|
“Em outra ocasião, certo godo, pobre de espírito, procurou a vida
monástica, e foi recebido com o maior agrado pelo homem de Deus. Um
dia, este mandou dar-lhe um instrumento semelhante a uma foice, para
remover os espinheiros de certo lugar que devia ser transformado em
horta. O lugar que o godo recebeu para limpar, estava situado à
margem do lago. Quando roçava com toda a força as densas moitas de
espinheiro, eis que o ferro, saltando do cabo, caiu no lago,
precisamente onde tanta era a profundidade das águas que não havia
esperança de recuperá-lo. Perdida a ferramenta, correu o godo,
todo trêmulo para o monge Mauro, a quem narrou o dano que causara,
fazendo ainda penitência pela falta.
O monge Mauro tratou logo de referir o fato ao servo de Deus,
Bento. Tendo-o ouvido, o homem do Senhor encaminhou-se para o
lugar, tomou da mão do godo o cabo e mergulhou-o no lago; na mesma
hora o ferro subiu do fundo e entrou no cabo. Bento, então,
restituiu a ferramenta ao godo, dizendo: “Eis, trabalha agora, e
não fiques triste.”
|
|