5. A segunda condição da amizade: o amor de amizade não pode ter por objeto os inanimados.

Sendo três [coisas] aquelas por causa das quais o homem ama, isto é, o bem, o deleitável e o útil, naquele amor em que o homem ama os inanimados, como por exemplo, o vinho e o ouro, não há amizade. E isto por dois motivos.

Primeiro, porque em tal amor não pode haver a reciprocidade que é requerida à amizade. De fato, o vinho não ama o homem, assim com o homem ama o vinho.

Segundo, porque não amamos os inanimados de tal maneira que haja em nós a vontade do bem [destes] inanimados. E se alguém disser que o homem quer [o bem do vinho], porque quer que o vinho se conserve, deve-se considerar que o homem quer que o vinho esteja são para que o beba, de maneira que não quer a saúde do vinho, na medida em que é bem do vinho, mas na medida em que é bem para si mesmo. E isto é contra a natureza da amizade. De fato, dizemos que é necessário querer bem ao amigo por causa dele, e não por causa do bem do amante.