4. Em qualquer tornar-se natural, três coisas são achadas.

O tornar-se de algo pode ser dito de três maneiras:

A. O homem se torna músico.

B. O não músico se torna músico.

Nestes dois casos, ambos os termos são simples.

C. O homem não músico se torna homem músico.

Neste caso, ambos os termos são compostos.

Conforme o exemplo precedente, se o tornar-se é atribuído a algo simples, este poderá ser

A. O sujeito.

B. O oposto.

A diferença é que um deles é permanente é o outro é não permanente.

Quando o tornar-se é atribuído a um composto, trata-se de um composto de sujeito e oposto.

Neste caso, o composto não é permanente.

Assim, é patente que em qualquer tornar-se conforme a natureza, são achadas três coisas.

Sempre é necessário existir algo ao qual se atribui o tornar-se. Este algo é uno pelo número ou pelo sujeito, mas é duo pela razão ou definição. Estas duas são as duas primeiras coisas de qualquer vir a ser. A terceira coisa surge do fato que em qualquer geração algo deve ser gerado.

Deveria ter sido provada a proposição admitida que em qualquer tornar-se é necessário existir algo ao qual este tornar-se é atribuído. Esta proposição pode ser provada, mas cabe à Metafísica fazê-lo.

Fica assim demonstrado que aquilo ao qual se atribui o tornar-se sempre é um composto.

Fica assim também demonstrado que em qualquer tornar-se encontramos três coisas:

A. O sujeito.

B. O término.

C. O oposto do término.