4. Os principados políticos.

[Do que foi dito acerca da distinção dos principados econômicos pode-se deduzir como se distinguem os principados políticos justos dos injustos].

Os principados que são sobre [homens] livres devem ordenar-se principalmente à utilidade dos súditos. É manifesto que em algumas políticas os príncipes pretendem a utilidade comum: estas são políticas retas segundo a justiça absoluta. Em quaisquer políticas, entretanto, nas quais se pretende apenas a utilidade dos príncipes, estes são políticas viciados e corrupções de outras políticas retas. Nelas não existe o justo de modo simples, mas apenas o justo segundo algo, conforme adiante se dirá. Os príncipes governam dominativamente a cidade [como que] usando de seus cidadãos como servos, a saber, para a sua própria utilidade, o que é contra a justiça, porque a cidade é uma comunidade de [homens] livres. O servo, de fato, não é cidadão, conforme acima foi dito.