12. Se cabe à matéria ou à forma ser o primeiro princípio das substâncias sensíveis.

[Pareceria que deveria caber à matéria ou à forma ser primeiro princípio das substâncias sensíveis porque] é destas duas que as substâncias sensíveis se compõe.

[O primeiro argumento a este repeito é que] num primeiro aspecto, nada mais poderia ser posto como princípio do que a matéria, que é primeiro sujeito e sempre permanece.

[Por outro lado], a matéria não pode ser princípio, porque a matéria não está em ato, mas em potência. Assim, sendo o ato naturalmente anterior à potência, pareceria que [o primeiro princípio das substâncias sensíveis] seria a espécie e a forma, que é ato.

Porém, [como terceiro argumento], nem a forma pode ser princípio, porque a forma sensível é corruptível. Desta maneira, se a forma sensível é o primeiro princípio, não haverá nenhuma ordem de perpetuidade nas coisas, [e que somente aconteceria se] houvesse algum princípio separável e perpétuo, que daria perpetuidade às coisas.

A verdade sobre estas questões é que existe alguma substância separada das [coisas] sensíveis. Não são, todavia, as espécies das coisas sensíveis, como colocaram os filósofos platônicos, mas os primeiros motores, como será explicado adiante.