11. A divisão das partes intermediárias da cidade. O judiciário.

Em seguida o Filósofo mostra que o judiciário é uma parte da cidade. E afirma que é necessário haver uma parte na cidade que determine e defina as aquisições e as disputas que haja nela e que faça justiça. O Filósofo prova esta afirmação dizendo que assim como a alma está para o corpo, assim o juiz está para a cidade. Porque assim como a alma ou a inteligência busca, se aconselha e julga sobre o que encontra, assim também o juiz investiga, se aconselha sobre as coisas que dizem respeito ao fim da política e julga. Mas a alma é uma parte necessária do animal e do homem mais do que o corpo. Portanto, semelhantemente, o juiz é uma parte necessária na cidade mais do que a propugnativa e mais do que aquela que se ordena ao uso do corpo.

O Filósofo se propõe a provar que estas são partes da cidade, mais do que o faz com outras, porque quanto a estas pareceu a alguns que fossem menos necessárias e principalmente menos pareceria se a cidade fosse instituída por causa do próprio viver absolutamente.