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[Devemos em primeiro lugar fazer duas colocações
preliminares].
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A. Não pode existir antes e depois
a menos que exista tempo.
B. Não pode existir tempo a menos
que exista movimento.
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[Em conseqüência], se o tempo é eterno, então o movimento
deve ser eterno.
[Portanto, para demonstrar que o movimento é
eterno, basta demonstrar que o tempo é eterno. Que o tempo
seja eterno, pode ser demonstrado de duas maneiras].
A primeira é segundo a opinião dos antigos
filósofos, os quais, à exceção de Platão, acharam por
unanimidade que o tempo não começou a ser depois que
previamente não era.
A segunda é pela própria razão.
[Demonstra-se que o tempo é eterno da seguinte
maneira]: é impossível dizer ou pensar que existe tempo sem
"agora". Além disso, o "agora" é um intermediário,
apresentando natureza tanto de início como de fim. Por isso
parece que o tempo deveria ser eterno. Porque qualquer tempo
que se tome, seu extremo em cada lado é um "agora".
Portanto, em cada lado de cada dado tempo deve sempre existir
tempo. Caso contrário, o primeiro "agora" não seria um fim,
e o último "agora" não seria um início. Assim, já que o
tempo é eterno, o movimento deve ser eterno.
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