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Através do que foi dito [na parte do texto da
teoria do infinito que, conforme explicado, foi aqui
omitido], fica manifesto que não pode existir um corpo
infinito em ato. Entretanto, se o infinito é dito
simplesmente não existir, segue-se que
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A. O tempo não será infinito, e
portanto terá um começo ou um fim.
B. Que a magnitude nem sempre será
divisível, chegando-se, pelo
processo da divisão, a algo que
não será mais magnitude.
C. Que o número não poderá ser
aumentado até ao infinito.
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Já que nem é possível dizer que o infinito em ato existe, nem
é possível dizer que o infinito simplesmente não existe, é
necessário dizer que de alguma maneira o infinito existe e de
alguma outra maneira o infinito não existe.
[O filósofo esclarecerá que este fato se explica
porque o infinito não existe em ato, mas em potência.
Entretanto, deve-se advertir adiantadamente, para maior
clareza, que o infinito somente existe em potência na
magnitude por divisão, no número por adição, e no tempo, mas,
quanto a um corpo sensível infinito, este não existe nem em
ato nem em potência].
Em seguida, o filósofo mostra que o infinito
existe como o ser em potência.
Essa afirmativa decorre do seguinte:
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A. Já foi mostrado que nenhuma
magnitude é infinita em ato.
Assim, nas magnitudes, o infinito
por adição não é encontrado.
B. Mas um número pode ser
adicionado até ao infinito e uma
magnitude pode ser dividida até ao
infinito.
C. [Na verdade, porém, a adição de
números e a divisão de magnitudes
jamais conduziram a alguém
mostrar, em ato, uma magnitude
infinitamente dividida, ou um
número infinitamente grande. Estas
coisas, na verdade,] são ditas
infinitas na medida em que podem
ser adicionadas ou divididas [sem
limitações].
D. Segue-se, portanto, que o
infinito existe como ser em
potência.
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