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Os [antigos filósofos] que chegaram ao
conhecimento da alma pelo sentido ou conhecimento concordaram
em que a alma seria constituída de princípios. Alguns
colocaram estes princípios como sendo vários, outros apenas
um.
Ao colocarem a alma como sendo constituída de
princípios, os antigos filósofos foram como que coagidos pela
própria verdade. A verdade é que o conhecimento se faz pela
semelhança da coisa conhecida no cognoscente. [Mas eles não
conseguiram enxergar esta verdade com clareza e daí erraram
ao afirmarem que] esta semelhança da coisa conhecida estava
no cognoscente segundo o ser natural, dizendo que é
necessário que o semelhante seja conhecido pelo semelhante.
De onde, se a alma conhece todas [as coisas], é necessário
que possua a semelhança de todas [as coisas] em si segundo o
ser natural. Nisto [erraram] ao não saber distinguir o modo
pelo qual a coisa está no intelecto e pelo qual a coisa está
em si mesmo.
Assim é que os antigos filósofos afirmaram que a
alma era constituída de elementos. Os que afirmavam que havia
apenas um único princípio [elementar] diziam que a alma era
constituída desse único princípio. Aqueles que afirmavam
haver muitos, que a alma se compunha de todos estes.
[Deste modo] Empédocles afirmava a existência de
seis princípios, quatro naturais, que eram a terra, a água, o
ar e o fogo, e dois ativos e passivos, a discórdia e a
amizade. E portanto, como afirmava que a alma a tudo
conhecia, dizia também que era constituída destes princípios.
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