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[Agora queremos resolver ainda mais explicitamente
a objeção de que, como somente pode ser visto o que é cor, se
alguém vê que está vendo, na vista existe a cor, o que é
errado. Podemos fazê-lo dizendo que] a vista não [contém] a
cor, mas [é mais correto] ampliar esta posição dizendo que
aquele que vê é assim como o colorido, porque no vidente
existe a semelhança da cor, de onde que o vidente é assim
como o colorido. Daqui se segue que a potência que vê alguém
ser vidente, não está para além da potência visiva. E que,
[se bem que o vidente não tenha cor], seja colorido de alguma
forma, demonstra-se porque qualquer órgão do sentido e
susceptível da espécie sensível sem a matéria. E a razão
disto é porque, afastado o [objeto] sensível, fazem-se em nós
sensações e fantasias. E desta forma é patente que o vidente
é, de alguma forma, colorido, [isto é], na medida em que tem
a semelhança da cor.
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