12. O que até aqui foi feito e o que resta por fazer.

O que até aqui fizemos foi circunscrever o bem final do homem, que é a felicidade. Chamamos de circunscrição a notificação de algo por outras [que são gerais], as quais ambientam a própria coisa, sem todavia declarar em especial a natureza desta coisa.

Fizemos isso porque fazia-se necessário que algo tivesse ficado dito figurativamente sobre o bem final do homem. Em seguida, outras coisas serão manifestadas, após o que podemos retomar aquilo que tinha sido anteriormente determinado figurativamente, quando então descreveremos [a felicidade] de modo pleno. Isto será feito no décimo livro.

O motivo para se proceder assim está em que parece pertencer à natureza de qualquer homem [que ele] conduza as coisas que bem contêm a descrição de alguma coisa do imperfeito ao perfeito por partes. De fato, pertence ao homem utilizar-se da razão para o conhecimento da verdade. Ora, não é próprio da razão apreender de modo imediato a verdade. Por isso, é próprio do homem progredir paulatinamente no conhecimento da verdade.

Já as substâncias separadas, que são ditas substâncias intelectuais, de modo imediato e sem investigação têm conhecimento da verdade.