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A justiça teve que ser notificada [separadamente]
por [sua relação] com o querer e o operar o justo, e a
injustiça por [sua relação] com o querer e o operar o
injusto, porque nos hábitos não ocorre o mesmo que nas
ciências e nas potências. De fato, os contrários pertencem à
mesma potência, assim como o branco e o preto [pertencem] à
vista, e à mesma ciência, assim como o são e o doente à
medicina. [Porém dois contrários não pertencem ao mesmo
hábito]. [Isto é evidente no caso] dos hábitos corporais. Da
saúde não procedem as coisas que são contrárias à saúde, mas
somente as coisas que convêm à saúde. De onde se conclui que
convenientemente se disse que pela justiça operamos o justo,
e pela injustiça operamos o injusto.
[Uma observação pode aqui ser feita a respeito da
ciência]. A ciência [pode ser considerada segundo que seja]
um certo conhecimento, e segundo [que seja] um certo hábito.
Na medida em que é conhecimento, os [contrários lhe
pertencem], na medida em que um dos contrários é a razão
[ratio] do conhecimento do outro. Na medida em que é hábito,
está apenas para um ato, que é conhecer a verdade, e não se
acha para com o erro contrário.
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