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[O uno e o ente não são substâncias, mas delas se
predicam como de um sujeito]. O uno e o ente se predicam das
coisas de tal maneira que são convertíveis. Ambos são ditos
de alguma coisa por causa da substância desta alguma coisa.
Quanto ao ente, que ele seja dito de algo por causa de sua
substância, isto é manifesto. Quanto ao uno, é dito uno
aquilo que é uma substância [una]. De onde se conclui que, já
que assim é, torna-se imediato que nem o uno e nem o ente é a
substância da coisa, mas, ao contrário, se predicam da
substância como de um sujeito.
A mesma coisa acontece com o princípio e o
elemento, ou para melhor dizer, com a razão do princípio e do
elemento, que não são a substância daquilo de que são ditos
princípio ou elemento. Todavia, o ente e o uno são mais
substância do que o princípio, o elemento e a causa. Isto
porque mais próximo se acham à substância das coisas.
Princípio, causa e elemento importam somente num hábito de
coisa a alguma coisa, enquanto que o uno e o ente significam
aquilo que convém à coisa pela razão de sua substância.
Porém, nem o ente e nem o uno são a própria substância da
coisa.
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