15. Se convém que a cidade mais seja governada por um só homem ótimo ou por muitos. Colocação do problema.

Depois que o Filósofo investigou a respeito se mais convém à cidade ser governada por leis ótimas ou por um homem ótimo, passa a investigar se mais convém à cidade ser governada por um único homem ótimo ou por muitos.

Em primeiro lugar, o Filósofo diz que depois de tudo o que foi exposto resta investigar sobre o rei de modo simples, isto é, aquele que age e governa em tudo não segundo a lei, mas segundo a sua vontade e não na medida em que é movido por outro. É sobre este que deveremos fazer as seguintes considerações. O motivo das mesmas é que aquele que governa segundo a lei não é rei de modo simples, nem o seu principado é uma espécie de reino, conforme foi dito acima. Do reino de modo simples, no qual alguém domina a todos segundo a sua vontade e não segundo a lei, deve-se tratar em seguida.

A alguns não parece ser segundo a natureza, nem por uma inclinação natural, nem conforme à razão, que alguém seja senhor de todos segundo a vontade, onde a cidade seja constituída de [homens] semelhantes segundo a virtude, isto é, segundo a disposição natural.

[De fato], o Filósofo mostra a seguir que não é natural que um só homem domine a muitos semelhantes a si segundo a virtude e a disposição natural. Ele aduz, para isso, quatro razões demonstrativas.