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A alma intelectiva não está em ato [em relação às]
espécies [inteligíveis], mas apenas em potência. Reduzindo-se
ao ato, adquire a ciência, e assim é dita intelecto em ato. O
intelecto, tendo adquirido a ciência, de alguma forma está em
ato, tendo as espécies inteligíveis. Mas de alguma forma
também está em potência, não todavia como antes estava em
potência, antes que adquirisse a ciência. Antes que
adquirisse o hábito da ciência, que é o ato primeiro, não
poderia operar [pelo simples] querer. Para isto seria
necessário que, por meio de um outro, fosse reduzida ao ato.
Mas, já tendo adquirido o hábito da ciência, que é o ato
primeiro, pode, [pelo simples] querer, passar ao ato segundo
que é a operação.
[De onde fica patente que é] falsa a opinião que
afirma que as espécies não se conservam no intelecto
possível, não estando nele a não ser quando o intelecto
possível intelige em ato. Contra isso Aristóteles afirma que,
inteligindo em ato o intelecto, as espécies inteligíveis está
nele segundo um ato perfeito. Tendo [apenas] o hábito da
ciência, as espécies estão no intelecto possível de uma
maneira intermediária entre a potência pura e o ato puro.
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