6. Responde-se mais particularmente às dúvidas acerca da utilidade da prudência.

Quanto à objeção levantada contra a utilidade da prudência, devemos dizer de modo especial que está errada a afirmação pela qual se dizia que pela prudência não somos operativos das operações da virtude. Isto é errado, porque a obra da virtude é aperfeiçoada segundo ambas estas coisas, isto é, segundo a prudência e segundo a virtude moral. De fato, duas coisas são necessárias na obra da virtude. A primeira, é que o homem tenha uma reta intenção do fim, o que é feito pela virtude moral, na medida em que esta inclina o apetite para o fim devido. A segunda é que o homem [se encontre corretamente] acerca das coisas que [se relacionam] para com o fim, o que é feito pela prudência, a qual é bem aconselhante, julgante e preceptiva das coisas que se relacionam para com o fim. Assim, à obra da virtude concorrem a prudência, que é perfectiva do que é racional por essência, e a virtude moral, que é perfectiva da [parte] apetitiva [da alma], que é racional por participação.