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A verdade e a falsidade acerca das [coisas]
simples e incompostas, [que são] as substâncias imateriais,
não se dá pela divisão ou composição que são feitas nas
coisas [compostas], mas pelo fato que se conheça e que elas
sejam ou não. De fato, nas coisas simples não há
composição, para que possa dizer-se que quando a coisa se
compõe, então o intelecto componente é verdadeiro, ou que
quando a coisa é dividida e o intelecto compõe, então o
intelecto não é verdadeiro. Não há nas coisas simples
composição, de tal maneira que dizendo-se afirmativamente
dela o que seja, isto signifique sua composição, ou
dizendo-se negativamente dela o que não seja, isto
signifique sua divisão.
Assim fica patente que o verdadeiro e o falso
nas [coisas] simples não é semelhante ao das [coisas]
compostas.
O que não é para se admirar, porque também o
ser não é semelhante em ambos. O ser dos compostos surge
dos componentes, não porém o ser dos simples. Ora, o vero
segue o ente, porque, conforme foi explicado no livro II, a
mesma é a disposição da coisa no ser e na verdade. De onde
que se segue que os que não são semelhantes no ser, não
serão semelhantes na verdade.
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