6. A localização da região da cidade, considerada em si mesma.

É fácil, diz o Filósofo, considerar segundo a razão qual deve ser a disposição ou a localização da cidade, considerando o que dizem aqueles que são peritos na condução do exército.

Deve-se dizer, segundo o que fomos persuadidos por eles, que ela deve ser dificilmente acessível aos que a queiram atacar e facilmente evacuável pelos cidadãos. Se, de fato, fosse facilmente acessível ao adversários, seria facilmente destruída por eles. Semelhantemente, se fosse de difícil evacuação por parte de seus cidadãos, estes não poderiam repelir facilmente seus adversários. Esta disposição pode ser conseguida pela relação dos lugares convenientes para com os montes e rios ou lugares abruptos.

Importa também que toda a multidão dos homens na cidade seja bem visível, de tal modo que qualquer parte da cidade, se o necessitar, possa ser facilmente ajudada por qualquer outra.

Deve-se entender que assim como o animal é algo uno, composto de partes diversas unidas em um todo, de tal modo que a operação de cada parte se ordena ao bem de cada uma das demais, assim também a cidade é uma comunidade composta de muitas partes, cujas operação são ordenáveis ao bem de cada uma de todas as demais, pelo menos na medida em que são partes da cidade. Deste mesmo modo, a região em que se localiza a cidade deve ser algo uno composto de muitas partes dispostas entre si de tal modo que qualquer parte seja ordenável ao bem de qualquer uma das demais e por isto importa que ela seja disposta segundo o lugar de tal modo que qualquer parte possa ser auxiliada por qualquer outra quanto à defesa dos adversários ou quanto ao que é necessário à vida, ou a qualquer outra coisa semelhante.