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[Deve-se investigar] se a arte pecuniativa, isto
é, a arte de adquirir dinheiro, é inteiramente a mesma que a
econômica, ou se é uma certa parte da mesma, ou ainda se não
é nem a mesma nem parte, mas subministrativa.
Não é a mesma coisa uma arte ser parte de outra e
ser subministrativa de outra. Uma arte é dita ser parte de
outra quando considera uma parte daquilo que a outra
considera como, por exemplo, a arte de fazer facas é uma
parte da arte fabril, porque a faca é uma das espécies das
obras feitas de ferro. Uma arte é dita subministrativa de
outra arte quando faz algo em serviço de outra, como a arte
que funde o ferro é subministrativa da arte fabril.
[Deve-se considerar, ademais], que uma arte pode
subministrar a outra de dois modos. De um primeiro modo,
preparando-lhe um instrumento pelo qual possa operar, assim
como a arte que faz o tear pelo qual os tecelões tecem
subministra à arte têxtil o seu instrumento próprio. De um
segundo modo, [uma arte pode subministrar a outra] exibindo-
lhe a matéria pela qual opera, assim como a arte que prepara
o bronze subministra à arte que faz a estátua do bronze, e
aquela que prepara a lã subministra à arte têxtil.
[Surge então a questão referente a se] a arte de
adquirir o dinheiro subministra a econômica como quem lhe
prepara a matéria ou como quem lhe prepara o instrumento.
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