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O sentido é virtude [virtus] em órgão corporal,
mas o intelecto é virtude imaterial, que não é ato de nenhum
órgão corporal. Ora, o conhecimento se faz segundo uma
semelhança. Portanto, é preciso que o sentido corporalmente e
materialmente receba a semelhança da coisa que é sentida. O
intelecto, entretanto, recebe a semelhança daquilo que é
inteligido, incorporalmente e imaterialmente. [Ora], o
reconhecimento da natureza comum das coisas corporais se faz
pela própria matéria contida sob determinadas dimensões. O
reconhecimento do universal se faz, entretanto, por abstração
desta matéria e das condições materiais individuantes. De
onde fica patente que a semelhança recebida no sentido
representa a coisa segundo seja singular, a recebida no
intelecto representa a coisa segundo a razão da natureza
universal. E é assim que o sentido conhece o singular e o
intelecto, o universal.
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