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O Filósofo diz que a verdade e a falsidade existem
apenas na composição e na divisão, e não na inteligência dos
indivisíveis. Contra esta colocação podem levantar-se as
seguintes objeções.
Primeiro, também as coisas são ditas verdadeiras
ou falsas, como quando se diz que o ouro é verdadeiro ou
falso.
Segundo, o ser e o verdadeiro se convertem, de
onde que mesmo uma simples concepção do intelecto, [como é o
caso do ser], que é semelhança da coisa, não carece de
verdade e falsidade.
Terceiro, diz o Filósofo no IIº Livro do De Anima
que o sentido dos sensíveis próprios é sempre verdadeiro.
Ora, o sentido não compõe nem divide. Portanto, não é correto
dizer que apenas na composição e na divisão pode encontrar-se
verdade e falsidade.
Finalmente, na inteligência divina não existe
nenhuma composição ou divisão, conforme demonstrado no XIIº
Livro da Metafísica. Todavia, ali está a primeira e a suma
verdade. Portanto, a verdade não pode dizer respeito apenas à
composição e à divisão.
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