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Ademais, é muito deleitável para o homem que ele
possa doar ou auxiliar os amigos, ou mesmo os estranhos ou
quem quer que seja. Mas isto não se pode fazer se o homem não
possui algo como sua possessão. Este bem também é removido
pela legislação de Sócrates que proíbe a propriedade de
posses.
Aqueles que querem unir excessivamente a cidade
desta maneira, manifestamente eliminam com isto a obra das
virtudes. Os que introduzem a comunidade de posses removem
com isto o ato da liberalidade. Não poderá manifestar-se que
alguém seja liberal, nem alguém poderá exercer o ato da
liberalidade, se não tiver posses próprias, no uso das quais
consiste a obra da liberalidade. O homem liberal gasta e doa
o que é próprio; mas, se alguém dá o que é comum, isto não
pertence propriamente à liberalidade.
Todos estes inconvenientes acontecerão àqueles que
quiserem unir excessivamente uma cidade introduzindo nela a
comunidade das mulheres, dos filhos e das posses.
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