11. Duas consequências do que foi dito.

[Em primeiro, a intemperança não difere da incontinência pela matéria, mas pelo modo]. A matéria da incontinência e da intemperança, e da continência e da temperança é a mesma, mas não de tal maneira que [incontinência e intemperança, e continência e temperança] sejam a mesma coisa. De alguma forma, estas coisas são acerca do mesmo, dos prazeres e tristezas corporais, mas não do mesmo modo. O temperante e o intemperante o é com eleição, enquanto que o continente e o incontinente sem eleição.

[Em segundo, a intemperança é mais vituperável do que a incontinência]. Do que foi dito fica evidente também que mais peca e é mais vituperado o intemperante, pelo fato de mais pecar perseguindo as deleitações supérfluas e fugindo de tristezas moderadas, sendo pior do que o homem que peca nestas coisas por causa da concupiscência veemente, como o é o incontinente. Aquele que, de fato, sem a concupiscência peca, o que faia se lhe sobreviesse uma forte concupiscência tal como a dos jovens, ou uma forte tristeza acerca da indigência do que é necessário?