6. Resposta a uma objeção.

[Pode levantar-se uma objeção segundo a qual] não pareceria ser verdade que o apetite move, porque os [homens] continentes não seguem o apetite.

[A realidade no homem, poerém, é mais complexa]. [Não é que os continentes simplesmente não sigam o apetite. É que] no homem existem apetites contrários, dos quais os continentes seguem um deles, e repugnam o outro. Quando a razão da concupiscência é contrariada, é porque se formam apetites mutuamente contrários. Isto acontece naqueles que possuem o sentido do tempo, isto é, que não apenas conhecem aquilo que é presente, mas consideram o passado e o futuro. Assim é que o intelecto às vezes ordena abster-se do concupiscível por causa da consideração do futuro. Por exemplo, os febricitantes, através do juízo do intelecto, preferem abster-se do vinho para que a febre não aumente. A concupiscência, entretanto, incita a aceitar algo por causa disto e já, isto é, pelo que algo no presente é. De fato, no tempo presente, o deleitável é bom simplesmente pelo fato de que não se considera o futuro.