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[Existem diversas [coisas] que são elementos, por
possuírem as características dos elementos]. Assim, as letras
podem ser chamadas de elementos das palavras, e nas
demonstrações encontramos elementos pelas quais elas são
possíveis, como fica exposto nos livros dos Elementos de
Geometria, de Euclides. [Mas, de maneira especial, parece
existir um sentido mais próprio de elemento, que é o
correspondente ao seguinte dos quatro exemplos colocados por
Aristóteles].
Nos corpos naturais, algumas coisas são ditas
elementos de outras. São ditos serem elementos dos corpos
aquelas [coisas] nas quais os corpos mistos se resolvem por
último. Por conseqüência, os elementos serão aquilo pelo qual
os corpos são compostos de maneira primária. Os corpos que
são ditos elementos não são divididos em outras espécies
diferentes de corpos, mas em partes semelhantes, assim como
qualquer parte da água é água. Todos os filósofos que
colocaram tal corpo, no qual todos os outros se resolvem sem
que ele mesmo se resolva em nenhum outro, ser único,
afirmaram que apenas existia um elemento. Foi assim que
alguns filósofos afirmaram que este único elemento era a
água, outros o ar, outros o fogo. Os que colocaram a
existência de diversos de tais corpos foram os filósofos que
afirmaram existir diversos elementos.
Quando Aristóteles afirma que os elementos dos
corpos não são divididos em diversos segundo a espécie, isto
não deve ser entendido como uma divisão pela quantidade. Se
assim o fosse, a madeira seria elemento, porque qualquer
parte da madeira é madeira. Mas deve ser entendido da divisão
que é feita segundo uma alteração, assim como os corpos
mistos se resolvem em corpos mais simples.
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