IV. A ESSÊNCIA OU QÜIDIDADE DAS COISAS SENSÍVEIS. O QUE É, DE QUEM É, E SE DIFERE DAQUILO DE QUEM É


1. Que os acidentes não pertencem à essência das substâncias sensíveis.

A primeira coisa que se deve dizer da essência das substâncias sensíveis é que é necessário que seja algo que se predique [da substância] per se. As coisas que são predicadas de outra por acidente não pertencem à essência desta outra coisa.

Se perguntarmos quem tu és, não poderíamos responder dizendo que tu és músico. Isto porque tu não és músico segundo ti mesmo, isto é, porque o músico não se predica de ti per se, mas por acidente. E daí se segue que o ser do músico não é o teu ser, porque aquelas coisas que pertencem à qüididade do músico não são a tua qüididade. Pertencem à tua essência aquelas coisas que de ti se predicam per se e não por acidente, assim como de ti se predicam homem, animal, substância, racional, sensível, e outras tais.