12. Um equívoco sobre a liberdade, habitual no estado popular.

No estado popular define-se mal o que [significa] ser livre.

Há, de fato, duas coisas segundo as quais define- se o estado popular, a saber, o poder e a liberdade, de modo que a multidão domina e faz segundo a liberdade. A liberdade, porém, [é definida] na medida em que alguém possa fazer qualquer coisa que quiser. Ora, que cada um viva segundo o que bem entender é o contrário daquilo que contribui para [a salvação] da república.

Segundo o Filósofo, [o homem] livre é aquele que é causa de si próprio no gênero da causa agente ou da causa final. Ora, cada coisa é dita maximamente aquela que nela é principal. No homem, porém, o principal é o intelecto. Por isso o homem é maximamente o intelecto ou [o que[ opera segundo o intelecto. O homem, portanto, é maximamente dito livre quando opera segundo o intelecto e a razão, e tendo em vista o bem de si próprio segundo o intelecto e a razão. Se, portanto, pode operar segundo a razão e viver segundo a república, não estará mais em servidão, mas em liberdade.