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Não é coisa fácil narrar o quanto é deleitável que
alguém considere algo como próprio. Esta deleitação procede
de que o homem ama a si mesmo; é por causa disso, de fato,
que ele deseja bens para si. Não é uma coisa vã que alguém
tenha amizade para consigo mesmo; ao contrário, trata-se de
algo que pertence à natureza. Todavia, às vezes alguém é com
justiça vituperado por amar a si mesmo; quando, porém, alguém
é vituperado por este motivo, não o é por amor a si mesmo
simplesmente falando, mas por fazê-lo mais do que o deveria.
Ora, esta deleitação produzida pela posse de coisas próprias
é removida pela legislação se Sócrates.
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