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[Vamos mostrar que o ato é o fim da potência
mostrando como é assim em cada um dos três casos possíveis em
que isso pode se dar: nas potências ativas naturais, nas
potências racionais, nas potências passivas].
[Que o ato é o fim da potência nas potências
ativas naturais], isso é manifesto porque os animais não vêem
para que tenham potência visiva, mas mais tem potência visiva
para que vejam.
[Que o ato é o fim da potência nas potências
racionais pode ser compreendido considerando que] os homens
têm potência de edificar para que edifiquem, e têm potência
especulativa para que especulem. Eles não especulam para que
tenham [a ciência] técnica, a não ser que estejam aprendendo,
[quando então o fazem] para que a adquiram. Porém, neste
caso, não especulam de um modo perfeito, mas apenas de um
certo modo e imperfeitamente, porque o especular não é devido
a alguma indigência, mas ao uso da ciência já adquirida. E
este não é o caso dos aprendizes, porque as suas especulações
são devido à indigência, e à sua necessidade de adquirir
ciência.
[Que o ato é o fim da potência nas potências
passivas pode ser entendido considerando que] a matéria está
em potência até que venha à forma, quando então está em ato.
Assim é em todas as coisas que se movem por causa de um fim.
Desta maneira, a natureza alcança o seu fim, quando alcança o
ato. Por onde fica manifesto que o ato é o fim do movimento
natural.
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