20. A diferença das deleitações por parte do sujeito.

[Animais de espécies diferentes possuem deleitações diferentes]. Há uma operação própria para cada coisa, o que é [manifesto] pelo fato que as operações seguem as formas das coisas segundo as quais elas diferem pela espécie. Como, [portanto], a deleitação se segue à operação, para cada coisa haverá uma deleitação própria, assim como [há] uma operação própria. De fato, é manifesto que uma é a deleitação do cavalo, outra do cachorro, e outra do homem. Assim, portanto, é patente que há deleitações que diferem pela espécie para aqueles que diferem pela espécie, enquanto que para aqueles que não diferem pela espécie, é razoável que haja deleitações que não diferem pela espécie.

Embora pareça razoável que para coisas indiferentes pela espécie haja deleitações que não difiram pela espécie, e assim o seja nos outros animais, todavia para os homens, que são todos da mesma espécie, muito diferem as deleitações assim como as operações. A razão disto é porque as operações e as deleitações dos outros animais seguem a inclinação natural, que é a mesma em todos os animais da mesma espécie. Mas as operações e as deleitações dos homens são provenientes da razão que não se determina a um único [objeto]. De onde que aquilo que a alguns homens deleita, a outros contrista, isto acontecendo porque alguns estão melhor ou pior dispostos segundo a razão. [É o ] mesmo que acontece acerca do gosto do que é doce, a mesma coisa não parecendo doce ao que está febricitante, já que possui o gosto infecto, e parecendo-o ao que tem saúde, já que possui o gosto bem disposto.