7. Que o que é justo deve ser tomado de modo principal em relação a outro, e não em relação ao agente [Summa, IIa/IIae, q.57 a.1].

Todas as demais virtudes [além da justiça] aperfeiçoam o homem somente nas coisas que lhe convém segundo si mesmo. À justiça, porém, é próprio entre as demais virtudes que ordene o homem nas coisas que se relacionam a outro. Isso se demonstra pelo fato da justiça importar numa certa equalidade, como o próprio nome o denota, já que vulgarmente dizemos "ajustar" as coisas que entre si adequamos. Ora, a equidade é dita em relação a outro.

Assim, portanto, aquilo que é reto nas obras das demais virtudes, à qual tende a intenção da virtude como em seu próprio objeto, não é tomado senão por comparação ao agente, na medida em que é feito de uma certa maneira por este agente. Na obra da justiça, porém, o reto é constituído por comparação a outro, também independentemente de sua comparação para com o agente. Por causa disso, a justiça, entre as demais virtudes, é determinada pelo seu objeto, que é o justo.