|
Quando duas coisas são predicadas da substância de
alguma coisa per se e não por acidente, são [completamente] a
mesma coisa. Ora, o uno e o ente são predicados per se e não
segundo o acidente da substância de qualquer coisa. Portanto,
o ente e o uno significam a mesma coisa.
Se o uno e o ente se predicassem da substância de
alguma coisa por acidente, seriam predicados da coisa por
algum ente a eles adicionados. Se isso acontecesse, seria
novamente necessário predicar o uno e o ente [da própria
coisa], porque qualquer coisa é uno e ente. Aqui novamente
deve-se dizer que esta predicação é ou per se ou por algo à
coisa adicionado. Se é predicado por alguma outra coisa a ela
adicionada caímos novamente na questão anterior, e assim se
deverá prosseguir até o infinito [ou parar em uma predicação
do uno e do ente de uma substância per se]. Mas é impossível
que nisto se prossiga até o infinito. Portanto, deve-se
concluir que a substância da coisa é una e ente per se, e não
por causa de algo a ela adicionado.
|
|