7. A primeira diferença entre a arte e a prudência. A arte não é necessariamente acompanhada das demais virtudes morais, a prudência sim.

Possuída a arte, para que se retifique o seu uso, requer-se ainda a virtude moral. De fato, pode acontecer que alguém possua a arte pela qual possa construir uma boa casa, não o querendo, todavia, por causa de alguma malícia. Mas a virtude moral, como por exemplo, a justiça, faz com que o artífice se utilize corretamente de sua virtude.

Já o uso da prudência [já adquirida] não requer nenhuma virtude moral. Conforme já foi explicado, os princípios da prudência são os fins, acerca dos quais conservamos a retidão do julgamento através das virtudes morais. De onde que a prudência, que é acerca dos bens humanos, necessariamente possui a si adjuntas as virtudes morais como salvadoras de seus princípios, o que não se dá com a arte, a qual, depois de já adquirida, ainda requer a virtude moral que retifique o seu uso.