2. A vida ótima possível para um homem é um termo médio.

O Filósofo passa, pois, a mostrar qual é a vida ótima e a república possível para muitas cidades.

Ele afirma, primeiro, que assim como foi dito no Livro da Ética, a vida ótima do homem é a operação segundo a virtude não impedida. De fato, ela não consiste no ato primeiro, porque aquilo que está em ato primeiro está em potência ao ato segundo e, portanto, não é perfeito simplesmente considerado. O homem feliz, porém, é perfeito simplesmente considerado. Ele não o é, também, em hábito, porque o hábito é potência para o ato segundo. De modo que deve-se concluir que [a vida ótima do homem] consiste na operação última, porque esta não está mais em potência a outro. Mas a virtude é um termo médio, sendo um ato eletivo existente e, um termo médio determinado pela razão, conforme pode ser determinado por um sábio. Pelo que a vida ótima do homem é uma vida média e, ao dizer isto, nos referimos a um termo médio tal como é possível a um homem.