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É evidente que o fim de uma factio é sempre
diverso da própria [operação de fazer], assim como, [por
exemplo], o fim da operação de edificar é o edifício
construído.
De onde fica claro que o bem da própria factio não
está no faciente, mas na coisa feita. Assim, portanto, a
arte, que é acerca das factio, não é acerca dos bens e dos
males do homem, mas acerca de bens e males das coisas
artificiais.
Já o fim da ação nem sempre é algo diverso da
própria ação. Às vezes a [própria] boa operação é fim da
mesma. Todavia, isto não acontece sempre, porque outras vezes
uma ação pode ordenar-se a outra como a um fim. Por exemplo,
a ação de considerar os efeitos pode ordenar-se à ação de
considerar as causas. [Assim, daqui concluímos que o fim da
ação ou é a própria ação ou outra ação, que são operações que
permanecem no agente, conforme já anteriormente explicado. De
onde que o fim de uma ação sempre está no próprio agente].
[Conclui-se, portanto, que a prudência é acerca
dos bens do homem]. [Para cada coisa o seu] fim é o bem
[desta coisa]. Desta maneira fica evidente que o bem da ação
está no próprio agente. De onde que a prudência, que é acerca
das ações, é dita ser acerca dos bens do homem.
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