20. De onde provém a unidade da definição por gênero e diferença.

[Assim conforme foi visto], o gênero não está além das coisas que são espécies do gênero. [Isto significa] que não pode ser encontrado animal que não seja nem homem, nem boi, nem algum outro tal. Daqui fica desta maneira patente que a voz, na medida em que é gênero, não pode existir sem as espécies. Não pode haver som formado, sem que tenha alguma determinada forma desta ou daquela letra. Somente seria [a voz] encontrada sem as letras, se de todo carecesse da forma da letra, enquanto matéria.

Se, portanto, as coisas preditas são verdadeiras, manifesto será que a definição seja uma razão tendo sua unidade pelas diferenças. Por isto, de fato, é que o animal, que é gênero, não pode ser sem as espécies: porque as diferenças, que são as formas das espécies, não são formas outras além da forma do gênero, mas sim as próprias formas do gênero com determinação. De onde vem que, adicionando a diferença ao gênero, não se adiciona algo como uma essência diferente da do gênero, mas sim como implicitamente contida no gênero, assim como o determinado está contido no indeterminado, como o branco no colorido.