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Isto que se diz "homem branco" não é uma daquelas
coisas que são ditas per se, muito pelo contrário, é uma das
coisas que são ditas por acidente. O "homem branco", de fato,
é uno por acidente e não per se.
Quando algo é dito de outro ser uno por acidente,
isso pode ocorrer de duas maneiras. Pelo primeiro modo,
segundo que o homem é branco. Pelo segundo modo, segundo que
o branco é homem. Um destes modos é por adição, o outro não.
Na definição de homem não é necessário que se adicione a
definição de branco. Na definição de branco é necessário que
se coloque o homem, ou o nome de homem, ou sua definição,
caso o homem seja o sujeito próprio do branco, ou, [caso
contrário], alguma outra coisa que seja o seu próprio
sujeito.
Assim fica patente que, se o branco tivesse uma
essência e definição, não teria outra do que aquela que é [a
essência e definição] do homem branco: porque, como na
definição do acidente se coloca o sujeito, é necessário que
deste modo se defina o branco, assim como o homem branco,
conforme explicado. Assim fica claro que o "branco" não tem
essência, mas somente aquilo do qual ele é predicado, a
saber, o homem, ou o homem branco.
Portanto, a partir do predito, segue-se que a
essência não é a não ser daquilo que é "algo", seja este algo
de modo total, ou seja, o composto, como o homem branco, seja
não de modo total, como homem. Já o branco não significa um
"algo", mas uma qualidade.
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