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Conforme foi mostrado no livro primeiro, a
felicidade é maximamente contínua e permanente. Ora, entre
todas as operações humanas continuíssima é a especulação da
verdade. De fato, é manifesto que mais continuamente pode o
homem perseverar na especulação da verdade do que em qualquer
outra operação. E a razão disto é porque é necessário
interromper a nossa operação por causa do trabalho que não
pode continuamente realizar. O trabalho e a fadiga, porém,
acontecem em nossas operações por causa da possibilidade do
corpo, que é alterado e removido de sua disposição natural.
De onde que, como o intelecto em sua operação minimamente se
utiliza do corpo, segue-se que um trabalho e fadiga mínimos
advirão à sua operação, a qual nula seria se o intelecto ao
especular não necessitasse dos fantasmas existentes nos
órgãos corporais. Assim, fica evidente que a felicidade é
maximamente encontrada na especulação da verdade por causa de
sua felicidade.
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