4. Responde-se à objeção levantada.

[Respondemos dizendo que o Filósofo] divide as coisas na medida em que são significadas pelos nomes que são utilizados nas enunciações.

Ora, conforme já foi dito, os nomes não significam as coisas senão mediante o intelecto e por isso é necessário que esta divisão das coisas seja tomada na medida em que as coisas caem no intelecto.

O intelecto, porém, pode distinguir as coisas que [dentro da realidade] estão unidas, quando uma delas não cai sob a razão de outra.

[É o que ocorre na distinção entre o singular e o universal]. Em qualquer coisa singular pode-se considerar algo que é próprio desta coisa, na medida em que é esta coisa, como Sócrates ou Platão, na medida em que são este homem; e pode-se considerar também algo que estas coisas possuem em comum com outras coisas, como Sócrates ser animal, ou homem, ou racional, ou risível, ou branco.

Quando a coisa, portanto, é denominada por aquilo que convém apenas àquela coisa na medida em que é esta coisa, o nome [pelo qual se faz a denominação] é dito significar algo singular. Quando a coisa é denominada por aquilo que é comum a si e a muitos outros, tal nome é dito significar o universal.

O Filósofo, portanto, ao ter dividido [os sujeitos da enunciação em singulares e universais] não se utilizou de uma divisão abstrata das coisas na medida em que estão fora da alma, mas na medida em que se referem à inteligência.