|
1. Santo Tomás de Aquino escreve, no prefácio da Summa
Theologiae, que esta sua obra foi concebida para uso dos
principiantes. Segundo duas palavras,
|
"Nossa intenção nesta obra
é tratar das coisas que pertencem
à religião cristã
segundo aquele modo
que diz respeito ao ensino
dos principiantes.
De fato, o que ensina a verdade católica
não deve instruir apenas os adiantados,
mas caba-lhe também instruir
os principiantes".
|
|
Dada a aparente complexidade da Summa Theologiae, esta
afirmação de Santo Tomás tem dado margem a muitas
interpretações, inclusive a mais freqüente segundo a qual
tais palavras seriam apenas uma expressão de humildade,
assim como o seriam as também freqüentes expressões dos
homens santos quando insistem em afirmar que são os
piores dentre todos os pecadores.
No entanto, queremos crer que as palavras de apresentação
de S. Tomás de Aquino à Summa devem ser interpretadas
segundo o seu significado literal. Elas significam que a
Summa Theologiae é uma porta de entrada para a Ciência
Sagrada. Na realidade, nossa opinião é que se trata da
melhor porta de entrada para a Ciência Sagrada
que até hoje lhe foi construída, aquela que deveria
ser procurada por todos os principiantes
que desejam posteriormente vir a
conhecê-la não de qualquer modo, mas em
toda a sua extensão e claramente fundamentada sobre seus
princípios.
Para aqueles que procuram a Ciência Sagrada para
aprenderem não apenas a viver o Evangelho profundamente,
como também para poder ensiná-lo a outros,
o que é a prova de amor que Jesus pediu aos homens, a
Summa Theologiae abre uma porta especial à compreensão posterior
de três assuntos tão vastos quanto essenciais e
importantes: a literatura dos santos padres,
principalmente os da tradição latina, desde os primórdios
do Cristianismo até o próprio Santo Tomás, o
desenvolvimento posterior da Teologia Moral que deve seu
mérito principalmente à obra de Santo Afonso de Liguori,
cuja extraordinário alcance é impossível de ser
compreendido sem o conhecimento íntimo de Santo Tomás, e
o desenvolvimento igualmente extraordinário que houve na
tradição latina depois de Santo Tomás no conhecimento da
Teologia da Perfeição.
Como porta que se abre para coisas tão vastas e tão
profundas e que, como caudalosos rios, ainda se
desenvolvem dentro da Igreja quando são mantidos em
continuidade e fidelidade à tradição à qual pertencem, a
Summa Theologiae é uma obra para os que principiam na
trilha da sabedoria.
2. Para o estudo da Summa Theologiae, se realizado com
tais objetivos, exigem-se alguns requisitos. Em primeiro
lugar, exige-se a prática sincera da vida cristã, com o desejo
eficaz de buscar a santidade e poder posteriormente
ensiná-la aos demais. São apenas aqueles que estudam com
o desejo de vir a ensinar que se tornam capazes de
compreender entranhadamente a Ciência Sagrada, e o desejo
de ensinar deve estar incluído no desejo de promover o
bem.
diz Salomão ao estudante que parte em busca da sabedoria,
|
"a misericórdia e a verdade".
|
|
É necessário também um conhecimento razoável de toda a
Sagrada Escritura, entendendo-se por este conhecimento um
contato pessoal, prolongado e meditado com o próprio
texto das Escrituras, não necessariamente com a extensa
literatura existente sobre a Bíblia; é necessário também
um conhecimento, mesmo simples, do conjunto da História
da Filosofia, e um conhecimento um pouco mais detalhado
da História da Igreja e da Filosofia Grega.
É necessário, finalmente, o estudo prévio dos Comentários
de Santo Tomás de Aquino à filosofia de Aristóteles,
principal objeto desta introdução.
