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Gregório “Certo nobre chamado Teóprobo fora convertido pelos
conselhos do mesmo Pai Bento, e gozava, por seus merecimentos, de
grande confiança e familiaridade junto ao Santo. Entrando certa vez
na cela deste, encontrou-o a chorar muito amargamente; ali deteve-se
parado por muito tempo; notando, porém, que as lágrimas não
cessavam, e que o homem de Deus, em vez de chorar rezando, como
costumava, chorava de tristeza, perguntou-lhe finalmente qual a causa
de tão grande amargura.
“Todo este mosteiro que construí e tudo que preparei para os
irmãos, respondeu-lhe o homem de Deus, será entregue aos gentios,
a juízo de Deus todo-poderoso; a custo pude alcançar que deste
lugar me fossem poupadas as vidas dos habitantes”. O que Teóprobo
então ouviu em palavras, nós agora estamos vendo com os olhos, pois
sabemos que o mosteiro foi recentemente destruído pelos Lombardos:
durante a noite enquanto dormiam os irmãos, entraram ali, faz pouco
tempo, e saquearam tudo, mas não conseguiram apoderar-se de um só
homem. Assim Deus cumpriu o que prometera ao fiel servo Bento:
embora entregasse os bens aos gentios, protegeria as vidas. Nisto se
vê que Bento teve a sorte de S. Paulo que viu seu navio alijado de
tudo, mas recebeu por consolação a vida de quantos o acompanhavam
(Atos 27).”
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