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Nas suas considerações precedentes o Filósofo
colocou três divisões das enunciações.
A primeira foi segundo a unidade das enunciações,
na medida em que a enunciação é una de modo simples ou una
por conjunção.
A segunda foi segundo a qualidade, na medida em
que a enunciação é afirmativa ou negativa.
A terceira foi segundo a quantidade, na medida em
que das enunciações algumas são universais, outras
particulares, outras indefinidas ou ainda singulares.
Há uma quarta divisão das enunciações segundo o
tempo. Algumas, de fato, se referem ao presente, outras ao
passado, e outras ainda ao futuro.
Pode-se também tomar uma quinta divisão das
enunciações segundo a matéria, divisão esta tomada segundo a
relação do predicado para com o sujeito. Segundo esta
divisão, se o predicado inere ao sujeito per se, dizemos a
enunciação ser em matéria necessária ou natural; é assim que
dizemos que
ou
Se, porém, o predicado repugna per se ao sujeito como
excludente da razão do mesmo, dizemos a enunciação ser em
matéria impossível ou remota; é assim que dizemos que
Se, entretanto, o predicado está para com o sujeito de um
modo intermediário, de modo que nem repugna per se ao
sujeito, nem inere per se [ao sujeito], dizemos que a
enunciação é em matéria possível ou contingente.
[Deste modo, segundo a relação do predicado ao
sujeito as enunciações se dividem em
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- Enunciações em matéria necessária ou
natural;
- Enunciações em matéria impossível ou
remota;
- Enunciações em matéria possível ou
contingente].
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