|
Aqueles que procuram sobresair-se nas obras da
virtude são mais amantes de si mesmo do que aqueles que
tributam a si mesmo a superabundância dos bens sensíveis.
Isto pode-se mostrar através de duas razões.
[Em primeiro], porque tanto mais alguém ama a si
mesmo quanto maiores bens a si atribui. Mas aquele que
procura sobresair-se nas obras da virtude, tributa a si os
bens máximos, que são os bens honestos. Portanto, tal homem
maximamente ama a si mesmo.
[Em segundo, porque o homem que procura sobresair-
se nas obras da virtude] confere bens à parte [da alma] que é
nele principalíssima, isto é, ao intelecto, [fazendo] com que
todas as partes da alma obedeçam ao intelecto. Ora, tanto
mais alguém ama a outro alguém, quanto mais ama àquilo que é
mais principal neste alguém. Assim, é evidente que aquele que
quer sobresair-se nas obras da virtude maximamente ama a si
mesmo.
|
|