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Quando encontramos algo que difere por algo
manifesto e por algo imanifesto, [podemos] chegar a conhecer
aquilo que é imanifesto através daquilo que é manifesto. Foi
desta maneira que os antigos filósofos tentaram chegar ao
conhecimento da alma.
Os seres animados diferem dos inanimados pelo fato
de que os animados têm alma, e os inanimados não. Mas porque
a natureza da alma é imanifesta, e não pode ser investigada
exceto através de algo manifesto, os antigos filósofos
pretenderam chegar ao conhecimento da natureza da alma
através de algo manifesto.
Ora, as coisas manifestas pelas quais os animados
diferem dos inanimados são duas, a saber, sentir e mover-se.
Assim, os antigos filósofos, pensando que, conhecendo o
princípio do sentir e mover-se, saberiam o que é a alma,
trabalharam para conhecer a causa do movimento e do sentido,
acreditando que a alma seria a causa do movimento e do
sentido.
Até aqui todos os antigos filósofos estiveram de
acordo. A partir daí diferiram, entretanto, porque alguns
pretenderam chegar ao conhecimento da alma pelo movimento,
outros pelo sentido, e outros por ambos.
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