4. Comentário de Tomás de Aquino à definição de Aristóteles.

Há cinco coisas que devem ser observadas na definição do nome dada por Aristóteles.

Em primeiro lugar, o Filósofo coloca em sua definição a voz por modo de gênero. Pela voz, de fato, o nome se distingue de todos os sons que não são vozes. A voz, conforme está explicado no IIº Livro do De Anima, é

"um som pronunciado pela boca de um animal com alguma imaginação".

Em segundo lugar, Aristóteles acrescenta a primeira diferença [específica] do nome, que é ser significativo. Com isto diferencia o nome de quaisquer vozes não significativas, seja esta voz escrita e articulada, seja não escrita e não articulada.

Em terceiro lugar, Aristóteles coloca uma segunda diferença [específica], ao dizer "segundo o agrado", isto é, segundo a instituição humana procedente do beneplácito [ou agrado] do homem. Por esta diferença o nome difere das vozes naturalmente significativas, como são os gritos dos enfermos e as vozes dos animais brutos.

Em quarto lugar, o Filósofo coloca uma terceira diferença, que é a de ser "sem tempo". Por meio desta diferença o nome difere do verbo.

Em quinto lugar Aristóteles coloca uma quarta diferença ao acrescentar "do qual nenhuma parte, quando separada, é significativa". Nenhuma parte do nome, de fato, é significativa quando separada de todo o nome. Por meio desta diferença o nome distingue-se da oração, cujas partes, quando separadas, ainda significam, como quando se diz: "O homem é justo". Isto ocorre porque a significação é como que a forma do nome; nenhuma parte separada, porém, possui a forma do todo, assim como a mão, separada do homem, não possui forma humana.