Quanto à língua latina, a rigor, se se dispõe das
traduções dos comentários de Santo Tomás de Aquino a
Aristóteles e da Summa Theologiae, esta última
disponível em quase todas as principais línguas modernas,
não seria necessário o seu conhecimento. Mas como a Summa
Theologiae é um texto introdutório, cuja finalidade não
termina em si mesma, tratando-se na realidade de uma
porta de acesso a muitos outros conhecimentos, e como a
língua latina torna-se indispensável a partir deste
ponto, conviria que o estudante da Summa Theologiae, se
já não conhece a língua latina, procurasse aprendê-la
enquanto está estudando os Comentários de Santo Tomás de
Aquino a Aristóteles ou a própria Summa.
3. A obra de Aristóteles, à primeira vista, parece-se com uma
grande enciclopédia, onde são abordados todas as
principais divisões do conhecimento. Na realidade, porém,
trata-se de algo bem diverso. A obra de Aristóteles é a
culminância de três séculos de meditação filosófica entre
os gregos, e a filosofia grega, por sua vez, é tributária
da civilização egípcia, hoje extinta, mas naquele época
florescente e já mais de duas vezes milenar.
A filosofia grega se iniciou quando alguns homens como
Tales de Mileto e Pitágoras de Samos foram admitidos a
estudar entre os sacerdotes egípcios, por volta do ano
600 AC. Retornando à sua terra natal, ao mesmo tempo em
que se extinguia a civilização egípcia pela conquista
persa, estes homens iniciaram o movimento filosófico na
Grécia, Tales de Mileto na região que hoje é a Turquia, e
Pitágoras nas colônias gregas do sul da Itália. Duzentos
anos mais tarde a filosofia fincou raízes em Atenas,
então a cidade mais próspera dos gregos, através da
sucessão de três homens que foram discípulos um do outro,
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Mais do que escritores, os primeiros filósofos gregos se
dedicavam à contemplação da natureza, através de cuja
ordem pretendiam aprender a ordenar as suas próprias
mentes e a aparente enciclopédia de Aristóteles é, na
realidade, um tributo evidente a esta atitude. Ela não deve
ser vista como a coleção enciclopédica de dados que não é,
mas como uma síntese sobre o significado da natureza. No
Timeu de Platão, Sócrates narra seu encontro com o sábio
grego que leva o mesmo nome do livro, um homem que havia,
como a maioria dos filósofos gregos, passado a vida
observando a natureza.
diz dele Sócrates,
|
"e quem se deu mais trabalho
para penetrar a natureza do Universo".
|
|
Sócrates pede então que Timeu lhe descreva aquilo que ele
aprendeu durante seus tantos anos de trabalho. Timeu
concorda e faz a Sócrates uma descrição de toda a ordem e
sentido do Universo.
Na obra de Aristóteles encontramos um espírito
semelhante. Não se trata de alguém que quer apenas
descrever toda a natureza, mas de alguém que deseja
principalmente descobrir o seu sentido. Por isso mesmo
não é uma coleção de dados, mas uma síntese e nela,
por este motivo, como todas as coisas conseguem ser
examinadas dentro de uma grande unidade,
os mesmos princípios que são usados para a análise
da lógica humana são os usados também para
a análise dos fenômenos físicos,
da psicologia humana, da moral e da política.
A um primeiro exame, a obra de Aristóteles divide-se em
seis grandes seções:
-Lógica
-Física ou Ciência da Natureza
-Psicologia
-Metafísica
-Ética
-Política
A lógica de Aristóteles está distribuída por oito livros,
cujo conjunto é conhecido pelo nome de Organon: as
Categorias, o Tratado sobre a Interpretação, os
Primeiros Analíticos, os Analíticos Posteriores, O
Livro dos Tópicos, a Arte Poética, a Arte Retórica, as
Refutações Sofísticas. As demais seções são bem
representadas cada uma por um livro importante: a física
pelo Tratado de Física, a psicologia pelo tratado De
Anima, a metafísica pelo Tratado de Metafísica,
complementado e como que concluído posteriormente por
Santo Tomás de Aquino por um breve mas importantíssimo
opúsculo chamado De Ente et Essentia, a ética pela
Ética a Nicômaco e a política pelo Tratado de
Política. Além destas há numerosas outras obras de
Aristóteles, e um número muito maior de outras hoje
perdidas e das quais se conhece apenas o nome.
