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Deve-se remover [uma possível fonte de objeções] à
colocação precedente, que afirma que a filosofia primeira
considera as primeiras causas. Se as causas procedem até ao
infinito, essa afirmativa não será possível. Porque então não
haveria primeiras causas. Portanto, aqui Aristóteles pretende
remover a possibilidade de existência de infinitas causas.
As causas das coisas existentes não são infinitas,
nem procedendo diretamente segundo uma única espécie de
causa, por exemplo, na espécie das causas eficientes, nem
igualmente são infinitas segundo a espécie, de tal maneira
que houvesse infinitas espécies de causas.
[Assim], não é possível proceder até o infinito na
causa material, como se a carne se fizesse pela terra, a
terra a partir do ar, o ar a partir do fogo, e assim sem
existir um primeiro, mas procedendo até o infinito.
[Não pode haver também infinitas causas
eficientes], como se disséssemos que o homem é movido a tirar
o casaco pelo ar quente, o ar ter sido esquentado pelo sol, o
sol ter sido movido por algum outro, e assim até o infinito.
[Não pode haver também infinitas causas finais],
como se disséssemos que o passeio é por causa da saúde, a
saúde por causa da felicidade, a felicidade por causa de
outra coisa, e assim até o infinito.
Semelhantemente, não se pode proceder ao infinito
na causa formal, que significa a definição. Por exemplo, que
o animal se predica do homem naquilo que ele é [por
definição], e vivo se predica do animal, e assim por diante
até o infinito.
[A demonstração destas afirmativas é omitida nesta
compilação].
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