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[Primeira demonstração]: a eleição principalmente
diz respeito às nossas ações. De fato, [fazemos eleição] de
que, por exemplo, tomemos isto ou disto fujamos, ou qualquer
outra coisa que pertença às nossas ações. Já a opinião diz
respeito principalmente à coisa. De fato, nós opinamos o que
é isto, como por exemplo, que é pão, ou para o que convém, ou
como dele se deve utilizar. A opinião não tem como objeto
principal nossas operações, por exemplo, que opinemos se nós
devemos ir ao encontro ou fugir de algo. Isto acontece porque
as nossas operações são acerca de coisas singulares e
contingentes, de onde que o seu conhecimento ou opinião não é
muito procurado por causa da verdade que haja nelas, mas
somente por causa da operação [que se deve acerca delas fazer
no caso]. Portanto, daqui se conclui que a eleição não é o
mesmo que a opinião.
[Segunda demonstração]: a eleição é louvada na
medida em que ordena corretamente algo ao seu fim, enquanto
que a opinião é louvada se é verdadeira acerca de algo.
Assim, o bem e a perfeição da eleição consiste em uma certa
retitude, enquanto que o bem e a perfeição da opinião é a
verdade. Ora, as coisas cujas perfeições são diversas são
diversas. Portanto, a eleição não é o mesmo que a opinião.
[Terceira demonstração]: se a opinião e a eleição
fossem o mesmo, seria necessário que os mesmos fossem aqueles
que fizessem eleição do ótimo e que tivessem uma opinião
verdadeira dele. Mas isto é manifestamente falso. De fato,
alguns opinam [segundo a verdade] o que é melhor
universalmente, porém, por causa da malícia não [fazem
eleição] do que é melhor, mas do que é pior. Portanto, a
eleição não é o mesmo que a opinião.
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