O sentido do conjunto destas obras é o seguinte.
Inicialmente pela Lógica examina-se o modo pelo qual o
homem é capaz de utilizar a inteligência. Em seguida,
percebendo que o movimento pertence à essência da
natureza, na Física Aristóteles procura entender qual é a
estrutura necessária que os entes naturais devem ter para
serem capazes do movimento, independentemente de qual
seja este movimento especificamente considerado.
Conceitos abstratos como matéria e forma, ato e potência
e uma desenvolvida teoria da causalidade são utilizados
para explicar a estrutura necessária que permite o
movimento na natureza. Aplicando estes princípios aos
diversos movimentos naturais, encontram-se então
alguns que merecem uma análise especial, como são os
movimentos dos seres vivos e dentre eles, os da
inteligência humana. A inteligência humana, segundo
Aristóteles, faz parte da natureza, mas a análise desta
inteligência, não mais do ponto de vista do modo como ela
trabalha formalmente, conforme havia sido feito
anteriormente na Lógica, mas do ponto de vista da análise
do movimento natural, conduz a algumas conclusões
surpreendentes, entre elas a de que, para fazer o que ela
é capaz de fazer quando educada até à excelência em toda
a força de sua capacidade abstrativa, não pode ser um
ente material. O exame detalhado da inteligência humana,
enquadrado dentro do panorama mais vasto dos movimentos
naturais, faz Aristóteles identificar a existência de uma
faculdade capaz de subsistir sem a matéria a qual, embora
necessite de um corpo para seu trabalho, pode sobreviver
à destruição do mesmo. Com isto passamos da Física à
Psicologia.
Mas a identificação da existência de uma faculdade imaterial
abre possibilidades enormes à inteligência humana. Se é
possível existir um ente não material, como é o caso da
própria inteligência humana, é porque a existência da
imaterialidade em geral é uma possibilidade do ser. Isto
significa que a realidade não se restringe apenas à
realidade visível e submetida ao movimento dito natural.
Raciocinando a partir daí Aristóteles passa a especular
não mais sobre qual é a estrutura necessária para que o
movimento seja possível, mas qual é a estrutura
necessária para que o existir seja possível,
independentemente de um ente poder estar ou não submetido
ao movimento natural. Daí Aristóteles chega à
surpreendente conclusão de que a estrutura da realidade é
tal que o mundo imaterial poderia subsistir sem o mundo
natural, mas não vice versa. A realidade imaterial é mais
fundamental do que a realidade dita natural; a realidade
imaterial, ademais, é necessariamente consciente, não
podendo consistir de objetos mas de entes dotados de
inteligência em graduações diversas e existe, finalmente,
um ente inteiramente destituído de potência cuja
inteligência abarca em ato todas as possibilidades do
ser, que é a causa da existência do Universo. Com isto
passamos da Psicologia à Metafísica, e estebelecemos uma
visão da estrutura de todo o Universo muito diversa
daquela da qual havíamos inicialmente partido pela
simples observação da natureza.
Dentro deste quadro Aristóteles passa agora a perguntar-
se sobre a posição do homem e se seus atos e sua vida
teriam algum sentido dentro deste quadro maior. Passamos
assim da Metafísica para a Ética. O homem ocupa uma
posição ímpar na estrutura cósmica; enquanto que toda a
natureza é material e, acima do homem, até à causa
primeira, toda a realidade é imaterial, o homem é
composto de ambas estas realidades. Seu corpo é material,
mas sua inteligência é imaterial. É ao mesmo tempo o ser
mais nobre de toda a natureza e o mais insignificante
entre todas as inteligências possíveis. Uma nova análise
da psicologia humana dentro destas novas referências faz
Aristóteles mostrar que a inteligência humana é capaz de
um desenvolvimento extraordinário e que cultivar este
desenvolvimento é precisamente a razão de ser de seu
existir dentro da ordem do Universo. O modo mais elevado
de utilização da inteligência humana é o que se chama de
contemplação, descrita por Aristóteles com admirável
profundidade. Para alcançar a contemplação, porém, é
necessário primeiro desenvolver ao máximo a força da
inteligência e a excelência das virtudes e, por
conseguinte, é possível deduzir uma ética humana a partir
da ordem do Cosmos, uma ética que conduz à formação de um
homem virtuoso e sábio e a uma vida perfeita.
