14. Resposta às objeções levantadas no início, que eram a favor da existência do infinito em ato.

Se a geração não cessa, então não existe infinito.

Os filósofos antigos pensaram que a geração é preservada até o infinito porque ela ocorre por extração a partir de algum corpo. E isto não poderia ir até ao infinito, a menos que esse corpo fosse infinito. Mas na verdade não existe necessidade deste corpo infinito em ato, porque toda a geração dos corpos sensíveis finitos pode ser explicada porque a corrupção de uma coisa corresponde à geração de uma outra.

Cada corpo finito deve ser tocado por outro, e assim se procede até ao infinito.

Não se deve confundir "ser tocado" e "ser limitado". "Ser tocado" ou "ser incluído" se predicam por referência a um outro [corpo ou magnitude exterior]. "Ser limitado", entretanto, se predica absolutamente, na medida em que esta coisa é limitada em si mesma por suas próprias fronteiras. Ora, não é necessário que cada coisa seja tocada por outra, [mas sim que seja limitada].

A cada magnitude finita, sempre é possível imaginar uma outra maior que a inclua.

Se isto fosse verdade, haveria um espaço infinito, e portanto, um corpo infinito. Mas é um absurdo achar que tudo o que é concebível pelo intelecto exista na realidade. Trata-se apenas de uma apreensão do intelecto.

[O tempo é infinito pela sua própria natureza, porque escoa ininterruptamente até o infinito].

O tempo e o movimento não são infinitos em ato, porque nada do tempo está em ato exceto o agora.