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[Animais de espécies diferentes possuem
deleitações diferentes]. Há uma operação própria para cada
coisa, o que é [manifesto] pelo fato que as operações seguem
as formas das coisas segundo as quais elas diferem pela
espécie. Como, [portanto], a deleitação se segue à operação,
para cada coisa haverá uma deleitação própria, assim como
[há] uma operação própria. De fato, é manifesto que uma é a
deleitação do cavalo, outra do cachorro, e outra do homem.
Assim, portanto, é patente que há deleitações que diferem
pela espécie para aqueles que diferem pela espécie, enquanto
que para aqueles que não diferem pela espécie, é razoável que
haja deleitações que não diferem pela espécie.
Embora pareça razoável que para coisas
indiferentes pela espécie haja deleitações que não difiram
pela espécie, e assim o seja nos outros animais, todavia para
os homens, que são todos da mesma espécie, muito diferem as
deleitações assim como as operações. A razão disto é porque
as operações e as deleitações dos outros animais seguem a
inclinação natural, que é a mesma em todos os animais da
mesma espécie. Mas as operações e as deleitações dos homens
são provenientes da razão que não se determina a um único
[objeto]. De onde que aquilo que a alguns homens deleita, a
outros contrista, isto acontecendo porque alguns estão melhor
ou pior dispostos segundo a razão. [É o ] mesmo que acontece
acerca do gosto do que é doce, a mesma coisa não parecendo
doce ao que está febricitante, já que possui o gosto infecto,
e parecendo-o ao que tem saúde, já que possui o gosto bem
disposto.
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