16. Comentário à opinião que afirmava a virtude ser felicidade.

Aqueles que afirmaram a felicidade ser virtude em tudo ou em algo concordaram com a razão da felicidade acima colocada, a saber, que a felicidade é uma operação segundo a virtude. É evidente que operação segundo a virtude é algo da virtude.

[Mas, segundo S. Tomás, a definição de Aristóteles é melhor]. É muito diferente que, nas coisas exteriores, se coloque o ótimo na possessão de alguma coisa ou no seu uso, porque o uso é manifestamente melhor que a possessão. Assim sucede acerca do hábito da virtude e a operação, que é o uso [deste hábito]. De fato, o hábito pode existir naquele que não faz nenhum bem, como no ocioso ou no que dorme, enquanto que isto na operação não é possível. A operação somente existe naquele que está operando, e a operação segundo a virtude somente existe naquele que está bem operando. De onde que se conclui que a operação segundo a virtude é mais perfeita do que a própria virtude.