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É manifesto que a justiça legal é a mais brilhante
entre todas as virtudes morais, na medida em que o bem comum
tem primazia sobre o bem singular de uma pessoa. [IIa/IIae
q58 a12]. Além disso, como o nome de justiça importa numa
equalidade, pertence à razão da justiça que seja em relação a
outro, que já nada é igual a si mesmo, mas a outro [IIa/IIae
q58 a2]. De onde que a justiça ordena o homem em comparação a
outro [IIa/IIae q58 a5]. Daqui se segue que a própria justiça
é uma virtude perfeita não de modo simples, mas em comparação
a outro. Ora, ser perfeito por comparação a outro é melhor do
que ser perfeito somente segundo si mesmo. Por causa [de
tudo] isto é que muitas vezes se diz que a justiça [legal] é
excelentíssima entre todas as virtudes, dizendo provérbio que
nem a brilhantíssima estrela vespertina, nem a brilhantíssima
estrela matutina fulgem assim como a justiça [Comentário à
Ética, livro V, lectio II].
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