11. De quais coisas há definição.

A definição é a razão significante da essência. Ora, a essência é idêntica com aquilo de quem é essência. Tais [coisas] são universais e não singulares. [Daqui se seguirá que somente existirá definição dos universais, e não dos singulares]. [Por exemplo], o círculo e a essência do círculo são o mesmo. Da mesma maneira, a alma e a essência da alma. [Destas coisas há definição]. Mas das coisas que são compostas de espécie e matéria individual, assim como este círculo, ou de alguns dos outros singulares, destas não há definição. Para tanto, não faz diferença se os singulares em questão são sensíveis ou inteligíveis. Singulares sensíveis são como o círculo de cobre ou de madeira. Singulares inteligíveis são como os círculos matemáticos.

Que na matemática se consideram alguns singulares, fica patente porque ali se consideram diversas coisas de uma só espécies, como diversas linhas idênticas e diversas figuras semelhantes. Estes singulares são ditos inteligíveis na medida em que sem o sentido são compreendidos somente pela fantasia. É por isto que não existe definição dos círculos singulares, porque as coisas das quais existe definição são conhecidas pela definição. Mas os singulares não são conhecidos senão na medida em que estão debaixo do sentido ou da imaginação.