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O sentido do tato, acerca do qual é a temperança,
é comuníssimo entre todos os sentidos, porque este sentido é
comum a todos os animais. Por isso a intemperança é
justamente reprovável, porque não está no homem quanto àquilo
que é próprio do homem, mas quanto àquilo que ele tem em
comum com os demais animais. Portanto, deleitar-se em tais
coisas, e amá-las como bens máximos, é maximamente bestial.
Por isso, o vício da intemperança tem máxima torpeza, porque
por ele o homem se assemelha aos animais.
Como alguém poderia objetar que também nas coisas
que pertencem ao tato existe algo que é próprio do homem, [e
não comum ao homem e aos animais], por isso [Aristóteles
acrescentou] que a temperança não diz respeito àquelas
deleitações do tato que são próprias dos homens, como as
deleitações que ocorrem [nos jogos atléticos], e que não se
ordenam às concupiscências da comida ou [do que é] venéreo.
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