4. As espécies de estados dos ótimos.

Depois que o Filósofo determinou as espécies dos estados populares e de poucos, determina as espécies dos ótimos.

A república da qual foi falada quando determinava- se sobre o reino é corretamente dita de política dos ótimos. A república em que os homens ótimos, considerados de modo simples, são os que governam, e não algum homem ótimo suposta [alguma condição], somente esta é dita [política] dos ótimos. Somente nesta república o homem ótimo e o cidadão ótimo de modo simples são a mesma pessoa. Nas demais políticas isto não ocorre.

O segundo modo do estado dos ótimos é aquele no qual os que governam são eleitos levando-se em conta riquezas e virtudes. Esta política difere do estado dos poucos e da república porque nesta são escolhidos para governantes homens virtuosos, não considerando apenas as riquezas. No estado dos poucos e na república não se considera a virtude enquanto tal ao se escolherem os governantes, embora haja pessoas escolhidas que pareçam ser excelentes homens aos quais se atribuem os principados, não porém, enquanto tais, mas na medida em que são ricos ou capazes de governar.

A terceira espécie de estado dos ótimos é aquela na qual ao se escolherem os governantes se consideram os ricos, os virtuosos e o povo, como ocorre em Cartago, onde consideram-se estes três. Tal república é dita estado dos ótimos, mas misturada de estado dos poucos, estado popular e estado dos ótimos.

A quarta espécie de estado dos ótimos é aquela na qual ao se eleger para o principado, consideram-se duas coisas, a virtude e o povo, como é a república dos Lacedemônios e, por este motivo, trata-se de uma mistura de estado dos ótimos e de estado popular considerado em seu primeiro modo.