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De tudo o que foi dito fica clara a solução para o
que buscávamos, isto é, se a arte pecuniativa pertence à arte
econômica e política, ou se é uma arte diversa das mesmas. A
verdade é que a arte pecuniativa não é a mesma arte que a
econômica, conforme foi explicado, mas uma subministra à
outra, já que o dinheiro deve existir para que a casa possa
ser governada.
De fato, na casa e na cidade importa haver homens
e tudo aquilo que é necessário aos homens. A política não faz
os homens, mas os recebe gerados pela natureza e é deste modo
que os utiliza. Semelhantemente, nem a política nem a
econômica fazem a comida, mas a natureza no-la dá proveniente
da terra como ocorre com as frutas, ou do mar, como ocorre
com os peixes, ou de outros modos. Portanto, fazer ou
adquirir tais comidas não é obra própria e imediata da
política ou da econômica. A obra própria da econômica é
governar a casa, conforme necessário. É assim que vemos que
não pertence ao tecelão fazer a lã, mas usar da mesma e
conhecer que tipo de lã é adequada para o seu trabalho e qual
é inadequada e má. Assim como, portanto, a natureza
subministra à arte econômica ao gerar os homens e produzir o
alimento, assim também o faz a arte pecuniativa, ao adquirir
o dinheiro, do mesmo modo como a natureza que produz a lã e a
arte mercantil que a adquire subministram à arte têxtil.
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