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Aqueles que se deleitam nas coisas visíveis, não
são ditos por isto nem temperantes nem intemperantes. [Existe
uma virtude que diz respeito às deleitações da vista, onde
podemos encontrar um termo médio, ou a superabundância e o
defeito. Mas estas coisas] pertencem à curiosidade, e não à
intemperança, que diz respeito a deleitações mais veementes.
Acerca das deleitações do ouvido não há também
temperança ou intemperança, porque nem também estas são
deleitações muito veementes.
Também não são ditos temperantes ou intemperantes
aqueles que se deleitam quanto ou mais do que convém nos
odores em si considerados. Somente pode haver aí temperança
ou intemperança por acidente, na medida em que os odores
coincidem com gostos ou tatos deleitáveis. De fato, aqueles
que se deleitam com os odores das rosas, que são espécies de
odores segundo se, não os dizemos intemperantes. Aqueles,
porém, que se deleitam nos odores utilizados pelas mulheres,
[aí pode haver intemperança] por causa da memória de algumas
outras coisas de que tem concupiscência.
Além dos três sentidos já mencionados, existem o
tato e o gosto. Como acerca dos três precedentes não há
temperança, conclui-se que poderá haver temperança e
intemperança acerca do tato e do gosto.
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