3. Se somente a substância tem essência, ou também o acidente. II.

Isto que se diz "homem branco" não é uma daquelas coisas que são ditas per se, muito pelo contrário, é uma das coisas que são ditas por acidente. O "homem branco", de fato, é uno por acidente e não per se.

Quando algo é dito de outro ser uno por acidente, isso pode ocorrer de duas maneiras. Pelo primeiro modo, segundo que o homem é branco. Pelo segundo modo, segundo que o branco é homem. Um destes modos é por adição, o outro não. Na definição de homem não é necessário que se adicione a definição de branco. Na definição de branco é necessário que se coloque o homem, ou o nome de homem, ou sua definição, caso o homem seja o sujeito próprio do branco, ou, [caso contrário], alguma outra coisa que seja o seu próprio sujeito.

Assim fica patente que, se o branco tivesse uma essência e definição, não teria outra do que aquela que é [a essência e definição] do homem branco: porque, como na definição do acidente se coloca o sujeito, é necessário que deste modo se defina o branco, assim como o homem branco, conforme explicado. Assim fica claro que o "branco" não tem essência, mas somente aquilo do qual ele é predicado, a saber, o homem, ou o homem branco.

Portanto, a partir do predito, segue-se que a essência não é a não ser daquilo que é "algo", seja este algo de modo total, ou seja, o composto, como o homem branco, seja não de modo total, como homem. Já o branco não significa um "algo", mas uma qualidade.