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A virtude opera [coisas] semelhantes às operações
a partir das quais ela se gerou. Por causa disso, a execução
de tais operações difere depois da virtude e antes da
virtude.
Antes da virtude, o homem deve a si fazer uma
certa violência para que opere. Por isso, tais operações
apresentam alguma tristeza misturada. Mas depois de gerado o
hábito da virtude, tais operações se fazem deleitavelmente.
Isto porque o hábito então existirá por modo de uma certa
natureza, e é por isso que é algo deleitável, porque convém a
algo segundo a natureza. Assim, portanto, devemos dizer que o
sinal dos hábitos já gerados, tanto dos bons como dos maus,
deve ser tomado a partir da deleitação ou da tristeza que
sobrevêm às operações. E a causa disto provém do fato de que
toda virtude moral, conforme explicado, é acerca do prazer e
da tristeza.
[Exemplo]. Aquele que se alegra por se afastar dos
prazeres corporais é temperado, porque opera aquilo que é
conveniente ao seu hábito. De modo semelhante, aquele que
enfrenta os perigos deleitavelmente, ou pelo menos sem
tristeza, é dito forte. Aquele, porém, que enfrenta os
perigos com tristeza, é tímido.
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