12. Responde a uma objeção complementando a argumentação anterior.

À objeção que foi anteriormente levantada segundo a qual a vida ótima do homem é a vida ativa e que a vida contemplativa ou absoluta seria sem ação, o Filósofo deseja responder dizendo que as cidades que se localizam de tal modo que não governam sobre cidadãos exteriores, apenas por meio da comunicação interna de seus próprios cidadãos, não podem ser ditas inteiramente destituídas de ação. Possuem, na realidade, muitas e belas ações; embora não tenham ações dirigidas ao exterior governando ou submetendo-se a outros, possuem todavia ações de uma parte em relação a outra, já que as partes de uma cidade possuem muitas comunicações entre si. Semelhantemente a mesma coisa deve ser dita de qualquer homem [contemplativo] em relação a si mesmo; embora não tenha ação sobre outro, todavia ele próprio possui ações perfeitas ao especular segundo si mesmo. Esta aplicação que há nas operações especulativas, Deus, que é maximamente perfeito, a possui otimamente, assim como também todo o Universo possui operações [que não transitam para além de si mesmo]. Deus, de fato, não possui operações extrínsecas que sejam diversas de sua própria operação, nem também o mundo [universo] possui operações sobre algo extrínseco além daquelas que são de suas próprias partes mutuamente entre si. Não é verdade, portanto, que o homem ou a cidade que conduza uma vida especulativa seja sem ação.