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Conforme foi explicado, há três amáveis, que são o
bem, isto é, o [bem] honesto de modo simples, o deleitável e
o útil. Estes três amáveis diferem entre si pela espécie, não
como três espécies dividindo por igual um gênero, mas na
medida em que se encontram [entre si] como o anterior e o
posterior. Ora, como os atos se diferenciam segundo a
diferença dos objetos, segue-se por conseqüência que o amor
de amizade segundo estes três [amáveis] diferem pela espécie,
de tal maneira que haja uma espécie de amor de amizade pelo
qual se ama algo por causa do bem, outra pela qual se ama
algo por causa do deleitável, e outra por causa do útil. E
porque o ato da amizade é o amor de amizade, conseqüentemente
haverá também três espécies de amizade, iguais em número aos
amáveis. A primeira delas é a amizade por causa do honesto,
que é o bem de modo simples. A segunda é a amizade por causa
do deleitável. A terceira, por causa do útil.
Em cada uma destas espécies de amizade se salva a
natureza da amizade que foi anteriormente colocada, porque
segundo cada uma destas três espécies pode haver amor
recíproco não oculto. E segundo estas três espécies os amigos
podem se querer bem mutuamente segundo o que amam. Por
exemplo, se se amam por causa da virtude, querem para si
mutuamente o bem da virtude. Se se amam por causa do útil,
querem para si mutuamente bens úteis. E se por causa da
deleitação, [bens] deleitáveis.
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