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[A ciência provém de algo pré conhecido]. Toda
ciência é ensinável, conforme explicado na Metafísica, onde
se diz que um sinal da ciência é o poder ensinar. Pela mesma
razão, toda ciência pode ser aprendida por quem está em
potência à mesma. Ora, o que está em potência é reduzido ao
ato por aquilo que está em ato. De onde que toda doutrina ou
disciplina [se origina] a partir de algo pré conhecido,
conforme explicado na Analítica Posterior.
Há dois modos pelos quais uma doutrina pode
originar-se de algo já conhecido. O primeiro, por indução,
pela qual somos induzidos a conhecer algum princípio ou algo
universal ao qual chegamos pela experiência dos singulares.
[O segundo], através do silogismo proveniente de princípios
universais pré conhecidos através do modo precedente da
indução. Assim, portanto, fica evidente que há alguns
princípios dos quais o silogismo procede que não podem ser
certificados através do silogismo, porque senão se prodeceria
até o infinito [na busca dos] princípios do silogismo. De
onde que fica que o princípio do silogismo é a indução.
Todavia, nem todo silogismo faz ter ciência, mas
somente o silogismo demonstrativo, que é o que conclui o
necessário a partir de [premissas] necessárias. De onde fica
manifesto que a ciência é um hábito demonstrativo, isto é,
causado por demonstração, observadas todas as coisas que são
demonstradas acerca da ciência na Analítica Posterior. É
necessário, para que alguém tenha ciência, que os princípios
a partir dos quais ele sabe, de algum modo sejam mais
acreditáveis e conhecidos do que as conclusões [da ciência].
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