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[Como um fato preliminar, devemos considerar que]
já que tudo o que é mudado é mudado de um término para outro,
então tudo o que é mudado, quando já foi mudado, deve estar
no término "para o qual". [A demonstração desta afirmativa é
omitida nesta compilação].
[Devemos, porém, considerar o que significa uma
mutação "primariamente terminada num dado tempo"].
Uma mutação é primariamente terminada num dado
tempo, quando ela não é terminada naquele tempo por razão de
nenhuma das partes desse tempo, como quando um objeto móvel
se diz ter sido mudado em um dia porque ele foi mudado em
alguma parte daquele dia.
[É razoável que] o tempo no qual uma mutação é
primariamente terminada seja indivisível, porque existe um
término ou um fim do movimento, e o término de cada contínuo
é indivisível.
[Podemos demonstrar esta afirmação fazendo as
seguintes considerações].
Seja AC um tempo divisível e dividido em B.
[Supõe-se que o movimento está terminado de maneira primária
em AC].
Então, deve-se dizer que, [no tempo AC],
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A. O corpo móvel foi mudado em
cada uma das partes.
B. O corpo móvel está sendo mudado
em cada uma das partes.
C. O corpo móvel está sendo mudado
em uma parte e foi mudado
em outra parte.
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Se acontece a alternativa A, o movimento não é terminado de
maneira primária no todo, mas na parte.
Se acontece a alternativa B, então o objeto móvel
está sendo mudado no todo, o que é contra a suposição inicial
de que o movimento estava terminado na ação do todo de
maneira primária.
Se acontece a alternativa C, também não se pode
dizer que o movimento está terminado de uma maneira primária
no todo.
Como as três alternativas são incompatíveis com a
suposição inicial, segue-se que [um movimento somente pode
estar terminado de maneira primária em um tempo indivisível].
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