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Que as deleitações diferem segundo [diferem] as
operações, fica manifesto pelo fato que qualquer deleitação,
por uma certa afinidade, é atribuída à operação que
aperfeiçoa, porque cada operação é aumentada pela própria
deleitação, assim como qualquer coisa é naturalmente apta a
ser aumentada por aquilo que lhe é semelhante e conforme.
De fato, vemos que aqueles que deleitavelmente
operam qualquer obra da razão mais podem julgar as obras
singulares, e examinar por certeza as coisas acerca das quais
tratam deleitavelmente. Assim é que o geômetra, que se
deleita nas considerações da geometria, mais pode intelegir
cada uma de tais operações, porque a sua mente mais é dotada
naquilo em que se deleita. E a mesma razão há em tudo o mais,
como anqueles que se deleitam na arte edificativa, os quais,
pelo fato de se deleitarem em tais obras, grande aumento
fazem à própria obra. E assim é evidente que as deleitações
aumentam as operações.
Do que foi dito, seguiu-se que as deleitações
aumentam as operações. Ora, é manifesto que as coisas que
aumentam são próprias das coisas que são aumentadas. De onde
que importa que coisas diversas sejam aumentadas por [coisas]
diversas. Se, portanto, as operações, que são aumentadas
pelas deleitações, diferem pela espécie, como foi mostrado,
por conseqüência as próprias deleitações que [as aumentam]
diferirão pela espécie.
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