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A razão das coisas que existem para um determinado
fim deve ser tomada deste fim. Por isso a diversidade das
mesmas em primeiro lugar se dá por causa da diversidade do
fim e, em segundo lugar, do modo diverso pelo qual se
relacionam para com o mesmo.
Ora, o fim da cidade é a felicidade. A felicidade,
de fato, é o ótimo que se pretende como o fim da cidade. A
felicidade, porém, é a operação segundo a virtude perfeita,
o seu perfeito exercício. Na cidade alguns alcançam a
operação perfeitamente, outros a alcançam pouco enquanto
outros, enfim, não a alcançam em nada.
É manifesto que está é a causa pela qual há
diversas espécies e diferenças das repúblicas. A diversidade
das repúblicas ocorre pela diversidade dos fins, ou pelo
diverso modo de se relacionar para com o mesmo fim. Pelo fato
de serem escolhidos diversos fins, ou de se escolher um mesmo
fim, mas de um ou outro modo, procurando-o alcançar de
maneiras diversas, produzem-se diversas vidas e, por
conseguinte, diversas repúblicas. De fato, para os modos
diversos de viver há diversas repúblicas.
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