7. Que o ato é o fim da potência.

[Vamos mostrar que o ato é o fim da potência mostrando como é assim em cada um dos três casos possíveis em que isso pode se dar: nas potências ativas naturais, nas potências racionais, nas potências passivas].

[Que o ato é o fim da potência nas potências ativas naturais], isso é manifesto porque os animais não vêem para que tenham potência visiva, mas mais tem potência visiva para que vejam.

[Que o ato é o fim da potência nas potências racionais pode ser compreendido considerando que] os homens têm potência de edificar para que edifiquem, e têm potência especulativa para que especulem. Eles não especulam para que tenham [a ciência] técnica, a não ser que estejam aprendendo, [quando então o fazem] para que a adquiram. Porém, neste caso, não especulam de um modo perfeito, mas apenas de um certo modo e imperfeitamente, porque o especular não é devido a alguma indigência, mas ao uso da ciência já adquirida. E este não é o caso dos aprendizes, porque as suas especulações são devido à indigência, e à sua necessidade de adquirir ciência.

[Que o ato é o fim da potência nas potências passivas pode ser entendido considerando que] a matéria está em potência até que venha à forma, quando então está em ato. Assim é em todas as coisas que se movem por causa de um fim. Desta maneira, a natureza alcança o seu fim, quando alcança o ato. Por onde fica manifesto que o ato é o fim do movimento natural.