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Muitos daqueles que primeiro filosofaram acerca das coisas da
natureza, colocaram que o princípio de todas as coisas
fosse apenas aquilo que eles reduziram à espécie da
causalidade material.
[O motivo pelo qual estes filósofos colocaram a causalidade
material como princípio de tudo consiste em que] existem
quatro condições que parecem pertencer à razão de
princípios. [Ora], estas quatro condições são preenchidas
pela causalidade material, [a qual, portanto, parece ser
princípio de tudo]. Estas quatro condições são:
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A. Que aquilo [a partir do] qual a
coisa é, parece ser o princípio da
coisa. Por exemplo, dizemos que a
faca é feito [do] ferro.
B. Aquilo que é princípio de
geração da coisa parece ser a
causa da coisa. As coisas se
fazem primeiro pela matéria, e
isto não por acidente. Algo é dito
fazer-se por acidente a partir do
contrário, isto é, da privação,
como quando dizemos que o branco é
feito a partir do negro, conforme
explicado nos livros da Física.
[Mas a partir da matéria, as
coisas são feitas per se].
C. Parece ser primeiro princípio
das coisas aquilo em que
finalmente todas as coisas se
resolvem pela corrupção. E isto
acontece manifestamente com a
matéria.
D. Importa que os princípios
permaneçam. Ora, segundo isto a
matéria também parece ser
princípio, porque permanece tanto
na geração como na corrupção. A
matéria, de fato, permanece em
toda a transformação.
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A partir de tudo isso, os primeiros filósofos concluíam que a
matéria é o [primeiro] princípio de tudo aquilo que [existe].
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