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A matéria é de duas maneiras: sensível e
inteligível. A matéria sensível é aquela que diz respeito às
qualidades sensíveis, como o quente e o frio, o raro e o
denso, e outras assim. As coisas naturais ocorrem com matéria
sensível, mas as matemáticas são delas abstraídas. A matéria
inteligível é dita aquela que é tomada sem as qualidades
sensíveis ou diferenças, assim como o próprio contínuo. E
esta matéria não é abstraída das coisas matemáticas.
Daqui se segue que tanto nas coisas sensíveis,
como nas matemáticas, sempre se faz necessário que haja nas
definições algo como matéria e algo como forma. Assim como na
definição do círculo matemático, o círculo é definido como
uma figura superficial, sendo a superfície como matéria, e a
figura como forma. Portanto, a mesma será a razão pela qual a
definição matemática é una, e pela qual a definição natural é
una. [E isto porque], posto que nas coisas matemáticas não há
agente, assim como nas coisas naturais, todavia em ambas algo
é como matéria, e outro como forma.
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