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[Aristóteles] afirma que a partir do que foi dito
acima, é claro que é impossível para o primeiro motor imóvel
ter qualquer magnitude, tanto no sentido de que ele seja um
corpo como no sentido de que ele seja uma potência em um
corpo. Porque, se ele tem magnitude, esta magnitude deverá
ser finita ou infinita. Mas foi mostrado no Livro III,
discutindo as propriedades gerais da natureza, que uma
magnitude infinita é impossível. Segue-se, então, que se [o
primeiro motor] apresenta magnitude, esta magnitude é finita.
Pode ser provado que [o primeiro motor] não tem magnitude
finita porque é impossível para uma magnitude finita ter
potência infinita. O primeiro motor imóvel, entretanto, deve
ter potência infinita. Portanto, ele não pode ter uma
magnitude finita.
[Aristóteles] demonstra que o primeiro motor
imóvel deve ter potência infinita a partir do que ele
demonstrou acima, isto é, que é impossível para uma coisa ser
movida em um tempo infinito por uma potência finita. Mas o
primeiro motor causa movimento eterno e contínuo e existe
como um e o mesmo durante um tempo infinito. [Se assim não
fosse], aquele movimento não seria contínuo. Portanto, ele
apresenta potência infinita. E assim, ele não apresenta
magnitude finita.
E como uma magnitude infinita não existe, fica
claro que o primeiro motor é indivisível, tanto porque ele
não apresenta partes, como também porque ele não apresenta
absolutamente nenhuma magnitude, como que existindo fora do
gênero da magnitude.
E assim Aristóteles termina sua discussão geral
das coisas naturais com o primeiro princípio de toda a
natureza, que é sobre todas as coisas, Deus, bendito seja
para sempre.
Amén.
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