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Alguém poderia objetar que, assim como se
encontram algumas razões [rationes] dos nomes que significam
a substância, assim são encontradas razões para os nomes que
significam acidentes.
A essência não é de todas aquelas coisas que têm
uma razão para notificar o seu nome, mas somente daquelas
cuja razão é uma definição. Uma razão que seja [também uma]
definição de algo não é aquilo que somente significa a mesma
coisa que o nome, assim como quando eu digo que o armígero é
o administrador de armas. Porque se assim o fosse, seguir-se-
ia que todas as razões seriam definições. Um nome pode ser
colocado para qualquer razão. Nem por isto segue-se, todavia,
que estas razões sejam definições. Fica patente, portanto,
que não é qualquer razão significante o mesmo com o nome que
seja sua definição, mas somente será definição se for razão
de algo primeiro ["solum est definitio si fuerit alicuius
primi"], isto é, se significar algo dito per se. De fato, ser
primeiro na predicação é aquilo que é predicado per se. Tais,
isto é, os primeiros, são todos aqueles que se predicam per
se, e não como o branco é predicado do homem. O animal é
predicado do homem per se. Da mesma forma, racional é
predicado per se do animal. Por sito, quando digo animal
racional, isto é a definição de homem.
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