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Foi mostrado no livro primeiro que a felicidade é
apetecível per se de tal maneira que de nenhum modo é
apetecida por causa de outro. Ora, isto aparece somente na
especulação da sabedoria, que é amada por causa de si mesmo e
não por causa de outro. De fato, nada é acrescentado ao homem
pela contemplação da verdade além da própria especulação da
verdade. Nos operáveis exteriores, porém, sempre o homem
adquire algo além da própria operação, ou mais ou menos, como
por exemplo, a honra e a graça perante os outros, que não é
adquirida pelo sábio de sua contemplação, a não ser por
acidente, na medida em que enuncia a verdade contemplada aos
outros, o que já pertence à ação exterior. Assim, portanto, é
evidente que a felicidade maximamente consiste na operação da
contemplação.
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