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A malícia, isto é, o vício oposto à virtude,
também está em nosso poder. A razão disso é idêntica à
anterior, ou seja, porque as suas operações são voluntárias.
[Portanto, para demonstrar que a malícia também está em nosso
poder, deveremos apenas mostrar que suas operações são
voluntárias].
Se o operar está em nosso poder, é necessário que
o não operar também esteja em nosso poder. Porque se o não
operar não estivesse em nosso poder, impossível seria que nós
não operássemos. Portanto, seria necessário que nós
operássemos. Logo, o operar não proviria de nós, mas da
necessidade.
Vice versa, pode-se demonstrar do mesmo modo que
se o não operar está em nosso poder, será necessário que o
operar também esteja. Assim, portanto, deveremos dizer que em
qualquer coisa que a afirmação esteja em nós, a negação
também e vice versa. Ora, as operações das virtudes e dos
vícios diferem segundo a afirmação e a negação. De onde se
tira a conseqüência que se a operação das virtudes está em
nós, como foi demonstrado, também a operação dos vícios
estará em nós. E assim se conclui que o próprio vício estará
em nós, isto é, em nosso poder.
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