|
[Nada pode ser movido no "agora"]. Se pudesse
existir movimento no "agora", então naquele "agora" dois
objetos móveis, um mais rápido e outro mais lento, poderiam
ser movidos. Assim, suponha o "agora" ser M, e o corpo mais
rápido ser movido através da magnitude AB em M. Mas em um
tempo igual o corpo mais lento seria movido através de uma
magnitude menor AC. Mas o corpo mais rápido atravessará essa
magnitude AC menor num tempo menor. Portanto, seguir-se-ia
que o "agora" é dividido. Mas o "agora" é indivisível.
Portanto, nada pode ser movido no "agora".
[Nada também pode estar em repouso no "agora"] Uma
coisa está em repouso quando pode ser movida por natureza mas
não é movida quando, como e em relação ao que é natural para
ela ser movida. [Porque se fosse de outra forma, não se
trataria de repouso, mas de imobilidade]. Mas já foi
demonstrado que nada é movido naturalmente no "agora".
Assim, é claro que nada está em repouso no "agora".
[Pode-se mostrar também que nada pode estar em
repouso no "agora" porque] Uma coisa está em repouso quando,
em relação tanto ao seu todo e suas partes, é o mesmo tanto
agora quanto o era previamente. Uma coisa está em movimento
quando, em relação tanto ao seu todo como a suas partes, é
diferente agora do que era previamente. Mas no "agora" não
existe previamente. Portanto, nada está em repouso no
"agora".
[Conclui-se, portanto, que] tudo o que é movido e
tudo o que está em repouso é movido ou está em repouso no
tempo, [e não no "agora"].
|
|