6. Quantas são as políticas e como se determinam.

Há algumas políticas retas, enquanto que outras são desvios, de tal modo que há uma ou duas políticas bem ordenadas e as demais são desvios. Alguns destes desvios são bem ordenados, como é o caso daquele que é chamado pelo nome comum de república. As demais são desvios [mais manifestos].

Quanto à diferença entre o estado dos poucos e o estado popular é necessário remover o erro daqueles que costumaram colocá-las e determiná-las de tal maneira que o estado popular seja aquele no qual a multidão domina. O estado popular não deve ser determinado pelo fato de que poucos dominem pois, se houvessem em alguma cidade mil e trezentas pessoas e se mil fossem ricas e dominassem sobre outros trezentas pobres e livres que nela existissem e não lhes concedessem nada no que diz respeito ao principado, de modo que estes apenas se submetessem aos outros, ninguém diria que estes homens são governados por um estado popular e, no entanto, aí seria a multidão que governaria. O estado popular, portanto, não é determinado pelo fato de que muitos governem.

Semelhantemente se aqueles trezentos pobres e poucos em relação ao demais fossem melhores que os ricos e por isso governassem de tal modo que os ricos não governassem mas se submetessem a eles, ninguém diria que esta política seria o estado dos poucos. Pelo que é manifesto que o estado dos poucos não deve ser determinado pelo fato de que poucos dominem.

A república dos poucos e a república popular deve ser determinada pela liberdade e pelas riquezas, e apenas por acidente pela multidão ou pelo pequeno número. Deve-se mais dizer que o estado popular existe quando os que são livres governam, enquanto que o estado dos poucos quando são os ricos que governam. Somente por acidente estas são determinadas pelo pouco número ou pela multidão.

O Filósofo conclui afirmando que há muitas políticas, dizendo que é manifesto que as políticas são muitas e por qual causa são muitas.