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A [potência] sensitiva não pode estar sem a
vegetativa, mas a vegetativa é separável da sensitiva,
conforme acontece nas plantas. Da mesma maneira, sem o
sentido do tato, nenhum dos outros sentidos pode existir,
somente o tato sendo achado sem os demais sentidos [e
também], da mesma maneira, a motora não pode existir sem a
sensitiva, mas a sensitiva pode existir sem a motora.
Mas a potência que é última entre todas as partes
da alma e não é divisível em diversas segundo a espécie é o
intelecto, porque em qualquer [ser] do número dos [seres]
corruptíveis, se existir intelecto, existirão também todas as
demais potências. [A cláusula "dos seres corruptíveis"]
está dita porque se excluem disto as substâncias separadas já
que, não havendo nelas geração e corrupção, não necessitam da
potência vegetativa. Desta maneira, os seus intelectos
especulam per se as coisas inteligíveis per se, e assim não
necessitam do sentido para que a este lhe seja conseqüente o
conhecimento intelectivo. Mas nos mortais que possuem o
intelecto, é necessário existirem todas as outras potências,
que funcionam como certos instrumentos preparatórios ao
intelecto, o qual é a intenção última na intenção almejada na
operação da natureza.
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