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O primeiro modo do necessário é aquilo segundo o
qual algo é dito necessário, sem o qual algo não pode viver
nem ser, porque posto que não seja a principal causa da
coisa, é todavia uma con-causa. Assim como respirar é
necessário ao animal respirante, porque sem a respiração não
pode viver.
De um segundo modo algo é dito necessário, sem o
qual não pode haver ou fazer-se algum bem, ou evitar e
remediar algum mal. Desta maneira, navegar até [algum certo
lugar] pode ser necessário, não porque sem isto o homem não
possa existir, mas porque sem isto não poderá adquirir algum
bem, isto é, algum dinheiro.
De um terceiro modo é dito necessário aquilo que
padece violência, e também dá-se o nome de necessário à
própria violência. Assim, a violência é dita necessária,
assim como de quem padece uma força é dito fazer por
necessidade aquilo a que é coagido.
De um quarto modo é dito ser necessário aquilo que
se dá de tal maneira que não possa acontecer que possa se dar
de maneira diferente. Este é o necessário absoluto.
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