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Conforme foi dito, ao movente e ao móvel competem
um certo ato. Assim, existe um ato do ativo e um ato do
passivo. O ato do ativo é chamado ação, e o ato do paxxivo é
chamado paixão.
Dito de outra maneira, a obra e o fim de cada
coisa é o ato desta coisa e sua perfeição. Como a obra e o
fim do agente é a ação, a ação é o ato do agente. Como a obra
e o fim do paciente é a paixão, a paixão é ato do paciente.
Ora, tanto a ação, quanto a paixão, são
movimentos.
Portanto, surge a primeira dificuldade. Se tanto a
ação quanto a paixão são movimentos, poderiam ser
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A. O mesmo movimento.
B. Movimentos diferentes.
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Se são diversos movimentos,
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A. Ambos podem se achar no paciente.
B. Um pode estar no paciente
e outro no agente.
C. Ambos podem estar no agente.
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Se ambos estão no agente, isto não pode ser, porque já foi
dito que o movimento está no móvel.
Se a ação está no agente e a paixão está no
paciente, como ação e paixão são movimentos, tanto o agente
quanto o paciente se movem. Então daí seguir-se-iam dois
inconvenientes:
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A. Ou todo movente é movido,
B. Ou alguma coisa teria movimento
e todavia não seria movida.
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Se ação e paixão, sendo dois movimentos, estivessem ambos no
paciente, seguir-se-iam três outros inconvenientes:
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A. A ação sendo o ato do agente,
seguir-se-ia o fato estranho
de que o ato do agente
não estaria no agente,
mas no paciente,
isto é, o ato de alguma coisa
não estaria naquilo
de quem ele é ato.
B. Além disso, uma e a mesma coisa
seria movida segundo dois movimentos.
O mesmo sujeito pode ser movido
por dois movimentos que terminam
em diversas espécies de términos.
Entretanto, como a ação e a paixão
terminam na mesma espécie de término,
isto representaria um absurdo,
como se um mesmo e único sujeito
fosse movido por dois escurecimentos.
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