17. As duas operações do intelecto.

No intelecto podemos distinguir duas operações [diferentes].

A primeira operação do intelecto é aquela pela qual os indivisíveis são inteligidos. Por exemplo, quando o intelecto intelige homem ou boi, ou outras coisas deste modo incomplexas. Este [modo] de inteligir é a respeito de coisas que não são falsas, porque os incomplexos não são verdadeiros nem falsos. Assim [nesta operação] o intelecto não se engana, como mais adiante se explicará.

[Quanto à segunda das operações do intelecto], naqueles inteligíveis nos quais existe o verdadeiro e o falso, já existe alguma composição por parte do intelecto, isto é, da coisa inteligida. O intelecto [aqui] compõe muitas coisas incomplexas anteriormente separadas, e faz delas uma única [coisa inteligida]. Nesta composição, [que é a segunda das operações do intelecto], já existe às vezes verdade e às vezes falsidade. A verdade existe quando o intelecto compõe [coisas] que no [objeto] são um e compostas. A falsidade existe quando o intelecto compõe [coisas] que não são compostas no [objeto]. [E tanto é verdade isto], que a verdade e a falsidade consistem na composição, que está dito no sexto livro da Metafísica, que o verdadeiro e o falso não está no [objeto], mas na mente.