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O infinito, o vazio e quaisquer outros tais são
ditos estarem em potência e ato de um modo diverso do que em
muitos outros entes, tais como o vidente, o caminhante e o
visível.
[A potência e o ato são ditos do vidente, do
caminhante e do visível, do seguinte modo]. A estas coisas
convém às vezes simplesmente estar ou em potência apenas, ou
em ato apenas, assim como o visível apenas em ato, quando vê,
e apenas em potência, quando pode ver e não vê.
[A potência e o ato são ditas do infinito e do
vazio do seguinte modo]. O infinito não é dito em potência,
de tal maneira que possa vir a ser apenas em ato. No
infinito, o ato e a potência são distinguidos pela razão. Por
exemplo, no infinito segundo a divisão, o ato é dito ser
simultaneamente com a potência, pelo fato de que nunca lhe
falta a potência a ser dividido, e quando é dividido em ato,
ainda é ulteriormente divisível em potência. [E] nunca o ato
pode ser separado da potência, de tal maneira que alguma vez
esteja completamente dividido em ato, e não seja
ulteriormente divisível em potência. E semelhantemente deve-
se considerar quanto ao vácuo. É possível evacuar de um legar
este corpo, mas não de tal maneira que seja feito o vácuo
total: sempre permanecerá cheio de outro corpo. E assim no
vácuo sempre a potência permanecerá conjunta ao ato. A mesma
coisa acontece com o movimento, com o tempo e outras tais
[coisas], que não tem um ser perfeito.
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