12. Resposta a um argumento de Zenão.

Zenão tentou demonstrar que nada se move de um lugar a outro, por exemplo, de A até B.

Porque é claro que entre A e B existe uma infinitade de pontos intermediários, porque um contínuo é divisível até o infinito.

Se, portanto, algo se move de A até B, ele deve atravessar uma infinidade de partes e tocar uma infinidade de partes.

Ora, isto não poderá acontecer num tempo finito.

[A resposta que a este argumento deve ser dada consiste em que] essa argumentação se baseia num julgamento falso, porque o comprimento, o tempo e cada contínuo podem ser ditos infinitos de duas maneiras, infinito por divisão e infinito nas extremidades. Por isso, um tempo que seja finito em quantidade será infinito por divisão. De onde se segue que o infinito da magnitude é atravessado [por completo], não num tempo finito, mas num tempo infinito, [o que não é impossível], [conforme pretendia Zenão]. [É que] a infinitude de pontos da magnitude é atravessada na infinitude de "agoras" do tempo.