5. Que a felicidade não está contida nas operações que há nas brincadeiras.

Muitos entre os homens que são reputados filósofos entragam-se aos jogos como que querendo conviver neles. Daí que alguns colocaram que a felicidade consiste nos jogos.

[Mas a felicidade não pode estar nas operações dos jogos, e sim nas que são segundo a virtude]. [Que os poderosos costumam se entregar aos jogos como que querendo disso viver] não pode ser tomado como sinal suficiente de que a felicidade consiste nos jogos. De fato, entre estes homens não é encontrada uma excelência entre os demais homens, a não ser segundo o poder mundano, do qual não se segue que suas operações sejam virtuosas, porque a virtude moral e intelectual, que são princípios das boas operações, não consiste em que alguém seja poderoso. De onde que não se segue que as operações dos jogos, nos quais os poderosos passam o seu tempo, sejam ótimos. Já foi mostrado acima muitas vezes, que as coisas que são verdadeiramente preciosas e deleitáveis são aquelas que são julgadas tais pelo homem virtuoso, que é regra dos atos humanos. Ora, como a cada um parecerá ser maximamente elegível a operação que convém a si segundo o próprio hábito, ao homem virtuoso será maximamente elegível e preciosa a operação que é segundo a virtude. Por isso, é em tal operação, [isto é, na operação segundo a virtude], que se deve colocar a felicidade, e não nos jogos.