11. Que o uno e o ente são a mesma coisa. Segunda demonstração.

Quando duas coisas são predicadas da substância de alguma coisa per se e não por acidente, são [completamente] a mesma coisa. Ora, o uno e o ente são predicados per se e não segundo o acidente da substância de qualquer coisa. Portanto, o ente e o uno significam a mesma coisa.

Se o uno e o ente se predicassem da substância de alguma coisa por acidente, seriam predicados da coisa por algum ente a eles adicionados. Se isso acontecesse, seria novamente necessário predicar o uno e o ente [da própria coisa], porque qualquer coisa é uno e ente. Aqui novamente deve-se dizer que esta predicação é ou per se ou por algo à coisa adicionado. Se é predicado por alguma outra coisa a ela adicionada caímos novamente na questão anterior, e assim se deverá prosseguir até o infinito [ou parar em uma predicação do uno e do ente de uma substância per se]. Mas é impossível que nisto se prossiga até o infinito. Portanto, deve-se concluir que a substância da coisa é una e ente per se, e não por causa de algo a ela adicionado.