5. O que Aristóteles entende precisamente por virtude moral.

[A definição de Aristóteles se situa num termo médio entre a de Sócrates e a dos demais filósofos]. Os filósofos [que afirmaram a virtude moral ser um hábito segundo a razão reta pecaram] por deficiência [nesta afirmação], porque a virtude moral não somente é tal que seja segundo a razão reta. De fato, se somente isto fosse, alguém poderia ser moralmente virtuoso sem que possuísse a prudência, sendo instruído pela razão de uma outra pessoa. Por isso é necessário, além disto, dizer que a virtude moral é um hábito [segundo a razão reta] e com a razão reta, que é a prudência. Desta maneira, fica evidente que os demais filósofos disseram de menos. Já quanto a Sócrates, este disse mais do que devia, estimando que todas as virtudes morais fossem razão, e não com a razão, que [aqui deve ser entendido] como sendo a prudência. Entre os que disseram menos do que deviam, afirmando que a virtude moral seria somente segundo a razão, e [os que disseram mais do que deviam, afirmando que a virtude moral seria a razão], Aristóteles se situa num termo médio, colocando a virtude moral ser segundo a razão e com a razão.

Assim fica evidente, de tudo o que foi dito, que não é possível algum homem ser bom segundo a virtude moral, sem a prudência, nem também ser prudente sem a virtude [moral].