13. Como a lei e o principado devem governar a cidade.

Em seguida o Filósofo passa a mostrar como a lei e o principado devem dominar a cidade, tanto se se tratar de um só como de muitos. É necessário que a lei seja senhora e governante de todas as coisas que possam ser determinadas pela lei, enquanto que é necessário que o principado seja senhor de todas as coisas que não possam ser determinadas de modo certo pela lei. A lei, de fato, trata do universal, e é por isso que ela pode às vezes ser exceção no particular, pois o legislador não poderia prever todos os casos particulares nos quais a lei poderia falhar, e por isso às vezes a lei falha. Neste caso será o príncipe quem possuirá o domínio. Tudo isto é claro a partir da dúvida anterior e de sua solução.

É necessário, de fato, que na cidade o príncipe possua uma regra pela qual seja dirigido em suas operações e pela qual dirija os demais e pela qual [possa] julgar: isto poderá ser feito pela lei. É por isto que importa que a lei governe. Como, porém, às vezes não será possível julgar pela lei, porque a lei falha em alguns casos, por isso é necessário que neste caso seja o príncipe quem domine.