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As repúblicas não são salvas apenas porque estão
distantes dos princípios que as corrompem, mas também às
vezes são salvas porque estão próximas [destes mesmos
princípios], e porque isto porque aqueles que temem as
transformações da república procuram mantê-las o quanto
podem.
Por este motivo os que governam e tem cuidado [na
preservação da] república devem propor e ordenar temores para
que possam conservar a república e para que nada se corrompa
daquilo que se ordena à república. É assim que devem ordenar
por causa da conservação da república que a cidade seja
guardada à noite e impedir que aquele que está longe se
aproxime, se for inimigo; deve também ordenar que os cidadãos
estejam preparados para as armas porque os cidadãos, e também
os populares, vendo tais coisas, temerão, e conservarão
melhor a república.
As repúblicas podem corromper-se [por cinco
modos]: [em primeiro], por causa das honras, ou das desonras;
[em segundo] por causa da insolência dos cidadãos'[em
terceiro] por causa do lucro ou dos prejuízos; [em quarto]
por causa da impotência; [em quinto] por causa da falta de
conhecimento e pelo descostume. [Segundo esta quíntupla
divisão] o Filósofo apresenta a seguir os documentos que
preservam as repúblicas [de cada um destas cinco princípios].
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