3. A causa da verdade nas substâncias compostas.

O que foi precedentemente dito deve ser entendido conforme segue. Tu não és branco, porque nós verdadeiramente te consideramos ser branco, mas inversamente, nós te consideramos branco porque tu és branco. Daqui fica manifesto que a disposição da coisa é a causa da verdade na opinião e na oração [acerca das substâncias compostas].

[Isto pode ser explicado mais extensamente do seguinte modo]. A verdade e a falsidade que está na opinião [acerca das substâncias compostas] é necessariamente reduzida à disposição da coisa assim como a [uma] causa. O intelecto, ao formar uma composição, toma duas coisas, das quais uma se acha como formal em relação à outra. Portanto, se tal operação do intelecto deve ser reduzida à coisa como à sua causa, deverá responder como fundamento e causa da verdade da composição que o intelecto interiormente forma e pela voz exprime, a composição da forma para com a matéria, ou daquilo que se acha pelo modo de forma para com a matéria, ou também a composição do acidente para com o sujeito. Por exemplo, quando digo Sócrates é homem, a verdade deste enunciado é causada pela composição da forma homem à matéria individual pela qual Sócrates é este homem. Outro exemplo: quando digo o homem é branco, a causa da verdade é a composição da brancura com o sujeito. A mesma coisa pode ser dita acerca da divisão.