6. Responde-se à opinião de Sócrates através de uma terceira distinção.

Mesmo que alguém possua a ciência em hábito e não em ato, ainda assim nisto podemos encontrar uma certa distinção. Algumas vezes tratar-se-á de um hábito desatado, de tal maneira que possa imediatamente sair ao ato em o homem o querendo. Outras vezes tratar-se-á de um hábito atado, de tal maneira que não possa sair ao ato. [Quando isto acontece, o homem] de alguma maneira parecerá possuir o hábito e de alguma maneira parecerá não possuí-lo, como é evidente no que dorme, no maníaco ou no embriagado.

[A terceira distinção pode aplicar-se ao caso dos incontinentes considerando] que os homens estão dispostos como no segundo caso [dos hábitos atados] quando estão nas paixões. Vemos, de fato, que a ira e a concupiscência do que é venéreo e outras paixões tais manifestamente transmutam o corpo exterior, por exemplo, aquecendo o corpo. E às vezes tais paixões tanto [tomam força] que alguns são conduzidos à insanidade. E assim fica evidente que os incontinentes estão dispostos de modo semelhante aos que dormem, aos maníacos ou aos ébrios, os quais possuem o hábito da ciência prática atado nos singulares.