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Vamos mostrar que a deleitação se segue à alma
desejante e inteligente do céu devido ao desejo e à
intelecção do primeiro movente.
Conforme está explicado no livro X da Ética, a
deleitação se segue à operação conatural de algum
inteligente e desejante. É sinal disto que a deleitação
existe maximamente na vigília e no sentido atual, e na
inteligência. Porque, portanto, a deleitação consiste no
ato do sentido e do intelecto, fica manifesto que o ato do
intelecto enquanto tal é daqueles que segundo si é ótimo,
porque o bem inteligível excede o bem mutável e particular.
E daqui se segue também que a deleitação que está no ato do
intelecto, é mais eminente do que a deleitação que está no
ato do sentido. Conseqüentemente, é necessário que a máxima
e perfeitíssima inteligência [intelecção] seja maximamente
ótima, e assim a ela seguir-se-á a máxima deleitação.
Assim, portanto, é manifesto que na inteligência
[intelecção] pela qual o primeiro movente é inteligido,
primeiro movente que é também o primeiro inteligível,
existe a máxima deleitação.
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