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Os antigos filósofos trataram da matéria
confusamente, e por causa disso, certas coisas que são na
verdade atributos da privação, foram atribuídas à matéria.
[Sua primeira conclusão falsa consistiu em afirmar
que a matéria não é ente. A este respeito] Os antigos
filósofos raciocinaram assim:
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A. O que está além do ente é não
ente.
B. Mas a matéria, não sendo ente
em ato, está além do ente.
C. Portanto, a matéria é não ente.
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[Sua segunda conclusão falsa consistiu em afirmar a unidade
da potência]. Para os antigos filósofos parecia que aquilo
que é uno pelo número ou pelo sujeito também deveria ser uno
pela razão. Posto isto, chegava-se facilmente a concluir pela
unidade da potência, porque coisas que são uma única pela
razão devem apresentar a mesma potência ou a mesma virtude.
Ora, o sujeito e a privação são uno pelo número. Por isso,
também o seriam pela razão, e portanto, daí se deduziria a
unidade da potência.
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