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O primeiro modo do ser é debilíssimo, e o é apenas
pela razão. É o modo de ser da negação e da privação. Dizemos
que este modo de ser o é apenas pela razão, porque a negação
e a privação podem ser tratadas como se fossem um ente, na
medida em que delas se afirma ou se nega algo. A negação e a
privação, entretanto, não são a mesma coisa, conforme
explicado adiante.
O segundo modo do ser é aquele segundo o qual a
geração, a corrupção e o movimento são ditos entes. Este modo
é próximo ao anterior em debilidade, porque, na medida em que
o movimento é ato imperfeito, tem algo de privação e negação.
O terceiro modo ser nada tem de não ser.
Apresenta, todavia, o ser débil, porque não é um modo de ser
per se, mas por outro. A este modo de ser pertencem as
qualidades, as quantidades e as propriedades das substâncias.
O quarto modo do ser é perfeitíssimo, porque
apresenta seu ser sem mistura com a privação, e o tem firme e
sólido, existindo per se, como o ser das substâncias. A este
modo de ser como primeiro e principal todos os outros se
referem. As quantidades e as qualidades são ditas ser na
medida em que estão na substância. Os movimentos e as
gerações, na medida em que tendem à substância ou [aos seus
acidentes]. As negações e as privações, na medida em que
removem alguns dos três precedentes.
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