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Sobre a questão levantada, se é a mesma a virtude
do homem bom e do bom cidadão, foi mostrado que em alguma
cidade, isto é, na dos ótimos, o homem bom e o bom cidadão
são o mesmo. Nesta cidade o principado é atribuído segundo a
virtude que é a do homem bom. Em outras [cidades] o bom
cidadão não coincide com o homem bom; estas são as cidades em
que há políticas corrompidas ou nas quais o principado não é
conferido segundo a virtude. E aquele que é o homem bom não é
qualquer cidadão, mas o reitor ou senhor da cidade ou quem
pode ser senhor das coisas que pertencem ao cuidado da
cidade, tanto sozinho como com outros. De fato, dissemos
acima que a mesma é a virtude do príncipe e do homem bom.
De onde que se tomarmos como cidadão aquele que é
príncipe ou que pode sê-lo, a mesma será a sua virtude e a do
homem bom. Se, porém, tomarmos como cidadão o homem
imperfeito que não pode ser príncipe, não será a mesma a
virtude do bom cidadão e a do homem bom, conforme é evidente
pelo que foi dito.
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