Daí para a política é apenas um passo. Se é possível
deduzir qual é a vida perfeita do homem, e o homem é
naturalmente um animal social, que necessita de viver em
comunidade para aperfeiçoar-se, a sociedade humana é
precisamente aquela que é capaz de proporcionar aos
homens a vida perfeita. Sob este prisma Aristóteles
analisa as formas pelas quais a sociedade humana tem-se
efetivamente regido e as compara com aquela que a ordem
do Cosmos aponta como sendo a verdadeiramente condizente
com a natureza do homem.
4. Desta breve descrição da obra de Aristóteles pode-se
perceber que esta é, na realidade, não uma enciclopédia,
mas uma síntese do Universo, como poucas vezes foi vista
na história humana. Por circunstâncias históricas, com a
queda do Império Romano a obra de Aristóteles, com a
exceção dos livros de Lógica, desapareceu da civilização
ocidental desde o início da cristandade até por volta do
ano de 1200 DC.
Pouco antes de reaparecer na cristandade, entretanto,
iniciou-se com Hugo de São Vitor um fecundo movimento
espiritual na tradição latina. Antes do surgimento das
Universidades a espiritualidade dos Santos Padres
baseava-se fortissimamente nas Sagradas Escrituras como
em um de seus fundamentos num grau que mesmo os que hoje
conhecem a Bíblia mal conseguem avaliar. Ao ser
fundada a congregação de São Vítor, no início dos anos
1100, Hugo de São Vitor foi encarregado pelo seu fundador
de organizar uma escola de Teologia. Isto na época
estava muito longe de significar a preparação de um curso
que oferecesse um diploma para que os que o tivessem
pudessem exercer determinadas tarefas na sociedade. Na
verdade, os diplomas só seriam inventados pela
humanidade, pela primeira vez, mais de um século depois.
Organizar uma escola de Teologia para os padres
vitorinos, assim como para os Santos Padres no primeiro
milênio, significava preparar os membros da Congregação
de São Vitor a aprenderem como retirar, de modo contínuo,
alimento espiritual das Sagradas Escrituras.
Hugo de S. Vitor teve a idéia extraordinária de que, para
fazer com que os alunos pudessem aprender melhor a fazer
isto, conviria primeiro apresentar-lhes uma vasta síntese
dos ensinamentos das Escrituras de modo que, ao se
concentrarem no estudo e na meditação de cada uma de suas
partes, eles já conhecessem todo o conjunto e, ao
procurarem penetrar no seu sentido simbólico, já
conhecessem perfeitamente o literal. Deste modo, para
desempenhar seu papel de mestre, Hugo de S. Vitor, sem
que tivesse conhecido a obra de Aristóteles, procurou
fazer para as Sagradas Escrituras o que Aristóteles havia
feito para a natureza, e daí surgiu a primeira grande
síntese da doutrina cristã da História da Igreja, o
volumoso livro conhecido como Os Mistérios da Fé
Cristã, de sua autoria.
No início desta obra Hugo de S. Vitor afirma que Deus se
revelou aos homens de dois modos, primeiramente pela
Revelação Natural, para poder ler a qual é
necessário o concurso da graça, e depois, vendo que os
homens haviam decaído a tal ponto que não mais conseguiam
ler a Revelação Natural, deu-lhes a Revelação Escrita, a
qual para poder ser lida e compreendida em seu sentido
mais profundo também necessita do concurso da graça. É,
no entanto, desta segunda revelação de que Hugo se ocupa
principalmente, e à qual ele deseja conduzir seus alunos,
através de seus escritos, como a um manancial.
