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[Em primeiro, a intemperança não difere da
incontinência pela matéria, mas pelo modo]. A matéria da
incontinência e da intemperança, e da continência e da
temperança é a mesma, mas não de tal maneira que
[incontinência e intemperança, e continência e temperança]
sejam a mesma coisa. De alguma forma, estas coisas são acerca
do mesmo, dos prazeres e tristezas corporais, mas não do
mesmo modo. O temperante e o intemperante o é com eleição,
enquanto que o continente e o incontinente sem eleição.
[Em segundo, a intemperança é mais vituperável do
que a incontinência]. Do que foi dito fica evidente também
que mais peca e é mais vituperado o intemperante, pelo fato
de mais pecar perseguindo as deleitações supérfluas e fugindo
de tristezas moderadas, sendo pior do que o homem que peca
nestas coisas por causa da concupiscência veemente, como o é
o incontinente. Aquele que, de fato, sem a concupiscência
peca, o que faia se lhe sobreviesse uma forte concupiscência
tal como a dos jovens, ou uma forte tristeza acerca da
indigência do que é necessário?
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