IV. TERCEIRA PARTE. A SEGUNDA DIVISÃO QUANTITATIVA DO MOVIMENTO, EM RELAÇÃO AO OBJETO MÓVEL.


1. Tudo que é movido é divisível.

[A demonstração, tal como se encontra em Aristóteles, é a seguinte].

A. Toda mutação é a partir de algo, em direção a algo.

B. Mas quando uma coisa está no término "para o qual", ele não está "sendo mudado", mas "tendo sido mudado".

C. Quando uma coisa em relação ao seu todo e a todas as suas partes está no término "a partir do qual", ele ainda não está "sendo mudado", mas em repouso.

D. Também não se pode dizer que enquanto uma coisa está "sendo mudada", está em ambos os términos em relação tanto ao seu todo como às suas partes, porque então estaria em dois lugares ao mesmo tempo.

E. Da mesma forma, não se pode dizer que ela não esteja em nenhum dos términos.

[Segundo o texto comentado de São Tomás, entende-se que Aristóteles aqui está falando dos términos próximos do movimento, e não dos términos últimos].

F. Segue-se, então, que tudo o que é mudado, enquanto está mudando, está em um dos términos em relação a parte de si mesmo, e em outro término em relação a parte de si mesmo.

[Pode-se dar o seguinte exemplo]. Quando uma coisa é mudada de AB para BC, a parte que está deixando AB está entrando em BC. Assim, é claro que tudo o que é mudado é divisível, porque está parte em um término, e parte em outro.