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Segue-se do que foi dito acerca das coisas em que
não há conselho, que as coisas em que há conselho são as
[coisas] operáveis que existem em nosso poder. De fato, o
conselho se ordena à operação.
Que isto se siga do que foi dito acerca das coisas
em que não há conselho, ocorre porque além destas cinco
coisas ali enumeradas das quais não há conselho, somente
restam aquelas que estão em nós, das quais dissemos que há
conselho. De fato, há quatro causas das coisas:
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A. A natureza, que é princípio do movimento,
ou das coisas que sempre se movem do mesmo modo,
ou das coisas que em geral observam um movimento
uniforme.
B. A necessidade, que é causa das coisas
que são sempre do mesmo modo e sem movimento.
C. A sorte, que é causa por acidente
além da intenção do agente,
debaixo da qual também está contida o acaso.
D. O intelecto, e tudo o mais que produz
aquilo que é feito pelo homem,
como a vontade e o sentido
e outros princípios mais.
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Esta causa é diversificada segundo os diversos homens, de tal
maneira que cada homem [toma conselho] dos operáveis que
podem ser operados por eles mesmos, enquanto que aqueles que
por outras causas são feitos não há conselho.
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