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[Em primeiro lugar, o seguinte argumento parece
mostrar que a virtude do bom governante exige a virtude do
homem bom]. [De fato], talvez poder-se-ia dizer que para um
certo [tipo de] cidadão, [isto é, os governantes], se
requeira a mesma virtude que é a do homem bom. Não se pode,
[com efeito], dizer que alguém seja um bom governante se não
for bom pelas virtudes morais e pela prudência. Conforme foi
dito no Sexto Livro da Ética, a política é uma certa parte da
prudência, de onde que é necessário que o político, isto é, o
reitor da política, seja prudente e, por conseqüência, um
homem bom.
[Em segundo lugar, o seguinte argumento parece
mostrar que ser um bom cidadão abrange todas as virtudes do
homem bom e muitas mais]. O bom cidadão, com efeito, é
louvado por poder bem governar e bem submeter-se. Se,
portanto, a virtude do homem bom é a virtude daquele que
governa, [conforme mostrado no primeiro argumento], e a
virtude do bom cidadão é aquela que se ordena a ambas estas
coisas, [governar e submeter-se], segue-se que o louvor
devido ao bom cidadão e ao bom homem não é o mesmo; antes, ao
contrário, ser bom cidadão será muito mais louvável do que
ser homem bom.
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