3. Os filósofos que colocaram a causa eficiente como princípio do movimento.

Alguns filósofos prosseguiram [adiante para além da posição dos mais antigos filósofos]. A própria evidência da natureza lhes forneceu o caminho para o conhecimento da verdade, e os coagiu a investigarem uma certa dúvida que os levou à causa eficiente. Esta era que nenhuma coisa ou sujeito é capaz de transmutar a si mesmo, assim como a madeira não se transmuta a si mesma para que se faça uma cama. [De fato], importa alguma outra coisa ser aquilo que é causa da mutação, como o artífice.

Perante esta razão apresentada, os filósofos se posicionaram de três maneiras. Houve [primeiramente] aqueles que a princípio tentaram esta via e disseram haver uma causa material. Mas não se afligiram com a solução da questão precedente. Estavam contentes com a [causa] material, negligenciando, portanto, completamente a causa do movimento.

Outros, que diziam tudo ser um, como que vencidos pela razão precedente, não conseguindo chegar a assinalar a causa do movimento, negaram totalmente o movimento. De onde diziam que todo o universo é um único ente imóvel.

A terceira posição foi daqueles que colocaram como sendo substância das coisas várias substâncias. Eles chegaram, devido à razão exposta, a colocar [uma] causa de movimento. Eles colocavam como causas o quente e o frio, ou o fogo e a terra. Dos quais o fogo apresentava natureza motiva, e a água, a terra ou o ar o contrário, isto é, uma natureza passiva. E assim o fogo era como que a causa eficiente, e os demais como que a causa material.