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Quem deseja perscrutar cada uma das partes da alma
deve fazê-lo segundo uma certa ordem, que pode ser
[desmembrada] em duas, [sendo a segunda uma subdivisão de uma
das divisões da primeira].
Primeiramente, deve-se tomar uma parte qualquer
[das partes da alma]. Depois, devem-se considerar os hábitos
que são conseqüentes às partes. Finalmente, devem-se
considerar as demais [coisas] a respeito das partes, como,
por exemplo, os órgãos corporais, e outros assim.
[Em segundo lugar] para declarar de alguma parte
da alma qual a sua natureza [quid est], isto é, o que seja a
potência intelectiva, sensitiva, e assim por diante, primeiro
é necessário declarar o que seja o seu ato respectivo, isto
é, inteligir, sentir, e assim por diante. E isto porque os
atos e as operações são anteriores às potências. A potência,
de fato, segundo sua natureza, implica num certo hábito em
relação ao ato, de onde importa que o ato seja colocado na
definição da potência. Por outro lado, as espécies dos atos e
operações são tomadas segundo se ordenam ao objeto. De onde
primeiramente importa determinar os objetos antes dos atos, e
isto pela mesma causa pela qual os atos devem ser
determinados antes das potências. Os objetos são assim como o
alimento em relação à vegetativa, e o sensível em relação ao
sentido, e o inteligível em relação ao intelecto.
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