14. Primeira objeção, no texto de Aristóteles, contra a eternidade do movimento.

[Aristóteles coloca em seu texto a seguinte objeção].

Nenhuma mutação terminada é eterna.

Mas toda mutação é terminada, porque toda mutação o é, de modo natural, de algo até algo, e estes são contrários, conforme foi explicado no final do livro VI.

Portanto, se nenhuma mutação é eterna, parece ser possível designar algum tempo no qual não existe mutação.

[Tanto esta objeção como a solução que se lhe segue são melhor compreendidas voltando ao final do Livro VI].

É correto afirmar que o movimento entre contrários não pode durar como um e o mesmo em número. Na verdade, isto é necessário, conforme será demonstrado mais adiante neste livro. Entretanto, nada pode impedir que um movimento que não é entre contrários, como o movimento circular, de permanecer sempre o mesmo, contínuo e perpétuo. Por conseguinte, embora todo movimento seja finito em relação aos seus términos, não obstante, alguns movimentos podem ser contínuos e perpétuos através de repetição.