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Alguns disseram que a eleição seria a
concupiscência, porque tanto a eleição como a concupiscência
importam num movimento do apetite [ao] bem. Outros puseram
que a eleição fosse a ira, talvez porque tanto na ira como na
eleição existe [um] uso da razão. De fato, o que se ira se
utiliza da razão, na medida em que julga a injúria que lhe
foi feita digna de vingança. Outros ainda, considerando que a
eleição se dá sem paixões, atribuíram a eleição à parte
racional, ou quanto ao apetite, dizendo que a eleição é a
vontade, ou quanto à apreensão, dizendo ser a eleição uma
certa opinião.
Nestes quatro ítens, [comenta S. Tomás], de uma
maneira simples estão incluídos todos os princípios dos atos
humanos, que são a razão, à qual pertence a opinião, o
apetite racional, que é a vontade, e o apetite sensitivo, que
se divide em irascível, ao qual pertence a ira, e
concupiscível, ao qual pertence a concupiscência.
Segundo Aristóteles, não tiveram razão os que
colocaram a eleição como sendo alguma dessas quatro coisas.
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