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[Respondemos dizendo que o Filósofo] divide as
coisas na medida em que são significadas pelos nomes que são
utilizados nas enunciações.
Ora, conforme já foi dito, os nomes não significam
as coisas senão mediante o intelecto e por isso é necessário
que esta divisão das coisas seja tomada na medida em que as
coisas caem no intelecto.
O intelecto, porém, pode distinguir as coisas que
[dentro da realidade] estão unidas, quando uma delas não cai
sob a razão de outra.
[É o que ocorre na distinção entre o singular e o
universal]. Em qualquer coisa singular pode-se considerar
algo que é próprio desta coisa, na medida em que é esta
coisa, como Sócrates ou Platão, na medida em que são este
homem; e pode-se considerar também algo que estas coisas
possuem em comum com outras coisas, como Sócrates ser animal,
ou homem, ou racional, ou risível, ou branco.
Quando a coisa, portanto, é denominada por aquilo
que convém apenas àquela coisa na medida em que é esta coisa,
o nome [pelo qual se faz a denominação] é dito significar
algo singular. Quando a coisa é denominada por aquilo que é
comum a si e a muitos outros, tal nome é dito significar o
universal.
O Filósofo, portanto, ao ter dividido [os sujeitos
da enunciação em singulares e universais] não se utilizou de
uma divisão abstrata das coisas na medida em que estão fora
da alma, mas na medida em que se referem à inteligência.
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