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[Foi dito do primeiro movente que é imóvel,
primeiro inteligível e primeiro apetecível]. Ora, o bem e o
apetecível apresentam razões de fim. Ora, o bem e o
apetecível apresentam razões de fim. Portanto, pelo fato
de, [à primeira vista], parecer que o fim não existe nas
coisas imóveis, [por onde se poderia duvidar se elas podem
ser apetecíveis], removeremos agora esta dúvida.
Algo pode ser fim de outro de duas maneiras. De
uma primeira maneira, algo pode ser fim de outro assim como
algo pré-existente, assim como [o alto é dito fim do
movimento das coisas leves]. Para esta primeira maneira de
algo ser fim, não existe nada que lhe proíba sua existência
nas substâncias imóveis. De fato, algo pode tender pelo seu
movimento a participar de alguma maneira de algo imóvel, e
assim o primeiro movente pode ser fim. De uma segunda
maneira, algo é dito ser fim de algo, não pré-existindo em
ato, mas apenas na intenção do agente, através de cuja ação
algo é gerado. Por exemplo, desta segunda maneira a saúde é
o fim da operação da medicina. Esta segunda maneira de algo
ser fim não pode existir nas substâncias imóveis.
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