2. Comentários à afirmativa de que tudo está sempre em repouso.

[Em primeiro], é devido a uma certa fraqueza do intelecto que alguns disseram que todas as coisas estão em repouso. Esta posição resulta porque o intelecto não é suficiente para responder aos argumentos sofísticos que contradizem coisas que são manifestas aos sentidos. Contra essa posição, portanto, não é necessário argumentar por causa da estupidez do proponente.

[Em segundo], este problema não se refere a algum ser em particular, mas a todo ser. E ele não pertence somente à filosofia natural, porque todas as artes e as ciências fazem uso do movimento. Portanto, um erro que pertence a todos os seres e a todas as ciências não é para ser desprovado pela filosofia da natureza, mas pela metafísica.

[Em terceiro], não pertence às atribuições da filosofia natural rejeitar uma posição que é repugnante aos seus próprios princípios, porque em toda a ciência uma definição de seu sujeito é colocada como um princípio. Ora, na filosofia natural é colocado como princípio que a natureza é princípio do movimento.