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Zenão tentou demonstrar que nada se move de um
lugar a outro, por exemplo, de A até B.
Porque é claro que entre A e B existe uma
infinitade de pontos intermediários, porque um contínuo é
divisível até o infinito.
Se, portanto, algo se move de A até B, ele deve
atravessar uma infinidade de partes e tocar uma infinidade de
partes.
Ora, isto não poderá acontecer num tempo finito.
[A resposta que a este argumento deve ser dada
consiste em que] essa argumentação se baseia num julgamento
falso, porque o comprimento, o tempo e cada contínuo podem
ser ditos infinitos de duas maneiras, infinito por divisão e
infinito nas extremidades. Por isso, um tempo que seja finito
em quantidade será infinito por divisão. De onde se segue que
o infinito da magnitude é atravessado [por completo], não num
tempo finito, mas num tempo infinito, [o que não é
impossível], [conforme pretendia Zenão]. [É que] a infinitude
de pontos da magnitude é atravessada na infinitude de
"agoras" do tempo.
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