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[Como, por um lado, o assunto do que vem a seguir
é a natureza da fantasia, e por outro lado, as considerações
iniciais desta parte não parecem dizer respeito a mesma,
cumpre explicar o que se pretende com elas]. [O principal
objetivo das seguintes considerações introdutórias será o de
mostrar marcadamente que a fantasia, muito ao contrário do
que costuma parecer a um primeiro exame, não é algo
pertencente ao intelecto, mas ao sentido]. [E para fazer
ressaltar mais este ponto, será necessário assinalar também a
diferença que existe entre a opinião e a fantasia.
Aristóteles mostra então que a opinião pertence ao intelecto,
a fantasia pertence ao sentido, e a opinião segue-se ao
intelecto assim como a fantasia segue-se ao sentido].
[O propósito por trás de um primeiro
posicionamento da fantasia assim como explicado é o de, em
seguida, poder investigar melhor a sua natureza]. [Mas, para
chegar a esta posição, assim como anteriormente] foi
demonstrado que as operações de discernir os atos dos
sentidos próprios e de discernir entre os sensíveis dos
diversos sentidos próprios não excedem as faculdades dos
princípios sensitivos, [se deverá agora demonstrar que] o
saber e o inteligir, que são as duas operações que se
atribuem ao intelecto, excedem [a capacidade] do princípio
sensitivo. [Isto é], saber e inteligir não pertencem ao
sentido. [Ou, dito de outro modo], o sentido e o intelecto
não são o mesmo pelo sujeito. [Após marcar esta diferença,
poderemos então colocar a fantasia em seu lugar, isto é, no
sentido e seguindo-o, assim como a opinião, que segue o
intelecto].
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