6. Determinação da verdade acerca da existência do infinito. O infinito existe apenas em potência.

Através do que foi dito [na parte do texto da teoria do infinito que, conforme explicado, foi aqui omitido], fica manifesto que não pode existir um corpo infinito em ato. Entretanto, se o infinito é dito simplesmente não existir, segue-se que

A. O tempo não será infinito, e portanto terá um começo ou um fim.

B. Que a magnitude nem sempre será divisível, chegando-se, pelo processo da divisão, a algo que não será mais magnitude.

C. Que o número não poderá ser aumentado até ao infinito.

Já que nem é possível dizer que o infinito em ato existe, nem é possível dizer que o infinito simplesmente não existe, é necessário dizer que de alguma maneira o infinito existe e de alguma outra maneira o infinito não existe.

[O filósofo esclarecerá que este fato se explica porque o infinito não existe em ato, mas em potência. Entretanto, deve-se advertir adiantadamente, para maior clareza, que o infinito somente existe em potência na magnitude por divisão, no número por adição, e no tempo, mas, quanto a um corpo sensível infinito, este não existe nem em ato nem em potência].

Em seguida, o filósofo mostra que o infinito existe como o ser em potência.

Essa afirmativa decorre do seguinte:

A. Já foi mostrado que nenhuma magnitude é infinita em ato. Assim, nas magnitudes, o infinito por adição não é encontrado.

B. Mas um número pode ser adicionado até ao infinito e uma magnitude pode ser dividida até ao infinito.

C. [Na verdade, porém, a adição de números e a divisão de magnitudes jamais conduziram a alguém mostrar, em ato, uma magnitude infinitamente dividida, ou um número infinitamente grande. Estas coisas, na verdade,] são ditas infinitas na medida em que podem ser adicionadas ou divididas [sem limitações].

D. Segue-se, portanto, que o infinito existe como ser em potência.