|
[A ciência o é do que é eterno, e não do
contingente]. A matéria da ciência fica manifesta pelo fato
de que [é necessário] conhecer com certeza, [e que não se
trata de um conhecimento] por meio de semelhanças, pelas
quais conhecemos o que é sensível [do qual às vezes] dizemos
estar certo. A natureza certa da ciência provém [do fato de
que] aquilo que [pela ciência] sabemos não pode ser de outra
maneira. [Este modo de] certeza não pode ser possuído acerca
do que é contingente, porque do contingente só pode haver
certeza enquanto [estiver] caindo debaixo do sentido.
Faltando, porém, a vista ou o sentido, ficará então escondido
[a nós] se [este contingente] é ou não é. Assim fica evidente
que tudo o que é [conhecível por ciência] o é por
necessidade, de onde que se conclui que a ciência o é do
eterno, porque tudo o que é de modo simples por necessidade,
é eterno. [De fato], tais coisas não se geram nem se
corrompem. Tais são, portanto, as coisas das quais é a
ciência.
Pode, todavia, existir alguma ciência do que é
gerável e corruptível, como por exemplo, a ciência natural.
Isto se dá, entretanto, não segundo as coisas particulares
que estão submetidas à geração e à corrupção, mas segundo as
razões universais que são por necessidade e sempre.
|
|