5. Acerca de quais deleitações corporais é a temperança.

Aqueles que se deleitam nas coisas visíveis, não são ditos por isto nem temperantes nem intemperantes. [Existe uma virtude que diz respeito às deleitações da vista, onde podemos encontrar um termo médio, ou a superabundância e o defeito. Mas estas coisas] pertencem à curiosidade, e não à intemperança, que diz respeito a deleitações mais veementes.

Acerca das deleitações do ouvido não há também temperança ou intemperança, porque nem também estas são deleitações muito veementes.

Também não são ditos temperantes ou intemperantes aqueles que se deleitam quanto ou mais do que convém nos odores em si considerados. Somente pode haver aí temperança ou intemperança por acidente, na medida em que os odores coincidem com gostos ou tatos deleitáveis. De fato, aqueles que se deleitam com os odores das rosas, que são espécies de odores segundo se, não os dizemos intemperantes. Aqueles, porém, que se deleitam nos odores utilizados pelas mulheres, [aí pode haver intemperança] por causa da memória de algumas outras coisas de que tem concupiscência.

Além dos três sentidos já mencionados, existem o tato e o gosto. Como acerca dos três precedentes não há temperança, conclui-se que poderá haver temperança e intemperança acerca do tato e do gosto.