2. De onde podem ser tomados os elementos pelos quais se salvam as repúblicas.

É manifesto que se temos quais são as causas e os princípios pelos quais se corrompem as repúblicas, temos também quais são as causas e os princípios pelos quais se salvam. A razão disto é que dos contrários os princípios são contrários. Ora, a corrupção e a salvação são contrários, portanto, devem ter princípios contrários. Se, portanto, temos quais são os princípios de transmutação e da corrupção das repúblicas, temos também quais são os princípios de sua salvação, já que são contrários.

Deve-se saber também que a república pode corromper-se ou destruir-se por uma corrupção próxima ou remota.

O Filósofo, portanto, apresenta primeiro os elementos que preservam a república da corrupção mais remota. Depois apresenta os elementos que a preservam da corrupção mais próxima.