8. A segunda diferença entre a arte e a prudência.

[É melhor artista quem peca voluntariamente do que quem peca involuntariamente]. Se alguém peca na arte por vontade própria, é considerado melhor artífice do que se o fizesse não espontaneamente, porque então isto pareceria proceder da imperícia da arte.

[Na prudência ocorre o contrário]. Acerca da prudência é menos louvado quem peca querendo do que o que peca não o querendo, assim como acontece acerca das virtudes morais. Isto se dá porque requer-se para a prudência a retidão do apetite acerca dos fins, para que com isto se salvem os princípios [da prudência].

Destas diferenças fica evidente que a prudência não é arte, a qual é como que consistindo somente na verdade da razão. A prudência, [ao contrário], é virtude ao modo das virtudes morais, requerendo a retidão do apetite.