8. Levanta-se uma dificuldade [IIa/IIae q58 a8 ad3].

A justiça dirige o homem suficientemente nas coisas que são para o outro. Mas por tudo o que é desta vida o homem pode ordenar-se ao outro. Logo, a matéria da justiça [particular] deveria ser geral, [abarcando toda a matéria da virtude moral], e não uma matéria especial, [ como foi colocado ao se afirmar que a matéria da justiça particular são as ações e as coisas exteriores, excluindo as paixões da alma].

[A esta dificuldade respondemos que] as paixões interiores, que são parte da matéria moral, não se ordenam per se ao outro, o que pertence à razão especial da justiça. São os efeitos da paixões interiores da alma que são ordenáveis ao outro, a saber, as operações exteriores. De onde que não se segue que a matéria da justiça [particular] seja geral.