10. Os três modos diversos de dividir as enunciações.

[A distinção que Aristóteles acaba de fazer entre sujeitos universais e singulares introduz um terceiro modo de dividir as enunciações, além dos dois que já haviam sido estabelecidos].

[Os três modos de dividir as enunciações são, portanto, os seguintes].

Em primeiro lugar, a divisão das enunciações em unas de modo simples e unas por conjunção. Esta é uma divisão de um análogo nas coisas das quais ele se predica segundo o anterior e o posterior.

[Segundo esta divisão, a enunciação é una de modo simples quando se compõe apenas de nome e verbo em um único significado, como quando se diz `o homem é branco'. A enunciação é una por conjunção quando significa uma única coisa mas é composta por muitos termos, como quando se diz `o animal racional corre', ou por muitas enunciações, como ocorre nas condicionais, que significam uma só coisa e não muitas. As enunciações não são unas, nem de modo simples nem por conjunção, quando se colocam muitas coisas no sujeito ou no predicado com as quais não se faz uma unidade, como quando se diz `o homem branco músico discute', ou quando se juntam diversas enunciações, como quando se diz `Sócrates corre, Platão discute'].

Em segundo lugar, tem-se a divisão das enunciações em afirmações e negações. Trata-se de uma divisão do gênero em suas espécies, que é tomada segundo a diferença do predicado ao qual a negação é conduzida. O predicado, porém, é a parte formal da enunciação; [trata-se, portanto, de uma divisão formal da enunciação]. Tal divisão é dita pertencer à qualidade da enunciação, qualidade essencial, na medida em que a diferença [específica] significa a qualidade.

A terceira divisão é a que é agora tomada segundo a diferença do sujeito, na medida em que ela é predicada de muitos ou de um só, que é dita pertencer à quantidade da enunciação. [Trata-se, portanto, de uma divisão material], pois a quantidade segue a matéria. [Esta divisão será a seguir considerada em maiores detalhes].