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Para tratar sobre a diversidade das políticas é
necessário primeiro tratar sobre a cidade. Quem quer
considerar a política, o que é cada uma segundo a sua própria
natureza e o seu modo de ser, isto é, se é boa ou má, justa
ou injusta, deve considerar primeiro o que é a cidade.
[Para tratar, porém, sobre o que é a cidade], é
necessário determinar primeiro o que é o cidadão, por duas
razões.
A primeira razão consiste em que, para considerar
as coisas que são compostas de muitas partes é necessário
considerar primeiro as suas partes. Ora, a cidade é um certo
todo constituído de cidadãos como de suas partes, já que a
cidade nada mais é do que uma multidão de cidadãos. Portanto,
para conhecer o que é uma cidade, é necessário considerar o
que é um cidadão.
A segunda razão consiste em que nem todos estão de
acordo sobre o que é um cidadão. De fato, o cidadão do estado
popular, em que todo o povo governa, não é considerado
cidadão no estado de poucos, no qual os ricos governam, e
onde freqüentemente o povo não tem parte nenhuma no governo.
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