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[O primeiro motivo consiste em que] a vida humana,
e as coisas mundanas, em geral tendem ao defeito. Ora, a
experiência torna manifesto que a velhice e qualquer outra
impotência ou defeito tornam os homens iliberais, porque lhe
fazem parecer que carecem de diversas coisas. E assim o homem
mais [e mais] deseja as coisas exteriores pelas quais se
socorre de sua indigência.
[O segundo motivo consiste em que] aquilo ao qual
o homem é naturalmente inclinado não é facilmente movido por
ele. Ora, o homem é mais facilmente inclinado à iliberalidade
do que à prodigalidade. Um sinal disto está em que aquilo que
é natural é encontrado em [maior número], e os que amam e
conservam o dinheiro são encontrados em maior número do que
os que o dão. De fato, a natureza inclina ao amor do
dinheiro, na medida em que por ele a vida humana é
conservada.
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