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“Dos mosteiros que Bento edificara na mesma região, três ficavam
em cima de rochedos da montanha. Era, por isto, muito penoso aos
irmãos descer sempre ao lago para buscar água, tanto mais que o
declive do monte constituía grave perigo para todos aqueles que,
cheios de medo, por ele desciam.
Reuniram-se, então, os irmãos desses três mosteiros, e foram ter
com o servo de Deus, Bento, dizendo: “É-nos penoso ir todos os
dias ao lago buscar água, e por isto é necessário mudar de lugar os
nossos mosteiros”. Bento os consolou com brandura e despediu.
Na mesma noite, porém, com o menino Plácido, de que acima falei,
subiu ao rochedo do monte, e ali orou por muito tempo. Acabada a
oração, colocou no dito lugar três pedras como sinal e, sem que os
outros percebessem qualquer coisa, voltou ao seu mosteiro.
No dia seguinte, tendo os irmãos voltado à sua presença para tratar
das dificuldades da água, assim lhes falou: “Ide, e cavai um pouco
o rochedo no sítio em que achardes três pedras sobrepostas; Deus
Todo-Poderoso é capaz de fazer brotar água até naquele cume de
montanha, para poupar-vos o cansaço de tão grande caminhada”.
Ora, indo eles à pedra do monte indicada por Bento, encontraram-na
já gotejante. E, quando nela praticaram uma cova, esta logo se
encheu de água, que brotou com tanta abundância que ainda hoje corre
em quantidade, e serpeja desde o pico até as faldas da serra.”
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