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[Deseja-se investigar agora se, à luz do que foi
dito], o sentido e o sensível se corrompem ou [se produzem]
simultaneamente.
[Devemos dizer que], já que o ato do sentido e do
sensível é um pelo sujeito, mas difere pela razão, é
necessário que o ouvido em ato e o som em ato simultâneamente
se [produzam] e se corrompam. Mas se [o sentido e o sensível]
são tomados em potência, não é necessário que se [produzam] e
se corrompam simultâneamente.
[Esta questão é importante para que não se chegue
a pensar, como] os antigos filósofos, que nada é branco ou
preto exceto se estiver sendo visto. E como eles pensavam que
somente existem entes sensíveis, nem nenhuma virtude
cognoscitiva, que não fosse o sentido, [chegavam à conclusão]
de que todo o ser e a verdade das coisas consistia em
aparecer.
Esta opinião é, de um modo verdadeira e de outro
modo não, dependendo de como se tomar a acepção do sentido e
do sensível. Tomando o sentido e o sensível em ato, não
existe sensível sem sentido. Tomando o sentido e o sensível
em potência, já não se pode dizer o mesmo.
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