6. Se o sentido e o sensível se corrompem simultâneamente.

[Deseja-se investigar agora se, à luz do que foi dito], o sentido e o sensível se corrompem ou [se produzem] simultaneamente.

[Devemos dizer que], já que o ato do sentido e do sensível é um pelo sujeito, mas difere pela razão, é necessário que o ouvido em ato e o som em ato simultâneamente se [produzam] e se corrompam. Mas se [o sentido e o sensível] são tomados em potência, não é necessário que se [produzam] e se corrompam simultâneamente.

[Esta questão é importante para que não se chegue a pensar, como] os antigos filósofos, que nada é branco ou preto exceto se estiver sendo visto. E como eles pensavam que somente existem entes sensíveis, nem nenhuma virtude cognoscitiva, que não fosse o sentido, [chegavam à conclusão] de que todo o ser e a verdade das coisas consistia em aparecer.

Esta opinião é, de um modo verdadeira e de outro modo não, dependendo de como se tomar a acepção do sentido e do sensível. Tomando o sentido e o sensível em ato, não existe sensível sem sentido. Tomando o sentido e o sensível em potência, já não se pode dizer o mesmo.