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[Ao distinguir as partes da arte pecuniativa], o
Filósofo primeiro distingue as partes da arte pecuniativa
necessárias à vida humana e depois as partes da arte
pecuniativa não necessárias.
Há uma arte pecuniativa necessária, pela qual o
homem adquire dinheiro a partir de coisas que a natureza
subministra para a necessidade da vida humana. Nesta arte
pecuniativa há duas partes.
A primeira parte é aquela pela qual o homem, pela
compra e pela venda destas coisas [que a natureza subministra
para a necessidade da vida humana] pode adquirir dinheiro. É
necessário que aquele que deseja lucrar a partir destas
coisas tenha experiência sobre as coisas que são maximamente
caras e sobre os lugares [onde este preço é alto], porque de
algumas destas coisas há frutos em outras regiões. Deste
modo, comprando nos lugares onde há frutos, estas mesmas
coisas podem ser vendidas nos lugares onde são caras.
A segunda parte [da arte pecuniativa necessária]
consiste em adquirir grande quantidade destas coisas que
podem ser vendidas, que procedem da cultura da terra. Por
meio da cultura o homem adquire abundância de trigo e de
vinho e outras coisas semelhantes. O homem deve também ter
experiência da cultura das abelhas e de outros animais, como
peixes e aves, dos quais pode proceder auxílio à vida humana,
pois pela abundância destas coisas o homem pode adquirir
dinheiro.
Assim é evidente que estas são as primeiras e as
mais próprias partes da arte pecuniativa, e o Filósofo diz
primeiras e mais próprias porque é deste modo que o dinheiro
é adquirido a partir das coisas naturais, por causa das quais
foi inventado o dinheiro em primeiro lugar.
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