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[Fundamentalmente], o motivo pelo qual as formas
não são geradas a não ser por acidente [é o seguinte]. As
formas não propriamente têm ser, mas mais são [coisas] pelas
quais algo tem o ser. Ora, se a geração é a via ao ser,
somente serão geradas as coisas que têm o ser pelas formas.
É universalmente verdadeiro, conforme demonstrado
anteriormente, que a geração deste algo é uma geração a
partir de algum sujeito. Fazer isto que é o cobre redondo não
é fazer a redondidade, nem é fazer a forma da esfera. Mas é
fazer a forma em outro, isto é, na matéria. Ou seja, é fazer
o composto. Segundo uma demonstração já citada, se um agente
faz algo, é necessário que o faça a partir de algum outro,
assim como a matéria. Assim como o agente é dito fazer a
esfera de cobre a partir do cobre. Se, portanto, o agente faz
a própria forma, é patente que a deverá fazer de modo
semelhante, isto é, a partir de alguma matéria. Desta
maneira, assim como a esfera de cobre é composta de matéria e
forma, assim a forma da esfera de cobre será composta de
matéria e forma. Essa questão retornará, por sua vez, ao
analisarmos a forma da forma, e assim por diante. Ora, isto
não pode ser. Portanto, fica claro que a geração é daquilo
que se faz, não da forma, mas do composto.
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