24. A semelhança do processo do movimento no intelecto com o processo do movimento no sentido. II.

[A segunda semelhança consiste em que], assim como [já foi explicado], o sentido apreende um sensível como conveniente ou nocivo e a partir daí vem o desejo ou a fuga, assim também o intelecto, apreendendo algo e afirmando e negando ser bom ou mau, depois disso foge ou prossegue.

Existe, entretanto, [em relação a isto], uma diferença entre o sentido e o intelecto. O movimento no sentido se processa segundo três etapas. À apreensão de algo como conveniente ou nocivo não se segue imediatamente o desejo ou a fuga, mas existe [uma etapa intermediária] de deleitação e tristeza, à qual se seguirá o desejo e a fuga. A razão disto é que o sentido não [pode] apreender o bem universal, e assim o apetite sensitivo não se move pelo bem ou mal universal, mas por um determinado bem, que é deleitável segundo o sentido, e por um determinado mal, que é contristante segundo o sentido. Mas na parte intelectiva a apreensão do mal e do bem se dá [de modo] universal e, portanto, o apetite da parte intelectiva é imediatamente movido pelo bem ou mal apreendido, [sem deleitação ou tristeza intermediária].