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[A distinção que Aristóteles acaba de fazer entre
sujeitos universais e singulares introduz um terceiro modo de
dividir as enunciações, além dos dois que já haviam sido
estabelecidos].
[Os três modos de dividir as enunciações são,
portanto, os seguintes].
Em primeiro lugar, a divisão das enunciações em
unas de modo simples e unas por conjunção. Esta é uma divisão
de um análogo nas coisas das quais ele se predica segundo o
anterior e o posterior.
[Segundo esta divisão, a enunciação é una de modo
simples quando se compõe apenas de nome e verbo em um único
significado, como quando se diz `o homem é branco'. A
enunciação é una por conjunção quando significa uma única
coisa mas é composta por muitos termos, como quando se diz `o
animal racional corre', ou por muitas enunciações, como
ocorre nas condicionais, que significam uma só coisa e não
muitas. As enunciações não são unas, nem de modo simples nem
por conjunção, quando se colocam muitas coisas no sujeito ou
no predicado com as quais não se faz uma unidade, como quando
se diz `o homem branco músico discute', ou quando se
juntam diversas enunciações, como quando se diz `Sócrates
corre, Platão discute'].
Em segundo lugar, tem-se a divisão das enunciações
em afirmações e negações. Trata-se de uma divisão do gênero
em suas espécies, que é tomada segundo a diferença do
predicado ao qual a negação é conduzida. O predicado, porém,
é a parte formal da enunciação; [trata-se, portanto, de uma
divisão formal da enunciação]. Tal divisão é dita pertencer à
qualidade da enunciação, qualidade essencial, na medida em
que a diferença [específica] significa a qualidade.
A terceira divisão é a que é agora tomada segundo
a diferença do sujeito, na medida em que ela é predicada de
muitos ou de um só, que é dita pertencer à quantidade da
enunciação. [Trata-se, portanto, de uma divisão material],
pois a quantidade segue a matéria. [Esta divisão será a
seguir considerada em maiores detalhes].
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