13. Que ninguém pode fazer a injustiça a si mesmo.

Aquele que faz o injusto segundo a justiça particular tem mais para si do que deve, enquanto que aquele que padece o injusto tem menos. Se, portanto, alguém faz o injusto para si mesmo, seguir-se-ia que a uma e mesma pessoa se tiraria algo de seu que se acrescentaria a si mesmo, que são coisas opostas. Portanto, é impossível que a mesma pessoa faça o injusto e padeça o injusto de si mesmo. Além disso, [se alguém pudesse fazer injustiça a si mesmo, como fazer a injustiça é sempre algo voluntário], daqui se seguiria que ele padeceria o injusto também voluntariamente, o que já foi demonstrado anteriormente ser impossível. E esta é a própria raiz do porque ninguém pode fazer injustiça a si mesmo, isto é, que é impossível alguém voluntariamente padecer injustiça.

[Quanto às pessoas que se suicidam], as pessoas que se matam fazem realmente uma certa injustiça. Esta injustiça, porém, é feita à cidade, que é privada de um cidadão, e não a si mesmas.