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Para conhecer [objetos] diversos, requerem-se
diversas potências cognoscitivas. [Por causa disso, deve-se
supor uma das duas hipóteses abaixo]:
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A. Ou a alma conhece a coisa por
uma potência, e a quididade da
coisa por outra, ou
B. Por uma mesma potência conhece
a coisa e sua quididade, mas
havendo-se de modos diferentes.
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[Quanto ao conhecimento dos singulares nos seres naturais],
quando a alma [se aplica a conhecer um objeto natural
singular], pela potência intelectiva conhece a quididade do
ser, e pela sensitiva conhece o próprio ser. [Temos disto um
exemplo na] forma da carne é uma forma determinada em
determinada matéria sensível. Esta natureza é conhecida pelo
sentido. Já é pelo intelecto que a alma conhece o que é a
carne.
Quando a alma compara o universal ao singular,
ocorre que é a mesma potência intelectiva que, de um modo
diferente, conhece a quididade e o ser. Isto [tem que suceder
deste modo] porque assim como explicado que não podemos
sentir a diferença entre o branco e o amargo, a não ser que
houvesse uma potência sensitiva comum que conheça a ambos,
assim também não podemos conhecer a comparação do universal
ao singular se não houver uma potência que conheça a ambos.
Mas, no caso presente, o intelecto conhece a ambos de formas
diferentes. A quididade é conhecida pelo intelecto
diretamente. O singular porém é conhecido através de uma
reflexão, na medida em que se volta sobre os fantasmas, de
onde são extraídas as espécies inteligíveis.
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