9. Que a felicidade é operação própria do homem segundo a virtude.

Conforme já foi visto, a obra própria do homem é a operação da alma que é [ou a própria razão], ou o apetetite regulado pela razão. Se, portanto, a obra própria do homem consiste numa certa vida, [pela qual] o homem opera segundo a razão, segue-se que a obra do homem bom seja bem operar segundo a razão, e a obra própria do ótimo homem, que é o homem feliz, seja fazer isto de modo ótimo. Porém isto pertence à razão da virtude, porque quem quer que tenha a virtude segundo ela bem opera. Se, portanto, a operação do homem ótimo, isto é, do homem feliz, é bem e otimamente operar segundo a razão, seguir-se-á que o bem dos homens será a operação segundo a virtude.

Assim, se houver somente uma virtude do homem, a operação que é segundo aquela virtude, será a felicidade. Se existirem muitas virtudes do homem, a felicidade será a operação que é segundo a virtude ótima dentre elas.