19. A deleitação proveniente da operação da virtude é melhor do que as outras.

[As operações segundo a virtude são deleitáveis per se, ao contrário dos prazeres vulgares]. [Nós podemos observar que] as coisas que são deleitáveis à multidão dos homens vulgares são muito variáveis e até mesmo são freqüentemente] contrárias entre si. Isto acontece porque estes prazeres não são segundo a natureza do homem, [que é] segundo a razão, e é inteiramente comum a todos, mas são, [ao contrário], segundo a corrupção do apetite falto de razão. São deleitáveis segundo a natureza as coisas que convêm ao homem segundo a razão, que é a perfeição de sua natureza. Tais são as operações segundo a virtude, as quais, pelo fato de serem segundo a reta razão, são naturalmente deleitáveis ao homem. Por isso dizemos que as operações segundo a virtude são deleitáveis quanto aos homens e quanto a si mesmas. Mas as operações viciosas são deleitáveis apenas quanto aos homens aos quais são conformes segundo os hábitos corruptos que eles tenham.

Concluímos daqui que, como aquilo que é per se e naturalmente tal é melhor, a deleitação segundo a operação da virtude será mais deleitável do que as outras.