9. Comparação da arte com a experiência.

No que diz respeito ao ato, ou a ação, a experiência não difere da arte, porque desaparece a diferença entre a arte e a experiência, isto é, que uma pertence ao universal e outra ao singular. E isto é claro, porque a experiência e a arte operam nos singulares, e a diferença acima reside apenas no conhecimento.

Já quanto à eficácia da ação, a experiência e a arte diferem entre si, porque aqueles que têm experiência operam com maior eficácia do que aqueles que têm a razão universal da arte sem a experiência. Como a arte é dos universais, e a experiência dos singulares, se alguém tem a razão da arte sem a experiência, será perfeito no conhecimento universal. Mas, carecendo de experiência, ignora o singular, e freqüentemente erra ao operar.

A preeminência da arte e da ciência sobre a experiência [é evidenciada] no que diz respeito a três coisas:

A. Quanto ao conhecimento, porque mais o supomos ser pela arte do que pela experiência.

B. Quanto ao disputar, porque aquele que tem a arte pode disputar com aqueles que vão contra a arte, mas não aqueles que têm experiência.

C. Quanto ao fato de que os que têm a arte mais se aproximam à finalidade da sabedoria do que aqueles que têm a experiência, porque os primeiros seguem os universais. De fato, o artífice é considerado mais sábio que o experiente, porque considera os universais.