|
[O raciocícnio dos antigos fiflósofos foi o
seguinte]. Se a própria matéria não é substância, não será
possível compreender o que mais, além da matéria, poderia ser
a substância. Porque, se nas coisas sensíveis, nas quais
manifestamente existe a substância, se removem todas as
coisas que, de maneira manifesta, não são substância, nada
fica, ao que parece, que não seja a matéria. De fato, nos
corpos sensíveis, que todos acreditam serem substâncias,
algumas coisas são como paixões destes corpos. Por exemplo, o
quente, o frio, e outras coisas assim. Estas, manifestamente,
não são substâncias. Nos corpos sensíveis, outras coisas são
gerações, corrupções e movimentos. Estas também
manifestamente não são substância. E depois de tudo isso, nos
corpos sensíveis são encontradas as dimensões, isto é, a
longitude, a latitude e a profundidade, que, sendo
quantidades, também não podem ser a substância. A quantidade,
manifestamente, não é substância, mas aquilo em que as
preditas dimensões estão, como primeiro sujeito delas, é a
substância. Ora, removidas estas dimensões, nada parece
permanecer a não ser o objeto delas. Este é a matéria.
Assim, estas considerações parecem mostrar que é necessário
não somente que a matéria seja substância, mas que somente a
matéria seja substância.
|
|