13. Se o uno enquanto pertence às substâncias e às naturezas das coisas é substância per se subsistente.

Já tendo sido manifestado como o uno que apresenta razão de medida se encontra na quantidade e nos demais gêneros, deve-se inquirir agora acerca do uno enquanto pertence às substâncias e às naturezas das coisas. E primeiramente vamos inquirir se este uno é alguma substância per se subsistente.

[Quanto a isso], [devemos afirmar que] o uno não é substância subsistente, da qual é dito que seja uno. Já foi provado no livro sétimo que nenhum dos universais pode ser substância que seja subsistente per se, porque todo universal é comum a muitos, [e a substância subsistente per se não o pode ser]. Da mesma maneira, o universal não pode ser uma substância subsistente [no sentido de ser uma substância separada dos singulares das quais se predica]. [E o motivo disto é] porque assim este universal seria [algo separado] de muitos, e desta maneira não seria comum, mas sim algum singular em si. Ora, o ente e o uno são que mais universalmente são predicados de todas [as coisas]. Portanto, não podem ser substância subsistente.

[Em outras palavras], em todos os Gêneros dos quais o uno se predica, assim como o ente, sempre se investiga o que é aquilo que é uno, como se a própria unidade não fosse a própria natureza que é dita uma. De onde fica manifesto que em qualquer gênero não é suficiente dizer que [o ser uno] seja a natureza daquilo que é dito uno. Antes, pelo contrário, é necessário inquirir o que é aquilo que é dito uno e que é dito ente.