreende um sensível como
conveniente ou nocivo e a partir daí vem o desejo ou a fuga,
assim também o intelecto, apreendendo algo e afirmando e
negando ser bom ou mau, depois disso foge ou prossegue.
Existe, entretanto, [em relação a isto], uma
diferença entre o sentido e o intelecto. O movimento no
sentido se processa segundo três etapas. À apreensão de algo
como conveniente ou nocivo não se segue imediatamente o
desejo ou a fuga, mas existe [uma etapa intermediária] de
deleitação e tristeza, à qual se seguirá o desejo e a fuga. A
razão disto é que o sentido não [pode] apreender o bem
universal, e assim o apetite sensitivo não se move pelo bem
ou mal universal, mas por um determinado bem, que é
deleitável segundo o sentido, e por um determinado mal, que é
contristante segundo o sentido. Mas na parte intelectiva a
apreensão do mal e do bem se dá [de modo] universal e,
portanto, o apetite da parte intelectiva é imediatamente
movido pelo bem ou mal apreendido, [sem deleitação ou
tristeza intermediária].
|
|