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Todas as demais virtudes [além da justiça]
aperfeiçoam o homem somente nas coisas que lhe convém segundo
si mesmo.
À justiça, porém, é próprio entre as demais
virtudes que ordene o homem nas coisas que se relacionam a
outro.
Isso se demonstra pelo fato da justiça importar
numa certa equalidade, como o próprio nome o denota, já que
vulgarmente dizemos "ajustar" as coisas que entre si
adequamos. Ora, a equidade é dita em relação a outro.
Assim, portanto, aquilo que é reto nas obras das
demais virtudes, à qual tende a intenção da virtude como em
seu próprio objeto, não é tomado senão por comparação ao
agente, na medida em que é feito de uma certa maneira por
este agente. Na obra da justiça, porém, o reto é constituído
por comparação a outro, também independentemente de sua
comparação para com o agente. Por causa disso, a justiça,
entre as demais virtudes, é determinada pelo seu objeto, que
é o justo.
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