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Quididade é a essência de uma coisa, significada
pela definição [desta coisa]. A razão para se perguntar se a
quididade de uma coisa é o mesmo que a coisa provém de que
Platão colocava a quididade das coisas como estando separada
[da coisa]. Às quididades Platão chamava de idéias.
[Quanto a isto, a posição de Aristóteles é que As
quididades das coisas estão nas coisas] e não são diferentes
das [próprias] coisas exceto por acidente. Por exemplo, a
quididade de um homem branco não é o mesmo que o homem
branco. Isto porque a quididade do homem branco somente
contém em si aquilo que pertence à espécie do homem. Mas o
homem branco contém em si algo que está além da espécie
humana [que é o acidente branco].
Isto ocorre em tudo aquilo que apresenta forma na
matéria, porque nestas coisas existe algo além do princípio
da espécie. Já que a natureza da espécie é individuada pela
matéria, os princípios individuantes e os acidentes do
indivíduo estão para além da essência da espécie. Por isso é
que ocorre sob uma mesma espécie acharem-se diversos
indivíduos, porque, apesar de não diferirem na natureza da
espécie, diferem todavia segundo os princípios individuantes.
Portanto, em todas aquelas [coisas] que apresentam forma na
matéria, não é completamente idêntica a coisa e sua
quididade, [ou essência]. Exemplo: Sócrates não é sua
humanidade.
Entretanto, nas coisas que não apresentam forma na
matéria, como as formas simples, estas nada podem ter além da
essência da espécie. E isto porque a própria forma é toda a
essência. E por isso nelas não podem existir diversos
indivíduos de uma mesma espécie, nem podem ser diferentes a
coisa e sua quididade.
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