|
No intelecto podemos distinguir duas operações
[diferentes].
A primeira operação do intelecto é aquela pela
qual os indivisíveis são inteligidos. Por exemplo, quando o
intelecto intelige homem ou boi, ou outras coisas deste modo
incomplexas. Este [modo] de inteligir é a respeito de coisas
que não são falsas, porque os incomplexos não são verdadeiros
nem falsos. Assim [nesta operação] o intelecto não se engana,
como mais adiante se explicará.
[Quanto à segunda das operações do intelecto],
naqueles inteligíveis nos quais existe o verdadeiro e o
falso, já existe alguma composição por parte do intelecto,
isto é, da coisa inteligida. O intelecto [aqui] compõe muitas
coisas incomplexas anteriormente separadas, e faz delas uma
única [coisa inteligida]. Nesta composição, [que é a segunda
das operações do intelecto], já existe às vezes verdade e às
vezes falsidade. A verdade existe quando o intelecto compõe
[coisas] que no [objeto] são um e compostas. A falsidade
existe quando o intelecto compõe [coisas] que não são
compostas no [objeto]. [E tanto é verdade isto], que a
verdade e a falsidade consistem na composição, que está dito
no sexto livro da Metafísica, que o verdadeiro e o falso não
está no [objeto], mas na mente.
|
|