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O modo conveniente de manifestar se a verdade numa
dada ciência por parte daquele que ensina deve ser coerente
com a matéria daquela ciência.
Ora, a matéria da ciência moral é tal que não lhe
é conveniente a certeza perfeita. [Isto fará com que aqueles
que ensinam a ciência moral devam proceder da seguinte
forma]: já que, segundo a arte da ciência demonstrativa, os
princípios devem ser semelhantes às conclusões, e na ciência
moral as conclusões são tão variáveis, não poderemos proceder
como fazemos nas ciências [puramente] especulativas, nas
quais partimos dos singulares e compostos e, por modo
resolutório, chegamos aos princípios universais e simples.
[Aqui deveremos fazer o oposto, isto é], partindo
dos princípios universais e simples, aplicá-los aos
singulares e compostos]. Como a ciência moral tratará dos
atos da vontade, e a vontade é motiva não só ao bem, mas ao
que parece bem, a verdade na ciência moral deverá ser
mostrada figurativamente, isto é, verossimilmente. Como os
atos voluntários, de que trata a ciência moral, não são
produzidos pela vontade por necessidade, na ciência moral
deveremos partir de princípios que sejam conformes a estas
conclusões.
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