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A arte pecuniativa não é inteiramente a mesma que
a econômica, porque à arte pecuniativa pertence adquirir o
dinheiro, enquanto que à econômica pertence usar o dinheiro.
Ora, é manifesto também nas demais artes que aquela que usa é
diversa daquela que faz ou adquire, assim como a arte de
pilotar o navio é diversa daquela que fabrica o navio.
Portanto, a arte econômica é diversa da pecuniativa.
Disto fica também manifesto que a arte pecuniativa
é mais subministrativa do que parte [da econômica], do que
fica também manifesto que a arte pecuniativa mais subministra
pelo modo da que prepara o instrumento do que pelo modo da
que prepara a matéria. O dinheiro, e todas as riquezas, de
fato, são instrumentos da econômica, conforme adiante se
dirá.
[Para que estas conclusões fiquem mais claras, o
Filósofo fará em seguida várias distinções. Mostrará que há
muitos tipos e bastante diversos de arte pecuniativa].
Ademais, embora à pecuniativa pertença considerar como o
dinheiro pode ser adquirido, muitas outras coisas são
possuídas pelo homem além do dinheiro, como terras, fontes e
outras semelhantes. [Para compreender a natureza da
pecuniativa, será necessário considerar a natureza destas
outras artes aquisitivas, como elas se relacionam para com
esta econômica e como elas se relacionam também para com a
pecuniativa, já que através destas artes é possível adquirir
dinheiro. Caberá investigar se estas artes, por este motivo,
podem ser consideradas partes da arte pecuniativa ou se são
outros gêneros de artes, como por exemplo], a agricultura,
pela qual, embora se ordene à aquisição da comida, pode-se
por meio dela adquirir o dinheiro. E, [do mesmo modo como
para com a agricultura], estas mesmas questões podem ser
movidas sobre a arte que se ordena universalmente à
aquisição.
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