3. Uma potência infinita não pode situar-se numa magnitude finita.

[Devemos supor, em primeiro, que] uma potência maior produz um efeito igual em um tempo menor do que uma potência menor. Portanto, se uma magnitude finita apresenta potência infinita, segue-se que em um mesmo tempo um mesmo paciente sofrerá uma mutação maior de um tal agente do que de um agente de potência finita.

[Em segundo, devemos supor que], já que tudo o que é movido é movido no tempo, é impossível para um paciente ser mudado por um agente infinitamente potente em nenhum tempo. Portanto, [este paciente] deve ser mudado no tempo.

[Feitas estas suposições, pode-se demonstrar que uma potência infinita não pode situar-se numa magnitude finita].

Seja A o tempo no qual uma potência infinita aquece ou movimenta localmente. O tempo no qual uma potência finita move é AB, que é maior do que A. Tomemos agora uma potência finita maior. Esta potência finita moverá em menos tempo. E uma terceira ainda maior potência finita moverá em ainda menos tempo. Assim, tomando sempre uma potência finita maior, chegaremos a alguma potência finita que moverá no tempo A. Portanto, daí seguirá que uma potência finita completa um movimento em um tempo igual à potência infinita que move no tempo A. Isto, entretanto, é impossível. Portanto, nenhuma magnitude finita tem uma potência infinita.