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Se a geração não cessa, então não existe infinito.
Os filósofos antigos pensaram que a geração é
preservada até o infinito porque ela ocorre por extração a
partir de algum corpo. E isto não poderia ir até ao infinito,
a menos que esse corpo fosse infinito. Mas na verdade não
existe necessidade deste corpo infinito em ato, porque toda a
geração dos corpos sensíveis finitos pode ser explicada
porque a corrupção de uma coisa corresponde à geração de uma
outra.
Cada corpo finito deve ser tocado por outro, e
assim se procede até ao infinito.
Não se deve confundir "ser tocado" e "ser
limitado". "Ser tocado" ou "ser incluído" se predicam por
referência a um outro [corpo ou magnitude exterior]. "Ser
limitado", entretanto, se predica absolutamente, na medida
em que esta coisa é limitada em si mesma por suas próprias
fronteiras. Ora, não é necessário que cada coisa seja tocada
por outra, [mas sim que seja limitada].
A cada magnitude finita, sempre é possível
imaginar uma outra maior que a inclua.
Se isto fosse verdade, haveria um espaço infinito,
e portanto, um corpo infinito. Mas é um absurdo achar que
tudo o que é concebível pelo intelecto exista na realidade.
Trata-se apenas de uma apreensão do intelecto.
[O tempo é infinito pela sua própria natureza,
porque escoa ininterruptamente até o infinito].
O tempo e o movimento não são infinitos em ato,
porque nada do tempo está em ato exceto o agora.
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