7. Que o vício da intemperança tem máxima torpeza.

O sentido do tato, acerca do qual é a temperança, é comuníssimo entre todos os sentidos, porque este sentido é comum a todos os animais. Por isso a intemperança é justamente reprovável, porque não está no homem quanto àquilo que é próprio do homem, mas quanto àquilo que ele tem em comum com os demais animais. Portanto, deleitar-se em tais coisas, e amá-las como bens máximos, é maximamente bestial. Por isso, o vício da intemperança tem máxima torpeza, porque por ele o homem se assemelha aos animais.

Como alguém poderia objetar que também nas coisas que pertencem ao tato existe algo que é próprio do homem, [e não comum ao homem e aos animais], por isso [Aristóteles acrescentou] que a temperança não diz respeito àquelas deleitações do tato que são próprias dos homens, como as deleitações que ocorrem [nos jogos atléticos], e que não se ordenam às concupiscências da comida ou [do que é] venéreo.