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Os filósofos Platonistas, [ao argumentarem contra
as posições de Eudoxo, citaram] algumas deleitações torpes,
como por exemplo, a ebriedade e o adultério, para com isso
mostrarem que as deleitações não pertencem ao gênero dos
bens.
[A isto o Filósofo responde que] as torpezas
citadas pelos Platonistas não são deleitáveis de modo
simples. Se algo é deleitável aos homens mal dispostos, não
se seguirá daí que por causa disto este algo seja deleitável
de modo simples, mas sim que é deleitável a estes, isto é,
aos mal dispostos. Assim como também nem as coisas que são
sãs de modo simples parecem sãs ao que está enfermo, nem as
coisas que são doces ou amargas de modo simples parecem tais
aos que têm o gosto infecto, e nem as coisas que são brancas
de modo simples parecem tais aos que padecem de oftalmia. [As
deleitações citadas pelos Platonistas não são deleitações de
modo simples pois] é dito deleitável ao homem de modo simples
aquilo que lhe é deleitável segundo a razão, o que não
acontece a estas deleitações corporais, embora elas sejam
deleitáveis segundo o sentido.
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