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Possuída a arte, para que se retifique o seu uso,
requer-se ainda a virtude moral. De fato, pode acontecer que
alguém possua a arte pela qual possa construir uma boa casa,
não o querendo, todavia, por causa de alguma malícia. Mas a
virtude moral, como por exemplo, a justiça, faz com que o
artífice se utilize corretamente de sua virtude.
Já o uso da prudência [já adquirida] não requer
nenhuma virtude moral. Conforme já foi explicado, os
princípios da prudência são os fins, acerca dos quais
conservamos a retidão do julgamento através das virtudes
morais. De onde que a prudência, que é acerca dos bens
humanos, necessariamente possui a si adjuntas as virtudes
morais como salvadoras de seus princípios, o que não se dá
com a arte, a qual, depois de já adquirida, ainda requer a
virtude moral que retifique o seu uso.
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