5. Que os filósofos antigos colocaram somente a matéria ser substância.

[O raciocícnio dos antigos fiflósofos foi o seguinte]. Se a própria matéria não é substância, não será possível compreender o que mais, além da matéria, poderia ser a substância. Porque, se nas coisas sensíveis, nas quais manifestamente existe a substância, se removem todas as coisas que, de maneira manifesta, não são substância, nada fica, ao que parece, que não seja a matéria. De fato, nos corpos sensíveis, que todos acreditam serem substâncias, algumas coisas são como paixões destes corpos. Por exemplo, o quente, o frio, e outras coisas assim. Estas, manifestamente, não são substâncias. Nos corpos sensíveis, outras coisas são gerações, corrupções e movimentos. Estas também manifestamente não são substância. E depois de tudo isso, nos corpos sensíveis são encontradas as dimensões, isto é, a longitude, a latitude e a profundidade, que, sendo quantidades, também não podem ser a substância. A quantidade, manifestamente, não é substância, mas aquilo em que as preditas dimensões estão, como primeiro sujeito delas, é a substância. Ora, removidas estas dimensões, nada parece permanecer a não ser o objeto delas. Este é a matéria. Assim, estas considerações parecem mostrar que é necessário não somente que a matéria seja substância, mas que somente a matéria seja substância.