5. Como para o bom costume se requer a legislação.

É difícil que alguém, desde a sua juventude, seja guiado à virtude segundo os bons costumes, a não ser que se nutra debaixo das boas leis, pelas quais uma certa necessidade é induzida no homem para o bem. De fato, que alguém viva segundo a temperança, abstendo-se do que é deleitável, e segundo a perseverança, de tal maneira que não se afaste do bem por causa dos trabalhos e tristezas, não deleitável a muitos homens, e especialmente aos jovens, que são prontos às deleitações. E por isso é necessário que a educação das crianças e as suas descobertas sejam ordenadas pelas boas leis, pelas quais de alguma forma são compelidos pela força a acostumarem-se ao bem, o qual, quando já tiverem alcançado o costume, não lhe será triste, mas mais deleitável.

[Porém] não é suficiente que os homens somente enquanto são jovens sejam bem educados segundo as leis, mas também mais quando alguém se tornou homem [adulto] importa que encontre caminhos honestos para operar e que em tais caminhos se acostume. Para isto necessitamos de leis, não somente no princípio [da vida], mas também universalmente por toda a vida do homem. De fato, muitos há que mais obedecem à necessidade, isto é, à coação, do que ao discurso.