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Para a evidência do que [o Filósofo está tratando]
deve-se considerar que como a verdade significa que se diga
algo ser que é [efetivamente, na coisa ou realidade], [as
coisas] serão verdadeiras segundo o mesmo modo pelo qual
possuam o ser.
No presente [as coisas] possuem o ser em si
mesmas, e é por isso que se pode dizer verdadeiramente
[destas coisas] que [elas] são.
Quando, porém, alguma [coisa] é futura, ainda não
está em si mesma; está, todavia, de algum modo em sua causa,
o que pode acontecer de três modos.
De um primeiro modo, estando em sua causa de modo
que dela proceda necessariamente. Deste modo possuirá o ser
determinadamente em sua causa, de onde que poderá dizer-se
determinadamente desta [coisa] que ela será.
De um segundo modo, estando em sua causa como algo
que possui inclinação ao seu efeito, o qual [efeito],
todavia, possa ser impedido. Deste modo possuirá o ser
determinadamente em sua causa, mas mutavelmente. Desta
[coisa] poderá ser dito verdadeiramente que [ela] será, mas
não por uma certeza total.
De um terceiro modo, estando em sua causa
puramente em potência, a qual também não esteja mais
determinada a algo em vez de outro. Deste modo de nenhuma
maneira poderá ser dito determinadamente de nenhuma destas
coisas que sejam futuras, mas que [poderão] sê-las ou não sê-
las.
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