|
A concórdia, tal qual foi determinada, é
encontrada naqueles que são virtuosos. Tais homens são de tal
maneira que concordam para consigo mesmo e também concordam
entre si, na medida em que permanecem imovelmente o mesmo,
por eleição e por obras, porque, conforme foi dito, os
[homens] bons não são de se arrepender.
Os maus não podem concordar, a não ser talvez
pouco, assim como pouco podem ser amigos. E não podem
concordar por isso, porque querem carecer, isto é, ter menos
[parte] nos trabalhos que comumente são feitos para a
sustentação [da vida], nos tributos e nos serviços. Assim, na
medida em que não observam o bem comum que é a justiça, é
destruída entre eles a comunidade da concórdia, e ocorrem
entre eles brigas, por um obrigar a outro que lhe sirva
aquilo que é justo, mas ele próprio não quer fazer justiça ao
outro, querendo superabundar nos bens e carecer nos males, o
que é contra a igualdade da justiça.
|
|