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O que até aqui fizemos foi circunscrever o bem
final do homem, que é a felicidade. Chamamos de circunscrição
a notificação de algo por outras [que são gerais], as quais
ambientam a própria coisa, sem todavia declarar em especial a
natureza desta coisa.
Fizemos isso porque fazia-se necessário que algo
tivesse ficado dito figurativamente sobre o bem final do
homem. Em seguida, outras coisas serão manifestadas, após o
que podemos retomar aquilo que tinha sido anteriormente
determinado figurativamente, quando então descreveremos [a
felicidade] de modo pleno. Isto será feito no décimo livro.
O motivo para se proceder assim está em que parece
pertencer à natureza de qualquer homem [que ele] conduza as
coisas que bem contêm a descrição de alguma coisa do
imperfeito ao perfeito por partes. De fato, pertence ao homem
utilizar-se da razão para o conhecimento da verdade. Ora, não
é próprio da razão apreender de modo imediato a verdade. Por
isso, é próprio do homem progredir paulatinamente no
conhecimento da verdade.
Já as substâncias separadas, que são ditas
substâncias intelectuais, de modo imediato e sem investigação
têm conhecimento da verdade.
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