10. Como, apesar de coincidir quanto ao sujeito, a prudência difere das demais virtudes intelectuais por não ser somente com a razão.

[À diferença de outras virtudes intelectuais, a prudência requer a retidão do apetite]. Embora a prudência esteja [no intelecto prático] como em seu sujeito, por causa do que é dita virtude intelectual como outras que o são somente com a razão, como a arte e a ciência, porque requer a retidão do apetite.

Sinal disto é que o hábito que está somente na razão pode ser trazido ao esquecimento, assim como a arte e a ciência, a não ser que seja hábito natural, como o intelecto. A prudência, porém, não se dá ao esquecimento por falta de costume, [somente] sendo abolida pela cessação do apetite reto, o qual, enquanto permanece, continuamente é exercido nas coisas que são da prudência, de tal maneira que chegar-se ao esquecimento não é possível.