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[Aristóteles pretende agora explicar o que é o
homem verídico]. Entendemos [aqui por homem verídico] não
aquele que diz a verdade nas confissões judiciais, como por
exemplo, quando alguém interrogado por algum juiz confessa a
verdade, nem também aquele que diz a verdade em qualquer
coisa pertencente à justiça. Isto, de fato, pertence a outra
virtude, a da justiça. Por homem verídico queremos dizer
aquele que em vida e em suas palavras diz a verdade por
disposição de hábito, em coisas que não apresentam diferença
quanto à justiça e à injustiça, que mostra a verdade não para
observar a justiça, mas por causa da aptidão que tem para
dizer a verdade. Ele ama a verdade e o verdadeiro também nas
coisas nas quais não existe muita relação com o prejudicar ou
[o promover os outros], e muito mais nas coisas em que dizer
o verdadeiro ou o falso faz alguma diferença no prejudicar ou
ajudar os outros. Isto porque a virtude da verdade abomina a
mentira segundo se como algo torpe, e não somente na medida
em que prejudica os outros. E se às vezes é difícil dizer a
verdade no ponto, mais se inclinará para o menos do que para
o mais.
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