8. O movimento deve ser eterno. Segunda argumentação.

[Devemos em primeiro lugar fazer duas colocações preliminares].

A. Não pode existir antes e depois a menos que exista tempo.

B. Não pode existir tempo a menos que exista movimento.

[Em conseqüência], se o tempo é eterno, então o movimento deve ser eterno.

[Portanto, para demonstrar que o movimento é eterno, basta demonstrar que o tempo é eterno. Que o tempo seja eterno, pode ser demonstrado de duas maneiras].

A primeira é segundo a opinião dos antigos filósofos, os quais, à exceção de Platão, acharam por unanimidade que o tempo não começou a ser depois que previamente não era.

A segunda é pela própria razão.

[Demonstra-se que o tempo é eterno da seguinte maneira]: é impossível dizer ou pensar que existe tempo sem "agora". Além disso, o "agora" é um intermediário, apresentando natureza tanto de início como de fim. Por isso parece que o tempo deveria ser eterno. Porque qualquer tempo que se tome, seu extremo em cada lado é um "agora". Portanto, em cada lado de cada dado tempo deve sempre existir tempo. Caso contrário, o primeiro "agora" não seria um fim, e o último "agora" não seria um início. Assim, já que o tempo é eterno, o movimento deve ser eterno.