|
Depois que o Filósofo determinou a parte da arte
possessiva que é aquisitiva da comida e das demais coisas
necessárias à vida, passa a determinar sobre a outra [arte]
possessiva que é chamada de pecuniativa. Chama-se arte
pecuniativa aquela que é acerca da aquisição do dinheiro.
Muitos julgam que a arte pecuniativa é uma única e
a mesma arte que a [arte aquisitiva do alimento e das demais
coisas necessárias à vida], por causa da proximidade que uma
tem com a outra. Porém [a verdade é que não são a mesma], e,
não obstante, apesar de que a aquisição das riquezas é
infinita [enquanto que a aquisição da comida e do necessário
à vida não o é], ambas, [a pecuniativa e a aquisitiva do
necessário] não estão muito distantes uma da outra.
É manifesto que não são a mesma arte, porque a
arte aquisitiva da comida e das coisas necessárias à vida é
natural, enquanto que a aquisitiva do dinheiro não é natural.
O dinheiro não foi inventado pela natureza, mas foi
introduzido por uma certa experiência e arte. A distância
entre ambas estas artes, porém, não é grande, porque pelo
dinheiro pode-se obter também o que é necessário à vida e,
[vice versa, pelo necessário à vida pode-se obter o
dinheiro].
|
|