11. Em que sentido o Filósofo diz que os verbos também podem ser ditos nomes.

Aristóteles, comentando sobre os verbos no De Interpretatione, afirma que

"os próprios verbos, segundo se, são ditos nomes".

Alguns comentaram estas palavras como que referindo-se aos verbos que são tomados com força de nomes, seja por estarem no modo infinitivo, como na expressão "correr é mover-se", seja por serem empregados [como sujeito], como na expressão "Corro é verbo".

Deve-se dizer, porém, que a palavra nome é aqui tomada pelo Filósofo de modo geral, como significando qualquer expressão utilizada para significar alguma coisa. Como o próprio agir ou padecer são alguma coisa, daqui se infere que os próprios verbos, na medida em que designam, isto é, significam o agir e o padecer, estão incluídos entre os nomes, tomados em sentido comum.

Já os nomes, porém, tomados na medida em que se distinguem dos verbos, significam a coisa sob um determinado modo, a saber, segundo que algo possa ser entendido como existente per se. É por isso que os nomes podem ser sujeitos ou ser predicados.