19. O recurso do exílio não é justo de modo simples.

O Filósofo disse e declarou que os que excedem todos os demais devem ser exilados na cidade, e isto parece muito duro. Por isso, querendo corrigir-se, afirma também o Filósofo que este discurso sobre o exílio com que deve ser punido aquele que excede todos os demais no poder ou na virtude possui algo de justo, mas não se simplesmente justo. Por isso teria sido melhor desde o princípio ordenar a política de tal modo que não fosse necessário este exílio, porque esta relegação é algo perigoso, já que não se exilam senão homens poderosos, e estes podem, [ainda como exilados], causar danos à cidade. E por isso teria sido melhor se a cidade tivesse sido ordenada de tal modo que não fosse necessário usar do recurso do exilamento, de tal modo que desde o início tivesse sido ordenado que não fosse lícito a alguém exceder um determinado grau de riquezas, nem exceder outros segundo grau algum, nem receber excedentes mas apenas iguais e, se acontecesse que alguém excedesse, que fosse corrigido e dirigido de alguma maneira. Somente depois disso, se tais recursos falhassem, seriam estes homens corrigidos pelo exílio.