5. De que modo um evento presente é necessariamente e de que modos um evento futuro pode não proceder da necessidade.

Para a evidência do que [o Filósofo está tratando] deve-se considerar que como a verdade significa que se diga algo ser que é [efetivamente, na coisa ou realidade], [as coisas] serão verdadeiras segundo o mesmo modo pelo qual possuam o ser.

No presente [as coisas] possuem o ser em si mesmas, e é por isso que se pode dizer verdadeiramente [destas coisas] que [elas] são.

Quando, porém, alguma [coisa] é futura, ainda não está em si mesma; está, todavia, de algum modo em sua causa, o que pode acontecer de três modos.

De um primeiro modo, estando em sua causa de modo que dela proceda necessariamente. Deste modo possuirá o ser determinadamente em sua causa, de onde que poderá dizer-se determinadamente desta [coisa] que ela será.

De um segundo modo, estando em sua causa como algo que possui inclinação ao seu efeito, o qual [efeito], todavia, possa ser impedido. Deste modo possuirá o ser determinadamente em sua causa, mas mutavelmente. Desta [coisa] poderá ser dito verdadeiramente que [ela] será, mas não por uma certeza total.

De um terceiro modo, estando em sua causa puramente em potência, a qual também não esteja mais determinada a algo em vez de outro. Deste modo de nenhuma maneira poderá ser dito determinadamente de nenhuma destas coisas que sejam futuras, mas que [poderão] sê-las ou não sê- las.