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O Filósofo pretende tratar sobre a [natureza da]
oposição entre a afirmação e a negação. [Antes disso, porém,
ele propões como premissa] uma dupla diversidade da
enunciação.
A primeira diversidade da enunciação provém de
[sua] própria forma ou modo de enunciação, segundo a qual
diz-se que a enunciação é afirmativa, pela qual enuncia-se
algo ser, ou é negativa, pela qual significa-se algo não ser.
A segunda diversidade da enunciação provém da
comparação para com a coisa [ou realidade], [realidade ou
coisa] da qual depende a verdade ou a falsidade do intelecto
e da enunciação. De fato, quando se enuncia algo ser ou não
ser segundo a congruência da coisa, a oração é verdadeira; de
outro modo a oração é falsa.
A enunciação, assim, pode variar de quatro modos,
segundo a mistura destas duas divisões.
De um primeiro modo, na medida em que aquilo que é
na coisa [ou realidade] é enunciado tal como é na coisa [ou
realidade], o que pertence à afirmação verdadeira.
De um segundo modo, na medida em que enuncia-se
algo não ser o que [de fato] não é na coisa [ou realidade], o
que pertence à negação verdadeira.
De um terceiro modo, na medida em que enuncia-se
algo ser que, [todavia], não é na coisa [ou realidade], o que
pertence à afirmação falsa.
De um quarto modo, na medida em que enuncia-se
algo não ser que, [todavia], é na coisa [ou realidade], o que
pertence à negação falsa.
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