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A ciência moral ensina os homens a seguirem a
razão e a afastar-se das coisas que inclinam às paixões da
alma, tais como a concupiscência, a ira e semelhantes. À ira,
à concupiscência e a outras tais as pessoas podem se dirigir
de duas maneiras. De uma primeira maneira, por escolha, como
quando alguém satisfaz sua concupiscência. Estas pessoas são
chamadas seguidoras das paixões. De uma segunda maneira, como
quando alguém propõe abster-se dos prazeres nocivos, e é
todavia vencido pelo ímpeto das paixões. Estas pessoas são
chamadas de incontinentes. O seguidor de suas paixões ouvirá
esta ciência sem nenhuma eficácia, porque o fim desta ciência
não é somente o conhecimento, ao qual talvez pudesse chegar o
seguidor das paixões. O fim desta ciência são os atos
humanos, assim como o é de todas as ciências práticas. Desta
maneira, em nada difere quanto a isto, se o ouvinte desta
ciência for jovem de idade, ou jovem de costumes, isto é,
seguidor das paixões. A estas pessoas é inútil o conhecimento
desta ciência, assim como também aos incontinentes, que não
seguem a ciência que tiveram acerca das coisas morais.
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