5. Como o intelecto possível se reduz da potência ao ato.

A alma intelectiva não está em ato [em relação às] espécies [inteligíveis], mas apenas em potência. Reduzindo-se ao ato, adquire a ciência, e assim é dita intelecto em ato. O intelecto, tendo adquirido a ciência, de alguma forma está em ato, tendo as espécies inteligíveis. Mas de alguma forma também está em potência, não todavia como antes estava em potência, antes que adquirisse a ciência. Antes que adquirisse o hábito da ciência, que é o ato primeiro, não poderia operar [pelo simples] querer. Para isto seria necessário que, por meio de um outro, fosse reduzida ao ato. Mas, já tendo adquirido o hábito da ciência, que é o ato primeiro, pode, [pelo simples] querer, passar ao ato segundo que é a operação.

[De onde fica patente que é] falsa a opinião que afirma que as espécies não se conservam no intelecto possível, não estando nele a não ser quando o intelecto possível intelige em ato. Contra isso Aristóteles afirma que, inteligindo em ato o intelecto, as espécies inteligíveis está nele segundo um ato perfeito. Tendo [apenas] o hábito da ciência, as espécies estão no intelecto possível de uma maneira intermediária entre a potência pura e o ato puro.