5. Como a temperança salva a prudência.

A temperança em grego tem um nome que significa "salvadora da prudência". A temperança, de fato, na medida em que modera as deleitações e as tristezas do tato, salva a estimação dos fins por causa dos quais se fazem os operáveis. Os fins em vista dos quais são feitos os operáveis são princípios dos operáveis, por se acharem em relação aos operáveis assim como os princípios para com as demonstrações. Ora, quando há uma veemente deleitação ou tristeza, parecerá ao homem que o ótimo é aquilo pelo qual conseguirá a deleitação e fugirá da tristeza. Assim, corrompido o julgamento da razão, não parecerá ao homem verdadeiro o fim que é princípio da prudência acerca do operável existente, nem apetecerá [este fim], nem lhe parecerá que é necessário escolher e operar todas as coisas por causa do verdadeiro fim, mas sim por causa do deleitável. De fato, qualquer malícia, isto é, hábito vicioso, corrompe o princípio na medida em que corrompe a reta estimação do fim. Ora, esta corrupção é maximamente impedida pela temperança. De onde que se conclui que a prudência necessita da temperança como uma salvadora de seus princípios.