13. O uno. Os modos do uno.

De um primeiro modo, são ditas unas as coisas que assim o são pela continuidade de suas partes. Por exemplo, as peças de madeira são ditas unas pela cola que as une. A linha, ainda que seja curva, se chama una, desde que seja contínua. Assim também as partes do corpo, como os braços, as pernas, e etc.

De um segundo modo, são ditos unos os objetos especificamente homogêneos. Chama-se homogêneo àquele objeto no qual não se pode assinalar uma divisão de partes específicas, por meio de um exame dos sentidos. Assim, pois, se chama uno ao vinho e una à água.

De um terceiro modo são ditos unos aqueles seres cujo gênero, sendo uno, se diferenciam por diferenciações opostas. Por exemplo, o homem, o cavalo e o cachorro são uma unidade, porque todos se comunicam no gênero animal, diferindo, todavia, nas diferenças.

De um quarto modo são ditos unos aqueles seres cujas definições, isto é, a razão significante do que é o ser, não diferem [entre si].

De um quinto modo, apresentam unidade por excelência aquelas coisas cuja noção, que tem por objeto a qüididade da coisa, é inteiramente indivisível, e não pode ser dividida nem sob a razão de tempo, de lugar ou de razão. São as coisas que não são compostas de princípios materiais e formais. O intelecto, alcançando-lhes a qüididade, não as compreende como compondo as definições delas a partir de diversos princípios. Mas compreende a qüididade das mesmas mais pelo modo da negação, assim como o ponto é aquilo que não tem parte, ou pelo modo de um hábito aos compostos, assim como quando dizemos que a unidade é princípio do número.