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[Pareceria que deveria caber à matéria ou à
forma ser primeiro princípio das substâncias sensíveis
porque] é destas duas que as substâncias sensíveis se
compõe.
[O primeiro argumento a este repeito é que] num
primeiro aspecto, nada mais poderia ser posto como
princípio do que a matéria, que é primeiro sujeito e sempre
permanece.
[Por outro lado], a matéria não pode ser
princípio, porque a matéria não está em ato, mas em
potência. Assim, sendo o ato naturalmente anterior à
potência, pareceria que [o primeiro princípio das
substâncias sensíveis] seria a espécie e a forma, que é
ato.
Porém, [como terceiro argumento], nem a forma
pode ser princípio, porque a forma sensível é corruptível.
Desta maneira, se a forma sensível é o primeiro princípio,
não haverá nenhuma ordem de perpetuidade nas coisas, [e que
somente aconteceria se] houvesse algum princípio separável
e perpétuo, que daria perpetuidade às coisas.
A verdade sobre estas questões é que existe
alguma substância separada das [coisas] sensíveis. Não são,
todavia, as espécies das coisas sensíveis, como colocaram
os filósofos platônicos, mas os primeiros motores, como
será explicado adiante.
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