IV. A CIÊNCIA


1. A matéria da ciência.

[A ciência o é do que é eterno, e não do contingente]. A matéria da ciência fica manifesta pelo fato de que [é necessário] conhecer com certeza, [e que não se trata de um conhecimento] por meio de semelhanças, pelas quais conhecemos o que é sensível [do qual às vezes] dizemos estar certo. A natureza certa da ciência provém [do fato de que] aquilo que [pela ciência] sabemos não pode ser de outra maneira. [Este modo de] certeza não pode ser possuído acerca do que é contingente, porque do contingente só pode haver certeza enquanto [estiver] caindo debaixo do sentido. Faltando, porém, a vista ou o sentido, ficará então escondido [a nós] se [este contingente] é ou não é. Assim fica evidente que tudo o que é [conhecível por ciência] o é por necessidade, de onde que se conclui que a ciência o é do eterno, porque tudo o que é de modo simples por necessidade, é eterno. [De fato], tais coisas não se geram nem se corrompem. Tais são, portanto, as coisas das quais é a ciência.

Pode, todavia, existir alguma ciência do que é gerável e corruptível, como por exemplo, a ciência natural. Isto se dá, entretanto, não segundo as coisas particulares que estão submetidas à geração e à corrupção, mas segundo as razões universais que são por necessidade e sempre.