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A natureza é princípio de movimento e de mutação.
Ignorado o movimento, ignora-se a natureza. Portanto,
pretendendo tratar da ciência da natureza, é necessário
tratar do movimento.
Como o sujeito e o acidente são considerados na
mesma ciência, quem determina algo, importa também que
determine aquilo que é consequência deste algo.
Do ponto de vista intrínseco, é consequente ao
movimento o infinito.
Que o infinito é intrinsecamente consequente ao
movimento, demonstra-se assim:
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A. O movimento pertence ao número
das coisas contínuas.
B. Mas o infinito pertence à
definição do contínuo, porque uma
das definições do contínuo é o que
é infinitamente divisível.
C. A outra definição é aquilo
cujas partes se copulam em um
único término.
D. Assim é evidente que o infinito
é consequente intrínseco do
movimento.
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Os consequentes extrínsecos do movimento, como se fossem
medidas externas do mesmo, são:
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A. Lugar
B. Vácuo
C. Tempo
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O tempo é a medida do próprio movimento.
O lugar e o vácuo são a medida do móvel.
O movimento, portanto, não pode se dar sem tempo,
lugar e vácuo.
O fato de nem todo movimento ser local, não
importa à questão, porque
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A. Nada se move, que não exista em
algum lugar.
B. O movimento local é o primeiro
movimento, porque, como se
demonstra no livro VIII, suprimido
este, são suprimidos todos os
demais.
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No livro III trata-se primeiramente do movimento, e depois do
infinito.
No livro IV trata-se do lugar, do vácuo e do
tempo.
[Iniciamos, a seguir, a teoria do movimento].
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