9. Que o termo médio da justiça [particular], determinado pela razão [IIa/IIae q58 a10 ad 1], não é termo médio em relação a nós, e sim o termo médio da coisa [IIa/IIae q58 a 10 ad 1].

Assim como já foi explicado, as outras virtudes morais [além da justiça] são principalmente acerca das paixões, cuja retificação é tomada em relação ao próprio homem de quem são [estas] paixões, na medida em que, a saber, [este homem] se ira ou cobiça [de modo] devido segundo as diversas circunstâncias. Portanto, o termo médio de tais virtudes não é tomado segundo a proporção de uma coisa a outra, mas somente por comparação ao próprio virtuoso. De onde que nestas virtudes o termo médio é somente segundo a razão em relação a nós.

Já a matéria da justiça é a operação exterior, segundo a qual [a operação], ou a coisa da qual nós usamos, possui uma devida proporção a outra pessoa. Por isso, o termo médio da justiça consiste em uma certa [proporção] da coisa exterior à pessoa exterior. De onde que a justiça tem o seu termo médio na coisa. Deve-se acrescentar, porém, que este termo médio [tomado na coisa e não em relação a nós] é também o termo médio [determinado pela] razão. De onde que se salva, com isto, a [natureza] da virtude moral da justiça.