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Muitos entre os homens que são reputados filósofos
entragam-se aos jogos como que querendo conviver neles. Daí
que alguns colocaram que a felicidade consiste nos jogos.
[Mas a felicidade não pode estar nas operações dos
jogos, e sim nas que são segundo a virtude]. [Que os
poderosos costumam se entregar aos jogos como que querendo
disso viver] não pode ser tomado como sinal suficiente de que
a felicidade consiste nos jogos. De fato, entre estes homens
não é encontrada uma excelência entre os demais homens, a não
ser segundo o poder mundano, do qual não se segue que suas
operações sejam virtuosas, porque a virtude moral e
intelectual, que são princípios das boas operações, não
consiste em que alguém seja poderoso. De onde que não se
segue que as operações dos jogos, nos quais os poderosos
passam o seu tempo, sejam ótimos. Já foi mostrado acima
muitas vezes, que as coisas que são verdadeiramente preciosas
e deleitáveis são aquelas que são julgadas tais pelo homem
virtuoso, que é regra dos atos humanos. Ora, como a cada um
parecerá ser maximamente elegível a operação que convém a si
segundo o próprio hábito, ao homem virtuoso será maximamente
elegível e preciosa a operação que é segundo a virtude. Por
isso, é em tal operação, [isto é, na operação segundo a
virtude], que se deve colocar a felicidade, e não nos jogos.
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