6. Que as causas não procedem ao infinito.

Deve-se remover [uma possível fonte de objeções] à colocação precedente, que afirma que a filosofia primeira considera as primeiras causas. Se as causas procedem até ao infinito, essa afirmativa não será possível. Porque então não haveria primeiras causas. Portanto, aqui Aristóteles pretende remover a possibilidade de existência de infinitas causas.

As causas das coisas existentes não são infinitas, nem procedendo diretamente segundo uma única espécie de causa, por exemplo, na espécie das causas eficientes, nem igualmente são infinitas segundo a espécie, de tal maneira que houvesse infinitas espécies de causas.

[Assim], não é possível proceder até o infinito na causa material, como se a carne se fizesse pela terra, a terra a partir do ar, o ar a partir do fogo, e assim sem existir um primeiro, mas procedendo até o infinito.

[Não pode haver também infinitas causas eficientes], como se disséssemos que o homem é movido a tirar o casaco pelo ar quente, o ar ter sido esquentado pelo sol, o sol ter sido movido por algum outro, e assim até o infinito.

[Não pode haver também infinitas causas finais], como se disséssemos que o passeio é por causa da saúde, a saúde por causa da felicidade, a felicidade por causa de outra coisa, e assim até o infinito.

Semelhantemente, não se pode proceder ao infinito na causa formal, que significa a definição. Por exemplo, que o animal se predica do homem naquilo que ele é [por definição], e vivo se predica do animal, e assim por diante até o infinito.

[A demonstração destas afirmativas é omitida nesta compilação].