|
Depois que o Filósofo determinou no primeiro livro
sobre as coisas que pertencem à casa, as quais são certos
elementos da cidade, agora passa a determinar sobre a própria
cidade.
Em primeiro lugar, trata das coisas que foram
ditas pelos outros sobre a comunicação política, [o que será
feito neste Livro Segundo da Política]. Em seguida, no Livro
Terceiro, passa a determinar acerca destas mesmas coisas
segundo a sua própria sentença.
O Filósofo explica a sua intenção dizendo que seu
principal objetivo é a consideração da comunicação política,
para que saibamos qual é o modo da conversação política que é
ótimo. Para conseguir isto, é necessário considerar as
políticas, isto é, as ordenações das cidades que nos foram
transmitidas pelos outros, sejam elas as ordenações pelas
quais algumas cidades são louvadas por serem bem regidas
pelas leis, sejam aquelas que nos são transmitidas por outros
filósofos ou sábios que parecem ser corretas. Tudo isto é
necessário que consideremos para que fique manifesto o que é
reto e útil na conversação e no regime de uma cidade. Pela
comparação de muitas, mais pode ficar claro o que é melhor e
mais útil. Primeiro consideraremos as ordenações das cidades
que nos foram transmitidas por alguns sábios; depois
consideraremos também as coisas que podem ser observadas em
algumas cidades que vivem ordenadamente.
No que diz respeito às considerações dos sábios e
dos filósofos, consideraremos primeiro o que a este respeito
nos transmitiram Sócrates e Platão, seu discípulo. Depois
aquilo que sobre a ordenação da cidade nos transmitiu Faléias
e, finalmente, as ordenações de Hipódamus.
|
|