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[As operações segundo a virtude são deleitáveis
per se, ao contrário dos prazeres vulgares]. [Nós podemos
observar que] as coisas que são deleitáveis à multidão dos
homens vulgares são muito variáveis e até mesmo são
freqüentemente] contrárias entre si. Isto acontece porque
estes prazeres não são segundo a natureza do homem, [que é]
segundo a razão, e é inteiramente comum a todos, mas são, [ao
contrário], segundo a corrupção do apetite falto de razão.
São deleitáveis segundo a natureza as coisas que convêm ao
homem segundo a razão, que é a perfeição de sua natureza.
Tais são as operações segundo a virtude, as quais, pelo fato
de serem segundo a reta razão, são naturalmente deleitáveis
ao homem. Por isso dizemos que as operações segundo a virtude
são deleitáveis quanto aos homens e quanto a si mesmas. Mas
as operações viciosas são deleitáveis apenas quanto aos
homens aos quais são conformes segundo os hábitos corruptos
que eles tenham.
Concluímos daqui que, como aquilo que é per se e
naturalmente tal é melhor, a deleitação segundo a operação da
virtude será mais deleitável do que as outras.
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