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O Filósofo disse e declarou que os que excedem
todos os demais devem ser exilados na cidade, e isto parece
muito duro. Por isso, querendo corrigir-se, afirma também o
Filósofo que este discurso sobre o exílio com que deve ser
punido aquele que excede todos os demais no poder ou na
virtude possui algo de justo, mas não se simplesmente justo.
Por isso teria sido melhor desde o princípio ordenar a
política de tal modo que não fosse necessário este exílio,
porque esta relegação é algo perigoso, já que não se exilam
senão homens poderosos, e estes podem, [ainda como exilados],
causar danos à cidade. E por isso teria sido melhor se a
cidade tivesse sido ordenada de tal modo que não fosse
necessário usar do recurso do exilamento, de tal modo que
desde o início tivesse sido ordenado que não fosse lícito a
alguém exceder um determinado grau de riquezas, nem exceder
outros segundo grau algum, nem receber excedentes mas apenas
iguais e, se acontecesse que alguém excedesse, que fosse
corrigido e dirigido de alguma maneira. Somente depois disso,
se tais recursos falhassem, seriam estes homens corrigidos
pelo exílio.
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