7. Como algo pode ser enunciado do universal.

Do universal pode-se enunciar algo de [dois modos]. [Cada um destes modos pode ser subdividido em outros dois]. [Desta segunda subdivisão resulta que do universal pode-se enunciar algo de] quatro modos.

A. De um primeiro modo, [algo pode ser enunciado do universal] considerando-o como separado dos singulares.

[Isto pode ocorrer tanto segundo a sentença de Platão], que considerava os universais como subsistentes por si mesmo, ou segundo a sentença de Aristóteles, que considerava os universais segundo o ser que têm no intelecto.

[Considerado o universal enquanto separado dos singulares], pode-se-lhe atribuir algo de dois modos:

A.1. Atribuindo-lhe algo que pertença somente à operação da inteligência, como quando se diz:

"o homem é predicável de muitos".

A.2. Atribuindo-lhe algo que é apreendido como uno, mas de modo que o que lhe é atribuído não pertence ao ato do intelecto, mas ao ser que a natureza apreendida possui nas coisas que estão fora da alma, como quando se diz que

"o homem é a mais digna entre as criaturas".

Isto, de fato, convém à natureza humana também na medida em que está nos singulares, pois qualquer homem singular é mais digno do que todas as criaturas irracionais. Todavia, por este modo lhe atribuímos um predicado como a uma só coisa.

B. De um segundo modo, [algo pode ser enunciado do universal] na medida em que [ele está] nos singulares.

[Considerado o universal enquanto está nos singulares], pode- se-lhe ainda atribuir algo de dois outros modos:

B.1. Atribuindo-lhe algo em razão de sua própria natureza universal, como quando lhe atribuímos algo que pertence à sua essência, ou que se segue aos seus princípios essenciais, como quando se diz

"o homem é animal",

ou

"o homem é risível".

B.2. Atribuindo-lhe algo em razão do singular em que se encontra, como quando se lhe atribui algo que pertence à ação do indivíduo, como quando se diz:

"o homem caminha".