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Já tendo sido manifestado como o uno que
apresenta razão de medida se encontra na quantidade e nos
demais gêneros, deve-se inquirir agora acerca do uno
enquanto pertence às substâncias e às naturezas das coisas.
E primeiramente vamos inquirir se este uno é alguma
substância per se subsistente.
[Quanto a isso], [devemos afirmar que] o uno não
é substância subsistente, da qual é dito que seja uno. Já
foi provado no livro sétimo que nenhum dos universais pode
ser substância que seja subsistente per se, porque todo
universal é comum a muitos, [e a substância subsistente per
se não o pode ser]. Da mesma maneira, o universal não pode
ser uma substância subsistente [no sentido de ser uma
substância separada dos singulares das quais se predica].
[E o motivo disto é] porque assim este universal seria
[algo separado] de muitos, e desta maneira não seria comum,
mas sim algum singular em si. Ora, o ente e o uno são que
mais universalmente são predicados de todas [as coisas].
Portanto, não podem ser substância subsistente.
[Em outras palavras], em todos os Gêneros dos
quais o uno se predica, assim como o ente, sempre se
investiga o que é aquilo que é uno, como se a própria
unidade não fosse a própria natureza que é dita uma. De
onde fica manifesto que em qualquer gênero não é suficiente
dizer que [o ser uno] seja a natureza daquilo que é dito
uno. Antes, pelo contrário, é necessário inquirir o que é
aquilo que é dito uno e que é dito ente.
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