2. Levanta-se uma objeção.

[Poderia parecer errôneo afirmar que todo homem naturalmente [aspira] ao conhecimento, porque nós vemos que muitos ou a maior parte dos homens não se aplicam a este estudo].

[Responde-se a esta objeção dizendo que] nada obsta se os homens não se aplicam ao estudo da ciência. Freqüentemente aqueles que desejam algum fim são impedidos de prosseguirem até aquele fim por alguma causa. Assim, posto que todos os homens desejem o conhecimento, todavia não são todos que se aplicam ao estudo da ciência, porque são detidos por outras coisas, os prazeres, as necessidades da vida presente e até a preguiça que evita o trabalho de aprender.

Aristóteles propôs isto para mostrar que a procura da ciência por causa de um objetivo que não apresenta utilidade [prática], qual esta ciência [da metafísica], não é vã, porque um desejo natural não pode ser vão.