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Devemos considerar primeiramente que todo finito
é transitável. De onde resulta que o infinito é
propriamente aquilo que se medindo, não pode ser
transitado. O infinito, portanto, será dito de tantos modos
quantos forem os modos pelo qual o intransitável for dito.
E ambos podem ser ditos de quatro modos.
De um primeiro modo, o infinito e o
intransitável são ditos das coisas que não podem ser
transitadas pela medida, pelo fato de não ter aptidão,
segundo o seu gênero, para ser transitado, assim como o
ponto, a unidade, ou algo que não seja quantidade e
mensurável.
De um segundo modo, o infinito e o intransitável
são ditos das coisas que ainda não foram transitadas, mas
que já começaram a ser transitadas. Isto é o que
Aristóteles quer dizer com o termo "transição imperfeita".
De um terceiro modo, o infinito e o
intransitável são ditos das coisas que são dificultosamente
transitáveis. [Segundo este terceiro modo], a profundidade
do mar e a altura do céu são ditas infinitas, porque
excedem as forças mensuráveis, ainda que em si sejam
transitáveis.
De um quarto modo, o infinito e o intransitável
são ditos das coisas que segundo o seu gênero têm aptidão a
serem transitadas, ou terem término, mas não o são ou não o
tem. Este é o caso de uma linha sem término, e é [este
quarto modo que é o] verdadeiro e propriamente infinito.
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