17. A vida que descansa na contemplação da verdade se compara à vida moral assim como a divina à humana.

A vida que descansa na contemplação da verdade é melhor do que a vida que é segundo o homem. De fato, sendo o homem composto de corpo e alma, possuindo uma natureza sensitiva e intelectiva, a vida [equilibrada] do homem parece consistir em que o homem segundo a razão ordene os afetos e as operações sensíveis e corporais. Somente descansar na operação do intelecto, porém, parece ser próprio das substâncias superiores, nas quais é encontrada somente a natureza intelectiva, da qual [os homens] participam segundo o intelecto. Por isso, deve-se sublinhar que o homem assim vivendo, isto é, descansando na contemplação, não vive enquanto homem, o qual é composto de diversos, mas segundo que algo de divino nele existe, na medida em que segundo o intelecto participa da semelhança divina.

Concluímos, portanto, que assim como o intelecto, por comparação aos homens, é algo de divino, assim também a vida especulativa, que é segundo o intelecto, compara-se à vida moral, assim como a divina à humana.