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No método precedente o Filósofo distinguiu as
políticas em retas e transgredidas. As retas são o reino, que
é a [política] ótima, o estado dos ótimos e a [política] que
é chamada pelo nome comum de política. As [políticas]
desviadas são a tirania, que é a corrupção do reino, que por
este motivo é péssima, o estado dos poucos, que é a corrupção
do estado dos ótimos, e o estado popular, que é a corrupção
da política.
Ao mencionar as políticas desviadas. o Filósofo
declara qual delas é mais e qual delas é menos corrompida. Do
que foi dito é manifesto qual das políticas desviadas é
péssima, qual é a menos má depois dela e qual é a minimamente
má. A política que procede da corrupção da política ótima e
diviníssima que é maximamente reta segundo a razão é
necessária que seja a péssima, conforme é manifesto. Ora, o
reino é a política ótima, e a que é maximamente segundo a
razão. Se o rei não for tal por causa da excelência da
virtude e do bem entendido universalmente, de rei ele só terá
o nome, e ainda assim de modo equívoco. Está escrito no
Oitavo Livro da Ética que não há rei se ele não for
suficiente por si mesmo e super excelente em todos os bens.
Este é o motivo pelo qual a tirania é a péssima entre todas
as políticas; de fato, ela é a que maximamente dista da
política ótima.
Segue-se, após a tirania, o governo dos poucos em
maldade. Esta política é uma corrupção do governo dos ótimos,
que ocupa um grau de excelência após o reino. O governo dos
poucos é a pior política após a tirania.
A política menos má, e mais comedida entre as
desviadas é o estado popular, porque procede da corrupção da
política, que é a menos reta entre as retas. Portanto, o
estado popular é a política minimamente má entre as políticas
desviadas, pois aquilo que se corrompe a partir do que é
menos bom é necessário que seja também um mal menor.
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