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A definição é a razão significante da essência.
Ora, a essência é idêntica com aquilo de quem é essência.
Tais [coisas] são universais e não singulares. [Daqui se
seguirá que somente existirá definição dos universais, e não
dos singulares]. [Por exemplo], o círculo e a essência do
círculo são o mesmo. Da mesma maneira, a alma e a essência da
alma. [Destas coisas há definição]. Mas das coisas que são
compostas de espécie e matéria individual, assim como este
círculo, ou de alguns dos outros singulares, destas não há
definição. Para tanto, não faz diferença se os singulares em
questão são sensíveis ou inteligíveis. Singulares sensíveis
são como o círculo de cobre ou de madeira. Singulares
inteligíveis são como os círculos matemáticos.
Que na matemática se consideram alguns singulares,
fica patente porque ali se consideram diversas coisas de uma
só espécies, como diversas linhas idênticas e diversas
figuras semelhantes. Estes singulares são ditos inteligíveis
na medida em que sem o sentido são compreendidos somente pela
fantasia. É por isto que não existe definição dos círculos
singulares, porque as coisas das quais existe definição são
conhecidas pela definição. Mas os singulares não são
conhecidos senão na medida em que estão debaixo do sentido ou
da imaginação.
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