18. Comentários adicionais sobre a não conveniência da predicação universal ser tomada de modo particular ou de modo universal negativo.

As expressões que designam uma determinação universal negativa ou uma determinação particular afirmativa de um termo universal, ainda que sejam mais convenientemente postas por parte do sujeito, não repugnam, todavia, à verdade, se colocadas por parte do predicado [universal].

Ocorre, de fato, que em algumas matérias tais enunciações sejam verdadeiras. É verdade, de fato, que

"Todo homem é nenhuma pedra".

Semelhantemente, é também verdade que

"Todo homem é algum animal".

Dizer, porém, que

"Todo homem é todo animal",

em qualquer matéria que seja proferida, é [sempre] falsa.

Há também outras enunciações semelhantes [que são] sempre falsas, como por exemplo

"Algum homem é todo animal",

que tem como causa de sua falsidade a mesma que a de "todo homem é todo animal". E, se há outras semelhantes, serão sempre falsas, em todas a razão sendo a mesma.

Quando, de fato, o Filósofo condenou a sentença

"Todo homem é todo animal".

deu a entender com isto que deveriam ser condenadas todas as demais que se lhe assemelham.