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[A questão sobre se o uno e o ente são os
princípios de todas as coisas pode ser colcada da seguinte
maneira]. Alguns filósofos colocaram como princípios o uno
e o ente, porque são maximamente imóveis. De fato, qualquer
que seja o modo pelo qual algo varie, sempre permanece o
uno e o ente.
[Surge, porém, uma dificuldade pelo fato de que]
nós estamos procurando princípios que são perpétuos e de
existência separada. [Se, portanto, o uno e o ente
significarem substância, poderão ser tais princípios].
[Porém], o uno e o ente não podem significar a substância,
porque nesse caso seguir-se-ia que tudo será substância, e
nada será acidente, porque o ser se predica de todos os
entes. Ora, isto é manifestamente falso. Por outro lado, se
o uno e o ente não significarem a substância, não poderão
ser separáveis e existentes per se, [e com isso não poderão
ser os princípios]. Portanto, parece que o ente e o uno não
podem ser princípios.
A verdade [sobre esta questão] é que nem o ente
e nem o uno são princípios.
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