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Como a saúde que está na alma é o princípio da
saúde que se faz pela arte, [devemos dizer] que a saúde se
faz na matéria por algo inteligente que a saúde é "isto". [A
partir desta], sempre procedendo do posterior ao anterior,
intelige aquilo que é factivo da saúde, reduzindo-se a algum
último, que de maneira imediata possa ser feito, assim como
dar algum remédio. E finalmente, por isto que pode ser feito
de maneira imediata, inicia-se um movimento, denominado ação
ordenada ao [re-estabelecimento da saúde].
Por onde fica patente que, assim como nas coisas
naturais do homem se gera o homem, assim também nas coisas
artificiais de alguma maneira acontece que da saúde se faça a
saúde e, da casa, a casa. Isto, a partir das coisas que são
sem matéria existentes na alma, se fazem aquelas que têm
matéria. A arte da Medicina, que é o princípio do [movimento
de re-estabelecimento da saúde], não é nada mais do que a
forma da saúde existente na alma. E a arte edificativa é a
forma da casa existente na alma. E esta forma ou substância
sem matéria é aquela que acima foi dita ser a essência da
coisa artificial.
Nas gerações e movimentos artificiais existe uma
ação que é chamada inteligência e uma ação que é chamada
factio. A inteligência é a cogitação do artífice que se
inicia pela forma da coisa a ser feita pela arte. Esta
operação prossegue até aquilo que é último na intenção e
primeiro na obra. A factio é a ação que começa por este
último onde a inteligência termina, que é o movimento já na
matéria exterior.
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