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[Os filósofos Platonistas colocaram a existência
de um infinito separado, existindo em si mesmo, não no
sentido de algo indivisível, mas como algo intransitável,
segundo a divisão que já foi explicada. A intenção de
Aristóteles a seguir é demonstrar que esse modo de infinito
não pode existir].
[A demonstração do Filósofo é a seguinte.]
É impossível existir um infinito separado das
coisas sensíveis, de tal maneira que este infinito seja algo
existente em si mesmo. Porque se isto assim fosse, [este
infinito deveria ser substância, que é o que tem existência
por si mesmo]. E neste caso ele deveria
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A. ou ter alguma quantidade, tanto
contínua como discreta,
B. ou não ter alguma quantidade.
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Se, assim, o infinito for substância sem acidente, o infinito
será indivisível, porque o divisível é o número ou a
magnitude. Se o infinito é indivisível, ele será infinito
pelo primeiro modo, no sentido em que se diz que um ponto é
indivisível.
Se, por outro lado, o infinito é substância sem
acidente, um destes acidentes deverá ser a quantidade, isto
é, a magnitude ou o número, porque é a este acidente que
compete o infinito. Mas neste caso, o infinito não será algo
que é o princípio daquela substância. [De onde se conclui que
a colocação dos filósofos Platonistas não procede].
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