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Deve-se dizer que o uno e o ente significam o
mesmo "de uma certa forma", porque o ente e o uno são o
mesmo segundo o sujeito, deferindo [entretanto] pela razão.
De fato, o uno adiciona ao ente a indivisão, sendo dito uno
o ente indivisível ou indiviso.
[A primeira razão para se afirmar que o ente e o
uno significam o mesmo é a seguinte]. O uno segue todos os
predicamentos, não estando apenas em um único predicamento:
isto é, nem [somente no predicamento] da substância, nem no
[da] quantidade, ou em algum outro. E assim também o ente.
[A segunda razão para se afirmar que o ente e o
uno significam o mesmo é a seguinte]. Ao predicarmos o uno
do homem, não estamos predicando alguma natureza outra além
do homem, assim como também o ente não predica alguma outra
natureza [além] dos 10 predicamentos. E isto porque, se
predicasse alguma outra natureza, seria necessário
prosseguir até o infinito, porque então esta outra natureza
também seria dita uno e ente.
Finalmente, a terceira razão [para se afirmar
que o ente e o uno significam o mesmo] é que qualquer coisa
é dita uno enquanto é ente.
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