16. Os diversos modos do ente. II. A dedução das categorias ou modos do ser.

Qualquer predicamento pode-se relacionar com o seu sujeito de três maneiras:

A. Sendo aquilo que é o sujeito.

B. Sendo algo inerente ao sujeito.

C. Sendo algo externo ao sujeito.

Se for algo inerente ao sujeito, poderá sê-lo ainda de modo absoluto, ou de modo não absoluto. Se for algo externo quanto ao sujeito, poderá sê-lo de maneira completamente externa ou de maneira não completamente externa. [Temos então o seguinte quadro de possibilidades:]

A. Sendo aquilo que é o sujeito.

B. Sendo algo inerente ao sujeito:

a. De modo absoluto.
b. De modo não absoluto

C. Sendo algo externo ao sujeito:

a. Completamente externo.
b. Não completamente externo.

O predicado pode ser aquilo que é o sujeito, como quando se diz Sócrates é um animal. Este predicado é dito significar a substância, que é a primeira categoria. É da substância que as demais categorias se predicam.

De modo absoluto, pode algo ser inerente a uma substância sendo conseqüente à matéria, com o que temos a categoria da quantidade, ou sendo conseqüente à forma, com o que temos a categoria da qualidade.

Se se tratar de algo inerente a uma substância, mas de modo não absoluto, isto é, em relação a uma outra coisa, teremos a categoria da relação.

Se se tratar de uma medida do sujeito, sendo as medidas extrínsecas do sujeito o tempo e o lugar, teremos os seguintes predicamentos:

A. Da parte do tempo, o predicamento do tempo.

B. Da parte do lugar, o predicamento do lugar, que não considera a ordem das partes no lugar e o predicamento da posição, que considera a ordem das partes no lugar.

Se não se tratar de uma medida extrínseca do sujeito, somente poderá ser um predicado pelo modo de hábito, como quando se diz que Sócrates está calçado ou vestido. Assim temos o predicamento do hábito.

Sendo algo predicado de um sujeito, de tal maneira que esteja apenas parcialmente no sujeito, isto poderá acontecer de duas maneiras:

A. A primeira, como se se trate de algo existente parcialmente no sujeito, mas como princípio, e assim teremos a categoria de ação.

B. A segunda, como se se trate de algo existente parcialmente no sujeito, mas como término, e assim teremos a categoria de paixão.