Por causa dos Mistérios da Fé Cristã, que não é uma
enciclopédia das Escrituras, assim como a obra de
Aristóteles não é uma enciclopédia da Natureza, surgirão
em seguida na cristandade latina várias outras sínteses
teológicas, a primeira entre as mais importantes sendo os
Quatro Livros das Sentenças de Pedro Lombardo. A mais
perfeita de todas, aquela que veio a ser como que a síntese
das sínteses, veio quase duzentos anos depois,
com a Summa Theologiae de S. Tomás de Aquino.
No entanto, a meio caminho destes quase duzentos anos
que há entre Hugo de S. Vitor e S. Tomás de Aquino,
quando os maiores sábios se ocupavam com este
trabalho de síntese da Revelação Escrita,
reapareceu na Europa, levada dos
cristãos da Síria para o mundo muçulmano, deste para a
Espanha e daí para a França, a obra completa de
Aristóteles. Santo Tomás de Aquino foi apresentado à obra
de Aristóteles já desde a sua infância através de um
professor irlandês, e ele percebeu imediatamente todo o
impacto e a importância que ela poderia ter
para levar à culminância aquilo que Hugo de S. Vitor
havia iniciado. Era evidente para estes homens que a
Revelação Escrita é, como o próprio Hugo de S. Vitor
dizia, algo acrescentado por Deus à Revelação Natural e
que, portanto, a pressupõe e a inclui. Era evidente
também que uma síntese da Revelação Escrita deveria ser
algo mais amplo e mais profundo do que apenas a da
Revelação Natural e que o estudante que dominasse os
princípios da síntese da natural poderia discernir mais
profundamente os da escrita. Daí para em Santo Tomás de
Aquino se unirem os trabalhos que vinham de Aristóteles e
de Hugo de S. Vitor era apenas um passo e, de fato, a
Summa Theologiae é organizada de tal modo que pressupõe
o estudo prévio dos Comentários de S. Tomás de Aquino à
obra de Aristóteles.
5. Na presente obra foram traduzidos e condensados para
a lingua portuguesa os principais comentários de Santo
Tomás de Aquino a Aristóteles, de um modo que facilitasse
uma primeira mas já profunda compreensão dos mesmos para
o estudante. Ao escrever seus comentários, Santo Tomás
não quis fazer apenas uma obra didática, mas também
dirimir controvérsias acirradas e muitas vezes seculares
sobre o verdadeiro sentido de um grande número de
passagens da obra de Aristóteles. Por este motivo seus
comentários, mesmo que traduzidos na íntegra para o
vernáculo, tornam-se de difícil acompanhamento para o
estudante que se aproxima deles pela primeira vez.
Pensando nele fizemos esta tradução, a qual,
embora fiel, é um condensado do original contendo as
passagens mais importantes para uma primeira leitura,
mas procurando nada omitir que fosse verdadeiramente
importante para quem deseja posteriormente
aprofundar-se com seriedade. Tudo o que foi acrescentado
ao texto original para uma melhor compreensão ou que não foi
necessariamente traduzido por uma versão literal
foi colocado entre colchetes. As divisões e os
títulos dos capítulos são também do texto original,
mas acrescentadas pelo tradutor, no intuito de
facilitar a primeira compreensão da obra. Os comentários
originais de Santo Tomás de Aquino são dividados em longas
lectiones sem subdivisões internas em capítulos. As
divisões em livros, entretanto, são as mesmas dos
originais de Aristóteles e dos Comentários de Santo
Tomás.
Aqueles que, mesmo assim, tiverem dificuldade em
acompanhar os conceitos e a síntese exposta por Santo
Tomás, podem recorrer primeiro a obras de introdução ao seu
pensamento como "A Síntese Tomista", de R. Garrigou
Lagrange, as "Lições de Filosofia Tomista", de Manuel
Correia de Barros, a "Introdução à Filosofia de Santo
Tomás de Aquino", de H. D. Gardeil, e à "Educação
segundo a Filosofia Perene", que contém uma reordenação
da síntese filosófica de Santo Tomás na perspectiva da
educação.
|
|