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[A deleitação aperfeiçoa a operação por modo de
forma]. A deleitação não aperfeiçoa a operação, por exemplo,
a operação do sentido, assim como a aperfeiçoa o princípio
ativo [desta operação], no caso, o [próprio] sentido. Assim
também, a saúde e o médico não são causas do mesmo modo da
operação de curar-se. A saúde o é por modo de forma, o
médico, porém, por modo de agente. De modo semelhante, a
deleitação aperfeiçoa a operação por modo de forma, por ser
ela a perfeição da operação, enquanto que o sentido bem
disposto a aperfeiçoa por modo de agente, assim como o
movente ao movido.
[A deleitação aperfeiçoa a operação por modo de
forma superveniente, e não pertence à essência da coisa].
Conforme explicado, a deleitação aperfeiçoa a operação não
eficientemente, mas formalmente. Há, porém, duas perfeições
formais. A primeira é intrínseca, e constitui a essência da
coisa. A segunda sobrevém à coisa já constituída em sua
espécie. A deleitação aperfeiçoa a operação não como forma
intrínseca à essência da coisa, mas como uma perfeição
superveniente, assim como a beleza advém aos jovens não como
algo pertence à essência da juventude, mas como algo
conseqüente à boa disposição das causas da juventude. De modo
semelhante, a deleitação se segue à boa disposição das causas
da operação.
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