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[Pode haver vício e virtude na brincadeira].
Quanto a isto, deve-se considerar em primeiro lugar que
acerca daquilo que é mau segundo se, e não pode ter razão de
bem, não há virtude e vício, conforme já foi explicado. Se,
portanto, a brincadeira nenhum bem pode ter, não haverá
acerca da brincadeira virtude alguma. Ora, a brincadeira tem
alguma razão de bem, na medida em que é útil à vida humana.
Assim como o homem necessita repousar dos trabalhos corporais
[deles] desistindo algumas vezes, assim também a alma do
homem necessita algumas vezes repousar da tensão da alma
exigida pelas coisas sérias, o que, de fato, se faz pela
brincadeira. Assim, possuindo a brincadeira razão de bem
útil, por conseqüência na brincadeira pode haver algum
colóquio mutuamente conveniente aos homens, de tal maneira
que o homem diga e ouça as coisas que convêm_, do modo que
convém. Ora, onde quer que haja diferença entre coisas que
convém fazer e coisas que não convém fazer, ali não somente
haverá termo médio, mas também superabundância e defeito [em
relação ao] termo médio. De onde que acerca da brincadeira
existe um termo médio da virtude e extremos
[correspondentes].
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