3. Objeção contra a divisão dos sujeitos em universais e singulares.

Conforme diz o Filósofo no Sétimo da Metafísica, o universal não é alguma coisa existente como coisa [ou realidade] exterior. De mesmo modo, no Livro das Categorias Aristóteles diz que as substâncias segundas não estão senão nas primeiras, que são singulares:

["Substância"],

[diz o Filósofo no Livro das Categorias],

"é aquilo que nunca se predica de outra coisa, nem pode achar-se em um sujeito".

"Como exemplo, podemos colocar um homem concreto, ou um cavalo concreto".

"Entretanto, podemos falar de substâncias segundas, entre as quais, se são espécies, estão incluídas as substâncias primeiras e nas quais, se são gêneros, estão incluídas as próprias espécies".

"Por exemplo, incluímos um homem individual na espécie chamada `homem' e, por sua vez, incluímos a mesma espécie `homem' no gênero chamado `animal'"].

[O indivíduo, então, é o que é chamado de substância primeira; o gênero e a espécie são chamados de substâncias segundas].

[Diante destas considerações, portanto], a divisão feita por Aristóteles das coisas entre universais e singulares não parece ser uma divisão conveniente, pois nenhuma coisa [subsistente na realidade] parece ser universal; [ao contrário], todas são singulares.