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Depois que o Filósofo determinou as espécies dos
estados populares e de poucos, determina as espécies dos
ótimos.
A república da qual foi falada quando determinava-
se sobre o reino é corretamente dita de política dos ótimos.
A república em que os homens ótimos, considerados de modo
simples, são os que governam, e não algum homem ótimo suposta
[alguma condição], somente esta é dita [política] dos ótimos.
Somente nesta república o homem ótimo e o cidadão ótimo de
modo simples são a mesma pessoa. Nas demais políticas isto
não ocorre.
O segundo modo do estado dos ótimos é aquele no
qual os que governam são eleitos levando-se em conta riquezas
e virtudes. Esta política difere do estado dos poucos e da
república porque nesta são escolhidos para governantes homens
virtuosos, não considerando apenas as riquezas. No estado dos
poucos e na república não se considera a virtude enquanto tal
ao se escolherem os governantes, embora haja pessoas
escolhidas que pareçam ser excelentes homens aos quais se
atribuem os principados, não porém, enquanto tais, mas na
medida em que são ricos ou capazes de governar.
A terceira espécie de estado dos ótimos é aquela
na qual ao se escolherem os governantes se consideram os
ricos, os virtuosos e o povo, como ocorre em Cartago, onde
consideram-se estes três. Tal república é dita estado dos
ótimos, mas misturada de estado dos poucos, estado popular e
estado dos ótimos.
A quarta espécie de estado dos ótimos é aquela na
qual ao se eleger para o principado, consideram-se duas
coisas, a virtude e o povo, como é a república dos
Lacedemônios e, por este motivo, trata-se de uma mistura de
estado dos ótimos e de estado popular considerado em seu
primeiro modo.
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