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Mesmo que alguém possua a ciência em hábito e não
em ato, ainda assim nisto podemos encontrar uma certa
distinção. Algumas vezes tratar-se-á de um hábito desatado,
de tal maneira que possa imediatamente sair ao ato em o homem
o querendo. Outras vezes tratar-se-á de um hábito atado, de
tal maneira que não possa sair ao ato. [Quando isto acontece,
o homem] de alguma maneira parecerá possuir o hábito e de
alguma maneira parecerá não possuí-lo, como é evidente no que
dorme, no maníaco ou no embriagado.
[A terceira distinção pode aplicar-se ao caso dos
incontinentes considerando] que os homens estão dispostos
como no segundo caso [dos hábitos atados] quando estão nas
paixões. Vemos, de fato, que a ira e a concupiscência do que
é venéreo e outras paixões tais manifestamente transmutam o
corpo exterior, por exemplo, aquecendo o corpo. E às vezes
tais paixões tanto [tomam força] que alguns são conduzidos à
insanidade. E assim fica evidente que os incontinentes estão
dispostos de modo semelhante aos que dormem, aos maníacos ou
aos ébrios, os quais possuem o hábito da ciência prática
atado nos singulares.
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