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[Uma outra razão para que a felicidade não esteja
nas operações dos jogos] é tomada do fato de que a felicidade
é fim. Se, porém, consiste em jogos, seguir-se-ia que o fim
de toda a vida humana seriam os jogos, de tal maneira que o
homem negociaria e padeceria todos os demais trabalhos para
que jogasse. [Ora], que o homem se dedicasse à especulação e
trabalhasse na ação por causa dos jogos, parece ser estúpido
e imensamente pueril. Ao contrário, o que parece ser correto
é a sentença de Anacbarsis , segundo a qual as pessoas
brincam algum tempo para que depois estudem diligentemente.
Isto acontece porque nas brincadeiras há algum relaxamento e
repouso. Os homens, entretanto, não podendo trabalhar
continuamente, necessitam de repouso. De onde que é evidente
que as brincadeiras não são fins, porque o repouso é por
causa da operação, para que depois o homem possa operar mais
veementemente. De onde que, [por esta primeira razão], fica
evidente que a felicidade não consiste nos jogos.
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