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O primeiro modo pelo qual o uno é dito é aquele
segundo o qual o contínuo é dito uno. Isto pode acontecer
de duas maneiras. Universalmente, de maneira que qualquer
que seja o modo da continuidade, este contínuo é dito uno.
Ou então somente aquilo que é contínuo por natureza, o qual
é maximamente contínuo, não sendo contínuo pela violência,
pela arte, nem por outros modos de contato, e nem por
alguma continuidade do tipo das coisas que são ligadas por
algum vínculo.
O segundo modo é aquele segundo o qual é dito
uno não somente aquilo que é contínuo, mas aquilo que além
disto é um todo apresentando alguma forma ou espécie. Como
por exemplo o animal é uno, ou a superfície triangular é
una. Este segundo modo de uno adiciona sobre a unidade pela
continuidade a unidade que é pela forma, segundo a qual
algo é um todo e possuidor de uma espécie.
E porque algumas coisas são um todo pela
natureza, enquanto outras são um todo pela arte, deve-se
acrescentar que será maximamente uno o uno pela natureza, e
não pela violência. Porque aquilo que é conjunto pela
natureza é mais uno, porque é de si mesmo a causa de sua
continuidade, porque pela sua natureza é tal.
[A razão, ou ratio, da unidade nos dois
primeiros modos é a seguinte]. Algo é contínuo e uno
segundo estes dois primeiros modos, pelo fato de que o seu
movimento é uno e indivisível, segundo o tempo e o lugar.
Segundo o lugar, porque para qualquer lugar que uma parte
do [contínuo e do uno] seja movida, a outra parte também
[será movida]. Segundo o tempo, porque quando uma parte do
[contínuo e do uno] é movida, a outra parte [também será
movida].
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