4. Considerações gerais sobre os modos pelos quais se salvam as repúblicas da corrupção próxima.

As repúblicas não são salvas apenas porque estão distantes dos princípios que as corrompem, mas também às vezes são salvas porque estão próximas [destes mesmos princípios], e porque isto porque aqueles que temem as transformações da república procuram mantê-las o quanto podem.

Por este motivo os que governam e tem cuidado [na preservação da] república devem propor e ordenar temores para que possam conservar a república e para que nada se corrompa daquilo que se ordena à república. É assim que devem ordenar por causa da conservação da república que a cidade seja guardada à noite e impedir que aquele que está longe se aproxime, se for inimigo; deve também ordenar que os cidadãos estejam preparados para as armas porque os cidadãos, e também os populares, vendo tais coisas, temerão, e conservarão melhor a república.

As repúblicas podem corromper-se [por cinco modos]: [em primeiro], por causa das honras, ou das desonras; [em segundo] por causa da insolência dos cidadãos'[em terceiro] por causa do lucro ou dos prejuízos; [em quarto] por causa da impotência; [em quinto] por causa da falta de conhecimento e pelo descostume. [Segundo esta quíntupla divisão] o Filósofo apresenta a seguir os documentos que preservam as repúblicas [de cada um destas cinco princípios].