12. Comentário de Santo Tomás.

[Conforme Aristóteles], somente o movimento proveniente de um motor imóvel pode ser eternamente contínuo, porque este motor estará sempre relacionado da mesma maneira em relação à mesma disposição de si mesmo. E então ele poderá sempre e continuamente estar relacionado da mesma maneira ao objeto móvel tal que ele sempre o move com uniformidade.

Deve ser notado, entretanto, que Aristóteles aqui atribui a eternidade do movimento contínuo à imobilidade do motor, mas acima ele o atribuiu à sua potência infinita, [ao demonstrar que o que é finito em potência não pode mover durante um tempo infinito].

[Isto se explica da seguinte maneira]. Se a eternidade do movimento contínuo é tomada em relação à repetição do movimento, isto deve-se à imobilidade do motor. Porque, o motor mantendo sempre a mesma relação, pode sempre repetir o mesmo movimento. Mas, [se a eternidade do movimento contínuo] é tomada em relação à infinitude per se do movimento, [isto se deve ao fato do primeiro motor apresentar] potência infinita.