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O necessário absoluto difere dos demais
necessários, porque o necessário absoluto compete à coisa
segundo aquilo que lhe é íntimo e próximo: ou a forma; ou a
matéria, ou a própria essência da coisa. Por exemplo:
dizemos que é necessário que o animal seja corruptível,
porque isso é conseqüência da matéria. Dizemos que é
necessário que o animal seja sensível, porque isso é
conseqüência de sua forma. Dizemos que é necessário que o
animal seja uma substância sensível animada, porque isso é a
sua essência.
Já o necessário não absoluto é aquilo cuja
necessidade depende de causas extrínsecas. As causas
extrínsecas podem ser de dois tipos: final e eficiente. O fim
poderá ser absoluto, e neste sentido pertence à necessidade
absoluta, ou um certo bem, e neste sentido pertence ao
segundo modo de necessidade. A necessidade que provém do
movente exterior, [ou causa eficiente], pertence ao terceiro
modo de necessidade. [É o modo pelo qual o necessário é dito
da violência]. Porque a violência ocorre quando algo é movido
por um agente exterior a algo para o qual [a coisa] não
apresenta aptidão natural [intrínseca] própria. Se, de fato,
segundo a sua natureza se ordenasse àquilo que está sendo
movido pelo agente exterior, não se trataria de um movimento
violento, mas natural, [e então seria um caso de necessidade
absoluta].
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