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Aristóteles demonstra que em um auto movente
existem apenas duas partes, uma das quais move e não é
movida, e a outra das quais é movida e não move, [e que não
existe uma terceira movida pela segunda].
Suponha que a parte movida do auto movente mova
alguma coisa mais, e que seja parte do auto movente. A parte
que é movente imóvel do auto movente será chamada de A. A
parte movente movida por A, será chamada de B, a qual move
uma terceira parte, chamada de C, que não move a mais nada
que seja parte do auto movente. Como não se pode prosseguir
até ao infinito em relação às partes do auto movente, deve
haver alguma [última] parte do auto movente que é movida mas
não move. Esta parte será chamada de C. Quanto aos
intermediários, [serão todos reunidos em uma] única parte
denominada de B. Portanto, este todo, que é ABC, move a si
mesmo. Se a parte C é removida do todo, AB ainda move a si
mesmo. Mas, quanto a BC, ele não se move a si mesmo sem A. De
onde se segue que somente AB move a si mesmo primariamente e
per se e, assim, é necessário que o auto movente tenha duas
partes, uma das quais é um movente imóvel, e a outra uma
parte movida que não move nada a mais que seja parte do auto
movente.
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