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Para que algo seja o fim de um movimento contínuo,
duas coisas são necessárias.
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A. Que seja o término
do último movimento.
B. Que seja aquilo
por cuja causa se faz.
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Que a forma é o último na geração é manifesto por si mesmo.
Que a forma é causa final da matéria, prova-se por
semelhança com a arte.
Devemos considerar o seguinte:
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A. Existe um tipo de arte que faz
a matéria de maneira simples, como
a do oleiro que faz os tijolos,
que são a matéria da casa.
B. Existe outro tipo de arte que
dispõe a matéria pré existente
para a recepção da forma, por
exemplo, a arte de construção do
navio que prepara a madeira para
receber a forma de navio.
C. Que nós somos a finalidade da
arte, na medida em que nós usamos
aquilo que a arte faz. E este uso
também é uma arte, como por
exemplo, a arte da navegação, que
se utiliza do navio.
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Portanto, existem duas artes que apresentam soberania sobre a
matéria, que ditam regras à arte que faz a matéria
simplesmente, e as quais julgam sobre a matéria.
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A. Uma, que se utiliza das coisas
artificiais;
B. outra, que faz as coisas
artificiais, induzindo-lhes uma
forma.
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A arte usual julga e decide sobre a forma. A arte factiva
julga e decide sobre a matéria.
Como exemplo, o navegador, que possui a arte da
navegação, conhece, julga e decide qual deverá ser a forma do
leme. O construtor do navio, conhece, julga e decide, por sua
vez, qual deverá ser a matéria do leme.
Assim,
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A. A arte que induz a forma
governa a arte que dispõe a
matéria.
B. A arte que utiliza a coisa
artificial governa a arte que
induz a forma.
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De onde que se conclui que a matéria está para a forma, assim
como a forma está para o uso.
Mas o uso é a causa final da coisa artificial.
Portanto, a forma é a causa final da matéria.
E assim também, na natureza, a matéria se ordena à
forma.
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