9. Como a deleitação aperfeiçoa a operação.

[A deleitação aperfeiçoa a operação por modo de forma]. A deleitação não aperfeiçoa a operação, por exemplo, a operação do sentido, assim como a aperfeiçoa o princípio ativo [desta operação], no caso, o [próprio] sentido. Assim também, a saúde e o médico não são causas do mesmo modo da operação de curar-se. A saúde o é por modo de forma, o médico, porém, por modo de agente. De modo semelhante, a deleitação aperfeiçoa a operação por modo de forma, por ser ela a perfeição da operação, enquanto que o sentido bem disposto a aperfeiçoa por modo de agente, assim como o movente ao movido.

[A deleitação aperfeiçoa a operação por modo de forma superveniente, e não pertence à essência da coisa]. Conforme explicado, a deleitação aperfeiçoa a operação não eficientemente, mas formalmente. Há, porém, duas perfeições formais. A primeira é intrínseca, e constitui a essência da coisa. A segunda sobrevém à coisa já constituída em sua espécie. A deleitação aperfeiçoa a operação não como forma intrínseca à essência da coisa, mas como uma perfeição superveniente, assim como a beleza advém aos jovens não como algo pertence à essência da juventude, mas como algo conseqüente à boa disposição das causas da juventude. De modo semelhante, a deleitação se segue à boa disposição das causas da operação.