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[A primeira diferença entre o conhecimento humano
e o conhecimento animal está em que] o conhecimento nos
animais não existe pelo próprio conhecer, mas por causa da
necessidade da ação.
[A segunda diferença consiste em que] a vontade
dos animais é regida pela imaginação nos animais imperfeitos,
e pela imaginação e mais principalmente pela memória nos
animais perfeitos. Já a memória no homem é algo próximo ao
experimento. Desta memória os demais animais não participam a
não ser muito pouco. A experiência provém da comparação de
diversos singulares recebidos na memória. Essa comparação é
própria do homem, e pertence à força cogitativa. Os animais
parecem participar um pouco da experiência porque pela
memória costumam prosseguir ou evitar [uma ação]. Mas [isto]
nos homens é diferente, porque eles, sobre a experiência, que
pertence à razão particular, possuem a razão universal, pela
qual vivem.
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