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Sendo três [coisas] aquelas por causa das quais o
homem ama, isto é, o bem, o deleitável e o útil, naquele amor
em que o homem ama os inanimados, como por exemplo, o vinho e
o ouro, não há amizade. E isto por dois motivos.
Primeiro, porque em tal amor não pode haver a
reciprocidade que é requerida à amizade. De fato, o vinho não
ama o homem, assim com o homem ama o vinho.
Segundo, porque não amamos os inanimados de tal
maneira que haja em nós a vontade do bem [destes] inanimados.
E se alguém disser que o homem quer [o bem do vinho], porque
quer que o vinho se conserve, deve-se considerar que o homem
quer que o vinho esteja são para que o beba, de maneira que
não quer a saúde do vinho, na medida em que é bem do vinho,
mas na medida em que é bem para si mesmo. E isto é contra a
natureza da amizade. De fato, dizemos que é necessário querer
bem ao amigo por causa dele, e não por causa do bem do
amante.
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