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É manifesto, acrescenta o Filósofo, que também nas
coisas naturais há coisas que não sempre são em ato. Ocorre,
portanto, também nelas que sejam e não sejam, de outro modo
sempre seriam ou sempre não seriam.
Ora, nas coisas em que ocorre o ser e o não ser,
ocorre também o vir a ser e o não vir a ser. Estas coisas,
portanto, não são ou se tornam necessariamente, mas há nelas
a natureza da possibilidade, pela qual [se inclinam tanto] ao
vir a ser e ao não vir a ser, ao ser e ao não ser.
Por tudo isto o Filósofo conclui universalmente
que nas coisas futuras que não são sempre em ato, mas são em
potência, é manifesto que nem tudo é ou vem a ser
necessariamente. Algumas destas coisas [estão inclinadas a
ambas as possibilidades], e não se encontram mais
[inclinadas] à afirmação do que à negação. Outras há em que
um [dos opostos] ocorre na maioria [das vezes], embora ocorra
também na minoria [das vezes] que a outra parte seja
verdadeira, e não a outra, a qual, a saber, ocorre na maioria
[das vezes].
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