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[Quanto à posição de que o uno que se converte com
o ente é o mesmo uno que é princípio do número], não é
verdade que o uno que se converte com o ente é o mesmo uno
que é princípio do número. Nada que está em determinado
gênero pode seguir-se a todo ente. Portanto, o uno que é
determinado por um gênero especial de ente, isto é, [no
caso], pelo gênero da quantidade discreta, não pode
converter-se universalmente com o ente. Portanto, se o uno é
propriamente e per se acidente do ente, importa que seja
causado pelos princípios do ente enquanto ente.
Portanto, o uno que é princípio do número é
diferente do uno que se converte com o ente. O uno que se
converte com o ente designa o próprio ente, adicionando-lhe a
razão de indivisão, a qual, sendo negação ou privação, não
coloca nenhuma natureza adicionada ao ente. Desta maneira, em
nada difere do ente segundo a coisa, mas somente segundo a
razão. Porque a negação e a privação não é ente de natureza,
mas ente de razão. Já o uno que é princípio do número
adiciona à substância a razão de medida, que é a própria
paixão da quantidade, e é primeiro encontrado na unidade. E
por isso [este uno e] o número pertence à ciência matemática,
cujo sujeito não pode existir além da matéria, embora seja
considerado sem a matéria sensível [pela matemática]. [Este
uno não existe, portanto, nas coisas imateriais, por onde se
vê] que não pode ser convertido com o ente.
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