13. De que modo as deleitações diferem entre si pela espécie.

[As operações diferem pela espécie na medida em que o diferirem suas operações respectivas]. Comumente [todos] julgam como algo per se conhecido, que as coisas que são diversas segundo a espécie, são aperfeiçoadas por perfeições que diferem pela espécie. Ora, sendo a deleitação perfeição da operação, segue-se que, assim como as operações diferem pela espécie, assim também as deleitações diferirão [pela espécie].

Que coisas diversas segundo a espécie são aperfeiçoadas por perfeições que diferem pela espécie é manifesto acerca das perfeições essenciais, que constituem espécies. Vemos isto acontecer tanto acerca das coisas naturais como acerca das artificiais. Acerca das naturais, porque uma é a perfeição dos animais, que consiste na perspicácia do sentido, e outra das árvores, que consiste em sua fecundidade. Acerca das artificiais, porque uma é a perfeição da pintura, isto é, que seja composta de cores deleitáveis, e outra é a perfeição da imagem, isto é, que bem represente as coisas das quais é imagem. De onde que importa que as operações que diferem pela espécie sejam aperfeiçoadas por deleitações de espécies diferentes.

É manifesto, [portanto], que as operações da mente, isto é, do intelecto, diferem pela espécie das operações do sentido. Semelhantemente, [diferem também pela espécie] as operações dos sentidos entre si. De fato, diversificam-se segundo os objetos e segundo as potências que são princípios das operações. De onde que se conclui que as deleitações, que aperfeiçoam as operações, diferirão pela espécie.