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[Do que foi dito acerca da distinção dos
principados econômicos pode-se deduzir como se distinguem os
principados políticos justos dos injustos].
Os principados que são sobre [homens] livres devem
ordenar-se principalmente à utilidade dos súditos. É
manifesto que em algumas políticas os príncipes pretendem a
utilidade comum: estas são políticas retas segundo a justiça
absoluta. Em quaisquer políticas, entretanto, nas quais se
pretende apenas a utilidade dos príncipes, estes são
políticas viciados e corrupções de outras políticas retas.
Nelas não existe o justo de modo simples, mas apenas o justo
segundo algo, conforme adiante se dirá. Os príncipes governam
dominativamente a cidade [como que] usando de seus cidadãos
como servos, a saber, para a sua própria utilidade, o que é
contra a justiça, porque a cidade é uma comunidade de
[homens] livres. O servo, de fato, não é cidadão, conforme
acima foi dito.
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