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As relações que se seguem à ação e à paixão podem
sê-lo de dois modos: de um primeiro modo, segundo a potência
ativa e passiva e, de um segundo modo, segundo os atos destas
potências, que são o agir e o padecer.
Assim, o calefativo é dito relativamente ao
calefactível segundo a potência ativa e passiva, pois o
calefactivo é aquilo que pode aquecer, enquanto que o
calefactível é aquilo que pode ser aquecido. Já o
calefaciente é dito relativamente ao calefacto, e o cortante
ao cortado segundo os atos destas potências.
Este modo de relação difere dos anteriores pois
[nas] que são segundo o número não há ações, como já se tinha
explicado na Física, onde o Filósofo mostra que as [coisas]
matemáticas são abstraídas do movimento, e por isso não pode
haver nelas tais ações, que são segundo o movimento. Somente
por uma [certa] semelhança [pode-se dizer] haver ações nos
números, como o multiplicar, o dividir e outras tais.
Deve-se saber também que dos relativos que são
ditos segundo a potência ativa e passiva, há diversidade
segundo tempos diversos. Alguns destes são ditos relativos
segundo o tempo passado, assim como o pai ao filho, porque
aquele gerou e este foi gerado, os quais diferem segundo o
ter feito e o ter sido feito. Já outros são ditos relativos
segundo o tempo futuro, assim como o que fará se refere ao a
ser feito.
Também a este gênero de relação se reduzem aquelas
relações que são ditas segundo a privação e a potência, como
o impossível e o invisível, pois algo é dito impossível [para
este ou para aquele]; e semelhantemente com o invisível.
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