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Tudo o que está no tempo sofre alguma coisa sob o
tempo. Por exemplo, todos nós dizemos que
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A. O tempo enfraquece e corrompe.
B. Com o tempo, as coisas se
tornam velhas.
C. Com o tempo ocorre o
esquecimento, porque algo
recentemente conhecido permanece
na memória, mas estas coisas somem
da memória na medida em que o
tempo passa.
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Entretanto, quando ocorrem os fenômenos inversos, normalmente
eles não costumam ser atribuídos ao tempo.
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A. Ao contrário do esquecimento,
ninguém aprende somente porque o
tempo passou.
B. Ao contrário das coisas que
ficam velhas, nada se torna novo
somente porque o tempo passou.
C. Ao contrário das coisa que se
enfraquecem, se estragam e se
corrompem, nada se perfeciona e se
torna inteiro somente porque o
tempo passou.
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Assim, [de alguma maneira], a corrupção é atribuída ao tempo.
E mais do que isso, o tempo é em si mesmo causa de corrupção,
mas não de geração.
Isto é assim porque o tempo é número do movimento,
e o movimento em si mesmo é destrutivo e corruptivo. O
movimento é causa de geração e existência apenas por
acidente. Isso pode ser mostrado pelo fato de quando algo é
movido, este algo sai de uma disposição que tinha
anteriormente, mas o fato de que ele devesse adquirir uma
disposição [nova] não se deve à natureza do movimento
enquanto movimento, mas na medida em que ele é finito e
completado.
O movimento alcança sua perfeição por causa da
intenção do agente que move alguma coisa para um fim
determinado. Portanto, a corrupção pode ser atribuída ao
movimento e ao tempo, mas a geração e a existência deve ser
atribuída ao agente e ao gerador.
Esta posição pode ser detalhada da seguinte
maneira: nada vem a ser a menos que surja um agente que o
mova. mas uma coisa pode ser corrompida até quando aquilo que
o move à corrupção não é aparente. Esta corrupção nós a
atribuímos ao tempo, como quando alguém de idade avançada
morre por uma causa corruptiva intrínseca não aparente. Na
geração o gerador é sempre manifesto. Portanto, a geração não
é atribuída ao tempo, como a corrupção. [E tanto isso é
verdade que, se ocorre] uma corrupção com agente manifesto,
ela não é atribuída ao tempo, como quando matamos alguém por
uma espada, e não de morta por velhice.
Entretanto, [deveria ficar claro que] a corrupção
não é atribuída ao tempo no sentido de que o tempo a causa,
mas porque essa corrupção ocorre no tempo, e o curruptor não
é aparente [e manifesto].
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