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[O primeiro argumento diz que] parece claro que o
lugar seja algo por causa da transmutação dos corpos que são
movidos em relação ao lugar. Porque, assim como a
transmutação em relação às formas levou o homem ao
conhecimento da matéria, assim também a transmutação em
relação ao lugar conduziu os homens ao conhecimento do lugar.
É isto que Aristóteles quer dizer quando se afirma que quando
a água escorre para fora de um vaso, então dentro do vaso
entra o ar. Já que o mesmo lugar é às vezes ocupado por outro
corpo, parece claro que o lugar é algo além daquilo que
existe no lugar.
Seguir-se-ia, então que o lugar é alguma coisa, e
que é um certo receptáculo diferente das coisas que nele
estão localizadas, e que é o término a partir do qual e para
o qual se dirige o movimento local.
[O segundo argumento diz que] enquanto o movimento
de cada corpo mostra que o lugar existe, o movimento local
dos corpos simples naturais tais como o fogo e a terra e
outras coisas leves e pesadas deste tipo, mostra não somente
que o lugar é algo, mas também que o lugar apresenta uma
certa potência e poder. Isto porque cada uma destas coisas é
carregada para o seu próprio lugar se não for impedido. Por
causa disso o que é localizado num lugar tende para o seu
próprio lugar por um desejo da própria conservação.
De onde que se segue que o lugar existe e
apresenta determinadas potências.
[Santo Tomás explica a respeito destes argumentos
que do segundo] não se deve concluir que o lugar apresenta
poder atrativo, exceto na medida em que um fim é dito atrair.
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