2. A quem convém a concórdia.

A concórdia, tal qual foi determinada, é encontrada naqueles que são virtuosos. Tais homens são de tal maneira que concordam para consigo mesmo e também concordam entre si, na medida em que permanecem imovelmente o mesmo, por eleição e por obras, porque, conforme foi dito, os [homens] bons não são de se arrepender.

Os maus não podem concordar, a não ser talvez pouco, assim como pouco podem ser amigos. E não podem concordar por isso, porque querem carecer, isto é, ter menos [parte] nos trabalhos que comumente são feitos para a sustentação [da vida], nos tributos e nos serviços. Assim, na medida em que não observam o bem comum que é a justiça, é destruída entre eles a comunidade da concórdia, e ocorrem entre eles brigas, por um obrigar a outro que lhe sirva aquilo que é justo, mas ele próprio não quer fazer justiça ao outro, querendo superabundar nos bens e carecer nos males, o que é contra a igualdade da justiça.