13. Porque o sentido o é dos singulares, e a ciência o é dos universais.

O sentido é virtude [virtus] em órgão corporal, mas o intelecto é virtude imaterial, que não é ato de nenhum órgão corporal. Ora, o conhecimento se faz segundo uma semelhança. Portanto, é preciso que o sentido corporalmente e materialmente receba a semelhança da coisa que é sentida. O intelecto, entretanto, recebe a semelhança daquilo que é inteligido, incorporalmente e imaterialmente. [Ora], o reconhecimento da natureza comum das coisas corporais se faz pela própria matéria contida sob determinadas dimensões. O reconhecimento do universal se faz, entretanto, por abstração desta matéria e das condições materiais individuantes. De onde fica patente que a semelhança recebida no sentido representa a coisa segundo seja singular, a recebida no intelecto representa a coisa segundo a razão da natureza universal. E é assim que o sentido conhece o singular e o intelecto, o universal.