3. Nas grandes cidades convém que uma só pessoa tenha um só principado, enquanto que nas pequenas que uma só pessoa tenha vários.

Nas grandes cidades convém que um só príncipe se ordene a uma só obra e não a muitas. A razão para isto é dupla.

A primeira é que nas grandes cidades muitos são os cidadãos dignos de governar, pelo que nas grandes cidades não convém que uma só pessoa tenha vários principados.

A segunda razão é que uma só obra é melhor realizada por uma só pessoa a quem se lhe atribui o cuidado sobre a matéria, do que se se distraísse atendendo a muitas, pelo que é melhor que um só príncipe, em vez de vários, seja confiado a uma só pessoa.

Nas pequenas cidades, porém, convém que uma só pessoa tenha vários principados.

A razão disto se deve a que nos pequenas cidades há poucos cidadãos e por isso, por causa de seu pequeno número, não pode haver muitos principantes, motivo pelo qual convém que uma só pessoa tenha vários principados.