8. O elemento. II. Exemplos de elemento.

[Existem diversas [coisas] que são elementos, por possuírem as características dos elementos]. Assim, as letras podem ser chamadas de elementos das palavras, e nas demonstrações encontramos elementos pelas quais elas são possíveis, como fica exposto nos livros dos Elementos de Geometria, de Euclides. [Mas, de maneira especial, parece existir um sentido mais próprio de elemento, que é o correspondente ao seguinte dos quatro exemplos colocados por Aristóteles].

Nos corpos naturais, algumas coisas são ditas elementos de outras. São ditos serem elementos dos corpos aquelas [coisas] nas quais os corpos mistos se resolvem por último. Por conseqüência, os elementos serão aquilo pelo qual os corpos são compostos de maneira primária. Os corpos que são ditos elementos não são divididos em outras espécies diferentes de corpos, mas em partes semelhantes, assim como qualquer parte da água é água. Todos os filósofos que colocaram tal corpo, no qual todos os outros se resolvem sem que ele mesmo se resolva em nenhum outro, ser único, afirmaram que apenas existia um elemento. Foi assim que alguns filósofos afirmaram que este único elemento era a água, outros o ar, outros o fogo. Os que colocaram a existência de diversos de tais corpos foram os filósofos que afirmaram existir diversos elementos.

Quando Aristóteles afirma que os elementos dos corpos não são divididos em diversos segundo a espécie, isto não deve ser entendido como uma divisão pela quantidade. Se assim o fosse, a madeira seria elemento, porque qualquer parte da madeira é madeira. Mas deve ser entendido da divisão que é feita segundo uma alteração, assim como os corpos mistos se resolvem em corpos mais simples.