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A vida que descansa na contemplação da verdade é
melhor do que a vida que é segundo o homem. De fato, sendo o
homem composto de corpo e alma, possuindo uma natureza
sensitiva e intelectiva, a vida [equilibrada] do homem parece
consistir em que o homem segundo a razão ordene os afetos e
as operações sensíveis e corporais. Somente descansar na
operação do intelecto, porém, parece ser próprio das
substâncias superiores, nas quais é encontrada somente a
natureza intelectiva, da qual [os homens] participam segundo
o intelecto. Por isso, deve-se sublinhar que o homem assim
vivendo, isto é, descansando na contemplação, não vive
enquanto homem, o qual é composto de diversos, mas segundo
que algo de divino nele existe, na medida em que segundo o
intelecto participa da semelhança divina.
Concluímos, portanto, que assim como o intelecto,
por comparação aos homens, é algo de divino, assim também a
vida especulativa, que é segundo o intelecto, compara-se à
vida moral, assim como a divina à humana.
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