6. Porque se notificou [separadamente] o que é o justo e o injusto [por relação a coisas] contrárias.

A justiça teve que ser notificada [separadamente] por [sua relação] com o querer e o operar o justo, e a injustiça por [sua relação] com o querer e o operar o injusto, porque nos hábitos não ocorre o mesmo que nas ciências e nas potências. De fato, os contrários pertencem à mesma potência, assim como o branco e o preto [pertencem] à vista, e à mesma ciência, assim como o são e o doente à medicina. [Porém dois contrários não pertencem ao mesmo hábito]. [Isto é evidente no caso] dos hábitos corporais. Da saúde não procedem as coisas que são contrárias à saúde, mas somente as coisas que convêm à saúde. De onde se conclui que convenientemente se disse que pela justiça operamos o justo, e pela injustiça operamos o injusto.

[Uma observação pode aqui ser feita a respeito da ciência]. A ciência [pode ser considerada segundo que seja] um certo conhecimento, e segundo [que seja] um certo hábito. Na medida em que é conhecimento, os [contrários lhe pertencem], na medida em que um dos contrários é a razão [ratio] do conhecimento do outro. Na medida em que é hábito, está apenas para um ato, que é conhecer a verdade, e não se acha para com o erro contrário.