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Eudoxo julgava a deleitação ser do gênero dos
bens, porque via que todos a desejam, tanto os racionais,
isto é, os homens, quanto os irracionais, isto é, os animais
brutos. Aquilo, porém, que é para todos elegível, parece ser
bom, e maximamente potente na bondade, por poder trazer a si
todo apetite. Assim, o fato de que todos são trazidos ao
mesmo, isto é, à deleitação, denuncia que a deleitação não é
somente [um] bem, mas também é um ótimo, [isto é, um bem
máximo]. E estes discursos de Eudoxo eram acreditados por
causa da virtude moral de quem os dizia, mais do que por sua
própria eficácia. De fato, Eudoxo era temperante acerca das
deleitações, e assim, louvando a deleitação, não parecia [às
pessoas] que fizesse isto [por ser] amigo da deleitação, mas
porque assim seria segundo a verdade da coisa.
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