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A lei que é dada na cidade é necessária porque a
lei é acerca do que se ordena ao fim da política. Ora, não
todos são suficientes para se dirigirem a tal fim por si
mesmos, e por isso necessitam da lei que os dirija no que se
deve agir. A lei, portanto, é dada àqueles que são iguais
pelo gênero e pela potência a este modo, por não serem
suficientes para se dirigirem a si mesmos nas suas ações, e
são estes os que são ditos cidadãos. Mas aqueles que excedem
da maneira descrita os demais segundo a virtude não
necessitam que se lhes dê uma lei. Eles próprios, de fato,
são lei para si mesmos, o que é evidente, porque a lei é uma
certa ordenação, segundo a razão, daquilo que diz respeito ao
fim da política, e estes já possuem esta ordenação em si
mesmos. São, portanto, para si mesmos lei. Será ridículo,
portanto, aquele que quiser dar leis a estes homens
virtuosos, porque neles não há causa pela qual se lhes tenha
que dar lei. Estes homens excelentes a tal ponto, portanto,
não são cidadãos.
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