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[As operações diferem pela espécie na medida em
que o diferirem suas operações respectivas]. Comumente
[todos] julgam como algo per se conhecido, que as coisas que
são diversas segundo a espécie, são aperfeiçoadas por
perfeições que diferem pela espécie. Ora, sendo a deleitação
perfeição da operação, segue-se que, assim como as operações
diferem pela espécie, assim também as deleitações diferirão
[pela espécie].
Que coisas diversas segundo a espécie são
aperfeiçoadas por perfeições que diferem pela espécie é
manifesto acerca das perfeições essenciais, que constituem
espécies. Vemos isto acontecer tanto acerca das coisas
naturais como acerca das artificiais. Acerca das naturais,
porque uma é a perfeição dos animais, que consiste na
perspicácia do sentido, e outra das árvores, que consiste em
sua fecundidade. Acerca das artificiais, porque uma é a
perfeição da pintura, isto é, que seja composta de cores
deleitáveis, e outra é a perfeição da imagem, isto é, que bem
represente as coisas das quais é imagem. De onde que importa
que as operações que diferem pela espécie sejam aperfeiçoadas
por deleitações de espécies diferentes.
É manifesto, [portanto], que as operações da
mente, isto é, do intelecto, diferem pela espécie das
operações do sentido. Semelhantemente, [diferem também pela
espécie] as operações dos sentidos entre si. De fato,
diversificam-se segundo os objetos e segundo as potências que
são princípios das operações. De onde que se conclui que as
deleitações, que aperfeiçoam as operações, diferirão pela
espécie.
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