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É fácil, diz o Filósofo, considerar segundo a
razão qual deve ser a disposição ou a localização da cidade,
considerando o que dizem aqueles que são peritos na condução
do exército.
Deve-se dizer, segundo o que fomos persuadidos por
eles, que ela deve ser dificilmente acessível aos que a
queiram atacar e facilmente evacuável pelos cidadãos. Se, de
fato, fosse facilmente acessível ao adversários, seria
facilmente destruída por eles. Semelhantemente, se fosse de
difícil evacuação por parte de seus cidadãos, estes não
poderiam repelir facilmente seus adversários. Esta disposição
pode ser conseguida pela relação dos lugares convenientes
para com os montes e rios ou lugares abruptos.
Importa também que toda a multidão dos homens na
cidade seja bem visível, de tal modo que qualquer parte da
cidade, se o necessitar, possa ser facilmente ajudada por
qualquer outra.
Deve-se entender que assim como o animal é algo
uno, composto de partes diversas unidas em um todo, de tal
modo que a operação de cada parte se ordena ao bem de cada
uma das demais, assim também a cidade é uma comunidade
composta de muitas partes, cujas operação são ordenáveis ao
bem de cada uma de todas as demais, pelo menos na medida em
que são partes da cidade. Deste mesmo modo, a região em que
se localiza a cidade deve ser algo uno composto de muitas
partes dispostas entre si de tal modo que qualquer parte seja
ordenável ao bem de qualquer uma das demais e por isto
importa que ela seja disposta segundo o lugar de tal modo que
qualquer parte possa ser auxiliada por qualquer outra quanto
à defesa dos adversários ou quanto ao que é necessário à
vida, ou a qualquer outra coisa semelhante.
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