7. Começa-se a argumentar mostrando que não existe vazio.

[Tendo se explicado com precisão o que se entende por vazio, agora pode se demonstrar que o vazio não existe].

Primeiro, demonstra-se que não existe vazio separado. Depois, demonstra-se que não existe vazio dentro dos corpos.

Em relação ao vazio separado, deve-se primeiro afirmar novamente que não existe vazio separado. E deve-se dizer que isto é repetido "novamente" porque já se falou disso quando se tratou da teoria do lugar.

[Segundo os filósofos que colocaram o vazio, o vazio e o lugar são da mesma natureza, isto é, são o espaço de um corpo. Mas a teoria do lugar] já mostrou que o lugar não é o espaço de um corpo e que [a entidade espaço de um corpo] não existe. Portanto, já estava demonstrado [que não existe vazio].

[Mas Aristóteles coloca uma nova série de provas e demonstrações para mostrar que não existe o vazio. A primeira série, que é a que apresenta dificuldades para se entender devido à utilização de noções de ciência natural próprias de sua época, mostra que não só não é necessário colocar um vazio por causa da existência do movimento, como também a existência do movimento na realidade demonstra que não existe vazio].

[A segunda série de argumentos, a mais curta], demonstra que não existe vazio por meio de considerações independentes do movimento e que tratam do vazio em si mesmo.