8. Não só nas coisas humanas, mas também nas naturais, nem tudo é necessário, existindo também o contingente.

É manifesto, acrescenta o Filósofo, que também nas coisas naturais há coisas que não sempre são em ato. Ocorre, portanto, também nelas que sejam e não sejam, de outro modo sempre seriam ou sempre não seriam.

Ora, nas coisas em que ocorre o ser e o não ser, ocorre também o vir a ser e o não vir a ser. Estas coisas, portanto, não são ou se tornam necessariamente, mas há nelas a natureza da possibilidade, pela qual [se inclinam tanto] ao vir a ser e ao não vir a ser, ao ser e ao não ser.

Por tudo isto o Filósofo conclui universalmente que nas coisas futuras que não são sempre em ato, mas são em potência, é manifesto que nem tudo é ou vem a ser necessariamente. Algumas destas coisas [estão inclinadas a ambas as possibilidades], e não se encontram mais [inclinadas] à afirmação do que à negação. Outras há em que um [dos opostos] ocorre na maioria [das vezes], embora ocorra também na minoria [das vezes] que a outra parte seja verdadeira, e não a outra, a qual, a saber, ocorre na maioria [das vezes].