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Para bem compreender o que irá se seguir, deve-se
saber que o [termo] universal pode ser tomado de duas
maneiras.
De uma primeira maneira, como sendo a própria
natureza, à qual o intelecto atribui a intenção de
universalidade. Estes universais, como o gênero e a espécie,
significam as substâncias das coisas. Por exemplo, o animal
significa a substância daquilo de que se predica, e o homem
também.
De uma segunda maneira, o universal pode ser
tomado enquanto universal e de maneira que a natureza [que
ele significa se subordine] à intenção de universalidade.
Este é o modo segundo o qual o animal ou o homem são
considerados um em muitos [isto é, uma única substância
existente em muitas simultaneamente]. É assim que os
Platônicos colocaram ser o homem e o animal substâncias em
sua universalidade.
Esta segunda maneira de se tomar o [termo]
universal que Aristóteles pretende refutar em primeiro lugar.
O animal em comum, ou o homem em comum não é uma substância
[existente] nas coisas naturais. Esta "comunidade" tem a
forma de animal ou de homem [apenas] na medida em que está no
intelecto, que toma uma forma como [sendo] de muitos em
comum, na medida que a abstrai de todos os individuantes.
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