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A temperança em grego tem um nome que significa
"salvadora da prudência". A temperança, de fato, na medida em
que modera as deleitações e as tristezas do tato, salva a
estimação dos fins por causa dos quais se fazem os operáveis.
Os fins em vista dos quais são feitos os operáveis são
princípios dos operáveis, por se acharem em relação aos
operáveis assim como os princípios para com as demonstrações.
Ora, quando há uma veemente deleitação ou tristeza, parecerá
ao homem que o ótimo é aquilo pelo qual conseguirá a
deleitação e fugirá da tristeza. Assim, corrompido o
julgamento da razão, não parecerá ao homem verdadeiro o fim
que é princípio da prudência acerca do operável existente,
nem apetecerá [este fim], nem lhe parecerá que é necessário
escolher e operar todas as coisas por causa do verdadeiro
fim, mas sim por causa do deleitável. De fato, qualquer
malícia, isto é, hábito vicioso, corrompe o princípio na
medida em que corrompe a reta estimação do fim. Ora, esta
corrupção é maximamente impedida pela temperança. De onde que
se conclui que a prudência necessita da temperança como uma
salvadora de seus princípios.
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