|
Quanto à objeção levantada contra a utilidade da
prudência, devemos dizer de modo especial que está errada a
afirmação pela qual se dizia que pela prudência não somos
operativos das operações da virtude. Isto é errado, porque a
obra da virtude é aperfeiçoada segundo ambas estas coisas,
isto é, segundo a prudência e segundo a virtude moral. De
fato, duas coisas são necessárias na obra da virtude. A
primeira, é que o homem tenha uma reta intenção do fim, o que
é feito pela virtude moral, na medida em que esta inclina o
apetite para o fim devido. A segunda é que o homem [se
encontre corretamente] acerca das coisas que [se relacionam]
para com o fim, o que é feito pela prudência, a qual é bem
aconselhante, julgante e preceptiva das coisas que se
relacionam para com o fim. Assim, à obra da virtude concorrem
a prudência, que é perfectiva do que é racional por essência,
e a virtude moral, que é perfectiva da [parte] apetitiva [da
alma], que é racional por participação.
|
|