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[As ciências particulares tratam de algum gênero
de ente enquanto algum ente].
Toda ciência particular investiga alguns
princípios e causas, a respeito dos cognoscíveis próprios
que debaixo dos mesmos estão contidos. É necessário
ressaltar que são alguns princípios e causas, porque não é
toda ciência que considera todo gênero da causa. De fato,
qualquer uma destas ciências particulares circunscreve e
toma para si algum determinado gênero de ente,
circunscrevendo-o e dividindo-o dos demais gêneros, e
determinando acerca dele somente. Assim, as ciências
particulares negociam acerca deste gênero de ente como
acerca de algum ente, mas não enquanto ente. Considerar
acerca do ente enquanto ente pertence à ciência da
Metafísica que [difere] de todas as ciências particulares.
[As ciências particulares consideram suposto a
essência de seu sujeito].
As ciências particulares necessitam supor de
alguma maneira de seu sujeito o porque de seu ser [quia
est] e a sua essência. E suposta a essência de seu sujeito,
esta será usada [pelas ciências particulares para sua]
demonstração, tanto para as mais certas, como ocorre nas
ciências matemáticas, como para as mais débeis, como as
ciências naturais. A essência do sujeito das ciências
particulares é tomada por algumas ciências [provenientes]
do sentido, na medida em que, através dos acidentes
sensíveis chegam ao conhecimento da essência da coisa. Já
outras tomam a essência de seu sujeito de outras ciências
mais universais.
Assim fica manifesto que nas ciências
particulares não há demonstração da substância da coisa,
nem da sua essência. Ambas estas coisas, nas quais as
ciências particulares não se intrometem, pertencem à
ciência universal, isto é, considerar a substância, o ente
e a quididade da coisa.
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