IV. A VIRTUDE ACERCA DAS DELEITAÇÕES E TRISTEZAS NO [RELACIONAMENTO] HUMANO


1. Que existem extremos e termo médio acerca das deleitações e tristezas no [relacionamento] humano.

Acerca do relacionamento humano, pelo qual os homens maximamente convivem mutuamente segundo a propriedade de sua natureza, e [de modo mais geral], acerca de todo convívio humano que é feito pela comunicação mútua nas palavras e nas coisas, observamos que alguns homens, que [chamamos de] plácidos, se [comportam] como que pretendendo dar prazer aos demais. Estes louvam todas as coisas que são ditas e feitas pelos outros, para que se mostrem agradáveis aos demais, e em nada contradizem aqueles com os quais convivem, para que não os contristem, já que estimam que é necessário conviver com todos sem tristezas.

Há outros que se [comportam] de modo contrário, querendo contrariar todas as coisas que são ditas ou feitas, como que pretendendo contristar os demais e em nada tomando o cuidado de deixar de fazer para que não contristem os outros. Estes são chamados de litigiosos.

Já que os hábitos mencionados, que estão nos extremos, não são louváveis, fica claro que o hábito do termo médio é louvável, segundo o qual alguém aceita as coisas que são ditas ou feitas pelos outros, ou também despreza e contradiz na medida em que é necessário. Este hábito do termo médio não tem nome, mas apresenta semelhança com a amizade.