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[É impossível, diz o Filósofo, que o tempo não
seja eterno]. Se o tempo não é eterno, às vezes se
iniciando, às vezes terminando, seguir-se-ia que antes do
tempo existiria o não ser do tempo, e depois do tempo
existiria [também] o não ser do tempo. Ora, isto não é
possível, porque é impossível que exista o antes e o depois
a não ser que exista o tempo, o tempo nada mais sendo do
que o número do anterior e do posterior no movimento. Desta
maneira, o tempo seria antes que começasse a ser, e
igualmente seria depois que deixasse de ser. Portanto, é
necessário que o tempo seja eternamente.
[Do mesmo modo, continua o Filósofo, é
impossível que o movimento não seja eterno].
Se o tempo é contínuo e eterno, é necessário que
o movimento seja contínuo e eterno, porque o tempo é uma
paixão do movimento. De fato, o tempo é o número do
movimento. Todavia, [o fato] do movimento ser eterno não
dever entendido de todo movimento, porque, na verdade, dos
movimentos singulares, somente o movimento local poderia
ser eterno, e dos movimentos locais, somente o poderia o
movimento circular, conforme foi demonstrado na Física.
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