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O Filósofo, desejando continuar o assunto do que
trata, divide o tempo conveniente que se segue à disciplina
[exposta até o sétimo ano de vida]. Ele sustenta que há [mais
duas idades segundo a qual deve-se dividir a disciplina
conveniente a cada uma destas idades. A primeira vai do fim
do sétimo ano até a puberdade, isto é, até o fim do décimo
quarto ano; a segundo vai do fim do décimo quanto ano até o
[vigésimo primeiro] ano de idade.
[Embora o Filósofo tenha dividido a educação dos
jovens em três períodos de sete anos, desde o nascimento até
o sétimo, do sétimo até o décimo quarto e do décimo quarto ao
vigésimo primeiro], os que sustentam que o fundamento desta
divisão [é numérico] não sustentam uma posição correta. É
necessário que estas divisões de idade sejam divididas
segundo a divisão natural da disposição do homem, o [que
resulta numa divisão do tempo], mas de modo que as idades se
diversifiquem segundo a diversidade do modo de vida e das
disposições naturais. Às vezes, de fato, estes estados se
diversificam segundo uma divisão de tempo menor do que sete
anos, enquanto que outras vezes segundo uma divisão de tempo
menor.
Um é o estado da conversação natural do homem nos
três primeiros anos de vida, outro nos dois anos seguintes e
outro ainda nos dois semelhantemente seguintes. Por isso,
segundo estas três idades o primeiro setênio de vida do homem
é perfeitamente dividido.
O estado seguinte da conversação e modo de vida do
homem é contido no setênio seguinte às idades precedentes, e
o que se segue a este está contido em outro setênio ainda.
Estas duas idades se distinguem através de dois setênios
[completos].
O estado de vida que se segue a estes dois
períodos de sete anos é ainda mais longo, estendendo-se
[desde os vinte e um anos] até o trigésimo sétimo ano de vida
aproximadamente. Este período, portanto, não é medido por um
setênio, mas por um número maior de anos. [O Filósofo quer
mostrar, com isto], que os períodos de vida [do homem] não se
medem universalmente por setênios, [mas para encontrar a
divisão correta] é necessário usar de uma distinção segundo a
natureza.
No livro seguinte desta Política, que é o oitavo,
o Filósofo considerará em primeiro lugar se devem ser tomados
cuidados especiais acerca da disciplina própria das crianças.
Já que ele responderá a esta questão afirmativamente, o
Filósofo passará a considerar se é necessário que a
disciplina seja comum ou própria, conforme era feito no seu
tempo em muitas cidades. Dado que mais convirá ser comum, em
terceiro lugar o Filósofo considerará como deverá ser a
disciplina.
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