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A arte especulativa é mais sábia do que a ativa.
[Que isto seja assim] pode-se demonstrar do seguinte modo. Em
qualquer ciência ou arte na qual se encontre algo pelo qual
os homens sábios tenham honra e admiração perante os demais
homens, nesta medida esta ciência é mais honorável e digna do
nome de sabedoria. Ora, qualquer inventor na arte é tido em
[maior] admiração por causa de ter maior sentido, julgamento
e discrição acerca das causas do que os demais homens, [do
que] por causa da utilidade daquilo que descobre. Portanto,
as ciências que são mais admiráveis e dignas do nome de
sabedoria o são pela eminência dos seus [julgamentos], e não
por causa de sua utilidade. Ora, muitas artes são
relacionadas com [fins utilitários]. Outras servem como
introdução às outras ciências, como as ciências lógicas. Mas
os artífices que são ditos os mais sábios são aqueles cuja
ciência não se destina a [finalidades] úteis, mas ao próprio
conhecer. Estas são as ciências especulativas.
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