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No estado popular define-se mal o que [significa]
ser livre.
Há, de fato, duas coisas segundo as quais define-
se o estado popular, a saber, o poder e a liberdade, de modo
que a multidão domina e faz segundo a liberdade. A liberdade,
porém, [é definida] na medida em que alguém possa fazer
qualquer coisa que quiser. Ora, que cada um viva segundo o
que bem entender é o contrário daquilo que contribui para [a
salvação] da república.
Segundo o Filósofo, [o homem] livre é aquele que é
causa de si próprio no gênero da causa agente ou da causa
final. Ora, cada coisa é dita maximamente aquela que nela é
principal. No homem, porém, o principal é o intelecto. Por
isso o homem é maximamente o intelecto ou [o que[ opera
segundo o intelecto. O homem, portanto, é maximamente dito
livre quando opera segundo o intelecto e a razão, e tendo em
vista o bem de si próprio segundo o intelecto e a razão. Se,
portanto, pode operar segundo a razão e viver segundo a
república, não estará mais em servidão, mas em liberdade.
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