4. Mostra-se a ordem a ser seguida na determinação [da natureza de cada] parte da alma.

Quem deseja perscrutar cada uma das partes da alma deve fazê-lo segundo uma certa ordem, que pode ser [desmembrada] em duas, [sendo a segunda uma subdivisão de uma das divisões da primeira].

Primeiramente, deve-se tomar uma parte qualquer [das partes da alma]. Depois, devem-se considerar os hábitos que são conseqüentes às partes. Finalmente, devem-se considerar as demais [coisas] a respeito das partes, como, por exemplo, os órgãos corporais, e outros assim.

[Em segundo lugar] para declarar de alguma parte da alma qual a sua natureza [quid est], isto é, o que seja a potência intelectiva, sensitiva, e assim por diante, primeiro é necessário declarar o que seja o seu ato respectivo, isto é, inteligir, sentir, e assim por diante. E isto porque os atos e as operações são anteriores às potências. A potência, de fato, segundo sua natureza, implica num certo hábito em relação ao ato, de onde importa que o ato seja colocado na definição da potência. Por outro lado, as espécies dos atos e operações são tomadas segundo se ordenam ao objeto. De onde primeiramente importa determinar os objetos antes dos atos, e isto pela mesma causa pela qual os atos devem ser determinados antes das potências. Os objetos são assim como o alimento em relação à vegetativa, e o sensível em relação ao sentido, e o inteligível em relação ao intelecto.